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Setor de Educação
Curso de Pedagogia
Disciplina: Organização do Trabalho Pedagógico II
Bruna Reckziegel
Carlos Henrique de Mattos
Maria Beatriz Marroche
Resumo: Este artigo pretende analisar o porquê do modelo escolar, dito “alternativo” (quando
comparados com o “modelo prussiano”, ou tradicional, utilizado até hoje), continua sendo
uma exceção na educação básica, e usa como motivação o documentário “Quando Sinto Que
Já Sei”, produzido pela Vekante: Educação e Cultura, em 2014. Além disso, a pesquisa se
fundamenta nos textos “Por uma teoria da pedagogia” escrito por Clermont Gauthier, e no
capítulo “Ei, cara, eu sou boa nisso!”, do livro “Conhecimento oficial, de Michael W. Apple,
os quais foram propostos na disciplina de Organização do Trabalho Pedagógico II, juntamente
com pesquisa bibliográfica relacionada ao método de ensino presente no documentário. falta
resultados e conclusão. 100 a 250 palavras
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Muitos dos conceitos e atividades escolares idealizados por Freinet são bem
conhecidos, tal como os estudos de campo ou dos cantos pedagógicos.
Sua pedagogia tem, basicamente, quatro eixos: a cooperação (para construir o
conhecimento comunitariamente), a comunicação (para formalizá-lo, transmiti-lo e
divulgá-lo), a documentação, com o chamado livro da vida (para registro diário dos fatos
históricos), e a afetividade (como vínculo entre as pessoas e delas com o conhecimento).
Esses quatro eixos são trabalhados através de técnicas pedagógicas voltadas à leitura-trabalho,
a escrita e a imprensa, o cálculo vivo, as ciências práticas e a arte, visando as utilizações
concretas na sala de aula.
Freinet era contrário ao uso de manuais em sala de aula por considerá-los genéricos e
alheios às necessidades de expressão das crianças, defendendo que os alunos fossem em busca
do conhecimento de que precisassem em bibliotecas locais e que confeccionassem fichários
para consulta e autocorreção. De acordo com ele, todo conhecimento é oriundo da atividade
de criar hipóteses e testá-las; cabe à escola ser o ambiente fundamental para que esses eventos
ocorram.
Segundo Freinet, a atividade é o que orienta a prática escolar e o objetivo final da
educação é formar cidadãos para o trabalho livre e criativo, capaz de dominar e transformar o
meio e emancipar o ator. Um dos deveres do professor, segundo Freinet, é criar uma
atmosfera de modo a estimular as crianças a fazer experiências, procurar respostas para suas
necessidades, ajudando e sendo ajudadas por seus colegas, além de procurando no professor
alguém que organize o trabalho. Para ele, o educador deve colaborar ao máximo para o êxito
de todos os alunos.
O Pacheco não defende modelos escolares, mas diz (2004) que “quem quiser inovar,
deve ter mais interrogações do que certezas.”
Esse modelo é uma escolha que não considera escolas divididas em salas de aula, com
menos portas e paredes, muito comum em ambientes corporativos. O objetivo dessas escolas,
no início, era somente a redução de custos, além de promover uma ambiente que se pudesse
implementar diferentes propostas pedagógicas; ou seja, permitisse uma versatilidade do
ambiente. Esse modelo acredita que a arquitetura da escola influencia no aprendizado. O
modelo defende que a escola deve ser um espaço para promoção do crescimento, saúde e
aprendizagem dos alunos, de maneira que proporcione interações positivas com professores e
alunos.. Um exemplo de país referência com esse modelo, que tem apoio governamental, é a
Finlândia.
As escolas finlandesas estão passando por de mudanças do espaço físico, fazendo
parte de um projeto de reconfiguração nas escolas européias: o modelo tradicional de sala de
aula está sendo substituído pelo modelo onde os ambientes são interligados.
PARTES DO TEXTO QUE PODEMOS USAR VOU COLOCAR TUDO COM PÁGINA
A História que conto torna clara não apenas a real possibilidade de um currículo e de uma
pedagogia mais críticos, ela também enfatiza as tensões e os conflitos que estão envolvidos na
tentativa de fazer algo diferente. Pág 209
Isto é, tenho chamado a atenção para que tornemos de forma bastante séria as intrincadas
conexões entre o que ensinamos em aula e as relações desiguais de poder na sociedade mais
ampla. Pág 210
Neles, tento lidar praticamente com questões de poder e da produção pessoal do sentido. Pág
210
Assim, o currículo não é pensado como uma “coisa”, como um programa ou curso de estudos.
