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ano do ensino médio numa escola da rede pública estadual na cidade de Palmas-
teórico se baseia nas idéias de Paulo Freire e sua pedagogia libertadora que critica
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Professor do IFTO-Campus Palmas, Licenciado em Filosofia, Mestre em Educação (Unb), coordenador do
subprojeto do PIBID MEC/CAPES/IFTO da área de matemática, líder do grupo de pesquisa CNPq/IFTO-
Campus Palmas Educação, Trabalho e Tecnologia. Email jair@ifto.edu.br
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Aluna do curso de licenciatura em matemática do IFTO-Campus Palmas, bolsista do PIBID (Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) MEC/CAPES/IFTO subprojeto de matemática.
Palavras-Chave Educação Problematizadora, Educação Bancária, Metodologias de
Ensino; Ensino de Matemática.
Abstract This article refers to a study conducted in a room of one year of high school
in a public school in the state in Palmas-TO. Its main objective is to identify the remains of
the banking concept of education at school, especially in the teaching of mathematics. The
theoretical framework is based on the ideas of Paulo Freire and their liberating pedagogy
criticizing the bank design and problem-based education advocates. The results indicate that
the banking concept of education is present in everyday classroom teaching of mathematics.
Introdução
Desde tempos imemoriais, a educação tem sido negligenciada. Ela era disponibilizada
apenas para poucos, geralmente aos nobres ou membros da Igreja na idade Média; e a
burguesia a partir da Idade Moderna. As classes populares só foram perceber o poder que
poderiam ter com o conhecimento, a partir da revolução Francesa, no século XVIII. Eles
entenderam que se pudessem dominar a escrita, a leitura e a capacidade de contar, poderiam
ter algum reconhecimento dentro da sociedade. Hoje em dia, a educação é aberta para todas as
classes sociais; quem estuda têm uma visão da educação como forma de ascensão social e
econômica.
Porém, a verdadeira função da escola e de seu currículo educacional está sendo
esquecida, a de formar cidadãos capazes de pensar criticamente a realidade que vivem. Para
Monroe (1983, p. 372) “o currículo é a introdução da criança na vida e a educação escolar, a
sua preparação para a vida. Deve, portanto, realmente apresentar a vida como é e como deve
ser; a escola deve efetivamente preparar para essa vida.”
Um dos principais educadores deste século, que defende este modelo de escola como
contribuição para a vida, foi o brasileiro Paulo Freire. Ele defendia uma concepção libertadora
da educação. “Toda a sua obra é voltada para uma teoria do conhecimento aplicada à
educação, sustentada por uma concepção dialética em que educador e educando aprendem
juntos numa relação dinâmica na qual a prática, orientada pela teoria, reorienta essa teoria,
num processo de constante aperfeiçoamento.” (Gadotti, 2008, p. 253). Sua pedagogia é uma
pedagogia libertadora, onde o educador deve proporcionar aos educandos maneiras mais
práticas e problematizadas de abordar seus conteúdos.
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O Ensino da matemática na atualidade
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estudo mostram que:
91,6% copiam conteúdos do quadro negro.
64,2% recitam tabelas e fórmulas.
63,8% das classes repetem sentenças.
Analisando o primeiro dado, pode-se verificar que copiar só terá sentido se o aluno
participou da elaboração do material, isto é, a simples cópia do quadro não dará conhecimento
ao aluno se ele não estiver ciente do que está escrito no quadro.
No segundo, a simples recitação de tabelas e fórmulas não irá introduzir o conteúdo ao
aluno. Para se ter a capacidade de analisar e compreender as tabelas e fórmulas é necessário
conhecer sua composição para depois compreender como elas funcionam.
Na terceira, a simples recitação de sentenças não irá promover no aluno a aprendizagem
que ele necessita. A sentença deve ser compreendida e não repetida. (VICHESSI, 2008, p. 28)
Este modelo de ensino é característico da pedagogia tradicional, uma educação mecânica
que não proporciona aprendizagem verdadeira. Paulo Freire denominou esta concepção de
educação bancária.
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i) o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade
funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes
devem adaptar-se às determinações daquele;
j) o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros
objetos. (FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e
Terra, 2005, p.68)
Ela também mostra que professor e aluno devem aprender juntos em um processo
onde ao mesmo tempo em que se educa também se é educado, quando neste processo aluno e
professor trocam informações. O aluno não é uma “tabula rasa” como se supunha, ele ao
entrar na escola já traz algum conhecimento, pois a educação não se restringe apenas aos
muros da escola, o simples fato de conviver na sociedade, conversando, observando e
participando, já é uma forma de aprendizagem.
Ainda segundo Freire (2005, p.78), “ a educação libertadora, problematizadora, já não
pode ser o ato de depositar, ou de narrar, ou de transferir, ou de transmitir “conhecimento” e
valores aos educandos, meros pacientes, à maneira da educação bancária, mas um ato
cognoscente.”
Segundo Piletti (1993, p.84) “é o próprio indivíduo que se educa. Se cada um não
organizar e reorganizar suas experiências, ninguém o fará por ele. A não ser que o indivíduo
se transforme em mero autômato, a responder automaticamente aos estímulos externos, para
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os quais foi condicionado.” Freire também defende essa idéia, em Educação e Mudança ele
diz que “o homem deve ser o sujeito de sua própria educação. Não pode ser o objeto dela. Por
isso, ninguém educa ninguém.” (Freire, 1979, p. 28)
O aluno possui sim uma carga de conhecimento que ele poderá transmitir ao professor.
O professor aprende ao ensinar e o aluno aprende quando o professor dá margem para a
discussão dos conteúdos e quando este mesmo conteúdo é problematizado, isto é, quando o
professor traz para o aluno situações que o aluno irá vivenciar em seu cotidiano.
