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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ


CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO -
DMTE
CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
DISCIPLINA: METDOLOGIA DO ENSINO DE MATEMATICA

MAURICIO FARES DE OLIVEIRA

AVALIAÇÃO

Trabalho apresentado á disciplina de


Metodologia do Ensino de Matemática do curso
de Licenciatura em Matemática, no Centro de
Ciências da Natureza, da Universidade Federal do
Piauí, como requisito final para a conclusão da
Disciplina.

Orientador: Prof. Francisco Newton Freitas.

TERESINA
2023
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A partir de um entendimento e disposição de uma aula-tipo em matemática,


faça crítica á justaposição da mesma, considerando condições de contorno
(assunto, materiais, tipo de escola, dentre outros), pois, sobretudo amealhar o
processo de ensino e aprendizagem por parte da assistência.

O campo educacional é vasto de múltiplas variáveis. Fazendo um rápido apanhado


da minha trajetória acadêmica, temos que em Filosofia da Educação aprendi
explicitamente os seus fundamentos, como funciona e sua contribuição no processo de
formação do pensamento crítico. Em Sociologia da Educação, temos que o pensar e o
refletir das ações sociais gera autonomia e uma consciência plena de forma contínua
sobre a realidade que permeia a vida social.

Conforme visto na disciplina de História da Educação, a educação é um processo


histórico surgido desde as sociedades primitivas e tribais, tendo maior destaque na
sociedade grega com a definição de papéis a ser desempenhados pelos indivíduos.
Originalmente, seus representantes eram filósofos e sofistas, além de fundarem as
primeiras escolas. Na disciplina de Psicologia da Educação, vislumbrou-se a questão de
como a aprendizagem ocorre nos indivíduos e de que maneira eles se desenvolvem
cognitivamente e afetivamente.

Ao cursar a disciplina Didática Geral, os princípios vistos encerram uma série de


questionamentos e estratégias a respeito das diferentes abordagens do professor em sala
de aula, pois, a arte de ensinar requer, além da compreensão de teorias da formação do
pensamento crítico, o desenvolvimento do educador em sala de aula. Ou seja, o
educador, como autoridade máxima da sala de aula, enquanto desenvolvimento de sua
prática deverá refletir os aspectos do ambiente escolar ao qual está inserido, refletir a
cultura local (do bairro, da cidade, do estado, do país) e refletir sobretudo as Bases
Nacionais Comum curriculares (BNCC). Por fim, na disciplina Avaliação da Aprendizagem,
foi apreendido que, avaliar é uma dimensão compreendida em três dimensões
diagnóstica, formativa e somativa que agem diretamente sobre o ensino-aprendizagem,
transformando-se em ensino-aprendizagem-avaliação como algo inerente ao processo
educacional.

Ao longo das gerações, a educação se estabeleceu como uma dimensão capaz de


transformar a realidade dos indivíduos de maneira verticalizada à medida que ocorriam
transformações nas diferentes sociedades do mundo. A cada época em si, vislumbra-se
modelos de educação acompanhado de uma estrutura dominante e, dessa maneira,
surgiram estudiosos sobre o processo educativo que formularam várias teorias que
pudessem explicar as formas de ensino e, sobretudo, as diversas formas de
aprendizagem. A cerca disso, Paulo Freire resgata as aprendizagens sem diminuir o
ensino, pois, com o foco na aprendizagem, pode-se ensinar muito melhor.

No decorrer da aula expositiva do professor Francisco Newton de Freitas, na


disciplina de Metodologia do ensino de Matemática, vislumbra-se diversas tendências (as
principais) cujas abordagens no processo educativo compõem os termos teoria-método-
prática, em que cada uma reflete circunstâncias no tempo, explorando o protagonismo dos
indivíduos em uma sala de aula e investigando o método que predomina neste ambiente
com a referida visão de mundo propagada no ambiente escolar, além da visão do
professor.

As principais tendências vistas em sala de aula contemplam diversos contextos


surgido em uma escola. Com as principais tendências, ministrar uma ótima aula de
matemática, torna-se complexa em virtude da volatilidade do ambiente ao qual o
educador irá fazer parte. Todo ser humano é utópico e enxerga a vida por diferentes
pontos de vista, com infinitas interpretações. No ápice de uma utopia, conceber uma ótima
aula de matemática requer compreensão total sobre a arte de ensinar e sobre os desafios
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que o educador necessita contornar. Ou seja, uma escola é um ambiente desafiador onde
o professor irá desenvolver sua prática.

