Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FACULDADE DE DIREITO
NAMPULA
2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
FACULDADE DE DIREITO
NAMPULA
2023
FOLHA DE ABREVIATURA
Nº - Número
Art.º – Artigo
Pág. – Página
2
ESTRUTURA FUNDAMENTAL DO PROCESSO PENAL
MOÇAMBICANO
Conceito formal, adjectivo ou processual de parte em processo penal, são aqueles sujeitos
processuais que discutem a causa e esperam do juiz uma apreciação de mérito.1
O conceito adjectivo está ligado ao conceito formal de parte, isto é, dois sujeitos: o
acusador e o acusado, que exercem funções formalmente contrapostas. O acusador pretende a
condenação do arguido: o arguido pretende afastar essa mesma condenação.2
O Ministério Público não poderá ser visto como uma verdadeira parte em sentido formal,
isto é, ele não tem como finalidade pura e exclusiva obter a condenação do arguido na medida
em que toda a sua actuação é conduzida sob critérios de estrita objectividade. O Ministério
Público não poderá ser uma verdadeira parte em processo penal, só o seria se ele pudesse
dispor do processo e sempre pretendesse o custo obter uma condenação.3
O arguido seria parte em processo penal se ele em vez de ter um direito de defesa, tivesse
um dever de defesa, isto é, se o arguido perante uma acusação tivesse obrigatoriamente de se
defender sob pena de se considerarem provados os factos que ele não contestasse. Ele não é
uma verdadeira parte, não tem o dever de se defender, ele tem o direito de se defender.4
Do ponto de vista formal não se tem nem uma verdadeira parte acusadora nem uma
verdadeira parte defensora, na medida em que um não tem um dever de defesa, mas apenas
um direito de defesa.
1
HIPÓLITO, Maló Mafalda Ana. Estrutura do processo penal, Lisboa, 2018, pág. 6.
2
HIPÓLITO, Maló Mafalda Ana. Ob. Cit. Pág. 6.
3
HIPÓLITO, Maló Mafalda Ana. Ob. Cit. Pág. 6.
4
HIPÓLITO, Maló Mafalda Ana. Ob. Cit. Pág. 7.
3
Conceito de parte em sentido material : são titulares de interesses contrapostos que
no processo se discutem e que se encontram concretamente em jogo.5
MOÇAMBICANO
Da Noticia do Crime;
Instrução;
Julgamento.
DA NOTÍCIA DO CRIME
Conceito
Denúncia Obrigatória
5
HIPÓLITO, Maló Mafalda Ana. Ob. Cit. Pág. 8.
6
SANCHEZ, Salazar. Conselho de Ministério Publico, Brasília, 2015, pág. 3.
7
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
4
b) Para os funcionários públicos, quanto a crimes de que tomarem conhecimento no
exercício das suas funções e par causa delas.8
Quando várias pessoas forem obrigadas à denúncia do mesmo crime, a sua apresentação
por uma delas dispensa as restantes, nº 2 do art.º 285 do CPP.9
O disposto nos números anteriores não prejudica o regime dos crimes cujo procedimento
depende de queixa ou de acusação particular, nº 3 art.º 285 do CPP.10
Auto de Notícia
Sempre que uma autoridade judiciária, órgão dos serviços de investigação criminal,
entidade policial ou qualquer por lei revestida da competência de fiscalização presenciarem
qualquer crime de denúncia obrigatória, levantam ou mandam levantar auto de notícia, onde
se mencionem, nº 1 do art.º 286 do CPP:
8
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
9
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
10
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
11
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
12
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
5
Denúncia Facultativa
1) A denúncia pode ser feita verbalmente ou por escrito e não está sujeita formalidades
especiais.
2) A denúncia verbal é reduzida a escrito e assinada pela entidade que a receber e pelo
denunciante, devidamente identificado. E correspondentemente aplicável no disposto
no número 3 do artigo 105.
3) A denúncia contém, na medida passível, a indicação dos elementos referidos nas
alíneas do número 1 do artigo 286.".
