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Agostinho Jorge Eduardo

Amissina Latifo Estevão


Gracinda Saide
Leonel Silvino

A necessidade de Reflexão sobre a Educação e sua Prática no Campo da Pedagogia


Curso de Licenciatura em Ensino de Português com Habilitações em Ensino de Inglês

Universidade Rovuma
Cabo Delgado
2022
Agostinho Jorge Eduardo
Amissina Latifo Estevão
Gracinda Saide
Leonel Silvino

A necessidade de Reflexão sobre a Educação e sua Prática no Campo da Pedagogia

Trabalho de carácter avaliativo a ser


apresentado no departamento de ciências de
línguas, comunicação e artes, no curso de
Português cadeira de Fundamentos de
Pedagogias 1º ano 1º semestre, recomendado
pelo docente;

Dr

Universidade Rovuma
Cabo Delgado
2022
Introdução
As Tendências Pedagógicas Liberais surgiram no século XIX, sob forte influência das idéias da
Revolução Francesa (1789), de “igualdade, liberdade, fraternidade”. Receberam também,
contribuições do liberalismo no mundo ocidental e do sistema capitalista. Para os liberais, a
educação e o saber já produzidos (conteúdos) são mais importantes que a experiência vivida
pelos educandos no processo pelo qual ele aprende. Dessa forma, os liberais, contribuíram para
manter o saber como instrumento de poder entre dominador e dominado. As tendências
pedagógicas liberais mais importantes são: Liberal Tradicional e Tendência Liberal Renovada,
vamos ver o que defendem cada uma destas.
Embora se reconheçam as dificuldades do estabelecimento de uma síntese dessas diferentes
tendências pedagógicas, cujas influências se refletem no ecletismo do ensino atual, emprega-se,
neste estudo, a teoria de José Carlos Libâneo, que as classifica em dois grupos: “liberais” e
“progressistas”. No primeiro grupo, estão incluídas a tendência “tradicional”, a “renovada
progressivista”, a “renovada não-diretiva” e a “tecnicista”. No segundo, a tendência
“libertadora”, a “libertária” e a “crítico-social dos conteúdos”. 
Justifica-se, também, este trabalho pelo fato de que novos avanços no campo da Psicologia da
Aprendizagem, bem como a revalorização das idéias de psicólogos interacionistas, como Piaget,
Vygotsky e Wallon, e a autonomia da escola na construção de sua Proposta Pedagógica, a partir
da LDB 9.394/96, exigem uma atualização constante do professor. Através do conhecimento
dessas tendências pedagógicas e dos seus pressupostos de aprendizagem, o professor terá
condições de avaliar os fundamentos teóricos empregados na sua prática em sala de aula
Objectivos
Objectivo geral
Identificar e caracterizar as diferentes tendências pedagógicas;
Objectivo Específicos
Verificar os pressupostos de aprendizagem empregados pelas diferentes tendências pedagógicas
na prática escolar
Analisar a influência das tendências no fazer pedagógico.
1. Conceito:
1.1. Surgimento da Pedagogia
 As ideias relativas a educação já vem desde os tempos mais antigos e não estavam organizados
de uma forma sistematizada. Um exemplo dos pensamentos da educação nos povos “ditos”
primitivos é os pensamentos religiosos, políticos, morais e os trabalhos manuais diários como: a
pesca, a caca, a recolecção, a cozinha que passavam de geração em geração sem haver uma
instituição organizada onde podiam se transmitir esses conhecimentos.
A pedagogia surgiu na Grécia Antiga e Significava etimologicamente: conduzir a criança ao
saber, onde:
Paido= criança;
Agogo= conduzir/levar;
Gia= saber/ciência.
Apesar do remoto tempo da sua existência, demorou muito tempo para ser considerada ciência,
isto é, como um conjunto sistematizado de verdades demonstradas sobre a educação (HOZ;s/d:
27).
Somente no seculo XVII é que a pedagogia foi elevada a categoria de ciência, devido a obras
como “O Tratado Sobre a Educação” de Luis Vives (sec. XVI) e “Didáctica Magna” de
Coménio (sec. XVII), que contribuiram para a sistematização do pensamento pedagógico e
oferecendo uma “autonomia” parcial em relação a Filosofia.
Actualmente, a Pedagogia é definida como sendo “a filosofia, ciência e arte técnica da
educação” (PILLETI; 1991:24) ou também “como uma rede de enunciados sobre o fazer
educativo (...)” (LIBANEO;1996:27).
1.2. Objecto de Estudo da Pedagogia
O objecto de estudo da pedagogia e a educação, instrução e ensino do Homem, onde:
Educação pode ser entendida em vários sentidos dentre  os quais destacaremos dois que são:
sentido social e o sentido restrito pedagógico.
No sentido social a educação é o processo de transmissão/mediação da experiência social
acumulada pelas gerações mais velhas para as mais novas, com vista a prepara-las  para a vida e
para o trabalho na sociedade onde vivem.
No sentido restrito pedagógico a educação pode ser entendida como uma actividade intencional e
organizada, orientada para o desenvolvimento integral da personalidade, isto é, um sistema
estreitamente organizado virado para a formação da personalidade.

