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GOVERNO DA PROVÍNCIA DO BENGO

ESCOLA DE MAGISTÉRIO KIMAMUENHO


COORDENAÇÃO DE T.E.D.C

MATERIAL DE APOIO

ANO LECTIVO 2023-2024


Lição # 01
Tema 1: A Pedagogia como ciência da educação e do homem
Sumário: Apresentação da Disciplina

A disciplina Teoria da Educação e Desenvolvimento Curricular, tem como o


objetivo promover no aluno as competências para o futuro papel profissional da
educação. O seu objeto de estudo é o acto educativo em ação em função da
relação existente entre os três grandes pólos: Os saberes, o professor e os
alunos.
O programa desta disciplina encontra-se organizado em dois módulos:
- Módulo 1- Teoria da Educação
- Desenvolvimento Curricular
O Módulo 1, fornece um conjunto amplo de fundamentos do acto educativo, a
traves de modelos e teorias pedagógicas.
O Módulo 2. Pretende aprofundar com os alunos competências profissionais
ligadas à planificação, avaliação, gestão dos conteúdos, etc.

Lição # 02

Tema 1: A Pedagogia como ciência da educação e do homem.


Sumário: O surgimento da Pedagogia como ciência.

A pedagogia inclinava- se às ciências sociais por que a sua finalidade era do


âmbito social, surgiu na Grécia Antiga, etimologicamente vem do grego:
PAIS, PAIDÓS= Criança; AGEIN= Conduzir; Logos= Tratado ou Ciência.
Na antiga Grécia, eram chamadas de pedagogos “os escravos que
acompanhavam as crianças que iam para a escola”.
Só no século XIV, a palavra pedagogia começa a ser empregada como o
sentido de arte da Educação.
É relevante a significação que tem a obra do pedagogo Checo, Jean Amós
Coménios (1592-1670). Ele elaborou um sistema educativo e fundamentou a
estruturação do processo de ensino na escola, na sua obra Didática Magna,
uma das primeiras obras da teoria pedagógica.

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Nos séculos XVII e princípios de XIX, a Pedagogia se desenvolve cada vez
mais como uma ciência independente, porém, continua em estreita relação
com a Filosofia.
No desenvolvimento da teoria pedagógica, fizeram uma grande contribuições,
entre outros filósofos e pedagogos:
- Jean Jacques Rousseau (1712-1778) suíço, as suas ideias sobre a educação,
destinavam –se a um novo tipo de homem e ênfases na educação infantil,
portanto, estabeleceu uma periodização por idades.
- Enrique Pestalozzi, pedagogo suíço (1746-1827), considerou o ensino como
um instrumento importante da educação, estimou fundamentos dos métodos de
ensino, e destaca o método intuitivo. Negou algumas ideias do J.J Rousseau,
como por exemplo o ensino devia dirigir-se em função dos objetivos.
- Jean Federico Herbart (1776-1841) tratou de estruturar um sistema de ensino
sobre a base psicológica idealista, elaborou a teoria de “associação”
- Psicólogo alemão Adolf Diesterweg ( 1790- 1866) destacou a importância do
desenvolvimento dos alunos, fundamentou 33 regras didáticas entre as quais :
o ensino tem de ir dos exemplos às regras, do imediato ao mediato do simples
ao complexo.
K.D. Ushinski, alemão, o ensino como processo de transmissão de
conhecimentos e habilidades por parte do professor e assimilação destes e
habilidades pelos alunos: considerou o professor como o condutor do processo
e declarou que o ensino deve desenvolver as capacidades nos alunos.

Lição # 03
Tema 1: A Pedagogia como ciência da educação e do homem
Sumario: Requisitos que fazem a Pedagogia como uma ciência
independente.

Quando o ser humano começou a pensar a partir da ciência, não existia a


Pedagogia, por tanto os estudos dos fenômenos educativos se fizeram a partir
da filosofia.
A Pedagogia teve que recorrer um caminho de alto e baixos, de incerteza como
campo científico.

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A Pedagogia, actualmente, cumpre com os requisitos e características
principais como ciência:
1. Possui o seu objecto de estudo (processo educativo escolarizado).
2. Emprega métodos do conhecimentos científico: observação, entrevista,
inquérito, análises do produto da actividades, etc.

3. Tem um sistema de princípios:


- Princípio da unidade do carácter científico e do ideológico do processo
pedagógico;
- Princípio da vinculação da educação com a vida, o meio social e trabalho;
- Princípio da unidade do instrutivo- educativo no processo da educação da
personalidade;
- Princípio da unidade do afectivo e cognitivo no processo da educação da
personalidade;
- Princípio do carácter colectivo e individual da educação e o respeito à
personalidade do educando;
- Princípio da unidade entre a actividade, a comunicação e personalidade;
4. Obedece um conjunto de leis mais gerais:
- Lei básica da educação;
- Lei da unidade entre as condições sócio- econômicas e processo pedagógico;
- Lei da unidade entre objetivos, desenvolvimento do processo e os seus
resultados;
- Lei da unidade entre instrução e educação;
5. Possui um para de categorias:
- Instrução- Educação.
- Ensino- aprendizagem.
- Formação – Desenvolvimento.
6. Relaciona-se com outras ciências:
- Ciências da educação: Filosofia da Educação; Sociologia da Educação;
História da Educação; Tecnologia Educativa; Psicologia da Educação; MIE;
Gestão Científica Educativa; Estatística Educacional, etc.
- Ciências Pedagógica: História da educação; Pedagogia Comparada;
Pedagogia Especial; Informática Educativa; Didáctica Geral e das
Especialidades; Higiene Escolar; ética Pedagógica

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Lição # 04
Tema 1: A Pedagogia como ciência da educação e do homem
Sumário: Objectivos e funções da Pedagogia.

A Pedagogia é a ciência e arte de educar. Ela é ciência enquanto investiga,


analisa e sistematiza. É arte ou técnica quando aplica ou põe em prática os
resultados das suas investigações.
A pedagogia também é o conjunto de conhecimentos sistemáticos relativos ao
fenômeno educativo. É a ciência da educação e tem como o objeto de estudo a
própria educação.
Os seus principais objectivos são:
- Planificar, analisar, desenvolver e avaliar o processo de ensino
aprendizagem.
- Investigar todos os problemas referentes ao educando, educador e ao meio
ambiente.
- Elaborar teorias, princípios e hipóteses
- Experimentar as teorias e os métodos
- Preparar para a vida adulta o ser humano imaturo ou insuficientemente
amadurecido
- Desenvolver as acções formativas e disciplinadoras.
Funções da Pedagogia
A pedagogia pretende melhorar a realidade educativa em diferentes âmbitos,
tem as seguintes funções:
- Proporcionar aos educandos e educadores conhecimentos da ciência
pedagógica;
- Estudar as leis que regem a direcção do processo pedagógico;
- Analisar, explicar e aplicar as experiências mais avançadas no campo da
educação;
- Reflectir as técnicas e proporcionar ao pedagogo o domínio dos métodos e
estratégias mais modernas;
Outras funções
a) Teórica: faz análise teórica das leis objectivas da educação, determina
a metodologia e a direcção do processo de ensino –aprendizagem.

