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SILVA, Tomas Tadeu. Pedagogia do oprimido versus pedagogia dos conteúdos.

In:
Documentos de Idententidade: Uma Introdução às teorias do currículo. 3. ed. Belo
Horizonte: Autentica, 2010.

CREDENCIAIS DO AUTOR
Tomas Tadeu Silva é Ph. D. pela Stanfor University (1984). Atualmete é
professor colaborador do programa em Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Publicou mais de 30 artigos em
periódicos especializados, 30 capítulos de livros e 25 livros. Atua na área de
educação, com ênfase em Teoria do Currículo.

RESENHA
O texto “Pedagogia do Oprimido versus Pedagogia dos Conteúdos de
(Silva, 2010), aborda as relações de oposições entre essas duas linhas de ideias
pedagógicas sobre a educação, sendo a primeira, elucidada pelo educador, filósofo
Paulo Freire, e a segunda, pelo filósofo e pedagogo Dermeval Saviani.

Paulo Freire, evidencia em sua obra questões curriculares, como por


exemplo: “o que ensinar?”, “o que significa conhecer?” Analisa de forma filosófica
tais questionamentos, problematiza o processo de dominação, característico da
escola tradicional e ainda propõe um novo olhar sobre o currículo. A crítica de Freire
em sua teoria sintetiza-se ao conceito de “educação bancária”, na qual o educando é
apenas o recebedor de conhecimento e o professor aquele que deposita.
Caracterizando desse modo a passividade do aluno frente ao processo de ensino e
aprendizagem e ao papel ativo do docente. Nessa perspectiva, o mesmo
desenvolveu uma concepção que viesse na contramão desse modo de educação. A
“educação problematizadora” pontua a participação ativa do discente no ato de
conhecer, ou seja, se estou presente no mundo devo conhecê-lo e intervir no
mesmo, e para isso faz-se necessário o enlace das minhas subjetividades com as
de outrem, o diálogo, a intercomunicação, a troca de saberes, o estudo da realidade
dos sujeitos envolvidos, em resumo os “conteúdos programáticos” devem constituir-
se das expeciência dos alunos, ou seja, do universo da qual pertecem. E é essa
conciência de si mesmo e do mundo que nos faz seres únicos, diferenciados. Nesse
contexto é primordial potencializar que o currículo mescla com inúmeras culturas,
tempo, idearios, o que faz de seu estudo ainda mais complexo, interessante e ao
surgimento de novas concepções de currículo.

Demerval Saviani, contexta as ideias de Paulo Freire, enfatiza há


existência, necessidade de separar a educação e política. Ao passo que se não
houver a ruptura de tais aspectos a prática educacional perde a sua especificidade.

É relevante pontuar que toda prática educativa tem uma intensionalidade,


afinal, o currículo não possui uma neutralidade, possui uma ou inúmeras intencões.
Pacheco (2005), descreve que o currículo “é uma questão política, contextualizada
da relação de poder, uma vez que sua construção supõe escolhas que estão nas
atitudes de poder”. Quando se quer formar cidadãos pacíficos, acriticos, “bancários”,
com certeza tem uma intensionalidade.

Dermeval enfatiza que o papel da pedagogia crítica consiste na


transmissão de conhecimentos tidos como universais e não dos grupos que se
apropriam desses conhecimetos. De certo, não há dessa forma troca de saberes?! O
autor defende a teoria tradicional?! (SILVA, 2010) faz-nos refletir sobre a dificuldade
em distinguirmos a teorria curricular “pedagogia dos conteúdos” da teoria tradicional
de curriculo por estarem de certa forma correspondentes.

Com base no exposto inferimos que Paulo Freire em suas questões ao


que tange a Pedagogia do Oprimido apresenta uma discução relevante para nós
enquanto futuros pedagogos quando evidencia a “educação problematizadora” como
fator prepoderante para contestar a forma tradicional de educação, nos relembrando
que devemos dar voz e vez aos alunos, fazendo - os também agentes pertencentes
ao processo educativo. Evidenciando que é primordial a troca de saberes entre
docente, discente e a realidade que os cerca. Saviani critica as pedagogias ativas de
Freire, uma vez que para ele os conteúdos devem estar distante da realidade do
aluno. E como sabemos, tal caracteristica é um retrocesso para a educação. O aluno
dever ser critico e intervir em sociedade. O sistema quem elabora a prática curricular
e o professor quem articula a melhor forma de aplicar, excluindo, muitas vezes, o
conhecimento de mundo que o aluno possui. Dessa forma, entendemos que para
uma aprendizagem eficaz faz-se necessária a intervenção e participação do aluno,
família e demais participantes do processo educativo, deve haver a junção de ambas
as partes para que o processo de elaboração, aplicação e avaliação, ou seja, os
aspectos que perpassam o currículo venham de fato acontecer de forma a garantir o
desenvolvimento cognitivo, social, humano de cada aluno.

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