 Instrução é a formação intelectual e de desenvolvimento de capacidades cognitivas mediante


o domínio de certo nível de conhecimento programado e sistematizado.

 Ensino corresponde a acção, meios e condições para a realização da instrução e da educação.

2. O que são Ciências Pedagógicas

A Pedagogia, enquanto Ciência da Educação, só agora se começa a constituir em corpo científico,


passando a responder a essa exigência. A partir dos dados recolhidos por observação, começamos
a obter os primeiros descritivos caracterizadores de um campo específico, o pedagógico. No
plano da experimentação, apenas se dispõe de trabalhos fragmentários que, embora válidos em si
mesmos, não constituem um corpo científico devidamente estruturado. Aliás, é natural que assim
aconteça, pois uma ciência começa sempre por ser «descrição».
A principal dificuldade reside precisamente na «caracterização» das situações em que temos de
exercer a nossa acção, ou seja, a partir das quais haverá que construir o projecto de intervenção.
O professor «olha» para a sua classe, mas não a «vê». Não dispõe de instrumentos nem de
metodologias de observação que lhe permitam detectar fenómenos de ordem pedagógica.
Conhece alguns problemas, mas de forma subjectiva, pois não sabe dar-lhes uma expressão
objectiva. Por exemplo, a opinião do formador sobre uma classe (ou um aluno) é tão válida como
a de um formando, pois ambas decorrem de interpretações eivadas de um maior ou menor grau de
subjectividade.
As ciências pedagógicas são uma das formas de conhecimento e interpretação da realidade.
Depois de longo período de prática educativa como actividade social dos grupos humanos
preocupados com a sua sobrevivência, dai surgiu as ciências pedagógicas.

A ciência pedagógica ocupou se da educação como seu objecto de reflexão ou de estudo.


Juntamente com a pedagógica, muitas outras áreas do saber como a sociologia da educação, a
filosofia da educação, a história da educação e biologia educacional, levam a cabo a reflexão das
ciências pedagógicas. Neste estudo a “crusta” a pedagogia parece ser a área científica que mais
deve assegurar a pratica educativa, e tem a tarefa de concretizar o que teoricamente se estuda.

Hoje a pedagogia como ciência independente, no sentido de ter seu objecto de estudo, seu método
de investigação, suas categorias chaves. Como ciência mantém uma relação com outras ciências a
fim como mesmo objectivo a educação.

2.1. Estrutura da Pedagogia

A pedagogia como toda ciência constitui um conjunto sistemático de conhecimento, possui


estrutura própria.

A pedagogia estrutura-se em três partes essenciais.

Pedagogia Normativa (pedagogia como Filosofia) – investiga fins e ideias fundamentais da


educação tanto ao longo da evolução da humanidade como em seu estado actual em sua estrutura
intima.

Exemplo: Historia da Educação, filosofia da educação, educação comparada, politica


educacional.

Pedagogia Descritiva (Pedagogia como Ciência) – estuda os factos, factores que evoluem na
vida e na realidade educacional, tanto sub aspectos biológicos, como sub aspectos psíquicos e
social.

No aspecto biológico estuda as condições da hereditariedade o desenvolvimento físico e sua


relação com o mundo circundante. No aspecto Psíquico, evolutivo e caracteriológico assim como
as funções anímicas. No seu aspecto social, refere-se aos diversos tipos sociais (família,
localidade, nação, que evoluem no processo educativo). Nesta parte estrutural referee-se a
disciplinas científicas como:

 Biologia Educacional
 Filosofia da Educação
 Sociologia Educacional
 Psicologia Educacional.
Pedagogia Tecnológica – esta parte a pedagogia é denominada como arte, estuda os métodos de
como educar. Este aspecto situa-se entre a filosófico e o cientifico, isto é, entre o que deve ser e o
que é a educação – ligando o ideal ao real.

Assim segundo essa estrutura, a pedagogia apresenta disciplinas filosóficas, cientifica e técnicas.