Ele é considerado como um ambiente simbólico, material e humano que é constantemente
reconstruído. Pág 210
Se o currículo é de fato um problema de desenho, então, por sua própria natureza, é um ato
estético. Pág 210
Enfatizo aqui não apenas os modos usuais de utilização da tecnologia em sala de aula, mas
suas possibilidades pessoais, políticas e estéticas de realização de coisas diferentes nas
escolas. PÁG 211
Temos a tendência de pensar a tecnologia na educação como algo que é uma “armadilha
menos ruim”. Pág 211
Filmes são considerados como melhores do que um árido material de textos ou aulas
expositivas. Os objetivos não mudam. Apenas os significados. O filme, em essência, torna-se
mais um “sistema de entrega” do conhecimento oficial. O professor envia, os estudantes
recebem. E a educação “bancária” continua. Pág 211
Se pensarmos nele como um modo pelo qual as pessoas produzem suas próprias formas de
alfabetismo crítico e visual, isso nos força também a mudanças importantes em nossas
perspectivas sobre a política do conhecimento oficial. Pág 211
Assim, como o alfabetismo escrito tem sua própria “gramática” e sua própria política, o
mesmo ocorre com as formas de alfabetismo visual. E, assim como a exploração da escrita
como um ato criativo leva à autoprodução, o mesmo pode ocorrer com a exploração das
possibilidades inerentes a cada aspecto da produção visual, levando à descoberta de meios
alternativos de produção de sentido, tanto individual quanto coletivo. Pág 212
Finalmente, como mencionei antes, um dos meus propósitos é despertar nos professores
próprio sentido de possibilidade estética que permita a eles e a mim nos tornarmos nao
“connoisseurs” da “arte” de ensinar mas que nos envolvam na produção estética (e política),
realizando filmes isoladamente ou em rumos. Todos estes são aspectos de desenvolvimento
do alfabetismo crítico. Pág 212
DEPOIS DESSA PÁGINA ELE CONTA COMO FOI O MÉTODO UTILIZADO PARA
FAZER O FILME É COMO AS MENINAS FICARAM FELIZES E PARTICIPARAM
MUITO, MAS NO FIM FORAM OBRIGADOS A ACABAR COM O PROJETO.
Texto texto texto
PARTES DO TEXTO QUE PODEMOS USAR VOU COLOCAR TUDO COM PÁGINA
Considerando que estamos atualmente no cerne desse período histórico da profissionalização
do ensino, é pertinente interrogarmo-nos com mais profundidade sobre as relações entre os
saberes e a profissionalização de uma ocupação para melhor identificarmos as suas
implicações teóricas e políticas. Pag 66
...são identificáveis cinco níveis e que o grau de profissionalização vai crescendo das
profissões marginais, passando pelas ocupações que aspiram à profissionalização, depois
pelas semiprofissional das quais faz parte a categoria dos professores, em seguida pelas novas
profissões, até as provisões tradicionalmente estabelecidas. Pag 67
...o ofício reprocessar comporta uma variedade de características históricas e atuais únicas que
complicam toda e qualquer comparação. Pag 67
“ A capacidade que possui uma ocupação (pela ação de seus líderes) de obter e de conservar
um conjunto de direitos e de privilégios ( e de obrigações ) face a grupos sociais que não os
concederiam de outro modo. Isso significa que a resistência, ouro potência de resistência,
presente entre diversos grupos sociais (o público, o Estado) deve ser vencida pela profissão”
(Ritzer; Walczak, 1986, p.79)
Segundo Jamous e Peloille (1970, citados por Ritzer; Walczak, 1986), as profissões souberam
criar uma margem de incerteza e de indeterminação em torno de um setor de atividade. Pag 68
Essa forma de poder, todavia, é enormemente tributária do apoio oferecido pelas elites da
sociedade, pois são elas que no fim das contas, tem o poder de conceder ou não o status de
profissão a uma ocupação. Desse modo, portanto, as profissões podem fazer uso político e
ideológico da indeterminação conceitual, com o objetivo de obter uma margem apreciável de
autonomia. PÁG 69
Existe, assim, uma relação orgânica entre a universidade enquanto lugar de produção, de