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b) Prática: contribui na aplicação dos conhecimentos teóricos na
actividade educativa.
c) Prognóstica: estuda tendências do desenvolvimento da educação e sua
projeção futura.

Lição # 05
Tema 1: A Pedagogia como ciência da educação e do homem
Sumário: A Pedagogia no horizonte das ciências da educação.

A pedagogia como ciência, utiliza conjunto de procedimentos e recursos que


servem-lhe como uma ciência o arte. Ela pode ser considerada como uma
técnica, pois contem parâmetros e normas que delimitam a arte de educar.
A Pedagogia pertence ao grupo das ciências humanas e sociais. É uma ciência
derivada que não tem vida independente, ela é interdisciplinar (convergência
de várias ciências para proceder o estudo de um problema).
As ciências da educação são aquelas interessadas em explicar os fenômenos
educativos.
No horizonte dasciências da educação, a Pedagogia ocupa um lugar central e
de destaque porque ela faz uma reflexão geral sobre o fenómeno educativo.
A Pedagogia é interdisciplinar porque está no cruzamento entre todas as áreas
do saber. É multifacética porque atinge todas as fases das ciências que
acompanham o homem.
Cabe à Pedagogia o papel de coordenar as contribuições dadas pelas ciências
da educação para evitar que estas estabeleçam regras fixas que vitalizem
métodos e valores.
A Pedagogia se encarrega em dar respostas às necessidades humanas, dos
sistemas sociais, através da educação, desde uma pespectiva humana e da
justiça social, empregando os métodos comuns a todas as ciências sociais
para o progresso, mudança e modernização dos sistemas educativos, os
princípios científicos, etc, cujo alvo principal seja mudança a um sistema social
mais avançado tecnologicamente, mais justo, mais humano, mais livre e cujo
produto sejam cidadãos formados integralmente, com valores éticos, que
atendam a dimensão humana da nossa espécie.

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As ciências da educação são todas as ciências que contribuem na teoria e na
prática para o processo formativo a partir do seu objeto de estudo. Têm o
carácter integrador e holístico e têm a Pedagogia como ciência integradora.
Elas são conjuntos de disciplinas que estudam, descrevem, analisam e
explicam os fenômenos educativos em seus múltiplos aspectos. Entre elas: a
Sociologia da Educação, a Economia da Educação, a História da Educação, a
Psicologia educacional, Pedagogia, a Didática, a Filosofia da Educação,
Andragogia, Antropologia da Educação, etc.
A diferença entre a Pedagogia e outras ciências da educação é que a
Pedagogia é uma ciência dentro da formação. É uma ciência que conduz o
processo educativo, estuda e analisa a metodologia com as suas técnicas
didácticas. Numa só palavra, a Pedagogia é o como? da educação.

Lição # 06
Tema 1: Teorias e Modelos Pedagógicos.
Sumário: Modelo ou Pedagogia da heteroestrutura.

Modelo de ensino é um ponto de referência para imitá-lo ou reproduzi-lo,


constitui um sistema criado para determinadas funções operativas ou motoras
num determinado período de tempo.
Um modelo pedagógico é um instrumento de investigação de carácter teórico
criado para reproduzir idealmente o processo de ensino – aprendizagem. É um
pensar, ou um paradigma que serve para entender, orientar e dirigir a
educação.
Podemos defini-lo concretamente como um sistema formal que busca inter-
relacionar os agentes básicos da comunidade educativa com conhecimentos
científicos para conservá-lo, reproduzi-lo ou cria-lo dentro de um determinado
contexto histórico, geográfico e cultural.
Os principais modelos pedagógicos são classificados da seguinte forma:
a) Segundo Rafael Ochoa:
Modelo Tradicional; Modelo Romântico ou Naturalista; Modelo Conductista ou
comportamental; Modelo Cognitivo ou Desenvolvista; Modelo Social Cognitiva.
b) Segundo Zubiria Samper:
Modelo Heteroestrutura; Modelo Auto- estrutura; Modelo Interestrutura.

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c) Outras classificações: O construtivismo ou Modelo Construtivista;
Aprendizagem Significativa, etc.
Modelo ou Pedagogia Heteroestrutura
O termo Heteroestrutura foi proposto pelo Investigador Francês Louis Not, a
partir do séc. XVIII. Este Paradigma tem as seguintes características:
- A criação dos conhecimentos realiza-se fora da sala de aulas;
- O papel da escola é transmitir a cultura humana;
- Privilegia o papel do professor como centro do processo educativo, por isso é
considerado como a escola magistrocêntrica;
- É conveniente e necessário o uso de métodos receptivos (classe magistral);
- O aluno aprende assimilando os conteúdos;
- Baseia-se na repetição e na cópia;
- O propósito dos conteúdos é informações e normas;
- Requer de cânticos e cortesia aos estudantes durante as actividades;
Animações, incentivos, etc.
- Em cada actividades deve - se receber retroalimentação

Lição # 07 e 08
Tema 2: Teorias e Modelos pedagógicos.
Sumário: Pedagogia de auto-estustura: a Pedagogia de matriz
“rousseauniana”; os modelos não directivos; Carl Roger.