Disciplinas técnicas: Administração Escolar, Organização Escolar, Higiene Escolar, Orientação


Educacional, Didáctica Geral/especial.

3. Planificação, Direcção e Organição do processo pedagógico.


3.1. Conceitos

Planificação é operacionalização das politicas Nacionais de Educação em objectivos e metais de


ensino e aprendizagem a nível da escola.

Planificação é a primeira acção de um admistrador escolar é identificar a função da escola e


definir os objectivos. Pelo que Director da escola tera de identificado estrategias para comprir a
missão e os objectivos definidos.

Direcção é a Comunicação regular e completa atraves dos meios mais apropriados dos programas
da escola a todos os que têm alguma ligação com ela. É a realização de discusões formais e
informais com pessoas singulares e grupos incluindo os funcionarios e alunos e a comunidade em
geral sobre todos aspectos da vida da escola.

Organização é o resultado do conjunto das actividades com atribuição de


deveres,responsabilidades e poderes para se comprir objectivos especificos. Assim, na
administração da educação, é importante que o direitor compreenda que a escola como
organização tem uma finalidades especifica. Sintetizando, importa referir que as organizações
compreendem.

3.2. Importância da planificação


 Promove a eficiência do ensino.
 Evita a rotina e a improvisação.
 Garante maior segurança na direcção da aula;
 Garante a economia do tempo
3.3. Características de uma boa planificação

 Ser elaborada em função das necessidades e das realidades apresentadas pelos alunos.

 Ser flexível;

 Ser claro e preciso, os enunciados devem apresentar indicações bem exactas;

 Ser elaborada em íntima correlação com objectivos visados.

3.4. Planificação

Planificação é operacionalização das politicas Nacionais de Educação em objectivos e metais de


ensino e aprendizagem a nível da escola.

Planificação é a primeira acção de um admistrador escolar é identificar a função da escola e


definir os objectivos. Pelo que Director da escola tera de identificado estrategias para comprir a
missão e os objectivos definidos.

O processo da educação, o processo pedagogico deve ser um processo planificado e sistematico.


Esta posibilidade de planificação resulta da concordancia entre os objectivos da educação e as
regularidades do prcesso pedagogico como processo de formação duma personalidade. Este
processo é longo po isso, a báse dos bons resultados de educação numa escola são as qualidades
de direcção como sistematica do trabalho, continuidade e consequência, colaboração entre todas
as forças educativas.

A báse dum alto nível de aproveito e da educação numa escola é o desenvolvimento dum
colectivo pedagogos.

 Professores;

 Monitores;

 Educadores e também educadores;

Que une um pensamento comum com báse na nossa idiologia e visão cientifica do Mundo. Um
fundamento de exito educativo numa escola é um colectivo de pedagogo que agem juntamente e
com báse num plano definido.
Criar essas condições necessarias do efeito na educação, criar relações educativas entre os
professores e os alunos e estes entre si, é possivel só com báse numa planificação continua e
exata do trabalho educativo pelo menos no espaço do ano. A elevação do nível da educação
exigem cada vez mais uma visão geral sobre o desenvolvimento da escola durante alguns anos.

4. Plano Anual do Trabalho Educativo

É também a báse da distribuição de tarefas definidas com prazos e responsabilidades de controle.


O plano anual é a báse da realização planificada do principio do centralismo democratico, porque
a participação de todos os elementos da escola não se realiza de uma forma expontania, mais sim
sistematica.

Quais são os fundamentos da planificação do trabalho educativo numa escola?

Para elaboração dos planos anuais duma escola deve se ter em conta as orientações centrais e
locais, entre eles sobre tudo orientações e tarefas escolares obrigatórias para o respectivo ano
lectivo e os planos das estruturas provínciais e Distritais. Uma planificação corecta do trabalho
educativo da escola deve basear se numa analise rigorosas dos resultados da educação do ano
anterior.

5. Pedagogia

Em nosso ponto de vista, a pedagogia é uma ciência que estuda a educação e seu processo
educativo na transformação da sociedade.

Pedagogia é uma ciência ou disciplina cujo objectivo é reflexão, ordenação, sistematização e a


crítica do processo educativo.

5.1. Pedagogia Tradicional

Na nossa óptica, a Pedagogia Tradicional é uma das concepções contemporânea de educação, e


por se tratar de uma das mais aplicadas concepção de educação até os dias de hoje, esta foi
escolhida para tratarmos um pouco a respeito dela. A Pedagogia Tradicional é conhecida por não
possibilitar uma maior interacção entre o professor e o aluno, por isso ela é tão criticada, pois não
permite que o aluno busque um maior entendimento dos assuntos, já que ele é tratado
passivamente como mero ouvinte, que precisa apenas decorar o conteúdo, neste trabalho veremos
as verdadeiras intenções da Pedagogia Tradicional desde sua verdadeira essência.

