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FACULDADE CARAJÁS
BACHARELADO EM DIREITO OBJETIVO DA UNIDADE:
Disciplina: Direito Administrativo Apresentar ao público alvo os
temas propostos e o conteúdo
Professor: Antonio C. S. Gomes Jr.
da ementa, preparando-o para
Período: Noite Créditos Ano: 202 Semestre: atuação profissional.
: 3 5ºSemestr
e
OBJETIVOS DA AULA
Apresentar ao público alvo os temas propostos e o conteúdo da unidade.
Desenvolver atividades
EMENTA
Bens Públicos. Agentes Públicos. Improbidade administrativa. Atuação do Estado no
domínio econômico. Intervenção do Estado na propriedade. Processo administrativo.
Controle da Administração Pública. Licitações Públicas. Contratos administrativos.
Responsabilidade extracontratual do Estado.
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Disciplina Direito Administrativo 2 – 5º Semestre
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Di Pietro, Maria Syvia Zanella. Direito administrativo. 30ª. Ed. Rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro. Forense,
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2017. p. 163.
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Ib idem.
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Justen Filho, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 12ª Ed. rev. Atual. e ampl. São Paulo. 2016. p. 435.
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2) Fundamentos
Esta fundamento estabelece que toda atuação Estatal deve ser pautada
pelo interesse público, cuja determinação deve ser extraída da constituição e
das leis.
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Di Pietro, Maria Syvia Zanella. Direito administrativo. 30ª. Ed. Rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro. Forense,
2017. p. 163.
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PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo; DIAS, Frederico, retratada no livro, Aulas de Direito
Constitucional para concursos. 3ª ed. São Paulo. Método. 2014.
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CAPÍTULO III
DA ESTRUTURAÇÃO URBANA
Art. 9º. Consoante aos objetivos gerais da política urbana expressos no art.
41, desta Lei, o ordenamento territorial urbano obedece às seguintes
diretrizes:
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MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 7ª Ed. São Paulo. Saraiva. 2017. p. 941.
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g) a poluição e degradação ambiental;
quando se trata de propriedade pública, além dos requisitos gerais da função social,
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É uma ordem que para ser decreta requer a ocorrência de um perigo iminente,
para ser decretado. Trata-se de ato auto executório, onde não há necessidade
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MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 7ª Ed. São Paulo. Saraiva. 2017. p. 942.
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Este tipo de intervenção está prevista no artigo 5º, inciso XXV, da CF:
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente
poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano;
A requisição (civil) pode recair sobre bens móveis, bens imóveis e serviços.
Art. 36. É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por
ação própria, de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à
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sua realização.
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Nome oriundo de Portugal, onde os registros dos imóveis que deveriam ser preservados, ficavam na
Torre do Tombo.
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RE. 219.292/2000, Ministro Relator Octavio Gallotti, STF.
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JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 12.ª ed. ver. Atual. e ampl. – São Paulo:
Editor Revista dos tribunais. 2016. p. 483 a 484.
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GASPARINI, Diógenes, 2002.
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GASPARINI, Diógenes, 2002.
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MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 7ª Ed. São Paulo. Saraiva. 2017. p. 944.
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domínio plantio de confiscados terão destinação específica
psicotrópico (art. 243, da CF)
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PERDIMENTO Art. 5º, XLVI, b, da CF Supressiva de Efeito de Bens usados para a Sem indenização Natureza sancionatória
domínio sentença penal
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condenatória prática de crime
PARCELAMENTO, (Art. 182 e 183, da Restritivo, mas pode Ato unilateral Imóvel urbano Sem indenização O proprietário também poderá dispor,
EDIFICAÇÃO OU CF, Lei 10.257/2001) chegar a supressivo (direito pessoal dentro dos limites da lei, as dimensões e
UTILIZAÇÃO em caso de público) configurações de seu parcelamento,
COMPULSÓRIOS. descumprimento edificação e utilização.
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Unidade II
9 – DESAPROPRIAÇÃO
(Artigos 5º, inciso XXIV; 22, II; 182, §4º, III; 184; 184, §5º; 185 e 243, da CF)
(Decreto Lei 3.365/1941, regula a desapropriação por necessidade e utilidade
pública – recepcionado como Lei ordinária; Lei 4.132/1962, que trata sobre
desapropriação por interesse social; Lei Complementar 76/1993, disciplina o
procedimento especial sumário de desapropriação para a reforma agrária; Lei
10.257/2001, regulamenta a desapropriação urbanística; Código Civil, artigos 519;
1.228, §3º e 1.275, respectivamente tredestinação, forma de privação da
propriedade, instituto de perda da propriedade)
Modalidades de desapropriação
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MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 7ª Ed. São Paulo. Saraiva. 2017. p. 988.
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(...)
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante
justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos nesta Constituição;
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MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 7ª Ed. São Paulo. Saraiva. 2017. p. 988.
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e) Desapropriação urbanística.
É uma exceção à regra do artigo 5º, por isso sua previsão também
é fundamentada em dispositivo constitucional (artigo 182, § 4º, III, da CF). Por
este tipo de desapropriação fugir à regra, e com base em dispositivo próprio,
o poder público municipal não fará uso de pagamento em dinheiro, mas em
títulos da dívida pública que serão emitidos especificamente para este fim,
aprovados pelo Senado, com prazo máximo de 10 anos para resgate, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização
e os juros legais.
Seção IV
Da desapropriação com pagamento em títulos
Art. 8o. Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo
sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de
parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá
proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em
títulos da dívida pública.
§ 1o Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação pelo
Senado Federal e serão resgatados no prazo de até dez anos,
em prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o
valor real da indenização e os juros legais de seis por cento ao
ano.
§ 2o O valor real da indenização:
I – refletirá o valor da base de cálculo do IPTU, descontado
o montante incorporado em função de obras realizadas pelo
Poder Público na área onde o mesmo se localiza após a
notificação de que trata o § 2o do art. 5o desta Lei;
II – não computará expectativas de ganhos, lucros cessantes e
juros compensatórios.
§ 3o Os títulos de que trata este artigo não terão poder
liberatório para pagamento de tributos.