A escolha de uma tendência teórico-didático-metodológica busca refletir aspectos


estruturais da própria escola em que se atua, porém, devido ao contexto social cujas
transformações são contingentes, o educador/professor é o mediador do conhecimento
que necessita de uma formação pluralizada de forma eficiente para lidar sozinho com os
desafios de uma sala de aula plural com número massivo de alunos. Como isso é
possível?

Na tendência tradicionalista, vemos que uma aula é privilegiada por expor o


conteúdo de forma simples e pura. O educador conteudista expõe tal qual o livro base
designa os conteúdos e/ou o que ele mesmo incorporou como base. No ensino de
matemática, o conhecimento é passado da mesma forma, pelo mesmo processo e o aluno
é aquele que em uma sala fechada, senta-se na cadeira e apenas reproduz o próprio
conteúdo e tira nota conforme está de acordo com o conteúdo. Tal modelo continua
presente em toda estrutura escolar do Brasil. A formalidade matemática, embora a
sociedade tenha se transformado, continua a ser replicada desde o ensino base,
sobretudo, na educação superior.

A tendência tradicionalista, embora seja bastante criticada por vislumbrar que o


aluno é um corpo vazio de conhecimento e que é somente na escola que se aprende, o
aluno pode através da compreensão matemática pura e de sua curiosidade estudar
fenômenos a partir de sua interpretação, conjecturando hipóteses ou modelos, buscando
resolver problemáticas que já existem. Porém, mesmo com essa visão, o ensino
tradicional é um tanto robótico para a maioria das pessoas, cujo despertar matemático não
ocorre.

Na tendencia construtivista piagetiana, há uma interdisciplinaridade no processo


educativo, em que os alunos ao interagirem com os objetos do cotidiano, mentalmente
aprendem sobre eles e suas relações. Por exemplo, ao levar uma bola de futebol, um
brinquedo como carrinho, um cubo mágico etc. para a sala de aula, possamos ensinar
figuras geométricas e sua importância associada no dia a dia deles. Além disso, com base
na definição de Paulo Freire, os sujeitos não nascem prontos e é a educação que lhes vai
permitir construir e assenhorear-se do conhecimento para influenciar e transformar a
realidade em que vive. Essa é uma tendência outra que educa politicamente o indivíduo
para sua autonomia, via entendimento da leitura do livro Pedagogia da Autonomia de
Paulo Freire.

Outras tendências fazem uso do aparato tecnológico para despertar o interesse dos
alunos em que a autoconfiança surge para o fazer matemática dentro das possibilidades
inovadoras que ela é capaz. Alinhado a ele, temos também o lúdico- estratégico com
bases nos Jogos matemáticos. A partir dos jogos matemáticos é possível aprender
matemática sem se limitar, assim, aprende-se geometria, lógica e a pensar criticamente. À
medida que se evolui tecnologicamente, o despertar da curiosidade sobre matemática
pode acontecer, depende da motivação que o professor, ao usar tais tendências, exerce
sobre os alunos.

A dimensão sócio-histórico-cultural de Vygotsky é uma tendência a ser utilizada em


larga escala, pois, nas escolas, as experiências são compartilhadas, havendo interações
entre o grupo, em que todos aprendem de forma conjunta. Além disso, a Teoria das
inteligências múltiplas, em que Howard Gardner descobriu que o cérebro humano possui 8
tipos de inteligência, prevê uma educação centrada no aluno. Tais tendências inovadoras
buscam se efetivar como garantidoras da aprendizagem, pois, o ser humano desenvolve o
intelecto não de uma maneira, mas de várias, mas para isso é preciso perceber-se
plenamente capaz e superar problemas internos de aprendizagens.
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Cada tendência compartimenta um método de uma aula-tipo, cabendo ao educador


averiguar o que deverá usar como estratégias para desenvolvê-la. As principais
tendências necessitam partilhar dos mesmos valores fundantes das diretrizes da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC). Assim, o educador passa a ser um profissional
múltiplo com capacidades de atuação além do que se imagina com um salário reduto e
com ambientes escolares defasados cuja sala de aula possa ter muitos alunos. Na prática,
o professor do ensino básico deverá operacionalizar o conhecimento não da forma que
quer, mas da forma que puder para alcançar os objetivos propostos pela BNCC.

Com a reforma da BNCC, em 2017, fica mais difícil para o professor desempenhar
seu papel que é o de buscar juntamente com o aluno a construção do conhecimento. Uma
educação Matemática que contempla o esforço de mulheres e homens só é viável se tais
educadores puderem traduzir a matemática em uma linguagem simples e objetiva para
que seja compreensível pelos alunos. Buscar ressignificar o ensino de matemática a partir
da participação dos alunos e usando elementos da própria realidade é uma reflexão crítica
advinda da prática do professor.