A Pedagogia Tradicional é de fato muito discutida, por ela ser adoptada ate hoje em dia nas
escolas e também por ser polémica, já que ela assume um papel bem definido onde o professor é
autoridade máxima, responsável em ter conhecimento e de transmitir este conhecimentos aos
alunos que devem assumir um papel apenas de escutar e memorizar, e onde não há nenhuma
participação no sentido aluno – professor, (FILHO 2004:87).

Há também aqueles que dizem que a Pedagogia Tradicional se fosse realmente aplicada em sua
essência sem distorções, ainda é a melhor forma de acção, e realmente se esta concepção fosse
aplicada de forma correcta onde os conteúdos fossem aplicados conforme o aprendizado do aluno
seria sim uma ferramenta de suma importância, por isso estudaremos o que realmente é a
Pedagogia Tradicional.

5.2. O Ensino na Pedagogia Tradicional

O ensino tradicional é uma das concepções contemporâneas mais antigas, e é um ensino que
predomina nas escolas até hoje. A pedagogia tradicional fica presa a um ensino padronizado, que
muitas vezes não permite a inovação e também uma interacção maior entre aluno - professor.

No primeiro momento a escola surge como combatente a ignorância, ou um instrumento para


combater e resolver o problema da marginalidade, onde a escola se centraliza no professor que
transmite gradativamente o conteúdo aos alunos, e a estes cabe assimilar os conhecimentos
transmitidos, sem se preocupar com problemas sociais ou outros que poderão surgir". (Disponível
em w.w.w. infopédia.pt/%2. acesso a 27.03.2013).

Em nossa visão, o ensino na Pedagogia Tradicional é aquele que não respeita as individualidades
do aluno e que faz este, permanecer distante da realidade dos alunos, já que o conhecimento
absoluto vem dos professores, o que fazer com as experiências e os conhecimentos já adquiridos
pelos alunos em seu meio. Por isso a necessidade e a preocupação de que a educação parta do
geral, para o particular, tornando a educação um processo dinâmico e dotado de significado aos
alunos.
5.3. A Pedagogia Tradicional e as Escolas

A escola como uma instituição que deve procurar a socialização do saber, da ciência, da técnica,
e das artes produzidas socialmente, deve estar comprometida politicamente e ser capaz de
interpretar as carências reveladas pela sociedade, direccionando essas necessidades em função de
princípios educativos capazes de responder as demandas sociais.

Quanto ao fato da Pedagogia Tradicional estar presente nas escolas ate hoje, é importante que os
professores saibam que a escola não deve ficar presa a velhas concepções sem que haja pelo
menos uma certa modernização, ou adequação destas concepções para a realidade actual de uma
escola cada vez mais digital e de novas ideias, levando em consideração também as necessidades
da sociedade, com o objectivo de promover o progresso e quem sabe ate um equilíbrio social,
(FREIRE, 2004: 34).

5.4. Educação Bancária

Educação bancária é uma pedagogia burguesa comparando os educandos a meros depositários de


uma bagagem de conhecimento que devem ser assimiladas sem discussão, paradoxalmente, esta
modalidade de educação teria como objectivo, não equacionar os conhecimentos entre o educador
e o educando, mas sim, manter a divisão entre os sabem e os não sabem, entre os oprimidos e
opressores, o educador é necessariamente um opressor.

Na óptica de FREIRE, (1987:67) "A educação bancária, pressupõe uma relação vertical entre o
educador e educando. O educador é o sujeito que detêm o conhecimento, pensa e prescreve,
enquanto o educando é o objecto que recebe o conhecimento, é pensado e segue a prescrição”.

Ainda autor supracitado refere que o educador, bancário faz depósitos nos educandos e estes
passivamente as recebem. Tal concepção de educação tem como propósito, intencional ou não, a
formação de indivíduos acomodados, não questionadores e que se submetem à estrutura de poder
vigente. É o rebanho que como uma massa homogénea, não projecta, não transforma, não almeja
ser mais".
5.5. Pedagogia Inovadora

A Pedagogia Inovadora é uma corrente pedagógica que tem tendências de renovar o processo
educativo, criticando os processos anteriormente usados, ela considera o ensino como sendo
faculdades de aprendizagem que centra no educando.