O modelo auto - estrutura põe de relevo a liberdade e o carácter natural na


disposição ou organização do aluno, para se alcançarem as finalidades
educacionais. Está muito mais nas concepções epistemológica do que na
prática de sala de aula, pois é difícil de viabilizar.
Os seus máximos expoêntes são Jean Jacques Rousseau e Carl Roger. Nele,
o professor é um auxiliar do aluno, um facilitador, porque o aluno já traz um
saber, ele precisa apenas ganhar à consciência para organizar ou ainda
rechear de conteúdos.
Nesta pedagogia, o professor deve inferir o mínimo possível qualquer acção
que o aluno decida fazer é a priori, boa e instrutiva. É o regime de Lissez-faire:
“deixa fazer” que ele encontrará o seu caminho.
A Pedagogia de matriz “rousseauniana”

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Pedagogia rousseauniana, baseia-se com ênfase no princípio de liberdade e da
natureza, manifestos na condição de benignidade natural do homem. A sua
teoria se contrapõe radicalmente à educação de cunho teológico-cristã
praticada na sua época. Em Rousseau os significados dos conceitos de
liberdade e natureza, do ponto de vista lógico-formal, têm sua relação marcada
pela bicondicionalidade. Quer dizer, uma situação de liberdade é possível, se
e somente se, houver uma situação de natureza, e vice-versa. Se, em
determinada ocorrência, liberdade e natureza não se apresentam numa
articulação explicita, com certeza, da análise criteriosa da situação em que o
significado de um desses conceitos está envolvido, pode se necessariamente
deduzir o significado do outro.
Segundo Rousseau, uma educação adequada, é aquela que busca conservar
no ser humano, as qualidades que lhe são indispensáveis para que seja
verdadeiramente humano. Na sua visão, Formar homens razoáveis estaria de
acordo com a preservação da bondade natureza do homem.
Ele não foi um educador, no sentido prático do termo, e sim, um pensador da
educação. Por isso a sua preocupação se prende à Filosofia da Educação e
não às didácticas especiais. Enfim, o objetivo final da educação rousseauniana
se volta para a construção do homem razoável, não implica uma aprendizagem
fundada na racionalidade do educando.
Em razão de natural significa tudo aquilo que concorre para o bem estar- estar-
da criatura, e bondade significa esse- bem-estar, a liberdade pode ser
qualificada como mais alta expressão da bondade natural.

Os modelos não directivos; Carl Roger.


O modelo pedagógico não directivo baseia-se nos estudos sobre psicoterapia
centrada no cliente de Carl Rogers e de Abraham Maslow. Estes dois autores
norte-americanos, acreditavam que o indivíduo cresce melhor psicológica e
emocionalmente rodeado de relações humanas positivas, efectuosas e
autenticas. Deste princípio decorrem implicações importantes para o ensino:
Este modelo pressupõe que o processo educativo deve centrar-se no
desenvolvimento da pessoa; os conteúdos disciplinares e os resultados de
aprendizagem não podem confundir-se com as finalidades da educação; o
papel do professor não consiste na transmissão de conhecimento, mas sim na

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orientação do crescimento pessoal num clima de liberdade e autenticidade; o
professor assume-se como como facilitador das relações interpessoais.
Carl Rogers defende que ninguém ensina ninguém. O importante não é o
ensino, mas sim a aprendizagem. A aprendizagem verdadeiramente e
duradoura é a que o aluno desenvolve por si próprio, com autonomia e um
elevado nível de independência; o ambiente de ser tão livre quanto possível e
ausente de controlos exteriores que possam condicionar e oprimir e mente
humana. A educação é liberdade.
Este modelo não directivo insere-se no movimento da Escola Aberta. O
principal objetivo é o desenvolvimento emocional dos alunos, ficando para o
segundo plano domínio cognitivo. Aqui, cabe ao aluno identificar os problemas
e encontrar as soluções que preencham as suas necessidades.
A tarefa do professor não é transferir os conhecimentos, porem centra-se na
construção de um ambiente favorável às aprendizagens, sem pressões de
qualquer tipo. O professor não avalia, reserva para si os juízos de valor,
fazendo entrevistas não directvas, nas quais o professor funciona como
regulador das emoções e sentimentos. Durante a entrevista, o professor não
emite opiniões nem juízos, constituindo um conjunto de encontros entre o
professor e aluno, nos quais o professor ajuda os alunos a explorar as suas
emoções num processo que conduz ao auto- conhecimento.
Os seus principais objetivos situam-se no aconselhamentos, na clarificação de
percepção e na identificação de mudanças a efectuar, com vista a obter mais
elevados de satisfação.
Se pode considerar que o seu objetivo final é levar o aluno a passar por quatro
etapas de crescimento pessoal: libertação emocional; tomada de consciência;
acção; integração em direção a uma nova orientação e uma nova estratégia.

Lição # 09 e 10
Tema 2: Teorias e Modelos pedagógicos.
Sumário: Pedagogia de interestruturação: a pedagogia crítica de Paulo
Freire.

Entende-se por Pedagogia de interestruturação ao conjunto de convicções que


determinados teóricos apresentam partindo de princípio de que a educação é

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um processo consciente e interno porém, é desenvolvida sobre influência
externa.
Neste modelo, o papel do professor é o de orientador no PEA. O estudante
interage com o conhecimento e, como resultado desta acção, aprende
elementos que são estruturados segundo a capacidade do aprendiz.
É baseado na teoria de Piaget (1973), em que o conhecimento é gerado por
meio de interacções do sujeito com o seu meio. Assim sendo, a aquisição de
conhecimentos depende tanto das estruturas cognitivas do sujeito como da sua
relação com os objectos.

A Pedagogia Crítica de Paulo Freire.

Paulo Reglus Neves Freire, brasileiro, nascido aos 19 de Setembro de 1921,


morreu, de ataque cardíaco, em São Paulo, no dia 2 de Maio de 1997.
O pedagogo brasileiro, criou o método de alfabetização baseiado num conjunto
de técnicas de animação de grupos que visam a tomada de consciência dos
aprendizes face à existência de uma sociedade desigual e opressa.
A educação bancária inclui toda a educação centrada nos conteúdos e nos
professores e encara o aluno como um recipiente de matérias previamente
preparadas pelo professor. A mente do aluno é vista como uma tábua rasa
onde o professor deposita um conhecimento já feito, e ele chamou , por vezes,
esta educação de educação digestiva.
A educação libertadora é a educação proposta pelo Paulo Freire, e que
consiste na tomada de consciência da exploração e da opressão e da
necessidade de integrar a luta colectiva a favor da transformação social.
A alienação é um termo que Freire foi buscar a Karl Max e que se refere ao
domínio das pessoas por élites poderosas e à divisão social do trabalho, com
meios de produção e a riqueza material nas mãos de poucos. Alienação é
ampliada e sustetanda pela educação bancária, uma vez que esta legitima as
desigualidades sociais e impede os oprimidos de tomarem consciência dos
seus direitos.
A conscientização é um processo contínuo que permite ao aprendiz ganhar a
consciência crítica, tomar a consciência da opressão e identificar as
contradições e as condições da alienação e opressão. Em certa medida,a