difusão e de legitimação dos saberes, os conhecimentos científicos e a existência de uma
classe de trabalhadores (os especialistas ou o “political labor” que, ao se apropriarem desses
conhecimentos, tornam-se altamente qualificados e podem então aspirar ao status de
profissionais. Pág 70
Considerando o que foi expresso anteriormente, qual pode ser o impacto, sobre a
profissionalização do ofício de professor, de representações ainda comumente veiculados por
inúmeros dirigentes que afirmam que o conhecimento veiculadas por inúmeros dirigentes que
afirmam que o conhecimento aprofundado da matéria e uma experiência como educando são
suficientes para ensinar? Se seguirmos as conclusões de Friedson, seria necessário considerar
uma ameaça à profissionalização do ofício de professor toda medida visando a reduzir o
preparo pedagógico (saberes específicos ao trabalho) dos futuros professores em benefício da
formação disciplinar (saberes não específicos ao trabalho), porquanto, consequentemente,
todos aqueles que detém o saber disciplinar exigido podem ter l;vire acesso ao exército da “
profissão de professor “ sem outra forma de processo. Pag 70
Entre todas as profissões, o ensino é aquela que deveria estar assentada sobre o sólido núcleo
de conhecimento, considerando que o desenvolvimento e a transmissão de conhecimento
constituem a sua própria essência. Pág 71
Não se trata, portanto, somente de estudar o ensino para melhor compreendê-lo, é preciso
também chegar a compreender melhor como fazem aqueles que ensinam com um certo
sucesso. (Phillips, 1988). Pag 76
O alcance desses objetivos normativos (qualidade e excelência) parece em parte difícil devido
ao esfacelamento dos saberes na formação inicial. Pag 77
O exercício de uma profissão implica, uma atividade intelectual - voltada tanto para a
concepção quanto para a execução - que compromete a responsabilidade individual do agente.
Pag 78
3 MATERIAIS E MÉTODOS
“Há profissionais que estiveram sozinhos em sala durante anos e quando chegam
constatam que sua formação e experiência servem para nada. De cada dez que
entram, um não agüenta. Outros desertam e regressam depois. Mas nós também, por
vezes, temos que nos adaptar. Há dois anos recebemos muitas crianças e professores
novos, não familiarizados com a nossa proposta. Apenas a quinta parte do corpo
docente já estava lá quando isso aconteceu. Passamos a conviver com mestres que
sabiam dar aula e estudantes que sabiam fazer cópias. Foi necessário dar dois ou três
passos para trás para que depois caminhássemos todos juntos. Precisamos aceitar o
que os outros trazem e esperar que eles acreditem em nossas idéias. Essa é a terceira
vez que passamos por isso”. (MARANGON, 2004)
Essa forma de educação é desconfortável para os professores, uma vez que exige uma
interdisciplinaridade, tal como uma boa adaptabilidade ao diversos modelos pedagógicos. Por
vezes, os professores preferem o modelo tradicional, que não precisa ser questionado e que
quem fala é o detentor da verdade, sem ser contestado. Professores são treinados, capacitados
e adquirem somente uma experiência individualista, já que a tendência é sempre ensinar da
forma que aprendeu; além claro da capacitação pedagógica não pretender ser inovativa.
Outro ponto é a importância do apoio governamental, isso é, do Ministério da
Educação; a escola precisa ter o apoio da população, em especial, dos pais dos alunos, já que,
como Pacheco cita,
“Eles participam conosco de todas as decisões. Se nos rejeitarem, teremos de
procurar emprego em outro lugar. Também defendem a escola perante o governo.
Neste momento, os pais estão em conflito com o Ministério da Educação. Ao longo
desses quase 30 anos, quiseram acabar com nosso projeto. Eu, como funcionário
público, sigo um regime disciplinar que me impede de tomar posições que
transgridam a lei, mas o ministro não tem poder hierárquico sobre as famílias.