5.6. Base para uma educação inovadora

Uma educação inovadora se apoia em um conjunto de propostas com alguns grandes eixos que
lhe servem de guia e de base. As tecnologias favorecem mudanças, mas os eixos são como
directrizes fundamentais para construir solidamente os alicerces dessas mudanças. São pilares
que, com o apoio das tecnologias, poderão tornar o processo de ensino-aprendizagem muito mais
flexível, integrado, empreendedor e inovador. Vejamos como entender estes eixos fundamentais.

As bases ou eixos principais de uma educação inovadora são:

O conhecimento integrador e inovador: Sempre há o que aprender, ouvindo, vivendo e


sobretudo, trabalhando, mas só aprende quem se dispõe a rever as suas certezas. A educação é um
processo onde reunimos o maior número de certezas para lidar com as incertezas. Tentamos falar
sobre algo, o conhecimento, que compreendemos parcialmente e só podemos fazê-lo, de forma
precária, humilde e compartilhada. O conhecimento é nosso foco, nossa matéria-prima e, ao
mesmo tempo, nosso problema.

O desenvolvimento da auto-estima/auto-conhecimento: A segunda base da mudança é o foco


no desenvolvimento da auto-estima

Os alunos só terão sucesso na escola, no trabalho e na vida social se tiverem auto-confiança e


auto-estima. A escola de hoje não trabalha isso, afirma Wong ao sugerir que as instituições de
ensino criem cursos de psicologia comportamental em que os alunos possam aprender mais sobre
si mesmos. Segundo ele, a auto-confiança só se adquire por meio de auto-conhecimento.

Aprendemos mais e melhor se o fazemos num clima de confiança, de incentivo, de apoio, de


auto-conhecimento. Se estabelecemos relações cordiais, de acolhimento para com os alunos, se
nos mostramos pessoas abertas, afectivas, carinhosas, tolerantes e flexíveis, dentro de padrões e
limites conhecidos. Se as pessoas são aceitas e consideradas, tendem a desenvolver uma atitude
de mais consideração em relação a si mesmas (VEIGA, 2005:60),

A formação do aluno-empreendedor: Este é um campo quase inexplorado. A maior parte das


iniciativas da escola permanece na aprendizagem intelectual de conteúdos. Professores e alunos
estão acostumados a seguir modelos, receitas, fórmulas, padrões. O foco para a mudança é
desenvolver alunos criativos, inovadores, corajosos. Alunos e professores que busquem soluções
novas, diferentes. Que arrisquem mais, que relacionem mais, que saiam do previsível, do padrão.

A construção do aluno-cidadão: A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da


pessoa – espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal,
espiritualidade. A ética não pode ser só uma matéria teórica, mas principalmente uma vivência
prática. A educação pode transformar-se num processo de aprendizagem de humanização, de
tornar professores e alunos pessoas mais plenas, abertas, generosas, equilibradas.

Segundo FREIRE, (2004:44), “Não podemos nos assumir como sujeitos da procura, da decisão,
da ruptura, da opção, como sujeitos históricos, transformadores, a não ser assumindo-nos como
sujeitos éticos”.

6. Escola Nova

O movimento da escola Nova foi um esforço de renovação educacional, ela foi uma nova forma
de tratar os problemas de educação em geral, chegando a construir se princípios tendentes a rever
as formas tradicionais do ensino.

Na óptica de HAYDT (1994:53), A Escola nova, também chamada de Escola Activa ou Escola
Progressiva, foi um movimento de renovação do ensino, que surgiu no fim do século XIX e
ganhou força na primeira metade do século XX. Nascido na Europa e América do Norte, chegou
ao Brasil em 1882, pelas mãos de Rui Barbosa, e exerceu grande influência nas mudanças
promovidas no ensino na década de 1920, quando o país passava por uma série de transformações
sociais, políticas e económicas.

O movimento pela Escola Nova criticou os métodos tradicionais da educação, onde o professor
era um autoritário máximo do saber e o aluno não passava de um recipiente, que só e só esperava
daquilo que o professor trazia como de conhecimento. A escola nova reivindicou sobretudo com
a irreciprocidade das impressões entre o aluno -professor na sala de aula, introduzindo assim
novos métodos de ensino -aprendizagem que permitem ao aluno não só de expor seus
preconceitos mas também aprender os melhores hábitos da vida sócio cultural.