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conscientização é o nível superior da consciência crítica, o qual se atinge após
se ganhar uma consciência política que conduz o aprendiz a integrar-se na luta
política pela revolução socialista.
A colegialidade é uma forma de organização social baseada na partida do
poder entre todos os membros da organização. A cultura do silêncio é a cultura
típica dos paizes colonizados ou das comunidades sujeitas à opressão. As
pessoas desprovidas de poder não são ouvidas nem vêem a sua cultura
expressa no currículo escolar, uma vez que o poder dominante as pretende
reduzir ao silêncio.
O método dialógico caracteriza-se pela cooperação e mutualidades nas
relações entre o educador e os aprendizes, exigindo uma atmosfera de
aceitação mútua, respeito, compreensão e comunicação horizontal.
Em suma, na crítica do Paulo Freire, o sujeito da educação não é a pessoa,
mas sim o colectivo, ou seja, o povo oprimido; a aprendizagem baseia-se nas
experências quaotidianas do colectivo e não da pessoa; a finalidade da
educação não é a libertação da pessoa, mas sim do povo oprimido; o proposito
da educação é preparar o povo para a revolução social, ensinando as massas
a comprometrem-se social e politicamente; a acção educativa tem uma
projecção polítca evidente.

Características deste modelo pedagógico


- O sujeito é sempre um elemento activo.
- Os objectivos pedagógicos são centrados nos alunos
-O uso de um método que leva ao descobrimento por parte do estudante ao
invés de receber passivamente através do professor
- A aprendizagem é um processo construido internamente
- A aprendizagem depende do nível de desenvolvimento do sujeito
- A aprendizagem é um processo de reorganização cognitiva
- Os conflitos cognitivos são importantes para o desenvolvimento da
aprendizagem
- A interacção social favorece a aprendizagem
Na Pedagogia da interestruturação os estudantes precisam tanto de
conhecimentos técnicos (científicos) quanto de habilidades não técnicas para

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ter éxito nas suas carreiras académicas (científicas) e/ou profissionais
(mercado de trabalho).

Lição # 11
Tema 3: O construtivismo.
Sumário: A construção do conhecimento e o desenvolvimento humano.
O construtivismo é uma corrente epistemológica válida. Este modelo indica que
o conhecimento se desenvolve a partir das diferentes construções que um
indivíduo faz sobre o que está ao seu redor a partir de esquemas mentais que
já tem previamente definido.
Os seus máximos expoentes são: o Jean Piaget com o construtivismo
psicológico e o Lev Vigotsky com o construtivismo social.
Fundamentos epistemológicos
Na perspectiva epistemológica construtivista, o ser humano deixa de ser um
simples receptor passivos ou uma entidade meramente reactiva no acto de
conhecer.
No ponto de vista pedagógico, o construtivismo sugere que a verdadeira
aprendizagem humana se produz a partir das construções que cada aluno
realiza para conseguir modificar uma estrutura e conhecimentos prévios com a
finalidade de alcançar um maior nível de complexibilidade, diversidade e
integração diante do mundo.
Para Piaget (1968), o construtivismo assume que a criação dos novos
conhecimentos é promovida quando a pessoa interage com o objecto de
conhecimento e a mesma pessoa insiste novamente na necessidade de
comparar o que é aprendido em sala de aula com a realidade.
Importância do construtivismo
É uma corrente pedagógica que fornece ferramentas ao aluno para que ele
seja capaz de construir o seu próprio conhecimento, fruto de experiências
anteriormente obtidas no meio que o rodeia.
Principais caraterísticas
- O aluno é responsável do seu próprio processo de aprendizagem;
- É o aluno que constrói o conhecimento;
- O ensino centra-se na actividade mental construtiva do próprio aluno;

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- O aluno não é manipulado, não é explorado mas lê, escuta, analisa, debate,
cria, etc.
- O papel do professor neste modelo é de moderador, coordenador, facilitador,
mediador, um participante mais de experiências propostas e um guia.
- O construtivismo baseia-se principalmente na construção de conhecimentos e
não na sua reprodução.
- A sua ideia principal é que a aprendizagem seja construída.

Lição # 12 e 13
Tema 3: O construtivismo
Sumário: Aprendizagem Significativa.
A aprendizagem significativa é uma teoria desenvolvida pelo psicólogo David
Ausubel. Nela, trata-se de responder as interrogantes tão interessantes como:
- como trabalha a mente humana para adquirir informação?
- como devem os professores apresentar as novas informações aos estudantes
na sala de aula?
Aprendizagem significativa é um tipo de aprendizagem onde o aluno utiliza os
seus conhecimentos prévios para adquirir conhecimentos novos mediante uma
participação activa para conseguir adquirir e reter os conhecimentos novos de
maneira mais efectiva.
Este modelo pedagógico, considera como algo muito importante, que o docente
possa identificar os diferentes tipos de resultados de aprendizagem que são
produzidas na sala de aula. Propõe que para cada tipo, deverá o docente
proceder com um ensino que contemple condições diferentes externas, é dizer,
em correspondência com as aprendizagens em questão.
Para classificar os resultados de aprendizagem, sugere duas dimensões
independentes:
1. A forma em que se apresenta o material informativo ao estudante
(aprendizagem pode ser, por recepção ou por descobrimento)
2. A maneira em que o estudante incorpora, integra a informação a sua
estrutura cognitiva (aprendizagem pode ser por repetição ou
memorístico, e também significativa ).
A aprendizagem por recepção: o aluno, na sua tarefa de aprendizagem não
tem que fazer nenhum descobrimento independente, somente lhe é exigido que

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interiorize a matéria apresentada para que possa reproduzi-la posteriormente.
Para Ausubel esta aprendizagem pode resultar significativo. E acrescenta que
o maior número do estudo se adquire mediante esta aprendizagem.
Aprendizagem por descobrimento: não se lhe abastece o relevante da tarefa ao
aluno, senão que ele o descobre antes de incorporar o significativo a sua
estrutura cognitiva, por isso, sugere- se que este tipo de aprendizagem permite
resolver os problemas cotidianos, e facilita que o conteúdo resulte significativo.
Aprendizagem por repetição ou memorístico: a tarefa consta de
associações arbitrárias, o alunos carece de conhecimentos prévios, por tanto
internaliza de modo arbitrário, ao pé da letra.
Aprendizagem significativa: o aluno relaciona substancialmente (não ao pé
da letra) o material novo com a sua estrutura cognitiva. Esta, é a aprendizagem
mais importante.
 Esta aprendizagem significativa divide a sua vez em três tipos de
aprendizagens fundamentais:
1. Aprendizagem Significativa por representações: Aquisição de
vocabulário, previamente à formação de conceitos e posterior a esta.
2. Aprendizagem Significativa por conceitos: Formação (a partir dos
objectos), Adquisição (a partir dos conceitos preexistentes). Na
formação se contempla a contemplação de hipóteses e na adquisição se
contemplam os princípios de diferenciação progressiva (conceito
subordinado), de integração hierárquica (conceito supraordinário) e a
combinação (conceito do mesmo nível hierárquico.
3. Por proposições: A partir dos conceitos preexistentes.
O que é necessário para que exista a aprendizagem significativa: Para se obter
uma aprendizagem significativa, requere – se de duas condições
fundamentais:
1. Que o estudante tenha uma actitude positiva na aprendizagem, quer
dizer, esteja disposto a relacionar a nova informação que recebe com a
sua estrutura cognitiva
2. Que a tarefa da aprendizagem seja potencialmente significativa para
cada estudante.
De igual modo, para que exista a aprendizagem significativa, tem que
dar-se uma interação entre a informação nova e as ideias existentes na