§ 4o O Município procederá ao adequado aproveitamento do
imóvel no prazo máximo de cinco anos, contado a partir da sua
incorporação ao patrimônio público.
§ 5o O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado
diretamente pelo Poder Público ou por meio de alienação ou
concessão a terceiros, observando-se, nesses casos, o devido
procedimento licitatório.
§ 6o Ficam mantidas para o adquirente de imóvel nos termos
do § 5o as mesmas obrigações de parcelamento, edificação ou
utilização previstas no art. 5o desta Lei.
Estes títulos também não poderão ser compensados em pagamentos como tributos.
f) Desapropriação Confisco.
g) Desapropriação Indireta.
Unidade III
10.1 – CONCEITO
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OBS: O termo Efetivo tem a ver com o cargo, caráter definitivo, NÃO é
sinônimo de Estabilidade, que quer dizer uma condição adquirida pelo servidor
após o exercício efetivo de três anos de e também não é Efetivação
Unidade III
Súmula Vinculante 13
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para
o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda,
de função gratificada na administração pública direta e indireta
em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
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1) Geral;
2) Subteto;
3) Específico;
Formas de provimento.
c. Posse.
d. Estágio Probatório
I - assiduidade;
II - disciplina;
III - capacidade de iniciativa;
IV - produtividade;
V- responsabilidade.
O prazo da Lei, não prevalece, valerá o da CF, pois o STF já
decidiu que o prazo do estágio probatório será de 3 anos.
Ressalta-se que o estágio probatório e estabilidade são institutos
diferentes.
O estágio probatório é requisito obrigatório para todos os cargos.
Ex: Defensor público que decide ser juiz. Quando investido na nova carreira o
ex defensor deverá enfrentar novo estágio probatório de 3 anos.
Se o servidor estável for reprovado no estágio probatório de um
novo cargo ele será reconduzido ao cargo que exercia antes. A estabilidade é
de toda a administração pública.
O STF já decidiu que o requisito de assiduidade, caso o servidor
inassíduo (não assíduo) em razão de greve, essa inassiduidade não poderá
embasar reprovação em estágio probatório.
e. Vacância
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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11.7. Remoção.
Remoção é um deslocamento do servidor para exercer suas
atribuições em outra localidade. Não é forma de provimento e pode se dar
tanto de ofício como a pedido.
b) Remoção a pedido. Ocorre por interesse do próprio servidor que pede sua
remoção. Nesta situação há três casos obrigatórios: 1) quando o servidor
pede para acompanhar seu cônjuge que foi removido de ofício, para cuidar de
problemas de saúde, 3) no caso de concurso de remoção, quando existe mais
interessados do que número de vagas a administração faz um concurso
(interno) e quem passar será removido.
11.8. Redistribuição
11.9. Regime disciplinar dos servidores públicos (artigo 116 a 142, da Lei
8.112/1990).
Estas situações estão previstas nos artigos 132, incisos, IV, VIII, X
e XI
O Direito de punir servidores decorre do poder disciplinar, as
punições são tanto vinculadas como discricionárias: são vinculadas pois,
quando ocorre uma infração a punição é obrigatória e é discricionária quanto
a forma de aplicação da pena e a medida da pena.
Advertência, suspensão e demissão.
Prazo prescricional da advertência será de 180 dias.
Prazo prescricional da suspensão será de 2 anos.
Prazo prescricional da demissão será de 5 anos.
Caso a infração administrativa seja também um crime o prazo
prescricional será o previsto na norma penal.
Há duas hipóteses onde a absolvição penal gera obrigatoriamente
a absolvição cível e administrativa:
a) Negativa de autoria.
b) Inexistência do fato.
Resumo
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1 Introdução
O vocábulo improbidade é uma palavra composta pelo prefixo
“im”, que significa a negativa, e pelo substantivo “probidade”,
conceituado como probo, íntegro, honesto e reto. Nesta esteira, ao falar
de improbidade está se falando daquilo que não é probo, íntegro,
honesto e reto (OXFORD, 2021).
Quando se associa o vocábulo improbidade à atuação da
administração pública, tem-se que a falta de honestidade está
diretamente relacionada ao manuseio da coisa pública, o que resulta em
dizer que está se falando de corrupção.
A improbidade administrativa portanto, é atuação do agente
público associado ou não ao particular, que trata da coisa pública de
forma patrimonial e pessoal, como se sua fosse, buscando se apossar
ou utlizar a estrutura, aparelho, bens e serviços do estado, ou de uso
administração pública para tirar alguma vantagem para si ou para
terceiros.
A corrupção ou a improbidade administrativa é inimiga da
república onde vige o Estado Democrático de Direito, como é o caso do
Brasil (NEVES, 2020).
62
bens de terceiros, desde que fique provado que foram adquiridos dolosamente (BRASIL,
1941).
Além dos dispositivos já conhecidos que instituíam a possibilidade de
responsabilização dos funcionários públicos, Diplomatas, Ministros de Estado, Presidente da
República, com relação a este último, inclusive em face do cometimento de ato que
atentasse contra a probidade na administração, a Constituição da República dos Estados
Unidos do Brasil de 1946 inovou no capítulo II, “Dos Direitos e das Garantias individuais” 21,
em seu artigo 141, §31, segunda parte, havia previsão de efitividade limitada de que a lei iria
dispor” sôbre o seqüestro e o perdimento de bens, no caso de enriquecimento ilícito, por
influência ou com abuso de cargo ou função pública, ou de emprêgo em entidade
autárquica”, sendo o ponto de partida constituicional para o termo (im)probidade (BRASIL,
1946).
Criada para ampliar a efetividade do artigo 141, §31, segunda parte, da CRFB de
1946, a Lei nº 3.164/1957, ou a “Lei Pitombo-Godói Ilha”, estabeleceu dentre outras
inovações a declaração de bens daqueles que exercessem cargos públicos 22, mas a ficou
conhecida por possibilitar o sequestro e a decretação da perda “em favor da Fazenda
Pública”, dos “bens adquiridos pelo servidor público, por influência ou abuso de cargo ou
função pública, ou de emprêgo em entidade autárquica, sem prejuízo da responsabilidade
criminal em que tenha aquêle incorrido” (BRASIL, 1957).