4) O denunciante pode declarar, na denúncia, que deseja constituir-se assistente
Tratando-se de crime cujo procedimento depende de acusação particular, a declaração
é obrigatória, devendo, neste caso, a autoridade judiciária ou o órgão de serviços de
investigação criminal a quem a denúncia for feita verbalmente advertir a denunciante
da obrigatoriedade de constituição de assistente e dos procedimentos a observar, sem
prejuízo, a final, do estatuído no número 4 do artigo 330.14
13
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
14
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
15
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
6
Em caso de urgência, a transmissão a que se refere o número 1 pode ser feito por
qualquer meio de comunicação para o efeito disponível. A comunicação deve, porém, ser
seguida de comunicação escrita, nº 2 do art.º 291 CPP.16
Revistas e Buscas
Para além dos casos previstos no número 4 do artigo 209 órgãos de polícia criminal
actuam sem prévia autorização da autoridade judiciária: nº 1 do artigo 294 do CPP.
16
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
17
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
18
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
7
razão para crer que eles se ocultam objecto relacionados com o crime, susceptíveis de
servirem a prova e que de outra forma poderiam perder-se;
b) À revista de pessoas que tenham de participar ou pretendam assistir a qualquer acto
processual, sempre que houver razões para crer que ocultam armas ou outros objectos
com os quais possam praticar actos de violência.
Apreensão de Correspondência
Detenção
19
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
20
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
21
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
8
Para, no prazo máximo de 48 horas, o detido ser apresentado a julgamento sob forma
sumária ou ser presente ao juiz competente para primeiro interrogatório judicial ou para
aplicação ou execução de uma medida de coacção.
Para assegurar a presença imediata ou, não sendo possível, no mais curto prazo, mas
sem nunca exceder 24 horas, do detido perante a autoridade judiciária em acto processual.22
O Arguido detido fora de flagrante delito para aplicação ou execução da medida de prisão
preventiva é sempre apresentado ao juiz, sendo correspondentemente aplicável o disposto no
artigo 175 do CPP, nº 2 do art.º 297 do CPP.
Em caso de flagrante delito, por crime punível com pena de prisão: nº 1 do art.º 298.
No caso previsto na alínea b) do número 1, a pessoa que tiver procedido à de- tenção
entrega imediatamente o detido a uma das entidades referidas na alínea a). a qual redige auto
sumário da entrega e procede de acordo com o estabelecido no artigo 302, nº 2 do art.º 298 do
CPP.
Levantar auto em que a queixa fique registada. Tratando-se de crime cujo procedimento
dependa de acusação particular, não há lugar a detenção em flagrante delito, mas apenas à
identificação do infractor, Nº 4 do art.º 298 do CPP.24
22
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
23
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
24
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
9
Flagrante delito
Reputa-se também flagrante delito o caso em que o agente for, logo após o a ordem
crime, perseguido por qualquer pessoa ou encontrado com objectos ou sinais que cia é remita
mostrem claramente que acabou de o cometer ou nele participar, nº 2 do art.º 299 do CPP.
Fora de flagrante delito, a detenção só pode ser efectuada por mandado de juiz se tratar
de caso em que é admissível a prisão preventiva e existirem elementos que tornem fundado o
receio de fuga.26
Formas de processo
Os processos especiais regulam-se pelas disposições que lhes são próprias pelas
disposições gerais e comuns, em tudo quanto não estiver prevenido nume noutras, observar-
se-á o que se acha estabelecido para o processo comum, nº 3 do art.º 305 do CPP.27
25
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
26
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
27
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
10
INSTRUÇÃO
Conceito
É uma fase de discussão dos fundamentos desta decisão, no decurso da qual a vítima e
o arguido podem apresentar provas que, por qualquer razão, não tenham sido tidas em conta
durante a fase de inquérito como por exemplo novas testemunhas ou documentos.28
Instrução é a fase facultativa pretende avaliar se há indícios suficientes para levar uma
pessoa acusada de um crime a julgamento, normalmente não demora mais de alguns meses.29
Direcção da instrução
28
OLIVEIRA, Mariana. Estrutura Fundamental do Processo Penal, Lisboa, 2018, pág. 6.
29
CASTRO, Henrique Gustavo Ribeiro Ferreira de Antas. Estrutura Fundamental do Processo
Penal, Brasil, 2015, pág. 9.
30
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
11
Para efeito do disposto no número 1, os órgãos dos serviços de investigação criminal
actuam sob a directa orientação do Ministério Público e na sua dependência funcional, nº 2 do
art.º 307 do CPP.31
Competência
Durante a instrução, compete exclusivamente ao juiz de instrução criminal, art.º 313 do CPP.