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estrutura cognoscitiva dos alunos. Esta estrutura refere-se ao conteúdo
total e a organização das ideias que um indivíduo possui em qualquer
área do conhecimento.
Na sala de aula esta estrutura representa a experiência que têm os
estudantes no momento de aprendizagem. Por tanto é necessário que o
professor verifique estas experiências e ensinem os alunos em função
das mesmas.
Outra estratégia para que exista a aprendizagem significativa é o uso
dos mapas conceptuais:

Lição # 14
Sumário: Os mapas conceptuais.
A ideia de que os alunos realizem esquemas conceptuais inicia-se com a teoria
de Jean Piaget atraves do seu construtivismo. Porém, o criador dos mapas
conceptuais foi o Psicólogo, Josehp Novak. Eles, são uma premissa direita da
teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel.
Os mapa conceptuais segundo o Ontoria, são recursos esquemáticos para
apresentar um conjunto de significados conceptuais incluídos numa estrutura
de proposições.
Um mapa conceptual, é uma estrutura gráfica, que ajuda a organizar ideias
para representá-las em formas de conhecimentos, conceitos e informações de
modo esquematizado.
Estrutura externa dos mapas conceptuais
1. Termos conceptuais: o Novak, assume como conceito uma
regularidade nos acontecimentos ou nos objetos que se designam
mediante algum termo, para ele, desde uma perspectiva do indivíduo, os
conceitos têm algumas características como:
a) São imagens mentais que provocam as palavras ou signos com os quais
se expressam as regularidades.
b) Essas imagens têm elementos comuns em todos os indivíduos e
matizes pessoais, quer dizer, os nossos conceitos não são exatamente
iguais ainda que usemos as mesmas palavras. Os significados são
idiossincráticos por natureza.

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c) Este caracter idiossincrático, se explica pela forma peculiar em que cada
um capta inicialmente o significado de um termo, a experiência
acumulada a respeito, os sentimentos e emoções que provoca.
2. Proposições: formam- se ao unir dois ou mais conceitos mediantes
palavras (palavras de ligações), confirmando uma unidade semântica
que afirma ou nega algo de um conceito.
3. Palavra de ligação: escrevem –se com letras minúscula, junto as linhas
de união para aclarar o sentido do que se expressa.
4. Relações entre conceitos mediantes linhas de união: estas linhas,
geralmente nos mapas conceptuais carecem de setas, o que não
sucedem em outros tipos de esquemas.
Características internas dos mapas conceptuais
1. Hierarquização: os mapas conceptuais estão dispostos pela ordem de
importância ou de inclusividade. Os conceitos mais inclusos ocupam os
lugares superiores da estrutura gráfica. Portanto, começa-se com os
conceitos concretos gerais e logo se desenvolve com os particulares e
específicos. Os exemplos se situam nos últimos lugares. Num mapa
conceptual um conceito deve aparecer somente uma vez, e se lê de
cima a baixo.
2. Seleção: selecionam- se os termos que façam referência aos conceitos
nos que convém centrar a atenção.
3. Impacto visual: sugere-se para um melhor impacto visual dos mapas
conceptuais, que se destaquem os termos conceptuais com letras
maiúsculas e enquadrados com elipses.
Outras características dos mapas conceptuais
- Partem duma ideia inicial, ideia central e as ideias secundárias;
- Uso de palavras: nos mapas conceptuais, permitem-se nodos com várias
palavras mais concretas e curtas, esta ferramenta se compõe de discripções ou
definições.
- Uso de cores: nos mapas conceptuais usam-se poucas cores, pois está mais
enfocado na esquematização do tema.

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Lição # 15
Tema 3: O Desenvolvimento Curricular.
Sumário: o Currículo.

A teoria sobre o currículo foi formalizada pela primeira vez por Bobbit, com o
seu famoso livro The Curriculum (1918), sendo por isso considerado o pai do
currículo em Educação. O Bobbit, foi inspirado nas ideias de Taylor, que
publica uma obra em 1911 com o título The Principles of scientific
Management, destinada à reorganização eficiente da produção industrial em
larga escala. Com efeito, Bobbit associa a escola à fábrica , a criança à matéria
prima a ser moldada em adulto, produto final visado, através da ação do
professor.
O termo currículo tem origem na palavra currere, que significa carreira ou lugar
onde se corre, percurso a ser seguido ou carreira. A sua transposição para o
âmbito escolar implicou ressignificação do termo, começando a ser entendido
como listagem de conteúdos a ser seguida no acto educativo sob a égide da
escola.
Para Zabalza ( 1987), o currículo é um conjunto de pressupostos de partida,
das metas que se desejam alcançar e dos passos que se dão para alcançar; ou
ainda conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes, etc. que são
consideradas importantes para serem trabalhados na escola ano após ano.
Segundo a UNESCO, currículo são todas actividades, experiências, materiais,
métodos de ensino e outros meios utilizados pelo professor para alcançar os
fins da educação.
Para Ribeiro, o currículo é:
- Lista de disciplinas/ matérias de ensino (e respectivos tempos atribuídos);
- lista e / ou esquema de conteúdos programáticos;
- Sequência organizada de conteúdos de ensino (o que se ensina)
- Série de objetivos de ensino (para que se ensina)
- Manuais e materiais didácticos (para o professor e / ou aluno) (com que se
ensina)
- Métodos e processos de ensino (como se ensina)
- conjunto de experiências / actividade na escola.
- legislação escolar.