Em 21 de Janeiro de 1958, foi criada a Lei nº 3.502, identifcada como “Lei Bilac
Pinto”, em função do Deputado, autor do projeto, que posteriormente se tornou Ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF, 2012).
A Lei nº 3.502/1957, a qual não revogou a Lei nº 3.164/1957, tratava de forma muito
similar do tema, enriquecimento ilícito, causado ou decorrente do abuso de cargo ou função,
inovando ao trazer23, um rol que caracterizava o enriquecimento ilícito (BRASIL, 1957).
Já em 29 de junho de 1965, foi sancionada a Lei nº 4.717, que regulava a ação
popular visando a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da
União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades da administração
pública indireta, autárquicas, estatais, de sociedades de economia mista (BRASIL, 1965).
Além dos tradicionais dispositivos de imputação dos agentes públcos por crimes
comuns e de responsabilidade a Constituição do Brasil de 1967 (CB de 1967), trouxe em
seu artigos 150, §11, segunda parte uma previsão de que:
CAPÍTULO IV
Dos Direitos e Garantias Individuais
Art. 150. [...]
[...]
§ 11. [...]. A lei disporá sôbre o perdimento de bens por danos causados ao
erário ou no caso de enriquecimento ilícito no exercício de função pública.
Observa-se que a expressão “prejuízo à Fazenda Pública”, usada na CREUB de
1941, transformou-se no texto da CB de 1967, em “dano causados ao ao erário” (BRASIL,
1967).
21
O referido dispositivo da CREUB de 1946 foi o “antecessor” estrutural atual de nossos Direito de
Garantias Fundamentais, o artigo 5º, de nossa atual CRFB de 1988.
22
Artigo 3º, da Lei 3.240/1941.
23
Artigo 2º, da Lei nº 3.164/1957.
66
Dentre eles o artigo 5º, caput, e LXXIII, o qual dispões “qualquer cidadão é parte
legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa”; o artigo 14, §
9º, em cujos termos “lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade
e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa”; o artigo
15, inciso V, que reza “É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou
suspensão só se dará nos casos de: [...] V - improbidade administrativa, nos termos
do art. 37, § 4º.” (BRASIL, 1988).
24
Art. 1 c/c Art. 3 º, da Lei 8.429/1992.
25
Empresas não estão incluídas explicitamente no artigo que trata dos sujeitos ativos dos atos de
improbidade, porém, por intermédio de interpretação sistemáticados dispositivos Art. 9º, VIII, 10, I, II,
VIII, XVI, XVII, da Lei 8.429/1992, verifica-se a possibilidade de serem incluídas como sujeitos ativos
destes atos.
26
O agente político não estava caracterizado explicitamente, mas a interpretação sistemática também
o abrange nos termos do Art. 4º, da Lei 8.429/1992.
27
Art. 1º, da Lei. nº 8.429/1992.
28
Art. 1º, parágrfo único, da Lei. nº 8.429/1992.
29
Isso não esta explícito na lei, mas se deprendente pela aplicação dos conceitos gerais utlizados em
direito penal e da interpretação promovida a partir leitura sistemática comparativa do caput do art. 9º,
caput, c/ com art. 10, caput, o qual revela a possibilidade de dolo e culpa, somente para este
dispositivo.
68
30
Art. 12, inciso I, da Lei nº 8.429/1992.
31
Art. 10, da Lei nº 8.429/1992.
32
Art. 12, inciso II, da Lei nº 8.429/1992.
33
Idem nota de rodapé n.º 9.
34
Idem, nota de rodapé 9.
35
Art. 12, inciso II, da Lei nº 8.429/1992.
69
36
Art. 14, da Lei nº 8.429/1992.
37
Lei nº 8.112/1990.
38
Art. 14, §§1º, 2º e 3º c/c 15 da Lei nº 8.429/1992.
39
O procedimento de sequestro era regido pelos art. 822 e 825, do do CPC de 1973, porém com
advento do CPC de 2015, As cautelares específica foram extintas, sendo mantido apenas o
procedimento cautelar genérico, regidas pelo 301 e seguintes.
40
Art. 17, da Lei nº 8.429/1992. O CPC de 2015, que revogou o CPC de 1973, alterou o nome do
regime de ordinário para comum.
41
Art. 17, c/c §13, da Lei nº 8.429/1992.
42
Art. 17, §5º, da Lei nº 8.429/1992.
43
Art. 305 a 310, do CPC.
44
Os pedidos de tutela antecipada podem ser fundamentados no Art. 300, 311 e seguintes do CPC,
conforem Art. 16, §§1º e 2º e 17 da Lei nº 8.429/1992.
70
45
Art. 17, §§7º e 8º, da Lei nº 8.429/1992.
46
Art. 17, §10, da Lei nº 8.429/1992.
47
Art. 17, §11, da Lei nº 8.429/1992.
48
Art. 17, §6º, da Lei nº 8.429/1992.
49
Art. 17, §12, da Lei nº 8.429/1992.
50
Art. 17, §1º, da Lei nº 8.429/1992.
51
Art. 17, §10-A, da Lei nº 8.429/1992.
52
Art. 17, §3º, da Lei nº 8.429/1992.
53
Art. 23, I, da Lei nº 8.429/1992.
54
Art. 23, II da Lei nº 8.429/1992
4 O estudo comparativo
2 Sujeito Ativo Pessoas: Agentes Públicos (de qualquer tipo) e Pessoas (MUDOU): Agentes Públicos (todos, inclusive os políticos) e
Particulares (Art. 1 c/c Art. 3 º, da Lei Particulares (Art. 2º, da lei nº 14.230/2021). Empresas foram incluídas
8.429/1992). Empresas não estavam incluídas explicitamente (Art. 2º, parágrfo único, da lei nº 14.230/2021), inclusive
explicitamente nos dispositivos, mas por as que tem relação distinta da contratação. A descaracterização da
intermédio de interpretação sistemática (Art. 9º, personalidade jurídica das empresas, para incluir sócios quotista,
VIII, 10, I, II, VIII, XVI, XVII, da Lei 8.429/1992) administradores, ou até administradores, só será efetivada quando se
provar o benefício financeiro obtido por estes, a partir do ato tido como
improbo e até o limite de seus aproveitamentos. (Art. 3º, §1º, da lei nº
14.230/2021).
