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JOHN RAWLS

Justiça como equidade como


concepção política de justiça

Programa de Pós-Graduação em Filosofia


da UNIOESTE/Toledo
Disciplina: Filosofia Política
Contemporânea
Docente: Nelsi Kistemacher Welter
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Pretensão Rawls em TJ:

• elaborar, de maneira sistemática, uma teoria


substantiva de justiça, a justiça como
equidade, apresentando-a como alternativa a
outras teorias.

LP e demais obras de segunda fase:

• autocrítica e reformulação de alguns aspectos


da teoria rawlsiana da justiça.
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LP - O PROBLEMA DA ESTABILIDADE SOCIAL:


▪ os princípios de justiça passam a ser tomados como
expressando valores políticos, que podem ser objeto
de um consenso sobreposto; Questão da estabilidade:
▪ Como a estabilidade pode ser possível numa ▪ ponto de partida para a
sociedade caracterizada por um pluralismo razoável de reformulação da teoria da
doutrinas abrangentes? justiça como equidade,
▪ A questão central da obra passa a ser a seguinte: levando à escrita de O
liberalismo político.

[...] como é possível existir, ao longo do tempo, uma


sociedade estável e justa de cidadãos livres e iguais que
se encontram profundamente divididos por doutrinas
religiosas, filosóficas e morais razoáveis, embora
incompatíveis entre si? (RAWLS, LP 2011, p. xviii-xix).
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Esclarecimentos e acréscimos Condições para uma sociedade estável


feitos nas obras de 2ª fase: nas obras mais recentes (obras de 2ª
fase):
• além de reconstruir a teoria e
manter sua defesa, Rawls passa a ▪ os dois poderes morais dos cidadãos
(a capacidade de desenvolver um
enfatizar a importância da razão senso de justiça e de possuir uma
pública na caracterização das concepção de bem);
sociedades democráticas
contemporâneas e na justificação ▪ a sociedade bem ordenada e que seja
dos princípios vigentes. capaz de gerar a sua própria
sustentação;
• Correção à interpretação da ideia
de sociedade bem ordenada de TJ ▪ a ideia de consenso sobreposto.
e o acréscimo da ideia de consenso * É preciso esclarecer alguns aspectos da TJ,
sobreposto em LP. sobretudo o que diz respeito à possibilidade de
interpretação da justiça como equidade como
concepção abrangente e as consequências
disso.
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Teoria da justiça como equidade (2ª fase): “Uma característica essencial da sociedade
➢ substituição da defesa do projeto de uma bem ordenada, associada à justiça como
teoria moral por uma concepção política equidade, é que todos os seus cidadãos
de justiça. respaldam essa concepção com base no
que agora denomino uma doutrina
Principais mudanças em relação à TJ tem filosófica abrangente” (RAWLS, 2011, p.
relação com: xvi).
“[...] um esforço para resolver um grave LP = necessidade de superação das
problema interno à justiça como equidade, a inconsistências relacionadas ao problema
saber, aquele que surge do fato de que a da estabilidade.
interpretação da estabilidade na III parte de
“De resto, estas conferências consideram
Teoria não é coerente com a visão como um
que a estrutura e o conteúdo de TJ
todo. [...] diz respeito à ideia irrealista de permanecem substancialmente os
sociedade bem-ordenada, tal como aparece mesmos” (RAWLS, 2011, p. xvi).
em Teoria” (RAWLS, 2011, p. xvi; grifos do
autor).
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PROBLEMA CENTRAL DO LIBERALISMO POLÍTICO:


“Como é possível existir, ao longo do tempo, uma sociedade justa e estável de
cidadãos livres e iguais que permanecem profundamente divididos por doutrinas
religiosas, filosóficas e morais razoáveis? ” (RAWLS, LP, 2011, p. 4).