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Modelos curriculares
Os modelos curriculares sãos as formas de organização de currículo e na
perspectiva do Ribeiro, podem:
Baseado em disciplinas: conteúdos curriculares e pragmáticos, com métodos
de ensino, de avaliação e de meios de ensino logicamente estruturados e
organizados em disciplinas separadas.
Baseado em núcleo de problemas / temas transdisciplinares: os conteúdos
curriculares são tratados de forma integradora, aproximando os saberes aos
problemas sociais actuais e relevantes a resolver.
Baseado em situações e funções sociais: consiste no atendimento das
necessidades e interesses inmediatos dos alunos relativos à aprendizagem,
mediante interação e envolvimento activo com o seu nome.
Características do currículo
Segundo o Zabalza, existem cinco características intrínsecas ao Currículo:
1. Centrado na escola: a concepção programática dos elementos
estruturantes do currículo compete à escola de modo a reflectir as condições
sociais e culturais, bem como as necessidades e interesses mais pertinentes à
realidade do contexto.
2. Relacionados com os recursos do meio ambiente: pressupõe que a
escola deve identificar- se de forma inequívoca com a localidade em que se
encontra, aberta às necessidades e interesses locais; ou seja uma escola da
localidade e daquela localidade.
3. concentrado no consenso: concepção baseada na programação da
própria escola mediante participação activa dos actores da escola;
possibilitando o despontar de uma comunidade escolar e educativa.
4. Relacionado com as experiências dos alunos: oportunizar a formação
que integra as dinâmicas sociais, escolares, pré-escolares, o cognitivo- com o
efeito e psicomotor, realidades que envolvem a escola.
5. Clarificadores para os professores, pais e alunos: acaba sendo um
currículo consensual que contempla os vários compromissos em tornos dos
projectos educativos da escola.
Tipos de currículos

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Aberto: representa processos de revisão e organização de sabres e práticas
curriculares que resultam de reflexão e crítica. Fundamentalmente dos
professores, gerando criativa, inovação e descoberta e contexto de ensino –
aprendizagem.
Fechado: refere-se a um conjunto de objetivos, sabes, práticas e
procedimentos de ensino e de aprendizagem invariáveis e determinada pela
estrutura central da política educativa, para todos os contextos educativos sem
distinção das realidades culturais, sociais e econômicas.
Real: refere-se aquilo que é realmente praticado no processo de ensino-
aprendizagem com recurso as métodos, estratégias, e técnicas de avaliação,
procurando garantir a aprendizagem dos alunos.
Oculto: representa o conjunto de saberes, práticas e experiências que os
alunos adquiram no espaço escolar, fruto de variedade de interações entre si,
com os professores, diferentes materiais presentes na escola.
Nulo: representa conjunto de saberes e práticas previstas no currículo oficial,
mas não abordados ou substituídos por outros por serem considerados como
supérfluos pelos professores; portanto, saberes mortos.
Extracurricular: Trata- se de actividades feitas no quadro escolar, mas fora do
currículo e das aulas habituais, visam o aproveitamento de tempos livres.
Formal ou oficial: refere-se ao conjunto de saberes e práticas programadas
oficialmente e de realização obrigatória pelas escolas, servindo de orientação
aos gestores escolares, professores e administração, gestão e controlo do
processo de ensino – aprendizagem.
Percebido: Designa a leitura que os professores do currículo formal; é o modo
que o compreendem e assimilam. Este currículo acaba por ser a interpretação
que os professores fazem do currículo formal ou oficial.
Informal: representa o conjunto de sabres e práticas não programadas que o
sujeito adquire tanto em espaços escolares como em outros lugares de
convivência social.
Flexível: refere-se a programação de objetivos gerais (finalidades da
educação) para todos os contextos sociais, culturais e econômicos de um
determinado país, mas que admite as diferenças, possibilidades variadas e
(diferenças) oportunidades de atingi-las nas diversas realidades que o
integram.

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Inclusivo: trata- se ao currículo que responde a necessidade de reconhecer,
respeitar e entender as inúmeras diferenças entre os alunos, consubstanciados
no ritmo e estilo de aprendizagem, ou seja, aquele em que se atende a
diversidade cultural, econômica, capacidades e descapacidades.
Experiencial ou aprendizagem: Designa o que os alunos aprendem. É o
conjunto dos objectivos que o aluno atingiu e conteúdos que passou a dominar.
Lição # 16 e 17
Tema 3: O Desenvolvimento Curricular.
Sumário: Programa e programação.
O currículo é o conjunto de pressupostos de partida, das metas que se
desejam alcançar e dos passos que se dão para as alcançar, por tanto, o
verdadeiro currículo, deve obedecer a um programa que é desenvolvido
através da sua programação, assim como obedecer um conjunto de princípios
para o seu desenvolvimento.
Programa: é um documento de carácter nacional ou autonómo onde é
indicado o conjunto de conteúdos e objectivos a considerar para cada nível de
ensino.
O programa deve integrar determinadas condições como:
- Brindar as habilidades aos alunos e os professores;
-Ter a virtualidade de integrar o antigo e conhecimento novo;
- Dar suficiente espaço de propostas e sugestões a assumir pelos professores
na programação;
- Ser publicitado de forma a que todos os docentes conheçam as disposições
em si mesma.
Características do programa
- Nível de linguagem: estar descrito em termos claros e compreensíveis; não
deixar dúvidas.
- No que se refere aos destinatários: deve ser praticado e constituir uma
ajuda ao trabalho dos docentes.
Programação: É a parte fundamental para conseguir aplicar o programa
porém, já pensado e dirigido a contextos locais mais próximos à realidade.
São operações que os professores em equipa ou isoladamente levam a cabo
com a finalidade de organizar a nível local a actividade didáctica.

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Baseados no programa, os professores tomam decisões respeito aos
conteúdos, para tratar de responder às exigências do entorno.
A programação reúne as seguintes condições:
- A qualidade e amplitude das alternativas a adoptar;
- Adopta decisões ao nível dos conteúdos
- Noção de integração= conteúdos - actividades e de sentido.
- Noção de globalidade= pesperctiva ampla do que se quer fazer
- Noção de situação geral, estrutural ou conjuntural de cada escola ou turma.
Caracteristicas da programação
1. Adequação: a programação curricular deve adequar-se a um determinado
contexto.
2.Concretização: deve concretizar o plano de atuação se será dada na sala de
aula, e que seja um instrumento útil ao docente.
3. Flexibilidade: deve ser entendido como um plano de atuação aberto, como
uma hipóteses de trabalho que pode e deve ser revisado, parcialmente ou no
seu todo.
4. Viabilidade: é necessário que a programação seja viável para que possa
cumprir adequadamente com as suas funções, que se ajuste ao tempo
disponível e que conte com os espaços e recursos previstos para cumprir com
o programa.
5. Aberto: está concebida à incorporação de competências, capacidades,
conhecimentos e atitudes que permitam à realidade respeitando à diversidade.