Os primeiros grandes inspiradores da Escola Nova foram o escritor Jean-Jacques Roussea, 1712-
1778 e os pedagogos Heinrich Pestalozzi, 1746-1827 e Freidrich Fröebel, 1782-1852. O grande
nome do movimento na América foi o filósofo e pedagogo John Deweym, 1859-1952, O
psicólogo Edouard Claparède, 1873-1940, e o educador Adolphe Ferrière, 1879-1960, entre
muitos outros, foram os expoentes na Europa”. (ibidem:54),

No Brasil, as ideias da Escola Nova foram introduzidas já em 1882 por Rui Barbosa (1849-1923).
No século XX, vários educadores se destacaram, especialmente após a divulgação do Manifesto
dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932. Podemos mencionar Lourenço Filho (1897-1970) e
Anísio Teixeira (1900-1971), grandes humanistas e nomes importantes de nossa história
pedagógica.

Um conceito essencial do movimento que aparece especialmente, é de que, as escolas deviam


deixar de ser meros locais de transmissão de conhecimentos e tornar-se pequenas comunidades.

As classes deixavam de ser locais onde os alunos estivessem sempre em silêncio, ou sem
qualquer comunicação entre si, para se tornarem pequenas sociedades, que imprimissem nos
alunos atitudes favoráveis ao trabalho em comunidade. O suíço Claparède - que teve grande
influência sobre Piaget - defendia a ideia da escola sob medida, mais preocupada em adaptar-se a
cada criança do que em encaixar todas no mesmo molde. (FILHO, 2004:99).

A Escola Nova recebeu muitas críticas. Foi acusada principalmente de não exigir nada, de abrir
mão dos conteúdos tradicionais e de acreditar ingenuamente na espontaneidade dos alunos. A
leitura das obras e a análise das poucas experiências em que, de fato, as ideias dos escolanovistas
foram experimentadas com rigor mostram que essas críticas são válidas apenas para
interpretações distorcidas do espírito do movimento.

A escola Nova pretendia ser, fundamente, um movimento de renovação pedagógico - didáctica de


cunho técnico, tentando aplicar na prática educativa, e mais especialmente na organização escolar
e nos procedimentos de ensino. Os pressupostos pedagógicos e princípios didácticos
preconizados pelo movimento da Escola Nova baseavam se nas seguintes ideias:

A Pedagogia e a Didáctica devem desprender-se do empirismo e da rotina, adoptando uma atitude


crítica e dinâmica de investigação e reflexão constante.

A educação, em geral, e o ensino, em particular, devem respeitar as diferenças individuais e os


estágios de desenvolvimento infantil, em seus aspectos físico, cognitivo, afectivo e social.

A acção educativa deve considerar as necessidades e interesses próprios de cada fase de


desenvolvimento e respeitar as actividades naturais e espontâneas de educando.

O ensino deve centrar-se no educando, preocupando-se mais em desenvolver seus processos


mentais de pensamento, observação, proposição de hipóteses, espírito crítico, capacidade de
analisar e julgar, do que em acumular conhecimentos memorizados e sem ligação com a realidade
do aluno.

A escola deve a prática das relações humanas, incentivando a livre comunicação, a cooperação e
o auxílio mútuo".

À Luz da HAYDT, (2009:30-32), " A professora Maria Aparecida Cintra afirma que, a Escola
Nova não se prende, definitivamente, a nenhum método de ensino. É uma atitude de espírito em
permanente disponibilidade no desejo de melhorar a educação, de evitar a rotina e de manter
uma constante inquietação e dúvida em relação às soluções propostas para o problema de
educação escolar".

6.1. Modelo Actual em Mocambique de Escola Nova (ensino bilingue)

O que se pretende é, tão-somente, chamar a atenção para questões que se prendem com a
viabilidade e a garantia de qualidade do sistema proposto, que são, em Moçambique, e nos
tempos que correm, igualmente relevantes. Considerando já alguma, mas ainda ténue, experiência
prática, o modelo agora pensado para o ensino bilingue está assim desenhado: as línguas locais,
oralidade e escrita, são línguas de ensino e simultaneamente uma disciplina curricular nas três
primeiras classes do ensino básico. Neste primeiro ciclo do EP1, o português é apenas uma
disciplina de 4 horas de aula semanais em que, na primeira e segunda classe, se desenvolve a
oralidade e, na terceira classe, se introduz a escrita. A partir da quarta classe, o português passa a
língua de ensino, mantendo-se as línguas locais como disciplina no segundo ciclo do EP1.

