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CONSENSO, VERDADE E DIREITO
3.1. A primeira ideia que queriamos, desde ja, tornar clara, quando
tentamos desvendar o sentido preciso de tal afirma§ao, é a de que o
que se convoca, o que se tern como primeiro elemento para a analise
hermenéutica, é um processo legiferante. O que temos perante nss nao é,
nem de longe nem de perto, a re0exao sobre a razâo de ser ou o /uit-
damento do direito ou mesmo da lei positiva. Com efeito, também aqui
nos remetemos a uma perspectiva que aceita que o consenso nao é, de
maneira radical, pelo menos em nosso modo de ver, um pressuposto da
legitirnidade material do direito ou mesmo da prfipria lei positiva mas
antes e tao-so — aqui, reafirmemo-to também, de maneira irrenuncia-
ve1 — um elemento essencial da procedimentalidade que leva a uma
sustentada e legitimo-constitucionalmente fundamentada produpao do
chamado ius positum.
Prende-se, é evidente, esta separapao das aguas, quanto ao funda-
mento do direito e quanto a sua produ§ao, com a visao que temos no
que a tais matérias diz respeito. Assim, facil é de perceber que o direito
que se chama a debate é, por antonomâsia, o direito positivado e que,
para além disso, vemos no fundamento do direito — enquanto ideia
regulativa e dado onto-antropologico —, como raiz primeira, a inesca-
pavel tensao, conflitualidade, afirmapao de alteridades que a relapao de
cuidado para com o outro nao pode deixar de traduzir.
Ora, nao nos podemos esquecer que tanto do direito que nos
envolve, em todas as circunstincias, e que, do mesmo jeito, condiciona