3 Sujeito Passivo Administração pública: direta, indireta e Administração pública (MUDOU): Integrantes dos poderes do
subvencionados com + de 50% do patrimônio Executivo, legislativo e judiciário, bem como da administração direta e
ou receita anual. (Art. 1º, da Lei. nº indireta da União, Estados do Distrito Federal, Municípios, bem como
8.429/1992). também pode ser praticado em face de entidade privada que receba
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos
Entidade subvencionada com -50%, poderia ser ou governamentais (Art. 1º, parágrafo único, da lei nº 14.230/2021).
sujeito passivo, mas as sanções estão limitadas
a repercussão do ilícito nos cofres públicos (Art.
1º, parágrfo único, da Lei. nº 8.429/1992).
1
7
4 Agente Público Tipos: Agentes públicos, servidores, Tipos (MUDOU): O novo dispositivo explicita a figura do Agente
empregados e particulares em colaboração. O Político, incluído juntamente com os demais tipos de agentes públicos,
agente político, não estava caracterizado servidores, empregados, contratados e particulares em colaboração, o
explicitamente, mas a interpretação sistemática que já ocorria na prática, mas não estava tipificado (Art. 2º, da lei nº
o abrangia (Art. 4º, da Lei 8.429/1992). 14.230/2021).
5 Enriquecimento Tipificação: Enriquecimento ilícito, era punida Tipificação (MUDOU): Enriquecimento ilícito, tornou explicita a
ilícito pela prática do dolo, a partir leitura sistemática necessidade de ocorrência do dolo, para caracterização (Art. 9º, da lei
do art. 9º, caput, c/ com art. 10, caput, que nº 14.230/2021). Inciso IV. Ampliou-se a caracterização do ilícito para
revela a possibilidade de dolo e culpa, somente “bem móvel. Inciso VI. Ampliou-se a caracterização do ilícito para dado
para este dispositivo (Art. 10, da Lei nº técnico. Inciso VII. Incluiu-se explicitamente a garantia do contraditório
8.429/1992). ao agente acusado de aumento desproporcional de patrimônio.
6 Dano ao erário Tipificação: Dano ao erário era a tipificação Tipificação (MUDOU): Dano ao erário, excluíu a tipificação culposa,
mais abrangente, aceitava a figura do dolo e da mantendo apenas a dolosa (Art. 10, da lei nº 14.230/2021).
culpa (Art. 10, da Lei nº 8.429/1992).
Inciso I. Incluiu-se a palavra “indevida”, para caracterização a
incorporação patrimonial. Inciso VIII. Incluiu-se a expressão,
“acarretando perda patrimonial efetiva” para caracterização. Inciso XIX.
Deixou-se de tipificar a desídia, trocando-se o termo “negligenemente”
por “ilicitamente”. Inciso XX. Incluiu-se a expressão “de qualquer forma”,
ampliando a caracterização. Inciso XXI. Incluiu-se a expressão “de
qualquer forma”, ampliando a caracterização.’
8 Violação de Tipificação: Violação de princípios Tipificação (MUDOU): Violação de princípios administrativos, tornou
princípios administrativos, era punida pela prática do dolo, explicita a ocorrência apenas pela prática do dolo, para caracterização
administrativos a partir leitura sistemática do art. 11, caput, c/ (Art. 11, da lei nº 14.230/2021).
com art. 10, caput, que revela a possibilidade
de dolo e culpa, somente para este dispositivo
(Art. 11, da Lei nº 8.429/1992).
2
7
9 Sanções Gerais: Há a previsão de possibilidade de Gerais (MUDOU): A expressão “ressarcimento integral do dano
sancionamento a partir de outras hipóteses de patrimonial”, foi incorporada ao caput do dispositivo e retirada das
incidência previstas em outros diplomas legais, sanções específicas dos incisos I, II e II (Art. 12, incisos I, II e III da lei nº
de aplicação cumulada ou individual das 14.230/2021).
sanções dos incisos (Art. 12, incisos I, II e III
da Lei nº 8.429/1992). Foi extraída a determinação de cumulatividade ou aplicação individual
das seguintes sanções.
Incisos I a II. Preveem a perda do patrimonio
acrescido ilicitamente, ressarcimento do dano, Inciso I (MUDOU). A suspensão dos direitos políticos foi ampliada para
perda da função pública, suspensão dos de quatro a doze anos. A proibição de contratar ou receber benefícios
direitos políticos (inciso I, oito a dez; inciso II, da administração pública foi ampliada para até doze anos.
cinco a oito anos), pagamento de multa civil Inciso II (MUDOU). A suspensão dos direitos políticos foi ampliada para
(inciso I, até três; inciso II, até duas vezes) e de quatro a dez anos. A proibição de contratar ou receber benefícios da
proibição de contratar ou receber benefícios da administração pública foi ampliada para até doze anos.
administração, pelo prazo de (inciso I, dez;
inciso II, cinco anos) Inciso III (MUDOU). A suspensão dos direitos políticos foi ampliada
para de quatro a seis anos. A proibição de contratar ou receber
Incisos II. Preve o ressarcimento do dano, benefícios da administração pública foi ampliada para até quatro anos.
perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos (inciso I, oito a dez; inciso II, Inciso IV (MUDOU MUITO). Revogado. Extinguiu as sanções aplicadas
cinco a oito; inciso III, oito a dez, ... ), aos crimes
pagamento de multa civil (inciso I, até três;
inciso II, até duas inciso III, até três vezes) e
proibição de contratar ou receber benefícios da
administração, pelo prazo de (inciso I, dez;
inciso I, dez; inciso I, dez anos)
3
7
improbidade (Art. 14, da Lei nº 8.429/1992). Somente do MP agora (Art. 17, caput, da lei nº 14.230/2021).