Numa visão atual sobre as aprendizagens, há como superar o modelo teórico


tradicionalista no ensino-aprendizagem na educação matemática, entretanto, é muito
difícil, mesmo com diversas metodologias de intervenção. Aulas expositivas e provas,
além da carga horária limitada e a ausência de pensamento crítico no ensino básico,
estão no cerne dos ambientes escolares.

A educação Matemática é, por si só, uma ciência exata, pura e discreta. Seu ensino
requer, a priori, uma associação com a realidade e a partir daí, ao longo do processo
educacional, reaver o pensamento crítico. Isto é, perceber a matemática como algo
concreto, tangível e maturar o pensamento para verificar que a matemática é uma ciência
abstrata no universo, mas o ponto de partida é o concreto, pois, na educação superior
descobrimos que o que sabíamos de matemática lá no ensino básico são apenas fórmulas
e conceitos vagos, o que leva alguns a desistirem do curso por não saber de fato o que é
matemática ou por descobrir como ela é.

Como brevemente estaremos no estágio supervisionado, a complexidade de uma


sala de aula é o principal desafio com o qual teremos de lidar. Iremos compor um quebra-
cabeças tentando encaixar peças (ministrar a melhor aula possível com o tempo
cronometrado) para satisfazer o Plano Político Pedagógico (PPP) da escola
fundamentado na BNCC, ao mesmo tempo buscar a participação massiva interacionista
com todos os alunos, além de planejar cada aula-tipo de matemática.

Cada discente de Licenciatura em Matemática, no estágio obrigatório, deparar-se-á


com turma distinta, com contextos diversificados no ambiente escolar de cada bairro,
compreendendo suas especificidades, ou seja, diferentes valores, diferentes culturas,
diferentes problemas, além de que cada aluno reflete um mundo particular com seus
modos de se comportar. Para cada aula-tipo, deverá ser feito uma avaliação diagnóstica,
verificar o que aprenderam e se estão elegíveis para o próximo tema a ser trabalhado.
Com tal proposta, pode-se avançar ou retrair. Com a retração, o tempo e o esforço do
educador atrasa substancialmente o planejamento da disciplina ao passo que a
aprendizagem de seus alunos não acontece. Já o avanço é uma diretriz fundante da
escola em si. Por sua vez, as escolas se sustentam pelas políticas de governo e conforme
o regime mudar no intervalo de 4 anos, a estrutura da educação no Brasil será sempre
afetada, seja positiva ou negativa.

Uma aula-tipo carrega em si mesma dimensões tais que o educador necessita ater-
se a elas e engajar seus educandos verificando uma série de processos fundamentados
nas tendências teórico-didático-metodológicas. Essas tendências, tão essenciais a aula-
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tipo, circunscreve-se em contextos contingentes em que a tomada de decisão do


professor se conecte ao protagonismo dos educandos de acordo com suas
aprendizagens.

Na educação matemática, por exemplo, abordar a história da matemática, refletir o


contexto da realidade dos alunos, dizer para que serve, onde é aplicado, às áreas que
fazem uso da matemática e buscar despertar o interesse real dos educandos, é de
fundamental importância para a compreensão facilitada, quase natural, capaz de construir
pontes entre educador e educandos. Isso rompe de forma crítica com o ensino tradicional
em que o decoreba e a nota são mais importantes do que a aprendizagem.

É de comum entendimento que a matemática é uma ciência exata e que por isso
mesmo afasta-se das ciências humanas. Entretanto, como podemos perceber, as ciências
por mais diferentes que sejam, são interdependentes e não necessariamente existem
sozinhas desconectadas das outras ciências. Cabe ao educador explorar e
operacionalizar o ensino de matemática de maneira a buscar intervir significativamente na
vida dos educandos, adotando as diversas tendências teórico-didático-metodológicos que
servem para promover uma aula-tipo de qualidade, em que os educandos tirem o maior
proveito possível, respeitando o tempo de aprendizado, garantindo eficácia no processo.

Portanto, as tendências teórico-didático-metrológicas compõem o processo


educacional alimentando a base da sociedade. Como as sociedades evoluem, adota-se
modelos pertinentes, porém, com a evolução precária no processo educacional, perdura o
modelo mais arcaico e com a última atualização e implantação da BNCC, o educador,
mesmo limitado por uma serie de fenômenos, é visto como um ser plural que precisa
dominar todas á técnicas possíveis da arte de ensinar buscando desenvolver a base do
discentes que odeiam matemática porque não compreendem sua utilidade no cotidiano.

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