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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Módulo: Ciência Política

Tema: a legitimidade do uso da força do poder estatal em tempos de pandemia

1º Ano

Gamael Edmundo Lampião Massingue

Maxixe, Setembro de 2022


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Tema: A legitimidade do uso da força do poder estatal em tempos de pandemia

Trabalho a ser submetido ao Departamento de


Ciências Sociais e Humanas em cumprimento dos
requisitos exigidos pelo UnISCED para ser
submetido a avaliação 3 de Ciência Política no
curso de Administração Pública.
Orientado por: Msc. Ancha Miguel Monjone.

Gamael Edmundo Lampião Massingue

Maxixe, Agosto de 202


Índice
1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 3

1.1.Objectivos ................................................................................................................... 3

1.1.2.Objectivos específicos ............................................................................................. 3

2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 4

2.1.Poder de polícia .......................................................................................................... 4

2.2.Direitos fundamentais como limites jurídicos do poder de polícia ....................... 4

2.3.A legitimidade do exercício de poder de polícia em tempos de pandemia ................ 4

2.4.A legitimidade do exercício de poder de polícia em tempos de pandemia ................ 5

2.5.Formação policial com base nos direitos fundamentais ............................................. 6

2.6.Desafios que se colocam aos direitos humanos dos agentes de polícia...................... 6

2.7.Quais os direitos humanos particularmente relevantes para os agentes de polícia…. 7

2.8.Legitimidade do uso da força policial ........................................................................ 7

2.9.Uso da Força Policial versus Violência Policial......................................................... 8

3.PRINCÍPIOS NORTEADORES DO USO DA FORÇA .............................................. 9

3.1.Quanto aos princípios do uso da força, temos que: .................................................. 10

3.2.Regulamentação do uso da força policial ................................................................. 11

3.2.1.Regulamentação do uso da força policial .............................................................. 11

4.CONCLUSÃO ............................................................................................................. 13

5.REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 14

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1. INTRODUÇÃO
Com o advento da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), surgiu a necessidade de,
o estado moçambicano editar actos normativos para prevenir e controlar a doença.
Essas medidas invariavelmente determinam restrições a direitos fundamentais. Em que
pese a atuação do poder público conter respaldo legal, nota-se que o exercício do
poder de polícia não é ilimitado, vez que, pelo facto de atentar contra liberdades
garantidas no texto constitucional, deverá a intervenção obedecer ao equilíbrio
entre autoridade e liberdade, mais precisamente, atender ao princípio da
proporcionalidade.
Partindo do pressuposto, pretende se esgrimir conhecimentos relacionados com a
legitimidade do uso da força do poder estatal em tempos de pandemia.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Garantir a continuidade das actividades do estado na época da pandemia.
1.1.2. Objectivos específicos

 Exemplificar actuações invulgares da força policial com base na fundamentação


da literatura;
 Discutir ponto a protecção da saúde pública que autoriza o Estado a ter um poder
(i)limitado, que entram em choque com os direitos fundamentais.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Poder de polícia


O conceito doutrinário de poder de polícia pode ser representado pelas palavras:
É o modo de atuar da autoridade administrativa que consiste em intervir no exercício
das actividades individuais suscetíveis de fazer perigar interesses gerais, tendo por
objeto evitar que se produzam, ampliem ou generalizem os danos sociais que a lei
procura prevenir.

Considera-se poder de polícia actividade da administração pública que, limitando ou


disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de acto ou abstenção
de facto, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem,
aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de actividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do poder público, à tranquilidade
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

2.2. Direitos fundamentais como limites jurídicos do poder de polícia

A expressão “direitos fundamentais” foi construída na França durante o movimento


político que originou a Declaração Universal dos Direitos dos Homens e do Cidadão,
a sua concepção atual, entretanto, é fruto da reunião de várias fontes históricas,
culturais e políticas. Ao analisar os elementos que contribuíram para sua formação,
nota-se a presença de dois pontos em comum, quais sejam: A limitação do poder do
estado e a consagração dos princípios da igualdade e da legalidade.
Em outras palavras, apenas existirão direitos fundamentais quando a autoridade e a
liberdade se distinguirem e, até, em maior ou menor medida, se contraporem.

