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“Numa sociedade pluralista, a teoria da justiça só pode contar com aceitação, quando
se limitar a uma concepção pós-metafísica em sentido estrito, ou seja, se evitar tomar
partido nas disputas entre formas de vida e cosmovisões.” Não se considerar tais
premissas, seria preciso encontrar “condições da vida moderna, precisa contar com
uma variedade de formas de planos de vida coexistentes e que encontram a mesma
justificativa; […]” (HABERMAS, 1997, p. 87).
“Em sua ‘Teoria da Justiça’, Rawls desenvolve a ideia de uma sociedade “bem
ordenada” sob as modernas condições de vida. Esta forma um sistema que possibilita
a cooperação justa entre parceiros do direito, iguais e livres. As instituições
fundamentais de tal sociedade precisam ser configuradas de acordo com um esquema
fundamentado à luz da justiça entendida como imparcialidade (fairness), merecendo
destaque o assentimento racionalmente motivado de todos os cidadãos”. A teoria de
Rawls, atinge o ‘uso público da razão’ ao cercear as modificações vindouras e, até
mesmo, obstaculizar a entrada de um pluralismo de cosmovisões do mundo.
Por fim, Habermas (1998, p. 51) conclui: “Las reflexiones realizadas hasta aqui muestran que
para las partes de la posición original a capacidade decidir racionalmente no es suficiente parar e
presentar los interesses prioritários de sus clientes ni para entender los derechos (em el sentido de
Dworkin) como triunfos que prevalecen sobre todo fin colectivo.”
Habermas (1997, p. 85) comenta: “Isso tudo faz sentido, no caso de já existirem
instituições justas. Porém as coisas mudam quando se pergunta acerca do modo de
estabelecê-las em circunstâncias dadas. Para uma teoria filosófica da justiça, essa
questão não se coloca sob pontos de vistas pragmáticos, pois reflete sobre as
condições culturais e políticas do pluralismo de convicções axiológicas, sob as quais a
teoria da justiça deveria encontrar ressonância no atual público dos cidadãos”.
E é nesse cenário que surge sua teoria, ou seja, no exato instante da criação da ideia
de justiça, afastando o Estado utilitarista e impondo limites ao individualismo do
homem.
As críticas sobre sua obra surgem devido, quem sabe, a uma incompreensão
metodológica de seu pensamento, não retirando a importância de seu ensinamento
como fonte de reflexão frente aos episódios ocorridos atualmente (corrupção,
concentração de poder, má distribuição de renda, fome, discriminação etc) no mundo
tido como ‘moderno’. (Texto de Giácomo Tenório Farias, in: ambitojuridico.com.br)