Um exemplo de como esta concepção é viável, citaremos uma reportagem da revista
Nova Escola (MOÇO, 2008, p. 68-71). A reportagem conta a experiência da educadora Vânia
Horner de Almeida que, incomodada com a memorização e repetição contida nas aulas de
matemática, resolveu inovar. Em quatro turmas de 5ª a 8ª série da EMEF Procótipo Faria, ela
desenvolveu um projeto didático que relacionava alguns conteúdos matemáticos com a
realidade que seus alunos vivenciavam. Assuntos como operações básicas, porcentagem,
médias, frações, estatística e representações gráficas foram relacionadas à produção de leite e
derivados, principal fonte de renda da região. Para os alunos, esta era a realidade em que
viviam, pois a maioria deles tinha pais criadores de gado leiteiro ou que trabalhavam no ramo.
Para os alunos de 5ª e 6ª série, os problemas ajudaram a introduzir os conteúdos, enquanto nas
classes de 7ª e 8ª série, problemas mais complexos ajudavam a retomar estes conteúdos, que
não estavam totalmente aprendidos. Mas não é apenas com este assunto que o conteúdo deve
ser relacionado. Cada professor deve desenvolver seu projeto de acordo com o contexto de
sua comunidade.
A concepção bancária ainda continua presente nas salas de aula. Constatamos isso a
partir da observação de aulas e posterior aplicação de uma metodologia alternativa de ensino
no Centro de Ensino Médio Santa Rita de Cássia, em Palmas, em uma sala de 1º ano do Ensino
Médio. Esta metodologia corresponde a uma pesquisa realizada por meio do PIBID
(Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) MEC/CAPES/IFTO-CAMPUS
PALMAS subprojeto de matemática. Seu principal objetivo é a busca e o aprimoramento de
novas metodologias para o ensino da matemática.
A metodologia consistiu na aplicação de uma lista de exercícios explorando o
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conteúdo por eles já estudado no início do ano, no caso funções do 2º grau. A proposta da
metodologia, porém não era apenas obter a resolução dos exercícios e sim ver como eles
resolveriam e quais suas principais dificuldades. Para isso, cada exercício foi resolvido
simultaneamente e sua realização foi discutida por toda a sala.
Foi constatado que, apesar de terem estudado bastante recentemente a matéria, muitos
alunos já não se lembravam do que haviam estudado e tiveram dificuldades em responder as
questões, que eram razoavelmente fáceis. Segundo Paulo Freire (2005, p.66), “em lugar de
comunicar-se, o educador faz “comunicados” e depósitos que os educandos, meras
incidências, recebem pacientemente, memorizam e repetem.” Isto já não é mais educação, é
sim um processo inadequado onde o aluno não é o criador de ideias, mas sim um
memorizador delas. Ainda segundo Freire (1979, p. 69), “não cria aquele que impõe, nem
aqueles que recebem; ambos se atrofiam e a educação já não é educação.
Pode-se analisar a partir desta metodologia, como a concepção bancária atua sobre o
aluno. Se fosse verdadeira a idéia de aprendizagem nesta concepção, a maioria dos alunos não
teria a menor dificuldade na resolução das questões, pois todo o conhecimento ainda estaria
em sua memória. A realidade é que os alunos não aprendem, simplesmente decoram para
passar de ano. No final do Ensino Médio eles pouco se lembram do que estudaram. Piletti
demonstra sua opinião no seguinte trecho:
Uma forma de mudar esta realidade é investindo em aulas que explorem mais a
concepção problematizadora. Os alunos têm que ver qual o sentido do conteúdo dentro de
suas vidas. Também os professores têm vontade de ensinar desta forma, desejam mostrar que
a matemática não é apenas uma matéria do currículo escolar e sim uma disciplina presente no
cotidiano de todos. Claro que nem sempre é possível ensinar utilizando este método, nestes
casos a escolha de materiais concretos e jogos seriam de grande utilidade.
Porém a utilização destes não deve vir para substituir o professor e sim auxiliá-lo na
explicação dos conteúdos, pois como afirma Fiorentini e Miorim:
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O professor não pode subjugar sua metodologia de ensino a algum tipo de
material porque ele é atraente ou lúdico. Nenhum material é válido por si só.
Os materiais e seu emprego sempre devem, estar em segundo plano. A
simples introdução de jogos ou atividades no ensino da matemática não
garante uma melhor aprendizagem desta disciplina. (FIORENTINI e
MIORIM, 1990, p. 04)
Mas será que este método que Paulo Freire defende não seria mais uma utopia
educacional incapaz de funcionar? Seria loucura deixar para trás todo um sistema educacional
formado e utilizado a séculos? Seria, se este método não tivesse sido testado e não tivesse
obtido êxito. As primeiras experiências que Paulo Freire realizou na cidade de Angicos, no
Rio Grande do Norte, em 1962 revelam que ele conseguiu alfabetizar 300 trabalhadores em
apenas 45 dias. O seu método correspondia exatamente no que foi retratado neste artigo, ele
partiu de situações cotidianas desses trabalhadores, desenvolveu uma didática onde estas
situações estariam estritamente relacionadas ao conteúdo.
Considerações Finais
Referências
FIORENTINI, Dario; MIORIM, Maria Ângela. Uma reflexão sobre o uso de materiais
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concretos e jogos no Ensino da Matemática.
Matemática. Disponível em
<http://www.matematicahoje.com.br/telas/sala/didaticos/recursos_didaticos.asp?aux
MOÇO, Anderson. Contas do Cotidiano; In Revista Nova Escola. Jun.Jul.2008. Ano XXIII;
nº 213; Editora Abril. pp. 68-71;