Introduz três ideias que ultrapassam a Outros elementos importantes da teoria


problemática desenvolvida em TJ: rawlsiana que passaram por revisão ou
▪ a ideia de uma concepção política de justiça alteração na segunda fase :
em contraposição a uma doutrina abrangente; ▪ a ideia de sociedade bem ordenada
▪ a ideia de um consenso sobreposto de ▪ a compreensão de sociedade como sistema
doutrinas abrangentes razoáveis; equitativo de cooperação social
▪ a ideia da razão pública. ▪ a compreensão das pessoas como sujeitos
* Essas três ideias retratariam suficientemente as políticos e não metafísicos
características e condições necessárias para uma ▪ a distinção entre pluralismo razoável e
sociedade bem ordenada tornar-se estável pelas pluralismo simples
razões certas (right reasons). ▪ a ideia de doutrina abrangente razoável
▪ a ideia de construtivismo político (LP: p.
xviii)
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JUSTIÇA COMO EQUIDADE COMO CONCEPÇÃO POLÍTICA


As sociedades democráticas são
Problema central: caracterizadas por um pluralismo de
▪ interpretação para o doutrinas (religiosas, filosóficas e morais)
problema da estabilidade abrangentes incompatíveis, no entanto,
razoáveis. Não é possível conceber, nas
▪ a “ideia irrealista da
sociedades democráticas, que uma dessas
sociedade bem ordenada”
doutrinas, mesmo que razoável, possa ser
da TJ
professada pelo conjunto dos cidadãos,
▪ justiça como equidade como dada a incompatibilidade entre elas. A
doutrina moral abrangente existência de uma pluralidade de doutrinas
abrangentes razoáveis é pressuposto do
liberalismo político como resultado do
exercício da razão humana desenvolvida
em instituições livres.
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Justiça como equidade: principais ideias intuitivas


Meta: estabelecer uma base filosófica e moral Ideias fundamentais:
aceitável para as instituições principais das ❑ sociedade como sistema
sociedades democráticas contemporâneas. equitativo de cooperação social
Ponto de partida: cultura política das sociedades (ideia organizadora central);
democráticas e as tradições de interpretação de ❑ cidadão como pessoa livre e igual
sua constituição e de suas leis básicas. (comprometido com a
→ extrair ideias intuitivas familiares que cooperação);
podem se transformar numa concepção de
❑ sociedade bem ordenada
justiça política;
→ as pessoas que fazem parte de uma
sociedade democrática compreendem Formulação do conceito de justiça
minimamente essas ideias; como equidade

→ a estrutura da teoria da justiça como


equidade pressupõe/depende dessas ideias
intuitivas (familiares).
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CONCEPÇÃO POLÍTICA DE JUSTIÇA


Justiça com o equidade = defesa em duas etapas :
A sociedade bem ordenada é formada pelos
1ª) escolha dos princípios na posição original;
princípios da justiça como equidade:
2ª) estabilidade da j ustiça com o equidade.
(a) “Cada pessoa tem o mesmo direito
irrevogável a um esquema plenamente 1º) Após a elaboração dessa concepção, resta saber “[...] se a
adequado de liberdades básicas iguais que justiça como equidade é suficientemente estável” (RAWLS,
seja compatível com o mesmo esquema de
2011, p. 166).
liberdades para todos; e
2º) A segunda etapa, da autossustentabilidade da justiça
(b) As desigualdades sociais e econômicas devem como equidade propõe a seguinte questão:
satisfazer duas condições: primeiro, devem “[...] se as pessoas que crescem numa sociedade bem-
estar vinculadas a cargos e posições ordenada pelos dois princípios de justiça – os princípios
acessíveis a todos em condições de igualdade adotados na primeira parte do argumento – adquirem um
equitativa de oportunidades; e, em segundo
senso de justiça suficientemente forte e eficaz para que
lugar, têm de beneficiar ao máximo os
membros menos favorecidos da sociedade (o possam normalmente concordar com dispositivos justos e
princípio da diferença)” (RAWLS, 2003, JFR: p. não sejam levadas a agir por outros motivos, por exemplo,
60). pela inveja e pelo desprezo sociais, por uma vontade de
dominar ou por uma tentativa de se submeter” (RAWLS, JFR,
2003, p. 258).
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Se as pessoas realmente conseguem adquirir um