31
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
32
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
33
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
12
g) Tomar conhecimento, em primeiro lugar, do conteúdo da correspondência apreendida,
nos termos do número 3, do artigo 214, b) Condenar em multa e imposto de justiça,
h) Declarar a perda, a favor de Estado, de bens apreendidos, quando o Ministério Público
proceder ao arquivamento dos autos nos termos dos artigos 324, 327 e número 2 do
artigo 329;
i) Decidir o pedido de habeas corpus por detenção legal;
j) Decidir nos incidentes relativos a impedimentos, suspeições, falsidade alienação
mental do arguido;
k) Praticar quaisquer outros actos que a lei expressamente reservar ao juiz de instrução.34
Nos casos referidos nos números anteriores, o juiz decide, no prazo máximo de 24
horas, com base na informação que, conjuntamente com o requerimento, for prestada,
dispensando a apresentação dos autos sempre que a não considerar imprescindível, nº 2 do
art.º 313 do CPP.35
34
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
35
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
13
É correspondentemente aplicável o disposto nos números 2, 3 e 4 do artigo 313.36
Se, nos casos previstos no número 3, o denunciante ainda se não tiver constituído
assistente, o Ministério Público notificá-lo-á para que, em 5 dias, se constitua como tal e
deduza acusação particular, nº 4 do art.º 330 do CPP.
Requisitos da Acusação
36
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
37
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
14
c) A narração discriminada e precisa dos factos que integram a infracção ou infracções,
com inclusão dos que fundamentam a imputação subjectiva, a titulo de dolo ou de
negligência, e, se possível, o lugar, tempo e motivação da sua prática, o grau de
participação que o agente neles teve e quaisquer circunstâncias relevantes para a
determinação da gravidade dos factos, da culpa do agente e da sanção que lhe deverá
ser aplicada:
d) A indicação dos meios de prova que sustentam a imputação ao arguido dos factos e
circunstâncias referidos na alínea antecedente;
e) A indicação das disposições legais aplicáveis; A indicação de provas a produzir ou a
requerer, nomeadamente o rol das testemunhas e dos peritos a serem ouvidos em
julgamento, com a respectiva identificação;
f) A data e assinatura do acusador.
Audiência Preliminar
A audiência preliminar tem por finalidade obter uma decisão de submissão ou não da
causa a julgamento, através da comprovação da decisão de deduzir acção ou de arquivar os
autos da instrução, nº 1 do art.º 332 do CPP.
A audiência preliminar tem carácter facultativo e não pode ter lugar nas formas de
processo especiais, nº 1 do art.º 332 do CPP.38
a) Peto arguido, relativamente a factos pelos quais o Ministério Público seus assistentes,
em caso de procedimento dependente de acusação particular tiverem deduzido
acusação; ou
38
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
15
b) Pelo assistente, se o procedimento não depender de acusação particular relativamente
a factos pelos quais o Ministério Público não tiver deduzido acusação.39
secção e fica impedido de intervir nos subsequentes actos d processo. nº 2 do art.º 334 do
CPP.
39
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
40
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
16
Para efeito do disposto nos números anteriores, o prazo conta-se a partir da data de
recebimento do requerimento para abertura da audiência preliminar, Nº 3 do art.º 334 do
CPP.41
Recursos
JULGAMENTO
Conceito
Saneamento do processo
Se o processo tiver sido remetido para julgamento sem ter havido audiência
preliminar, o juiz despacha no sentido de rejeitar a acusação, se a considerar manifestamente
infundada, nº 2 do art.º 357 do CPP.
Se, entre as testemunhas indicadas houver alguma que tenha de ser ouvida per
deprecada, mencionar-se-ão logo os factos sobre que deverá depor, nº 3 do art.º 359 do CPP
44
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
45
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
18
Audiência
Publicidade da Audiência
A audiência de julgamento é pública, sob pena de nulidade insanável, salvo nos casos
em que o juiz da causa decidir a exclusão ou a restrição da publicidade, nº 1 do art.º 365 do
CPP.
A discussão e julgamento da causa são feitos composto o tribunal nos termos da lei, nº
1 do art.º 366 do CPP.