4
7
Titularidade da Ação. MP ou da pessoa Possibilidade de arquivametno da lide a qualquer tempo quando se
jurídica interessada, inclusive ente tributante verificar a não ocorrência do ato de improbidade (MUDOU MUITO
(prejudicada) (Art. 17, c/c §13, da Lei nº ACRESCIDO). Dispositivo acrescido (Art. 17, §11, da lei nº
8.429/1992). 14.230/2021).
ANPC. Possibilidade (Art. 17, §1º, da Lei nº Intimação da pessoa jurídica, independentemente dos réus
8.429/1992). (MUDOU MUITO ACRESCIDO). Dispositivo acrescido (Art. 17, §11, da
lei nº 14.230/2021).
Previsão de anulação do ato improbo.
Possibilidade apenas quando a ação for ser Titularidade da Ação (MUDOU MUITO). REVOGADO. Somente do MP
proposta pelo MP (Art. 17, §3º, da Lei nº agora (Art. 17, caput, da lei nº 14.230/2021).
8.429/1992).
ANPC (MUDOU MUITO). Possibilidade, desde haja ressarcimento do
Participação do MP no processo. dano, reversão da vantagem dada a pessoa jurídica, pagamento de
Necessidade, sob pena de nulidade da ação multa. A dosagem levará em conta, características pessoais do agente,
(Art. 17, §4º, da Lei nº 8.429/1992). natureza, cinrcusntancias, reprercussão, vantagens para administração
pública e gravidade do fato. Poderá ser celebrado em qualquer fase do
Prevenção jurisdição pela causa de pedir, processo. Também foi estabelecido prazo máximo de 60 dias para
ou pelo objeto. Ocorrência (Art. 17, §5º, da Lei celebração do acordo, que após deverá ser homologado (Art. 17-B,
nº 8.429/1992). §§1º, 2ª, 3º e 4º da lei nº 14.230/2021).
Instrução com Provas. Desde a propositura, Previsão de anulação do ato improbo (MUDOU MUITO). Revogado.
ou pelo menos índicios de por que não o fez.
(Art. 17, §6º, da Lei nº 8.429/1992). Participação do MP no processo (MUDOU - Prejudicado). Só o MP é
titular da ação (Art. 17, caput, da lei nº 14.230/2021).
Manifestação Prévia (Defesa Prévia).
Previsão. Para recebimento da ação, o juízo Prevenção jurisdição pela causa de pedir, ou pelo objeto
precisa oportunizar a defesa prévia (rito (MANTIDO). Ocorrência (Art. 17, §5º, da lei nº 14.230/2021).
especial da improbidade), ao acusado. Caso se
convença da possibilidade de ato improbo Indicativo de competência (ACRESCIDO – MUDOU MUITO).
recebe e determina a citação para contestação competência do local do dano ou da pessoa jurídica prejudicada (Art.
do réu; caso não se convença da autoria, da 17, §4-Aº, da lei nº 14.230/2021).
ocorrência do fato, ou da via escolhida, deve Requisitos da petição inicial (MUDOU MUITO - ACRESCIDO).
rejeitar a ação (Art. 17, §§7º e 8º, da Lei nº Conduta dos réus deve ser individualizada, indicando os elementos
8.429/1992). probatórios mínimos que demonstram a ocorrência de ato de
Possibilidade de Agravo da decisão de improbidade e autoria. Impossibilidade fundamentada. A petição inicial
recebimento. Previsão (Art. 17, §10, da Lei nº poderá cumular pedido de danos patrimoniais e não patrimoniais,
8.429/1992).
5
7
Concililação. Possibilidade, com perspectiva observado o 327, do CPC (Art. 17, §6º, inciso III, da lei nº 14.230/2021).
até de interrupção do prazo contestatório por
até 90 dias (Art. 17, §10-A, da Lei nº Possibilidade de rejeitar a inicial (ACRESCIDO – MUDOU MUITO).
8.429/1992). Se a petição não cumprir os requisitos mínimos dos artigos 330 e 331
do CPC, poderá ser rejeitada (Art. 17, §6-Bº, da lei nº 14.230/2021).
Possibilidade de extinção do processo por
inadequação. Em qualquer fase (Art. 17, §11, Instrução com Provas (MUDOU). Desde a propositura, não cabem
da Lei nº 8.429/1992). mais, instrução com mero indício (Art. 17, §6º, inciso II, da lei nº
14.230/2021).
Previsão de oitiva especial para agentes
políticos. Previsão (Art. 17, §12, da Lei nº Manifestação Prévia/Defesa Prévia (MUDOU MUITO). Foi revogada a
8.429/1992). defesa prévia e o recebimento da ação de improbidade.
6
7
considerar as dificuldades, obstáculos, exigências das políticas públicas,
direito dos administrados, condição de atuação do agente público;
Sanções previstas podem ser impostas cumulativa ou isoladamente de
acordo com a realidade do processo e do acusado; dano moral fixado
conforme o prejuízo à imagem da admiinistração; vedação de
condenação para atuações nas quais o agente não tenha concorrido, ou
obtido vantagem (Art. 17-C e incisos, da lei nº 14.230/2021).
11 Prescrição Agentes políticos, servidores contratados, Agentes políticos, servidores contratados, comissionados e
comissionados e analogos. 5 anos, contados analogos. (MUDOU MUITO) REVOGADO.
após o término do vínculo (Art. 23, I, da Lei nº
7
7
8.429/1992). Agentes públicos com estabilidde. (MUDOU MUITO) REVOGADO.
8
7
Conclusão
Já de início, pode-se confirmar de forma muito clara que todos os dez critérios
estabelecidos no tópico comparativo anterior, entre a lei coomo vigorava anteriormente e o
texto após as modificações introduzidas pela lei nº 14.230/2021.
Uma das alterações propostas para a Lei nº 8.429/1992, objeto de modificações
estabelecidas pela lei nº 14.230/2021 é a restrição da capacidade de propositura,
legitimando o Ministério Público como único sujeito ativo das AIP e a extinção do
Procedimento Administrativo, trazendo a possibilidade de abertura de inquérito civil,
investigação ou procedimento administrativo, somente a pedido do MP, fato apontado como
prejudical para o procedimento, conforme verificado em nossa introdução.