Lição # 18 e 19
Tema: Desenvolvimento Curricular
Sumário: Princípios básicos do desenvolvimento curricular
1. Princípio da realidade: Implica a necessidade de adaptação do currículo e
dos programas oficiais às condições reais em que ocorre o PEA (contexto
socioeconómico, cultural, escolar, características dos alunos e recursos
disponíveis).
2. Princípio de racionalidade: o professor deve saber por que faz o que está
a fazer, ou seja, todas as acções e decisões do professor deve ter uma
justificação racional.

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3. Princípio de sociabilidade: recomenda a procura de um consenso entre as
divergências mostradas pelos pais e pelos professores, entre professores com
a direção,etc. procurar um espaço de comunicação negociável.
4.Principio de publicidade: as decisões e opções acerca do PEA devem ser
claramente explicitadas antes e durante a sua realização.
5. Princípio de intencionalidade: as acções e decisões do professor devem
ter um propósito claro e visar fins desejados.
6. Princípio de organização ou sistematicidade: os componentes da
intervenção didáctica (objectivos, conteúdos, métodos, estratégias) devem
articular-se correctamente.
7. Princípio de selectividade: é preciso saber fazer escolhas, privilegiar o
essencial e eliminar o desnecessário ou redundante.
8. Princípio da reserva da capacidade de decisão: o professor deve ser
capaz de tomar decisões mais ajustadas à situação real quando esta não seja
a prevista nos planos.
9.Princípio de hipotecidade: orientações abertas, submetidas e expostas a
críticas, correções na teoria e na pratica.

Lição # 20
Tema 3: O Desenvolvimento Curricular.
Unidade: Função da educação e da escola.
Sumário: O papel do professore como planificador

O professor é o protagonista e o responsável do ensino, participa a partir dos


seus saberes, no enriquecimento dos conhecimentos e valores mais
apreciados da cultura e da sociedade.
Assume a direção criativa do processo de ensino- aprendizagem, planificando
e organizando situações de aprendizagem, orientando aos alunos e avaliando
o processo e o resultado.
Baseia a sua autoridade como profissional no conhecimento da sua disciplina,
na metodologia do ensino e no domínio da ciência, da pedagogia e da didática,
e na contribuição do crescimento e desenvolvimento humano. Coordena grupo
de estudantes, oferecendo –lhes os elementos de analises que proveem dos
referentes teóricos- metodológicos sistematizados na ciência e na cultura, com

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o propósito de ajudar-lhes a vencer os obstáculos da tarefa de aprendizagem e
contribuir na formação integral.

Lição # 21
Tema 3: O Desenvolvimento Curricular.
Sumário: Critérios para o desenvolvimento curricular.

Segundo o Zabalza, os critérios para o desenvolvimento curricular são:


Pluralismo: a relação entre a educação e democracia, capacidade de
conviver, socialização antiautoritária, baseia- se no consenso social, escola de
investigação, métodos e diversificação. Implica que a escola atenda os
princípios, problemas e tradições da comunidade. Utiliza um modelo formativo
que não se caracteriza or uma instrução dogmática e rígida.
Continuidade: as várias escolas situadas no percurso escolar dos alunos se
coordenem para garantirem uma unidade educativa. É um indicador da
racionalidade e potência do desenvolvimento individual, conecta momentos
precedentes e consequentes na busca da continuidade pedagógica,
institucional e curricular.
Integração: conexão dos níveis cognitivos e instrutivos com os sociais e
afectivos para o desenvolvimento integral do aluno.
Alfabetização cultural: a escola realiza uma autêntica alfabetização cultural
de toda população infantil no sentido de facilitar o acesso de todos elementos
essenciais da cultura.
Abertura: diz respeito às necessárias interacções entre a escola, a família e a
comunidade.

Lição # 22
Tema 4: Planificação.
Sumário: O objetivo do PEA.

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É o componente reitor do PEA, os objectivos são os propósitos e aspirações
que durante o processo vão conformando-se no modo de pensar, sentir e
actuar dos estudantes.
Objectivo: é uma descrição clara do que se pretende alcançar como resultado
de uma actividade e tem os seguintes níveis de definição: Domínio cognitivo,
domínio afectivo e domínio psicomotor.
Responde à pergunta: para que ensinar e aprender?
Os objetivos têm três funções básicas:
1. Função dirigida a determinar o conteúdo do ensino: Mediante os
objetivos de ensino se determinam uma série de documentos e meios do PEA
como são os planos e programas de estudo e os livros de textos, nos quais se
plasma o conteúdo de ensino.
2. Função orientadora: Os objetivos guiam a atividade do professor e os
alunos. No primeiro caso, orientam ao professor na sua atividade como
dirigente do processo de ensino- aprendizagem, assim em cada tema, a
decisão que este adopta deve estar em consonância com os objetivos da aula,
Desde o ponto de vista do aluno, a função orientadora lhe permite também
orientar-se até onde deve dirigir sua atenção.
3. Função avaliativa: Quando o ensino é efectivo?
Os objetivos sem dúvidas constituem critérios para determinar a efetividade do
ensino. Os objetivos constituem o modelo para estabelecer a retroalimentação
do processo de ensino- aprendizagem mediante o qual confirmamos a
efetividade do nosso ensino ou advertimos as deficiências.
Critérios para se determinar os objetivos
 Devem expressar-se de maneira clara, que não deem lugar a várias
interpretações.
 Devem referir-se ao comportamento dos alunos e não do professor.
 Devem especificar o que o aluno deve realizar
 Devem ser compreensíveis.
 Os verbos devem estar no infinitivo
 Devem expressar o que é realmente possível fazer

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Lição # 23
Tema 4: Planificação.
Sumário: O conteúdo do PEA

O conteúdo do PEA responde à pergunta didáctica: O que ensinar, o que


aprender?.
São conjunto de conhecimentos, habilidades e hábitos formas de
comportamentos, definições das realidades, estratégias de investigação,
teorias e paradigmas que são construídos e organizados em forma de
conhecimentos para serem apropriados pelos alunos.
A partir das distintas posições e marcos teóricos como Piaget, Bruner, Ausubel,
Steanhouse, Wheeler, etc. coincidem em sinalarem o valor importante mas não
determinante dos conteúdos, no desenho curricular.
Para as aulas modernas, exige-se uma seleção rigorosa dos conteúdos, e o
uso de métodos e procedimentos que garantem a assimilação consciente
destes, que possibilitam o desenvolvimento das capacidades, habilidades
gerais e especificas, que promovem a actividade criativa e a formação de
atitudes, sentimentos e qualidades positivas da personalidade.
 O conteúdo do PEA, compreende:
 Um sistema de conhecimentos, pensamento, técnicas e métodos,
acções, que garante a concepção científica do mundo.
 Um sistema de hábitos e habilidades que asseguram o modo de actuar.
 Experiências de actividades criativas;
 Um sistema de normas e de relações com o mundo e os demais
homens; assim como as formação das convicções e ideais.
Para selecionar adequadamente o conteúdo do PEA, deve se ter em conta
uma série de factores:
Factor Social: trata-se das perspectivas sociais, a revolução científico-técnica
e aspecto ideológico.