Com o passar dos tempos, houve uma mudança no modo de interpretar as relações entre
indivíduo e poder, considerando que os direitos do homem são históricos, caracterizados
por lutas em defesa de novas liberdades em face de velhos poderes, e nascidos de modo
gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas.
2.3.A legitimidade do exercício de poder de polícia em tempos de pandemia
Os tópicos anteriores levam à constatação de que poder de polícia e direitos
fundamentais se relacionam intrinsecamente e atuam de forma que um limita o outro.
Ou seja, a atuação ordenadora do Estado pode restringir liberdades individuais, mas por

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elas também é limitado, na medida em que o poder público, durante sua atividade
regulatória, não poderá se afastar dos valores albergados na Constituição e provocar a
aniquilação das garantias alcançadas.
Portanto, verifica se o problema quando a intervenção estatal limitadora de direitos
fundamentais será legítima? Quando existir equilíbrio entre autoridade e liberdade.
Quando houver efectiva e real supremacia do interesse coletivo. Quando a coerção
mantiver fina sintonia entre as razões e os objetivos que a fundamentam. Em síntese,
quando a atuação do poder público for proporcional.

2.4. A legitimidade do exercício de poder de polícia em tempos de pandemia

Ademais, a vigilância epidemiológica, definida como “um conjunto de ações que


proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos
fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade
de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou
agravos” decorre da obrigação constitucional de proteção à saúde.
Com efeito, condutas estatais restritivas de direitos fundamentais com base na
prevenção e contenção de epidemias podem ser adotadas. Foi o que ocorreu no Brasil
em 2006, diante proliferação do mosquito transmissor da dengue, em que a União
lançou e pôs em prática o programa nacional de controle da dengue, que dava amparo
legal à execução das ações de campo – imóveis fechados, abandonados ou com acesso
não permitido pelo morador.
No caso específico da pandemia do novo coronavírus (COVID-19), o Governo
Moçambicano, escorado no interesse social, tem editado atos normativos que
estabelecem medidas necessárias para enfrentamento da doença. Essa conduta vem
afetando vários direitos individuais. Sem adentrar no mérito das anunciadas restrições
diante da ausência de dados técnicos sobre a enfermidade e em face do exíguo
tempo transcorrido desde o seu aparecimento, verifica-se que esta atuação de poder
público é juridicamente possível, por estar fundamentada na lei e no bem estar social,
mas apenas será considerada legítima se observar os limites acima dispendidos,
notadamente o princípio da proporcionalidade, medida superpositiva das condutas do
poder executivo, que proíbe o excesso e preconiza a conformação entre os meios e
os fins.

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2.5. Formação policial com base nos direitos fundamentais

Finalidade:
A presente actividade pretende alargar os conhecimentos dos participantes sobre os
conceitos básicos no domínio dos direitos humanos, nomeadamente os conceitos-chave
e o seu funcionamento.

Conhecimentos
 Compreender a ideia básica e as funções dos direitos humanos;
 Compreender os conceitos-chave dos direitos humanos e as obrigações deles
decorrentes;
 Conhecer os aspetos principais da evolução dos direitos humanos ao longo do
tempo;
 Familiarizar-se com os documentos internacionais e os tipos de mecanismos de
proteção mais importantes no domínio dos direitos humanos.

Atitude
 Reconhecer o valor intrínseco dos direitos humanos, nomeadamente a sua
importância jurídica e política e enquanto base de uma sociedade pacífica, e o
seu contributo para uma vida justa para todas as pessoas.