Em busca dos dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sobre as ações de
improbidade no Brasil, foi localizada a pesquisa: “Lei de Improbidade Administrativa:
obstáculos à plena efetividade do combate aos atos de improbidade”, onde há um gráfico
que aponta o percentual das ações de improbidade, distribuídas em face das autoridades
legitimadas a iniciar a AIP (GOMES JUNIOR, 2015).
Tabela 1 - Número absoluto e percentual por TJ relativa à representação para
instauração de investigação por Tribunal
55
A carga tributária é calculada em face de seu percentual em relação ao Produto Interno Bruto do
país ( que é convertido em carga tributária
Uma exceção é concedida para decretação da medida, quando houver possibildade
da comunicação prévia frustar a efetividade da medida (BRASIL, 2018).
Com a extinção das cautelares específicas no CPC, o bloqueio de bens poderá
continuar a ser decretado a partir de pedido cautelar (genérico), desta feita, explicitamente
indicado com fundamento nos artigos 305, 308 a 310 do CPC. Aos pedidos de bloqueio
serão aplicados o regime da tutela provisória, também do diploma objetivo (BRASIL, 2018).
O valor da constrição remete-se ao valor do ressarcimento do dano ao erário
acrescido da multa, devendo tal monta, a partir do novo texto do projeto, ser atualizado. Mas
a lei nº 14.230/2021 também preve a possibilidade do bem bloqueado ser substituído por
caução, fiança, ou seguro, bem como a possibilidade de se readequação a individulização
de valores atinentes a conduta de cada agente público, ao longo do processo (BRASIL,
2018).
A indisponibilidade de bens de terceiro, passará a depender de incidente de
desconsideração da personalidade jurídica, o qual seguirá o rito do CPC.
O procedimento agora é explicitamente reportado como sendo o comum. Mas
incluiu-se de forma clara a possibilidade de arquivametno da lide a qualquer tempo, quando
se verificar a não ocorrência, pelas provas apresentadas, da prática do ato de improbidade.
Tanto o Acordo de Não Persecução Cível (ANPC) como a conciliação tiveram
alterações significativas. No que tange aos ANPC passaram a haver quesitos para
celebração do acordo. A propositura e celebração de ANPC passa a prever o ressarcimento
do dano, a reversão da vantagem dada a pessoa jurídica, pagamento de multa, para ser
celebrado, sendo que a dosimetria do acordo ganhou parametros de aplicação, devendo
levar em conta as características pessoais do agente, natureza, cinrcusntancias,
reprercussão, vantagens para administração pública e gravidade do fato (BRASIL, 2018).
O ANPC poderá ser celebrado em qualquer fase do processo tendo sido
estabelecido prazo máximo de 60 dias para celebração do acordo. Já a concililação foi um
item mantido, inclusive com perspectiva até de interrupção do prazo contestatório por até 90
dias, para ultimar os atos necessários (BRASIL, 2018).
As peças principais atinentes a propositura e condenação de um agente por
improbidade administrativa também ganharam requisitos obrigatórios específicos.
A petição inicial da AIP ganhou requisitos obritórios típicos da improbidade
administrativa. Pelo que se observa no texto do projeto, não caberá mais instrução do
processo com mero indício, somente com provas do ato de improbidade, relegando a fase
investigatória para momento anterior ao processo (BRASIL, 2018).
Desde a propositura da ação o MP deverá demonstrar a conduta “típica” dos réus de
forma individualizada, indicando os elementos probatórios mínimos que demonstram a
ocorrência de ato de improbidade e autoria. Qual quer impossibilidade de fazê-lo, deverá ser
fundamentada. Se a petição inicial não cumprir os requisitos mínimos dos artigos 330 e 331
do CPC, poderá ser rejeitada.
Além disso, a AIP poderá cumular pedido de danos patrimoniais e não patrimoniais.
A manifestação prévia, maior “estrela” do rito especial foi revogada e o recebimento
ou não da ação de improbidade se dará após a contestação (BRASIL, 2018).
Neste ponto, observa-se um ganho de cunho prático e temporal. Com a fase
processual especial que existe na LIA atualmente, há necessidade de apresentação de
defesa prévia e contestação, como as AIP tem sempre mais de um réu, esta parte do
procedimento acaba por ampliar o tempo de curso do processo desde a propositura até a
sentença. Segundo o CNJ uma ação de improbidade gasta em média 1548,63 dias, ou seja
4,24 anos (2015).
O recebimento da inicial deverá ser feito em prazo comum de contestação de 30 dias
úteis, estabelecido pelo juiz, de acordo com o número de réus da ação, mas o Pl também
preve a possibilidade de desmembramento da lide após contestação, para torná-la mais
célere (BRASIL, 2018).
Outra parte do procedimento que também foi adensada pela lei nº 14.230/2021, foi a
sentença. Assim como a petição inicial, a sentença ganhou requisitos obrigatório especiais.
Quando o juiz condenar o réu por improbidade deve indicar os elementos que fundamentam
sua decisão, corroborando a ocorreência das hipóteses de incidência previstas nos termos
dos artigos 9º a 11 (BRASIL, 2018).
A sentença deverá ainda considerar consequências práticas da decisão; as
dificuldades, obstáculos, exigências das políticas públicas, direito dos administrados,
condição de atuação do agente público (BRASIL, 2018).
Além disso, as sanções impostas devem ponderar a realidade do processo e do
acusado, havendo ainda a possibilidade do dano moral ser fixado conforme o prejuízo à
imagem da admiinistração. Fora incluída a vedação de condenação para atuações nas quais
o agente não tenha concorrido, ou obtido vantagem (BRASIL, 2018).
Também na sentença, passa a haver a obrigatoriedade da caracterização do
elemento subjetivo (dolo). A condenação so preecherá os requisitos formas se estiver
caracterizado dolo, só ilegalidade não configura improbidade. Também com relação ao
litisconsórcio passivo, a condenação será limitada as ações de cada réu (BRASIL, 2018).