46
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
47
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
19
Dos Actos Introdutório
Na hora a que deva realizar-se a audiência, a oficial de justiça, de viva voz e publicamente,
começa par identificar o processo e chama, em seguida, as pessoas que nele devam intervir, nº
1 do art.º 374 do CPP.
Se faltar alguma das pessoas que devam intervir na audiência, o oficial de jus- tica faz
nova chamada, após o que comunica verbalmente ao presidente o rol dos presentes e dos
faltosos, nº 2 do art.º 374 do CPP.
48
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
49
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
20
Presença do Arguido
O arguido que deva responder perante determinado tribunal, segundo as normas gerais
da competência, e estiver preso em área de jurisdição territorial diferente pela prática de outro
crime, é requisitado à entidade que o tiver à sua ordem, nº 2 do art.º 377 do CPP.
O arguido que tiver comparecido à audiência não pode afastar-se dela até seu termo. O
presidente toma as medidas necessárias e adequadas para evitar o afastamento, incluída a
detenção durante as interrupções da audiência, se isso parecer indispensável, nº 4 do art.º 377
do CPP.
Nos casos previstos nos números 5 e 6 deste artigo, bem como no número 4 do artigo
370, voltando o arguido à sala de audiência é, sob pena de nulidade, e sumidamente instruído
pelo presidente do que se tiver passado na sua ausência, nº 7 do art.º 377 do CPP.
50
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
21
Da produção da Prova
Princípios Gerais
4. Os requerimentos de prova são ainda indeferidos se for notório que: nº 4 do art.º 385 do
CPP.
a) Declaração do arguido;
b) Apresentação dos melos de prova indicados pelo Ministério Público, assistente e pelo
lesado;
c) Apresentação dos meios de prova indicados pelo arguido e pelo responsável civil.52
51
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
52
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
22
Identificação do arguido
O presidente começa por perguntar ao arguido pelo seu nome, filiação naturalidade,
data de nascimento, estado civil, profissão, local de trabalho e residência se necessário, pede-
lhe a exibição de documento oficial bastante de identificação, nº 1 do art.º 387 do CPP.
Confissão
No caso de o arguido declarar que pretende confessar os factos que lhe são imputados,
o presidente, sob pena de nulidade, pergunta-lhe se o faz de livre vente e fora de qualquer
coacção, bem como se se propõe fazer uma confissão integrante sem reservas, nº 1 do art.º
389 do CPP.
Documentação da audiência
O Presidente pode ordenar que a transcrição dos requerimentos e protestos verbais seja feita
somente depois da sentença, se os considerar dilatórios.55
Sentença
Deliberação e votação
Cada juiz eleito enuncia as razões da sua opinião, indicando, sempre que pós, os meios
de prova que serviram para formar a sua convicção, e vota sobre cada uma das questões,
independentemente do sentido do voto que tenha expresso sobre outras. Não é admissível a
abstenção, nº 3 do art.º 409 do CPP.
Leitura da sentença
55
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
24
O arguido que não estiver presente considera-se notificado da sentença depois de esta
ter sido fida perante o defensor nomeado ou constituído, nº 3 do art.º 12 do CPP.56
Requisitos da sentença
A sentença observa o disposto neste Código e no Código das Custas Judicias em matéria de
custas.57
Sentença condenatória
56
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
57
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
25
cumprimento, outros deveres que ao condenado sejam impe tos e a sua duração, bem como o
plano individual de readaptação social, nº 1 do art.º 414 do CPP.
Para efeito do disposto neste Código, considera -se também sentença condenatória a
que tiver decretado dispensa da pena, nº 3 do art.º 414 do CPP.
A leitura da sentença equivale à sua notificação aos sujeitos processuais que deverem
considerar-se presentes na audiência, nº 5 do art.º 414 do CPP.
Sentença absolutória
Sentença absolutória condena o assistente em custas, nos termos previsto este Código
e no Código das Custas Judicias, nº 2 do art.º 415 do CPP.
Se crime tiver sido cometido por inimputável, a sentença é absolutória, mas nela ter
aplicada medida de segurança, vale como sentença condenatória para as do disposto no
número 1 do artigo 414" e de recurso de arguido Se correspondentemente aplicáveis os
números 5 e 6 do artigo 414, nº 3 do art.º 415 do CPP.59
58
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
59
BOLETIM DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, de 26 de
Dezembro.
26
27
Conclusão
28
Referências Bibliográficas
Legislação
Doutrina
29