Ainda a tempo, ou já tarde demais, a ver vamos se é viável o ensino bilingue em Moçambique
como está preconizado pela reforma curricular e já em fase experimental. À tona virá também se
conseguirá garantir um mínimo de qualidade para atingir o principal objectivo que levou à sua
criação: reduzir o insucesso escolar. Imperiosa é, sem dúvida, a introdução das línguas locais no
ensino, pelas mais diversas razões que têm sido apontadas. Permitir à criança expressar-se na
língua que domina para facilitar a sua inserção na vida escolar, fazer com que a criança adquira
uma base sólida na sua língua materna com vista a uma melhor proficiência nas outras línguas, e
valorizar as línguas moçambicanas. Razões, todas elas, suficientemente importantes para nem
sequer as pormos em causa" (disponível w.w.w. sua pesquisa.com. acesso em 13.03.2013).

6.2. Construtivismo do Piaget

O construtivismo defende a ideia de que o comportamento e o desenvolvimento da inteligência


resultam de uma construção progressiva do sujeito em interacção com o meio físico e social. Por
isso, esta doutrina também tem o nome de interaccionismo.

Piaget distingue quatro grandes fases ou categorias, segundo as quais a criança evolui de
nascimento à adolescência:

1ª Fase, o estádio sensório-motor, de 0 aos 2 anos – as invariantes do conhecimento, pontos fixos


construídos no decurso do desenvolvimento: conservação da massa, do volume do objecto
apresentado em diversos ângulos;

2ª Fase, o nível pré-operatório, dos 2 aos 7 ou 8 anos – as funções semióticas, possibilidade de


substituir uma designação ou uma representação por um objecto – palavra, desenho, gesto. A
linguagem;

3ª Fase, o estádio das operações concretas, dos 7 ou 8 aos 11 anos – as operações lógico-
matemáticas, classificação, seriação, enumeração, estabelecimento de relações entre os objectos;

4ª Fase, o estádio das operações formais, 12 anos e mais – as operações infra-lógicas, versam
sobre o conhecimento físico dos objectos concretos: movimento, velocidade, duração.
Considera LANDSHEERE, (1994:44), A origem das mudanças que ocorrem no indivíduo é o
processo de adaptação, pelo qual o organismo transforma o mundo exterior a fim de tornar
compatível com o seu sistema orgânico ou cognitivo - assimilação ou transforma o seu sistema
para o tornar compatível com sua experiencia do mundo exterior – acomodação. O mecanismo de
adaptação é o equilíbrio entre assimilação e acomodação.

Construtivismo é uma das correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência


humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é
determinado pelas acções mútuas entre o indivíduo e o meio. O construtivismo de Piaget é uma
superação do empirismo dos behavioristas e do inatismo dos gestaltistas:

6.3. Construtivismo segundo Dewey

O processo educativo tem dois aspectos, um psicológico que consiste na exteriorização das
potencialidades do indivíduo, e o outro social que consiste em preparar o indivíduo para as
tarefas que desempenha na sociedade.

À Luz de PILETTI Apud ABBAGNANO e VISALBERGHI (1964:644), “A educação não deve


adequar se ao mundo em que se verifica como também é o factor de progresso desse mundo: A
educação é o método fundamental do progresso e da acção social, e o professor ao ensinar não
só educa os indivíduo mas contribui para formar uma vida social e justa”

Experimental como elemento inovador, no qual inovar significa introduzir mudanças num
objecto visando produzir melhorias no mesmo, como poderemos comprovar adiante, a
perspectiva de inovação educacional que iremos observar nas DCNEM´S se prenderiam ao
segundo dos significados a que me refiro acima.

Na óptica de GARCIA, (1981: 27), “no que se refere ao conceito de construtivismo, “este pode
ser associado a duas idéias-matrizes: Construtivismo como sinónimo do conceito deweyano de
reconstrução da experiência, e construtivismo como sinónimo da aplicação didático-pedagógica
de perspectivas psicológicas interacionistas como as de Jean Piaget e Lev Vygotskii”.

Em relação ao construtivismo como sinónimo da reconstrução da experiência individual proposta


por John Dewey cabe indicar que tal experiência educacional foi desenvolvida no Brasil nos anos
de 1950 e teria dado origem a boa parte das acções do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos
durante este período.

6.4. Construtivismo Maria Monterssori

Construtivismo é uma das correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência


humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é
determinado pelas acções mútuas entre o indivíduo e o meio.

Para Montessori, a criança é um ser dotado de poderes desconhecidos, que podem levá-la a um
futuro luminoso. Acreditava ainda ser a criança, ao nascer, totalmente incapaz, mas capaz de
construir seu mundo num rápido espaço de tempo. Montessori nomeou a criança como obreira de
construção do conhecimento. o professor é chamado director, porque não ensina mas sim apenas
dirige a actividade, interferindo o minimo possivel. (LUZURIAGA, 1951:114).