No que tange ao procedimento pode-se observar com clareza uma maior valoração
do texto da lei nº 14.230/2021, aos princípios do contraditório e da ampla defesa, remetendo
novamente a discriminalização da atividade administrativa.
A prescrição se tornou uma só, com vistas a silenciar as divergências
jurisprudenciais e doutrinárias, bem como procedimentais, passando a ser de 8anos para
todos os agentes, contados a partir da data do fato. Também foi incluída a possibilidade de
interrupção do prazo prescricional pelo tempo máximo de 4 anos, o que totaliza um tempo
máximo de 12 anos para a prescrição da AIP.
Em relação ao problema eleito, é possível identificar que a lei nº 14.230/2021, trouxe
novos paradigmas às ações de improbidade administrativa, lastreados em um procedimento
muito mais valorado para sob prisma dos princípios do contraditório e da ampla defesa, a
partir de uma perspectiva mas detalhista e exigente para as autoridades do Ministério
Público e da Magistratura, reduzindo as possibilidades de condenações sem fundamentos
individualizados e claramente identificados.
Neste aspecto, entende-se que foi possível alcançar o objetivo geral, de
compreender a lei nº 14.230/2021 e as inovações propostas para as ações de improbidade
administrativa, assim como, os objetivos específicos de conhecer a improbidade no contexto
histórico brasileiro e entender a lei nº 8.429/1992, tendo que a hipótese estabelecida
inicialmente se confirmado, pois o texto da lei nº 14.230/2021 modificou significativamente a
materialidade e mais ainda, o processamento das ações de improbidade.
UNIDADE V
28 – PROCESSO ADMINISTRATIVO
28.1 CONCEITO
56
Trata-se da maneira pela qual o Estado elabora a Lei.
57
É uma das formas pela qual o Estado aplica a Lei.
58
Idem.
Sendo assim, torna-se fundamental que as definições das duas
expressões sejam apresentadas e diferenciadas.
Processo é o método, é a junção de atos sucessivos com o intuito de
conseguir um pronunciamento sobre determinada controvérsia, quer seja ela em
área judicial, quer seja ela em área administrativa.
Já procedimento equivale a rito, ou seja, como o processo se realiza
em cada caso concreto.
De uma forma bem simples, o processo, além de assegurar o exercício da
jurisdição, constitui um conjunto de atos ordenados à consecução de uma finalidade,
a qual se faz presente na sentença. Já o procedimento, é meio pelo qual o processo
ganha movimento, realiza-se.
Cumpre ainda dizer que a própria Constituição Federal de 1988 utilizou a
terminologia “processo” para designar a processualidade administrativa:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;
Desta forma, não resta dúvidas de que a melhor expressão para designar
a sequência de atos tendentes a um resultado seria “processo”, já que esta é
realmente a sua natureza.
O Processo Administrativo é portanto, o conjunto de atividades em
cooperação, encadeadas, e ao somatório de direitos, poderes, faculdades, deveres,
ônus e sujeições que objetivam a formação de um ato administrativo lícito e
impessoal.59
Com vistas à prevenir arbitrariedades e propiciar maior justiça à
Administração, a ordem jurídica vincula a edição do ato administrativo a uma série
de atos encadeados e sucessivos, segundo um método de trabalho estabelecido.
59
COZER, Felipe Rodrigues. Reformatio in Pejus nos Processo Administrativo Sancionadores, p. 15.
Por existir essa diversidade de modalidades no Processo Administrativo,
o classificaremos como de:
a. Expediente;
b. Outorga;
c. Controle;
d. Gestão;
e. Punição;
f. Disciplinar;
g. Tributário
60
BRAGA, Carlos Eduardo Faraco. O princípio da verdade material no processo administrativo, p. 04.
61
AMORIM, Letícia Balsamão. A distinção entre regras e princípios segundo Robert Alexy. Revista de
Informação Legislativa. Brasília a.42 n.165 jan/mar.2005. Extraído do portal
http://www.senado.gov.br /web/cegraf/ril/Pdf/pdf_165/R165-11.pdf.
Nesse sentido, em todo processo administrativo, ainda que sumário, deve
estar presente a garantia de defesa associada ao devido processo legal, no intuito
de se evitar favorecimentos, injustiças ou mesmo perseguições.
Torna-se evidente, pois, que todos os atos praticados por aqueles que se
encontram no exercício de uma função executiva da Administração devem estar
pautados nos princípios atinentes à mesma, pois constituem fundamento não só da
atividade administrativa como de todo o ordenamento jurídico.
Antes de qualquer consideração, cumpre ressaltar que o processo
administrativo, rege-se pelo princípio do devido processo legal:
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal
62
PORFÍRIO FILHO, Antônio. O processo administrativo. Extraído de http://www.jurisway.org.br/v2/
dhall.asp?id_dh=4463.
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.
63
BRAGA, Carlos Eduardo Faraco. O princípio da verdade material no processo administrativo, p. 6.
Constitucionais Administrativistas e Princípios Processuais Específicos, assim
especificados:
UNIDADE VI
34 - CONCEITO
64
Teoria Exclusivista - artigo 98 do Código Civil. Estão integrados aí os bens das empresas públicas e
sociedades de economia mista.
65
Teoria Inclusivista. (Hely Lopes Meireles e Maria Silvia Zanoela Di Pietro)
As empresas públicas e as sociedades de economia, embora sejam pessoas
jurídicas de direito privado, integram as pessoas jurídicas de direito público interno,
desta feita, os bens destas pessoas estão afetados para o uso público.
35 - CLASSIFICAÇÃO
São aqueles destinados ao uso indistinto de toda a população. Ex: Mar, rio,
rua, praça, estradas, parques (art. 99, I do CC). O uso comum dos bens públicos
pode ser gratuito ou oneroso, conforme for estabelecido por meio da lei da pessoa
jurídica a qual o bem pertencer (art. 103 CC). Ex: Zona azul nas ruas e zoológico. O
uso desses bens públicos é oneroso.
Não estão destinados nem a uma finalidade comum e nem a uma especial.
“Constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de
direito pessoal ou real, de cada uma dessas entidades” (art. 99, III do CC).