Competências

 Identificar os direitos humanos relacionados com o trabalho da polícia

Requisitos:
 Tempo: 40-60 minutos

Material:
 Ficha de trabalho com perguntas para debate;
 Opcional: projetor e apresentações em PowerPoint;
 Espaço: sala de plenário e duas salas para os grupos de trabalho;
 Dimensão do grupo: máximo 20-25 pessoas.
2.6. Desafios que se colocam aos direitos humanos dos agentes de polícia

As condições de trabalho e as estruturas ou medidas organizacionais podem não garantir


ou mesmo minar/violar os direitos humanos dos agentes de polícia. O meu chefe limita-

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se a dar ordens. Está sempre a dizer: Não gosta, pode ir embora. Enquanto estiver aqui,
está sob as minhas ordens. Noutra situação: Pediram-nos para apresentar amostras de
ADN. Isto é contra os nossos direitos humanos.
Os chefes de polícia são responsáveis pelos direitos humanos dos agentes sob o seu
comando. Os fatores estruturais e a cultura do serviço de polícia influem também nos
direitos civis, económicos e sociais dos agentes de polícia, ao nível, por exemplo, das
condições/horas de trabalho, da segurança social, da transparência e da participação em
processos de comunicação e de gestão, da gestão dos recursos humanos, da
responsabilidade da chefia ou da formação e educação. Um olhar atento sobre a
organização na perspetiva dos direitos humanos permite obter informações importantes
sobre se o ambiente da mesma promove ou não os direitos humanos dos agentes de
polícia.

Os agentes de polícia podem ser confrontados com comportamentos agressivos,


altamente provocadores ou violentos e estarem limitados (do seu ponto de vista) a
efetuar intervenções moderadas. Durante as manifestações, tenho de permanecer num
cordão. Os manifestantes podem provocar-nos, cuspir em nós, arremessar objectos
contra nós e ser violentos, mas o máximo que nos é permitido é protegermo-nos atrás
dos nossos escudos.
2.7. Quais os direitos humanos particularmente relevantes para os agentes de
polícia
Os direitos humanos dos agentes de polícia são estabelecidos pela legislação nacional e
pelas diretivas organizacionais internas. Além disso, existe uma perspetiva dos direitos
humanos a um nível mais elevado. Em muitas organizações de polícia, os direitos dos
agentes são discutidos quando estão em causa regras e regulamentos concretos
relacionados com questões como remunerações, horas extraordinárias, licenças ou
condições de trabalho. Mas esta discussão só raramente surge expressa na linguagem
dos direitos humanos.
A restrição dos direitos dos agentes de polícia tem de fundar-se na lei e só é permitida
se existir um fim legítimo e se o princípio da proporcionalidade for respeitado.
2.8. Legitimidade do uso da força policial
Para uma melhor compreensão dos papeis exercidos pelas Polícias Militares, órgãos
responsáveis pela segurança pública interna, torna-se de fundamental importância

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compreender, ainda que brevemente, a estruturação e função do Estado e do poder de
polícia.
Os elementos essenciais para existência do estado, é o povo, território, governo e
soberania. O Estado existe para prestar serviços à coletividade e é a soberania que
possibilita a edição de normas e regras de convivência social, bem como a adoção de
medidas que coíbam as práticas de atos que vão de encontro ao bem-estar comum.
Portanto, cabe ao estado o monopólio da violência legítima, elemento fundamental para
o controle social. Isso não significa brutalidade ou excessos, o uso da força é um meio
extremo que o Estado possui a sua disposição para fazer com que a ordem pública seja
preservada.

O poder de polícia, por sua vez, é um desdobramento do monopólio da força pelo


Estado e visa condicionar o exercício dos direitos e garantias fundamentais ao interesse
coletivo. Todas as ações e operações realizadas pelas polícias militares se originam e se
fundamentam no poder de polícia do Estado. Por esta razão, inclusive, para, a ideia de
polícia é inseparável da ideia de Estado, que jamais poderá abrir mão da sua força de
segurança pública.

2.9. Uso da Força Policial versus Violência Policial

Inicialmente, temos uma distinção essencial a ser feita é entre o uso da força e a
violência policial. O uso da força se caracteriza por ser um acto discricionário, legal e
legítimo. É uma das características e pressupostos da actividade policial, sendo exercido
em consonância com os ditames legais e em observância aos princípios da legalidade,
necessidade e proporcionalidade.

O uso da força é derivado do poder de polícia e constitui monopólio do estado. Assim, o


policial militar, no cumprimento de suas actividades, poderá utilizar da força para
repelir uma ameaça à sua pessoa ou à sociedade como um todo.