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Factor psicológico: o conteúdo deve ser ajustado com as características
psíquicas dos alunos.
Factor Didáctico ou Pedagógico: a determinação das condições concretas
do ensino-aprendizagem, isto é, a inter-relação que se estabelecem entre o
objetivo, conteúdos, métodos, meios, avaliação e formas de organização.
Factor Lógico: expressa a ordem cronológica com que se expõem os
conteúdos, a ordem da prioridade, em função dos níveis dos alunos,
características, especialidades, etc.
Critérios para selecção dos conteúdos
Validade: Os conteúdos seleccionados devem ser dignos de confiança e
actualizados.
Flexibilidade: Os conteúdos seleccionados devem estar sujeitos a
modificações, adaptações, renovação e enriquecimentos.
Significação: Os conteúdos seleccionados devem estar relacionados com as
experiências dos alunos. Um conteúdo terá significado para o aluno quando
além de despertar o seu interesse, levá-lo-á por iniciativa própria a aprofundar
o interesse.
Utilidade: Refere-se ao uso do conhecimento em situações novas.
Viabilidade: Devem ser seleccionados conteúdos que possam ser aprendidos
dentro das limitações do tempo e recursos disponíveis.
Os documentos onde se expressam o conteúdo:
O plano de estudo;
O programa curricular;
O programa da disciplina;
Enciclopédia;
Wikipédia;
Livros de textos, etc.

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Lição # 24
Tema 4: Planificação.
Sumário: O método do PEA.

Do latín “methodus” e do grego “méthodos” que significa caminho para fazer


uma coisa com ordem.
É o caminho ou via a seguir para alcançar um fim, constitui o objecto de estudo
da Metodologia.
O método é a maneira de fazer as coisas ou a forma de trabalho com factos e
conceitos de modo sistemático. É o caminho que nos conduz a um lugar.
Responde à pergunta didáctica: como ensinar, como aprender?
Segundo o Klingberg, método é a principal via que toma o professor e o aluno
para alcançar os objetivos preconizados, para ministrar a aula e assimilar o
conteúdo.
O método tem a ver com a sequencias das ações do professor que tende a
provocar determinadas ações dos alunos, e sequencia das actividades do
professore e os alunos dirigidas a alacançar os objetivos.
No PEA, podemos utilizar:
Métodos tradicionais: é o que está centrado naquilo que vai realizar ou dizer
o professor e não na participação do aluno, são: mecânicos, reprodutivo,
narrativos, exercitação, etc.
Método passivo: aqui, acentua-se a actividade do professor, permanecendo
os alunos em atitude passiva, por exemplo, os ditados, leituras nos livros de
textos e depois reproduzidas de memória; perguntas e respostas, com a
obrigação de apresenta-las em memória, etc.
Métodos activos: no desenvolvimento da aula conta-se com a participação do
aluno e o professor converte-se em um orientador, um guia, um incentivo e não
um transmissor do saber ou ensinador.
Método expositivo: Consiste na transmissão dos conteúdos mediante a
exposição oral do docente, neste método, o aluno toma um papel receptivo.
Pode combinar várias técnicas como audiovisuais.

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Método demonstrativo: Consiste na transmissão dos conteúdos através da
demonstração prática.
Método interrogativo: a comunicação entre o aluno e o professor se realiza a
través de preguntas, pelo que o aluno vai encontrando paulatinamente os
conteúdos de aprendizagem.
Elaboração conjunta: é a reprodução conjunta dos conhecimentos, onde de
forma activa todos os alunos participam.
Explicativo: transmissão dos conhecimentos através da explicação.
Ilustrativo: demonstrações com ajudas de meios de ensino, como imagens,
cartazes, vídeos, etc.

Lição # 25
Tema 4: Planificação.
Sumário: Os meios do PEA.
Os meios são os componentes do PEA que dão origem a estimulação ao
aluno, estabelecem uma relação muito direita com os métodos.
Trata-se todos os materiais, que o aluno e professor necessitam para uma
condução efectiva do PEA.
Respondem à pergunta: com o que ensinar –aprender?
Podem ser considerados objectos naturais, conservados ou suas
representações, materiais, instrumentos ou equipamentos que formam parte da
actividades dos docentes e estudantes.
Permitem a facilitação do processo, já que servem de apoio material para
apropriação dos conteúdos e complementam os métodos para o alcance dos
objectivos.
Funções dos meios de ensino-aprendizagem
- Facilitam a comunicação;
- Motivam a aprendizagem;
- Aumentam a concentração;
-Propiciam a aprendizagem mais rápida;
- Economiza o tempo, etc.
Classificação dos meios de ensino- aprendizagem
Não há uma classificação de meios de ensino universalmente aceite, portanto,
podemos classificá-lo da seguinte maneira:

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Meios visuais: diapositivos, computadores, quadro eletrônico, sistema de
apresentações, animais, imagens etc.
Meios auditivos: Rádio, gravações, discos, a voz do homem ou animal, etc.
Meios audiovisuais: televisão, Ipad, telefones, filmes, cinema, etc.,
Meios de apoio à comunicação oral: o quadro, cartazes, ilustrações, etc.
Meios de substituição ao reforço da ação do professor: livro, fascículo,
máquina calculadora, cadernos, vídeo educativo, sistema de multimídia, etc.
Meios de informação contínua e a distância: pagina web, videoconferência,
correio eletrônico, chat, facebook, WhatsApp, sistema de teleformações, etc.
Meios de experimentação: microscópios, materiais do laboratório, etc.
Outros meios: giz, apagador, régua, ferramentas, diagramas, tabelas,
gráficos, maquinas de indústrias, etc.
Vantagens dos meios de ensino
Trazem o valor da vida real a aprendizagem;
Reduzem o nível de abstracção;
Economizam o tempo;
Motivam o aluno.

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