Portanto, se o governo discordar de tudo aquilo que fazemos, defronta-se com este
obstáculo: os pais. Eles são a garantia de que o projeto vai continuar. [...] Há uma
grande resistência em aceitar o nosso modelo, que é baseado em três grandes
valores: a liberdade, a responsabilidade e a solidariedade. Algumas pessoas
consideram que todos precisam ser iguais e que ninguém tem direito a pensamento e
ação divergentes. Há quem rejeite a proposta por preconceito, mas isso nós
compreendemos porque também temos os nossos.” (MARANGON, 2004)
Outra evidência, da importância desse apoio, pode ser vista na matéria da Gazeta do
Povo, que trata da mudança, na Finlândia, do modelo escolar tradicional para o modelo de
escola de plano aberto. “O modelo escolhido defende que a escola deve ser um espaço para
promoção do crescimento, saúde e aprendizagem dos alunos, além de proporcionar interações
positivas com professores e colegas.” (CARVALHO, 2017)
Um aspecto que parece não ter bibliografia é o impacto socioeconômico desse tipo de
escola nas comunidades que estão inseridas. Uma vez que se vive num período de
“economização” de todas as atividades, mais do que rejeitar essa forma de abordagem, seria
interessante justificar economicamente esse modelo de escola alternativo; uma proposta seria
verificar o índice de desenvolvimento humano, evolução do Produto Interno Bruto (PIB),
entre outros indicadores, de maneira que se justifique esse tipo de investimento para as
autoridades competentes, tornando assim, evidências científica não da somente da maior
eficácia de um método sobre outro, mas também a eficiência do mesmo.
5 CONCLUSÃO
Um aspecto que poderia ser trabalhado em artigos posteriores seria a eficiência desse
tipo de educação. Especificamente, com a Escola da Ponte, que possui mais de 40 anos, seria
possível determinar o retorno que seus estudantes promoveram ou promovem na comunidade
que estão inseridos, através da análise de índices, como Produto Interno Bruto por habitante
(PIB per capita), sendo a forma ideal, baseada em evidências científicas, para demonstrar a
viabilidade desse modelo de escola.
Vale ressaltar que, apesar da sugestão de estudo de viabilidade econômica, a educação
deve ser vista, não como meio, mas como um fim em si mesmo, pois “se a educação servir
apenas ao necessário e útil [...] a plena realização da excelência humana tornar-se-á
impossível, porque os humanos não saberão o que fazer com seu tempo livre, que deveria
servir ao ócio”. Apesar disso, é sempre relevante utilizar as ferramentas desenvolvidas pela
ciência como forma de desenvolvimento da sociedade; rejeitar o que se conquistou pelo
avanço científico até hoje é uma tarefa contraproducente. Nesse sentido, o conservadorismo,
respeitando a evolução de práticas e costumes, contribuirá fortemente para o desenvolvimento
da pedagogia como profissão.
6 REFERÊNCIAS
APPLE, Michel W. “Ei, cara, eu sou boa nisso!”: A arte e a política de criar novo
conhecimento nas escolas. In: APPLE, Michel W. Conhecimento Oficial: A educação
democrática numa era conservadora. Petrópolis: Editora Vozes, 1997. [p. 207 – 218]
FREIRE, Paulo. FAUNDEZ, Antonio. Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz
& Terra, 1985.
GAUTHIER, Clermont. [et al]. Por uma teoria da pedagogia: pesquisas sobre o saber
docente. Trad. Francisco Pereira. 3ª ed. Ijuí: Editora Ijuí, 2013. [p. 66 – 79].
QUANDO SINTO QUE JÁ SEI. Direção: Antonio Sagrado, Raul Perez e Anderson Lima.
Produção e Montagem: Antonio Sagrado e Raul Perez. Vekante: Educação e Cultura. 2014.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2018/08/30/7-de-cada-10-alunos-do-ensino-medio-tem
-nivel-insuficiente-em-portugues-e-matematica-diz-mec.ghtml
https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/dez-documentarios-essenciais-para-discutir-educa
cao-85csmomtpu64qb3lw2m9hwigp/
https://novaescola.org.br/conteudo/335/jose-pacheco-e-a-escola-da-ponte
https://novaescola.org.br/conteudo/1754/celestin-freinet-o-mestre-do-trabalho-e-do-bom-sens
o
https://profes.com.br/profmarciocavalcanti/blog/a-educacao-prussiana-dos-dias-atuais
https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/como-no-seculo-19-nossas-salas-de-aula-pararam
-no-tempo-arjn56m7xzsmdid2inpnhu8cv/
https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/arquitetura-da-escola-auxilia-na-construcao-da-apr
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