Conforme disposto no Manual Técnico-Profissional 01 da Polícia Militar de Minas


Gerais:a força, no âmbito policial, é definida como sendo o meio pelo qual a Polícia
Militar controla uma situação que ameaça a ordem pública, o cumprimento da lei, a
integridade ou a vida das pessoas. Sua utilização deve estar condicionada à observância
dos limites do ordenamento jurídico e ao exame constante das questões de natureza
ética.

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Uso intencional da força física ou do poder real ou em ameaça, contra si próprio, contra
outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha qualquer
possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de
desenvolvimento ou privação.

Enquanto o uso da força é legitimado pela própria essência do Estado e socialmente


aceito como medida necessária para garantir o interesse público e a paz social em
detrimento dos direitos e vontades individuais, a violência policial é ato que, além de
abusivo e não condizente com os fins das Instituições Militares e do Estado, configura
crime ou infração disciplinar, a depender do caso que se enfrente.

É em razão dessa distinção que se mostra tão importante estabelecer e fundamentar os


limites do uso da força na atuação diuturna do policial militar, evitando a ocorrência de
condutas sem técnica e sem responsabilidade, que possam comprometer a imagem da
instituição a qual o profissional integra.

3. PRINCÍPIOS NORTEADORES DO USO DA FORÇA

O uso da força pelos policiais militares, além de ser regulado pelo ordenamento
jurídico, deve ser estritamente fundamentado na missão de preservação da lei e da
ordem, da segurança, da vida e da integridade física das pessoas e, ainda, em alguns
princípios essenciais. Nesse sentido, a legalidade, necessidade e proporcionalidade
constituem os pilares principiológicos essenciais sobre o qual devem ser pautadas todas
as decisões de ações policiais.

O princípio da legalidade se vislumbra quando se utiliza a força para alcançar um


objetivo legal, atuando o policial militar nos estritos limites permitidos pelo nosso
ordenamento jurídico.

O princípio da legalidade deve ser estudado em suas duas vertentes: resultado e


processo. No resultado, considera-se que a ação policial deve sempre ser dirigida a
alcançar um objetivo/resultado legal. No que tange ao processo, deve-se observar se os
meios utilizados pelo policial militar estão em conformidade com as normas e
regulamentos vigentes. Neste sentido, destaca que:

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 O princípio da legalidade não está presente se o policial militar usa de violência
para extrair a confissão de uma pessoa. A tortura é vedada em qualquer situação
e não justifica o objetivo a ser alcançado
 O policial militar não cumpre o princípio da legalidade se, durante o seu serviço,
usar arma e munições ao autorizadas pela Instituição, tais como armas sem
registro, com numeração raspada, calibre proibido, munições particulares, dentre
outras.

O princípio da necessidade informa a força deve ser empregado somente se for o


recurso adequado para se atingir os objetivos legais (princípio da legalidade)
pretendidos em uma situação concreta.

Por fim, o princípio da proporcionalidade determina que a força utilizada pelo policial
deve ser compatível com a gravidade da ameaça oferecida pelo infrator. Assim, se em
determinada situação, for possível o emprego de instrumentos de menor potencial
ofensivo para neutralizar uma ameaça, não se justifica, por ausência de
proporcionalidade, o uso de força potencialmente letal.

O policial não precisa percorrer todos os níveis de força para neutralizar uma situação
crítica, pois não se trata de uso progressivo da força e sim do seu uso de forma
diferenciada, selecionada. Assim, se uma ocorrência simples evoluir rapidamente para
uma complexa com reféns, por exemplo, nada impede que o militar saia da verbalização
e faça uso de força potencialmente letal, pois esta medida se mostrará necessária e
proporcional à ameaça vivenciada, além de encontrar respaldo legal.

