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Abastract: This present study examined whether the constitutional consensus reached
at the National Constituent Assembly on division of powers, and from which it derived
the Federal Constitution of 1988, has the capacity to achieve a Rawlsian overlapping
consensus in sight. To this end, we study first the concept of overlapping consensus
Rawls, what it is and how it can be achieved. Then lines about Federalism in Brazil and
the allocation of powers laid down in the Constitutional text are drawn. Finally, it is
concluded that the constitutional consensus on separation of powers is able to achieve
overlapping consensus considering that the autonomy of the member states is used
against their federal unit, which frontally affects the stability of institutions in Rawlsian
view.
INTRODUÇÃO
A unidade social deve estar apoiada num consenso acerca da concepção política e a
estabilidade será alcançada no momento em que as doutrinas constituidoras daquele
consenso forem aceitas por todos que de alguma forma atuam na sociedade.
Em Justiça como Equidade, John Rawls apresenta uma ideia abstrata de pessoa, que
é a concepção política de pessoa. Nesta concepção política, cidadãos de sociedades
democráticas possuem duas características: a concepção de bem e senso de justiça.
Além disso, dentro das sociedades democráticas, as pessoas professam e vivem de
acordo com várias doutrinas, que podem ser mais ou menos abrangentes. É justamente
pela existência dessa variedade de doutrinas que surge a principal questão tratada em O
Liberalismo Político, qual seja, a estabilidade política de uma sociedade democrática.
Mas como se alcança o consenso sobreposto? De que forma ideias tão abrangentes e
distintas podem atingir um consenso que venha propiciar uma sociedade justa e estável?
1
RAWLS, John. O Liberalismo Político. São Paulo: Ática, 2000, pg. 179.
O primeiro passo, ou estágio, seria um consenso constitucional não tão profundo, no
qual os princípios liberais de justiça, satisfeitos pela Constituição, são aceitos
simplesmente como princípios, e não como se fossem baseados nas ideias de sociedade
e pessoa de uma concepção política.
O consenso constitucional, segundo Rawls, além de não ser profundo, não é amplo:
inclui apenas “os procedimentos políticos do governo democrático”, e não a “estrutura
básica da sociedade”. É o consenso que Rawls chama de restrito e não profundo.
Entretanto é preciso começar com ele. A constituição é essencialmente um
procedimento e a justiça como equidade deve ser entendida como “justiça
procedimental.”.”2
Entretanto, esse consenso tem seus limites. Não diz, por exemplo, o que deve ser
feito para solucionar os conflitos de direitos fundamentais e nem explicita seu efetivo
alcance. O tipo de acordo que visa superar essa influência é o consenso sobreposto que
está apoiado nas ideias de pessoa e sociedade de uma concepção de justiça.3
3
WEBER, Thateu. Ética e Filosofia do Direito: Autonomia e Dignidade da Pessoa
Humana. Rio de Janeiro. Vozes, 2013. pg. 191-192.
a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, enquanto consenso
constitucional, pode alcançar o consenso sobreposto relativamente à repartição de
competências.
2. O FEDERALISMO
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“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II – orçamento;
III – juntas comerciais;
IV – custas dos serviços forenses;
V – produção e consumo;
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos
de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX – educação, cultura, ensino e desporto;
X – criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI – procedimentos em matéria processual;
XII – previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII – assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV – proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV – proteção à infância e à juventude;
XVI – organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º – No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a
estabelecer normas gerais.
§ 2º – A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados.
§ 3º – Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º – A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei
estadual, no que lhe for contrário.”
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“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e
conservar o patrimônio público;
II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas
portadoras de deficiência;
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
De outra banda, o próprio texto constitucional apresentou enorme preocupação com a
participação popular, ao invés de sublinhar um consenso social acerca dos objetivos da
descentralização do poder administrativo.
CONCLUSÃO
OBRAS CONSULTADAS
BASTOS, Celso Riberio. Curso de Direito Constitucional. 22. ed. São Paulo:
Malheiros, 2010.
OLIVEIRA, Neiva Afonso. Rousseau e Ralws: Contrato em Duas Vias. Porto Alegre,
EDIPUCRS, 2000.