A escola deve estar adaptada e organizada para manter a criança em plena liberdade. A criança
criará por si própria a disciplina, despertada pelo interesse do trabalho escolar.
Indisciplina para nossa visão montessoriana é vista como doença ou atividade desinteressada. A
criança disciplinada é aquela sadia e bem dirigida.
Todavia, liberdade não significa um abandono e sim permitir o desenvolvimento das
manifestações espontâneas das crianças - as atividades.

6.5. Princípios básicos do Método Montessori

São a atividade, a individualidade e a liberdade, como segue:

Liberdade: A concepção da educação, em Montessori, é desenvolvimento, mais do que o


ajustamento ou integração social. O ser biológico vale mais que o ser social. A vida é
desenvolvimento e para isso tem que se educar para permitir esse desenvolvimento, o que só
acontece se colocarmos a criança num ambiente onde ela se sinta á vontade. Por esse motivo, a
liberdade é o primeiro e mais amplo princípio de Montessori.

A escola deve estar adaptada e organizada para manter a criança em plena liberdade. A criança
criará por si própria a disciplina, despertada pelo interesse do trabalho escolar. Indisciplina para
nossa visão montessoriana é vista como doença ou atividade desinteressada. Acriança
disciplinada é aquela sadia e bem dirigida. Todavia, liberdade não significa um abandono e sim
permitir o desenvolvimento das manifestações espontâneas das crianças - as atividades,
(LUZURIAGA,1951: 118).

Actividade: É conseqüência do princípio de liberdade, pois a criança tem que ter liberdade, mas
de forma organizada. Para que a criança absorva o sentido de organização ela deve viver num
ambiente ordeiro, onde seja respeitada, assim como deve ser respeitado o seu tempo necessário
de aprendizagem.
Montessori dá grande importância à coordenação dos movimentos e ao controle da ação . Desde
cedo a criança é submetida a exercícios sistemáticos, com material apropriado, com intuito da
dominação de si mesma, fazendo a criança chegar da ordem exterior á ordem interior.

Individualidade: Ninguém é livre se não possuir individualidade; por isso, as manifestações


ativas da verdadeira liberdade devem ser dirigidas desde cedo nesse sentido.
A educação deve ser orientada para a formação da individualidade. O homem capaz de fazer por
si mesmo valoriza suas ações, conquista a si mesmo, conquista seu poder construirá um futuro
produtivo e independente.
Conclusão

De acordo com esse quadro teórico de José Carlos Libânio, deduz-se que as tendências
pedagógicas liberais, ou seja, a tradicional, a renovada e a tecnicista, por se declararem neutras,
nunca assumiram compromisso com as transformações da sociedade, embora, na prática,
procurassem legitimar a ordem económica e social do sistema capitalista. No ensino da língua,
predominaram os métodos de base ora empirista, ora inatista, com ensino da gramática
tradicional, ou  sob algumas as influências teóricas do estruturalismo e do gerativismo, a partir da
Lei 5.692/71, da Reforma do Ensino.

Já as tendências pedagógicas progressistas, em oposição às liberais, têm em comum a análise


crítica do sistema capitalista. De base empirista (Paulo Freire se proclamava um deles) e marxista
(com as ideias de Gramsci), essas tendências, no ensino da língua,  valorizam o texto produzido
pelo aluno, a partir do seu conhecimento de mundo, assim como a possibilidade de negociação de
sentido na leitura.

A partir da LDB 9.394/96, principalmente com as difusões das ideias de Piaget, Vygotsky e
Wallon, numa perspectiva sócio-histórica, essas teorias buscam uma aproximação com modernas
correntes do ensino da língua que consideram a linguagem como forma de actuação sobre o
homem e o mundo, ou seja, como processo de interacção verbal, que constitui a sua realidade
fundamental.
Bibliografia

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda.  Filosofia da Educação.  São Paulo :  Editora Moderna, 1998.

COSTA, Marisa Vorraber et al.  O Currículo nos Limiares do  Contemporâneo. Rio de Janeiro :
DP&A editora, 1999.

GADOTTI, Moacir.  Pensamento Pedagógico Brasileiro.  São Paulo : Ática, 1988.

LIBÂNEO, José Carlos.  Democratização da Escola Pública.  São Paulo : Loyola, 1990.

MATUI, Jiron.  Construtivismo.  São Paulo : Editora Moderna, 1998.

RICHTER, Marcos Gustavo.  Ensino do Português e Interatividade.  Santa Maria :    Editora da


UFSM, 2000.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos.  Gramática e Interação.  São Paulo : Cortez, 1998.

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