3.1. Quanto aos princípios do uso da força, temos que:

Os encarregados de Aplicação da Lei somente recorrerão ao uso da força quando todos


os outros meios para atingir um objetivo legítimo tenham falhado, e o uso da força pode
ser justificado quando comparado com o objetivo legítimo. O(s) Encarregado(s) de
aplicação da Lei são exortados a serem moderados no uso da força e armas de fogo e a
agirem em proporção à gravidade do delito cometido e o objetivo legítimo a ser
alcançado. Somente será permitido aos encarregados empregarem a quantidade de força
necessária para se alcançar um objetivo legítimo.

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os princípios norteadores do uso da força, tem-se que estabelecer diretrizes a serem
seguidas pelos agentes de segurança pública e, além de determinar a observância dos
princípios essenciais acima mencionados (legalidade, necessidade e proporcionalidade),
acrescenta ainda os princípios da conveniência e moderação:

O uso da força por agentes de segurança pública deverá obedecer aos princípios da
legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência.

Princípio da Conveniência: A força não poderá ser empregada quando, em função do


contexto, possa ocasionar danos de maior relevância do que os objetivos legais
pretendidos.

Princípio da Legalidade: Os agentes de segurança pública só poderão utilizar a força


para a consecução de um objetivo legal e nos estritos limites da lei.

Princípio da Moderação: O emprego da força pelos agentes de segurança pública deve


sempre que possível, além de proporcional, ser moderado, visando sempre reduzir o
emprego da força.

Princípio da Necessidade: Determinado nível de força só pode ser empregado quando


níveis de menor intensidade não forem suficientes para atingir os objetivos legais
pretendidos.

Princípio da Proporcionalidade: O nível da força utilizado deve sempre ser


compatível com a gravidade da ameaça representada pela ação do opositor e com os
objetivos pretendidos pelo agente de segurança pública.

Assim, os princípios essenciais são instrumentos limitadores do uso da força pelos


policiais, bem como pelos outros agentes responsáveis pela segurança pública.

3.2. Regulamentação do uso da força policial


3.2.1. Regulamentação do uso da força policial

Conforme demonstrado ao longo deste artigo, é reconhecidamente legítimo o uso de


força pelas polícias em sua atividade de preservação da ordem pública. Entretanto, é
necessário reconhecer que há casos em que ocorre abuso do uso da força. O abuso do

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poder de polícia vai de encontro à dignidade da pessoa humana, princípio fundamental
que norteia os Direitos Humanos.

Assim, torna-se necessária a existência de mecanismos que limitem e orientem o uso da


força, a fim de evitar a ocorrência de situações de truculência e violência arbitrária.
Essas normas também se mostram importantes para melhorarem as condições de
atuação dos agentes responsáveis pela segurança pública.

No cumprimento do dever, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem


respeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os direitos humanos de todas
as pessoas.

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4. CONCLUSÃO
De início, veio a lume a análise sobre o poder de polícia. Foram abordados seus
principais aspectos como origem, conceituação, fundamento, objeto, discricionariedade
e limites. Pode-se extrair dali que essa prerrogativa da administração púbica tem
assento no princípio da supremacia do interesse público e, por conta disso, tem seu
leque de atuação aumentado. Por outras palavras, com estofo no bem maior, pode o
ente estatal quase tudo, só não pode dispor dos desejos da coletividade. O poder de
limitar é limitado.
Num segundo momento, abordou-se os direitos fundamentais. Para melhor
contextualização, destacou-se aspectos da teoria geral que guarda relação com o
tema investigado como evolução, concepções, características, finalidades, dimensões
subjetivas e objetivas. Vislumbrou-se a relevância das liberdades fundamentais como
proteção do indivíduo e elemento direcionador da conduta positiva do poder
público. Em arremate, demonstrou-se a possibilidade de afastamento excepcional das
garantias, mas a impossibilidade de sua aniquilação.

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5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito administrativo. 31. ed. rev. atual. e
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2018.
2. SANTOS, Gilmar Luciano. Prática Forense para o Juiz Militar. Belo
Horizonte: Editora Inbrandim, 2016.
3. SARLET, Ingo Wolfgang. Eficácia dos Direitos Fundamentais: uma teoria
Geral dos direitos fundamentais na perspectiva constitucional. 11. ed. Porto
Alegre: Livraria do advogado, 2012.

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