senso de justiça que seja forte o suficiente, temos
a conclusão da primeira parte do argumento em
defesa dos princípios e a argumentação de defesa
deles está concluída.
Segunda parte da argumentação:
▪ leva ao desenvolvimento do problema da
estabilidade de maneira diferente do que havia
sido proposto em TJ;
▪ propõe que haja um consenso sobreposto em
torno de uma concepção política de justiça.
Nesse caso, a mesma concepção política seria
endossada por doutrinas abrangentes razoáveis
e divergentes.
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Distinção entre doutrinas abrangentes e concepção política:
Concepção política de justiça Doutrinas abrangentes (religiosas, filosóficas ou
morais):
➢ não se apresenta como uma doutrina
abrangente, nem como procedendo de tais ➢ pertencem à “cultura de fundo” (background
doutrinas; culture) da sociedade civil;
➢ todos os cidadãos possuem ou defendem é a cultura do social, não do político
alguma doutrina abrangente que se e constitui a cultura da vida diária, de suas
relaciona de alguma forma com a associações diversas (clubes, igrejas,
concepção política; universidades, sociedades culturais e esportivas e
➢ concepção política: se constitui numa outras).
espécie de módulo que se ajusta a várias ➢ não existe uma doutrina abrangente, seja ela
doutrinas abrangentes razoáveis, dentro religiosa, filosófica ou moral, que seja aceita
da sociedade, o que levaria, de certa publicamente por todas as pessoas.
forma, a contar com o apoio delas;
Concepção de justiça
➢ seu conteúdo é expresso por ideias
fundamentais presentes, ao menos ▪ deve restringir-se ao domínio do político;
implicitamente, na cultura política pública ▪ são as próprias pessoas que decidem de que
de uma sociedade democrática. forma a concepção política pública, aceita por
todos, está relacionada às suas visões mais
abrangentes.
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Objetivo da justiça como Domínio do político = especial:


equidade:
▪ Rawls compreende o político como
Apresentar-se “[...] como uma contrastando com agrupamentos humanos
concepção de justiça que pode ser
compartilhada pelos cidadãos
privados, escolhidos pelos sujeitos;
como a base de um acordo político ▪ o político é um agrupamento humano não
refletido, bem informado e escolhido e no qual ocorre o domínio e a
voluntário” (RAW LS, 2011, p. 11).
coação de uns em relação aos outros
Concepção de justiça = “ expressa (importante haver regras ou princípios que
a razão política pública e regulem tais relações);
compartilhada dos cidadãos”
(RAW LS, 2011, p. 11): ▪ os princípios de uma concepção política não
Domínio do político = especial decorrem da aplicação de uma doutrina
religiosa, filosófica ou moral abrangente;
▪ tais princípios formulam um conjunto de valores
(os valores políticos) aplicáveis à estrutura
básica da sociedade (RAW LS, JFR, 2003, p.
259).
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Teoria da justiça como equidade = ex em plo de LIB ER ALISM O POLÍTIC O:


concepção pol íti c a de justi ça : ▪ supõe a existência de diversas doutri nas
“ [...] pr essupõe uma visão do m undo pol ítico e abr angentes r azoáv ei s e conf l itivas;
soci al e r econhece cer tos f atos ger ais da ▪ cada um a dessas doutri nas possui sua
soci ol ogia pol ítica e da psicol ogi a humana” pr ópri a concepção de bem , sendo
( R AW LS, 2001: 474; tr adução nossa) . com patível com a r aci onali dade das
pessoas .
Fatos ger ai s :
Para o liberalismo político, o exercício do poder
▪ Fato do pl ur ali sm o : diversi dade de doutri nas
político só é apropriado quando está de acordo
abr angentes, m or ai s, f i l osóficas e r el i giosas ;
com uma Constituição,
“[...] cujos elementos essenciais se pode
▪ U so ti r âni co do poder estatal ; razoavelmente esperar que todos os cidadãos,
em sua condição de livres e iguais, endossem à
▪ R egim e dem ocr ático : necessi dade de apoio luz de princípios e ideais aceitáveis para sua
v ol untário e l i v re de seus ci dadãos ; razão humana comum” (RAWLS, 2011, p. 161).
E ainda, de acordo com Rawls, “apenas uma
▪ A par tir das i dei as i ntui tivas de um a soci edade concepção política de justiça que se pode
dem ocr ática = f orm ul ar concepção pol ític a de razoavelmente esperar que todos os cidadãos
justi ça endossem pode servir de base à razão e à
justificação públicas” (RAWLS, 2011, p. 161).
JU STIÇA C OM O EQU ID ADE
Ideal pol íti co l i ber al: 14
N um r egim e consti tucional há um dom ínio
especi al do pol ítico descri to pel as duas ▪ ex pr esso pel os val or es da justi ça e da r azão
car acter ísticas apr esentadas . O pol ític o é públ i ca l i v re juntos
di sti nto do associ ativo.
▪ de acor do com o i deal pol íti co li ber al , o poder
C om o seria possível o li ber alismo pol ítico? De pol ítico é o poder coerci tivo dos ci dadãos livres e
que m aneir a os val or es que per tencem ao i guai s com pr eendi dos com o cor po col eti vo
dom íni o es peci al do pol ítico podem pr eval ecer
▪ são esses v al or es que o li berali sm o políti co
em r el ação aos demais v alor es que podem
pr ocur a tr atar e i nterpr etar com o per tencentes a
confli tar com el es? Ou ai nda, r ef or m ul ando a
um dom íni o especial , do pol ítico e,
questão de outr a f orm a: “ [...] com o podem os
consequentem ente, com o um a visão não i mposta
afir m ar nossa doutri na abr angente e, ao m esmo
( que se sustenta por si m esm a)
tem po, sustentar que não seri a r azoáv el utili zar
o poder do Estado para conseguir que todos a C onsi der ando- s e que os cidadãos têm dois
acatem ?” ( R AW LS, 2011, p. 163) . pontos de vista, um abr angente , doutri nário, e o
outr o é pol ítico, deve- se deix ar a cri tério dos
Os val or es do pol ítico são m ui to im por tantes, na
cidadãos, i ndividualmente, dada a li ber dade de
m edi da em que gover nam a estrutur a básica da
consci ência, a decisão de com o os v al ores do
soci edade, al ém de especificar quai s são os
dom íni o do pol ítico se ar ti cul am com outr os val or es
ter m os f undamentai s da cooper ação pol íti ca e
per tencentes à sua doutri na abr angente . C om i sso,
soci al :
s e esper a, de acor do com R awl s, que seja possív el,
“ [...] os v alor es da liber dade civil e pol ítica
“ [...] na pr ática pol íti ca, em basar os el em entos
i gual , os v al or es da r ecipr oci dade econômi ca e
consti tuci onais essenciais e as i nsti tui ções bási cas
as bases soci ai s do res pei to m útuo entr e os
da justi ça uni cam ente nesses val or es pol íti cos,
ci dadãos ” ( R AW LS, 2011, p. 164) .
entendendo- os com o a base da r azão e da
justi f icação públ i cas” ( R AW LS, 2011, p. 165) .
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A CONCEPÇÃO POLÍTICA E A RELAÇÃO COM A ESTABILIDADE


Justiça como equidade = Problema da estabilidade:
desenvolvida em duas etapas: 1º questão) saber se a justiça como equidade, enquanto concepção
1ª) corresponde à sua articulação política, é capaz de gerar sua autossustentação.
enquanto concepção política (e A preocupação está em saber se as pessoas que crescem em uma
moral) para a estrutura básica da sociedade bem ordenada, composta por instituições justas e que
sociedade atuam conforme os dois princípios de justiça, adquirem um senso de
2ª) Após a elaboração desta justiça suficientemente forte ou efetivo, de tal forma que concordem
concepção e tendo à mão seu normalmente com acordos justos (e que satisfaçam aos dois
conteúdo – os princípios e ideais princípios), não sendo movidos, por outro lado, pela inveja e rancor
de justiça – Rawls parte para a social, ou ainda por uma pretensão de domínio ou submissão.
segunda etapa em que se depara 2ª questão) diante dos fatos gerais que caracterizam uma cultura
com o “[...] problema de saber se a
política pública de uma sociedade democrática – especialmente o
justiça como eqüidade é
suficientemente estável” (RAW LS, fato do pluralismo razoável – a concepção política pode ser foco de
2011, p. 166). um consenso sobreposto de doutrinas abrangentes e razoáveis (que,
numa estrutura básica justa provavelmente se manterão e
conquistarão adeptos com o passar do tempo) que sirvam de
sustentação a um regime constitucional?
Bibliografias Básicas:

RAWLS, John. O liberalismo político; edição ampliada. Trad. Álvaro de Vita. São Paulo: Martins Fontes, 2011. (A ideia
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- A ideia de um consenso por justaposição. p. 243-290
- Justiça como eqüidade: uma concepção política, não metafísica. p. 201-241
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