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Ética, Direito e Moral

• O Direito e a ordem moral


O Direito e a ordem moral

• A ordem moral é uma ordem de condutas que


visa o aperfeiçoamento do indivíduo, dirigindo-o
para o bem, e que só reflexamente influencia a
organização da vida social.
• Caracteriza-se por um conjunto de imperativos
impostos ao Homem pela sua própria consciência
ética, de tal modo que o seu incumprimento é,
primeiro que tudo, sancionado pela reprovação
dimanada da sua própria consciência. (ex. o remorso,
o arrependimento).
• A moral é, assim, na sua essência, ordem intra-
subjectiva, porque relaciona a pessoa consigo mesma.
• Porém, ao estabelecer as regras, valores e padrões de
conduta, vai condicionar o comportamento de cada
indivíduo e, necessariamente, as suas relações com os
outros, projectando-se, assim na vida social
• A violação da regra moral não pode implicar apenas a
censura por parte da própria pessoa que a violou, mas
também de toda a comunidade, levando
inclusivamente à marginalização ou rejeição dessa
pessoa pelo círculo social onde estava inserida.
Critérios de distinção entre o Direito e a Moral
• Dois critérios:
• 1. Critério da coercibilidade- as normas jurídicas são
física e organicamente susceptíveis de aplicação
coerciva, enquanto a normas morais não.
• Nenhuma coação exterior pode fazer com que os
homens sejam intrinsecamente melhores, porém
pode-se criar condições exteriores que favoreçam o
aperfeiçoamento moral dos indivíduos.
Critérios de distinção entre o direito e a moral
continuação

• Ora, no Direito existe a susceptibilidade, se


necessário, de impor pela força, o seu cumprimento,
mas a regra moral é apenas assistida de uma
corcibilidade psíquica e sua violação dá puramente
lugar a sanções puramente éticas.
Critérios de distinção entre o direito e a moral
continuação

• 2- critério de exterioridade: o Direito e a Moral têm


pontos de partida diferentes. Enquanto o primeiro
parte do lado externo da conduta humana, o segundo
parte do lado interno.
• Porque assim? Porque a ordem moral é uma ordem
das consciências, e pretende o aperfeiçoamento dos
indivíduos, orientando-os para o bem.
• Pelo contrário, o que o Direito pretende é ordenar os
aspectos fundamentais da convivência social, criando
condições exteriores que permitam a conservação da
sociedade e a realização pessoal dos seus membros.
A ética, segundo Martini (1994), indica os
comportamento que uma sociedade, na sua sabedoria
e experiência, considera positivos para a paz, a ordem
social, para o progresso dos cidadãos e para o
aumento do bem-estar de todos (P.9).
Tais comportamentos são precisamente éticos, ou
seja, eticamente honestos.
• A ética interessa-se pelas atitudes de valor do homem
• O Direito é um conjunto de normas positiva que a
sociedade criou para responder a estes imperativos
profundos e traduzi-los na prática quotidiana
• Mas, sozinho, o direito não pode garantir uma ética
pública: ele é conjunto de normas externas que supõe
um consenso fundamental dos cidadãos acerca das
grandes atitudes que regulam as relações
interpessoais
Relação DIREITO e MORAL

• A Moral deve ser entendida como forma de bom


relacionamento com o outro, com aquele que quero
conhecer como meu próximo.
• O direito limita-se a dizer: respeita o outro, mesmo
que te seja estranho, promove o bem comum ou, pelo
menos, não faça nada para o prejudicar.
• A moral vai dizer: considera-te próximo de toda a
gente.
• Porém, direito e moral não se opõem, mas aliam-se
com o fim de criarem não apenas uma sociedade onde
se possa viver bem, mas também boa e fraterna.
Concluindo
• Enquanto o Direito pressupõe sempre uma
manifestação exterior da conduta, a Moral não espera
por essa exteriorização e antecipa-se porque parte do
seu lado interno: o simples facto de “pensar em
roubar” ainda não é juridicamente relevante, mas já é
reprovável sob ponto de vista da Moral.
Referências bibliográficas
• Carlo MariaMartini, Viagem pelo vocabulário da
ética. S. Paulo, Lisboa, Portugal, Ed. Piemme, 1994.
• José Henrique Silveira Brito.(2006). Ética das
profissões. Braga, ed Aletheia, 2006

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