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Aos 13 anos teve uma suspensão de processo, com plano de conduta que cumpriu.
Atualmente tem uma medida de acompanhamento educativo (AE) pelo período de 18
meses, decorrente da prática de um crime contra a integridade física e um crime de
furto.
Serafim vive com os pais e duas irmãs mais novas, numa zona suburbana da área da
Grande Lisboa, sem problemas de exclusão social nem criminalidade. O pai é motorista
da Carris e a mãe ajudante de cozinha. O pai entra cedo no trabalho, mas por volta das
17h30 está em casa. A mãe trabalha das 11h às 21h, num restaurante. No entanto, e
apesar de terem horários desencontrados, não conseguem supervisionar eficazmente
o quotidiano do jovem, o qual diz ao pai que a mãe lhe dá autorização para ficar na rua
com os amigos até às 20h, apesar de a mãe lhe dizer que tem de ir para casa às 18h,
para ajudar o pai e as irmãs. O pai do jovem é muito permissivo, deixando o filho fazer
o que quer, mas a mãe é mais rígida e tenta impor regras ao jovem.
Nos tempos livres, gosta de ficar no jardim da sua rua com os amigos à conversa, e
quando a mãe não o deixa sair fica a ver TV ou a ouvir música no seu quarto. Os seus
amigos são jovens da sua idade, com problemas escolares (retenções e mau
comportamento), tendo alguns deles processo tutelar educativo devido a tráfico de
estupefacientes e pequenos furtos. Aliás foram estes amigos que lhe deram haxixe
para experimentar, quando tinha 14 anos. No entanto, o jovem fuma apenas quando
vai a festas com os amigos. Nunca praticou nenhum desporto, mas refere que gostaria
de jogar futebol num clube. Os pais inscreveram-no nos escoteiros quando tinha 8
anos, para tentar que ficasse menos explosivo, mas só foi lá durante 3 meses, porque
não gostava das atividades. É habitual na escola, Serafim agredir colegas, ou chamar-
lhes nomes, sobretudo quando se sente frustrado ou acha que implicam consigo.
Quando os pais têm conhecimento destas situações, a mãe tenta castigá-lo, retirando-
lhe o telemóvel e dizendo que não pode estar com os amigos do bairro, em tempo
escolar, mas o jovem pede ao pai para o deixar ir ter com os amigos, e este consente.
Apesar da sua postura face aos factos, Serafim reconhece a necessidade de existirem
leis e tribunais, reconhecendo que por vezes ultrapassa os limites.