Os bens dominicais representam o patrimônio disponível do Estado, pois não
estão destinados e em razão disso o Estado figura como proprietário desses bens.
Ex: Terras devolutas.
A concessão desse regime jurídico decorre dos interesses que o Poder Público
representa quando atua.
Inalienabilidade
Imprescritibilidade
Impenhorabilidade
36.1.1 Inalienabilidade
Regra geral
36.1.2 Imprescritibilidade
É a característica dos bens públicos que impedem que sejam adquiridos por
usucapião. Os imóveis públicos, urbanos ou rurais, não podem ser adquiridos por
usucapião.
-x-x-
Esta nova capitulação do Código Civil, os bens dominicais, tais quais os bens
de uso comum e especial, também não podem ser objeto de usucapião, o que
desencadeou a edição da Súmula 340:
Desde a vigência do Código Civil (CC/16), os bens dominicais,
como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por
usucapião
36.1.3 Impenhorabilidade
É a característica dos bens públicos que impedem que sejam eles oferecidos
em garantia para cumprimento das obrigações contraídas pela Administração junto a
terceiros.
– “A lei pode fixar valores distintos para o fim previsto no §3 deste artigo,
segundo as diferentes capacidades das entidades de direito público” (art. 100, §5º
da CF).
38 – Aquisição
Dá-se através dos instrumentos comuns do Direito Privado (compra, permuta,
doação ou dação em pagamento) ou compulsoriamente, através de desapropriação
e adjudicação em execução de sentença, e ainda através de usucapião em favor do
Poder Público. Cada uma dessas modalidades de aquisição possui forma e
requisitos específicos.
As regras sobre o uso do bem público são de competência daquele que detém
a sua propriedade, isto é da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal. Esta
interpretação vem da hermenêutica sistemática dos artigos 23, inciso I e 144, §8º, da
CF (artigo 23, inciso I, CF).
Por exemplo: Para se fazer uma passeata não é necessária autorização, mas
deve-se avisar o Poder Público para preservação dos bens dos quais tenha
titularidade.
O uso dos bens públicos pode ser feito pela própria pessoa que detém a
propriedade ou por particulares, quando for transferido o uso do bem público. Tal
transferência se da através de autorização, concessão e permissão de uso.
Autorização de uso
Permissão de uso
Concessão de uso
Por ser direito pessoal não pode ser transferida, “inter vivos” ou “causa mortis”,
a terceiros. Ex: Área para parque de diversão; Área para restaurantes em
Aeroportos; Instalação de lanchonetes em zoológico.
É o contrato por meio do qual delega-se se o uso em imóvel não edificado para
fins de edificação; urbanização; industrialização; cultivo da terra. (Decreto-lei
271/67). Delega-se o direito real de uso do bem.
c) Cessão de uso
UNIDADE VII
41 – CONTROLE ADMINISTRATIVO
41.1 - Conceito
-Controle externo popular: é previsto no art. 31, §3º, da CF, determinando que as
contas do município (Executivo e Câmara) fiquem durante sessenta dias,
anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame apreciação,
podendo questionar-lhes a legitimidade nos termos da lei.
43 - Controle Administrativo
Podem ter previsão legal (próprios) ou não (impróprios) e são divididos da seguinte
forma:
Destaque que como os atos administrativos estão sujeitos a revisão pelo judiciário,
não existe coisa julgada administrativa.
44 - Princípios:
46 - Controle Legislativo
47 - Controle do Judiciário
- ação civil pública: ampara os direitos difusos e coletivos, não se presta para
direitos individuais, nem se destina à reparação de prejuízos; (Lei 7347/85; CF art.
129, III)
- atos legislativos: a lei, propriamente dita, não ficam sujeitos a anulação judicial
pelos meios processuais comuns, e sim pela via especial da Ação direta de
Inconstitucionalidade, tanto para a lei em tese como para os demais atos
normativos.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei nº 10.887/2018. Altera a Lei n° 8.429, de 2
de junho de 1992, que dispõe sobre improbidade administrativa. Disponível em:
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2184458.
Acesso em: 12 ago. 2021. Texto Original.
BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891. Promulgada pelo
Congresso Nacional Constituinte em 24 de fevereiro de 1891. Brasília, DF. Diário do
Congresso Nacional, 24 de fevereiro de 1891. Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1824-1899/constituicao-35081-24-fevereiro-
1891-532699-publicacaooriginal-15017-pl.html. Acesso em: 12 ago. 2021.
BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1937. Decretada pelo
Presidente da República, em 10 de novembro de 1937. Rio de Janeiro, RJ. Diário Oficial da
União, 10 de novembro de 1937. Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1930-1939/constituicao-35093-10-novembro-
1937-532849-publicacaooriginal-15246-pl.html. Acesso em: 12 ago. 2021.
BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1946. Promulgada pela
Assembleia Constituinte, em 19 de setembro de 1946. Rio de Janeiro, RJ. Diário Oficial da
União, 19 de setembro de 1946. Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1940-1949/constituicao-1946-18-julho-1946-
365199-publicacaooriginal-1-pl.html. Acesso em: 12 ago. 2021.
BRASIL. Lei nº 3.164, de 1 de junho de 1957. Provê quanto ao disposto no parágrafo 31, 2ª
parte, do art. 141, da Constituição Federal, e dá outras providências.. Diário Oficial da
União, Rio de Janeiro, RJ, 04 jun. 1957. Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1950-1959/lei-3164-1-junho-1957-355083-
publicacaooriginal-1-pl.html. Acesso em: 12 ago. 2021.
BRASIL. Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992. Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 3 jun. 1992. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8429.htm. Acesso em: 12 ago. 2021.
DAL POZZO, Antonio Araldo Ferraz; DORNA, Mário. Lei da Improbidade Administrativa
em exame pelo Poder Legislativo - Supressão de uma fase que não deixa saudades.
Publicado em 22 jul. 2021. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/348867/lei-
da-improbidade-administrativa-em-exame-pelo-poder-legislativo. Acesso em: 12 ago. 2021.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 33ª edição. Rio de Janeiro/RJ.
Forense. 2020.