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Normas morais e jurídicas, diferença e principais


características
Atualmente o direito e a moral andam juntos, porém as
normas provenientes de cada um se diferem. A moral é antecessora
do direito. É a partir da moral que vem as normas morais e como
consequência, “se descumpridas”, as sanções morais. Sintetizando,
pode-se dizer que é um comportamento redigido por regras e
valores morais de uma determinada sociedade e estão diretamente
ligados a conduta de cada um. Não está presente em um nenhum
código ou diploma legal. Já o direito carrega consigo as normas
jurídicas que nada mais são que as normas morais impostas mais
energicamente dotadas de sanção exterior. Além de que o direito só
pode aperfeiçoar-se, continuamente, se receber influência da moral,
que é a sua origem e lhe serve de fundamento. Por fim para que a
norma jurídica exista é necessário todo um processo legal para que
enfim, seja deliberada e promulgada.

Normas jurídicas e os positivistas


São os positivistas os maiores responsáveis por formalizar e
positivar, de fato, o direito. É de grande renome o positivista Hans
Kelsen que busca para o campo da ética e da vida social o mesmo
rigor de análise e raciocínio que é próprio das ciências exatas. Para
Kelsen o direito é a norma válida e se autoproduz, sendo o detentor
de todas as respostas. Ou seja, graças a positivação do direito, a
norma jurídica se torna um fator essencial e único da sociedade.

Essa grande necessidade de criar normas, é explicada por


Fábio Konder Comparato que: “na busca dessa exatidão de
raciocínio, os positivistas do direito não podiam considerar objeto
da teoria jurídica as ações humanas em razão de sua variabilidade
imprevisível e de sua extrema complexidade. Restavam como objeto
próprio de uma análise que se pretendia científica do direito,
unicamente os textos normativos, considerados sob dois aspectos:
na precisão semântica de seus conceitos técnicos e no
encadeamento lógico das proposições. O direito reduzir-se-ia,
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inelutavelmente, a puras formas normativas. O conteúdo político,


econômico, religioso e etc. Deveria ser expurgado da teoria jurídica,
a fim de que ela pudesse pretender algum rigor científico”.

Características das normas jurídicas


As cinco primordiais características das normas jurídicas são: A
bilateralidade que disciplina a relação social entre duas ou mais pessoas,
que mostra onde há o direito de uma parte, há a obrigação de cumprir
determinada norma pela outra parte.
A generalidade e abstração caminham juntas, pois: a generalidade
tem por finalidade várias pessoas e a abstração trata de todas as situações
iguais, prevendo o mesmo resultado jurídico. A imperatividade,
logicamente pelo nome, impõe ou proíbe uma determinada conduta. E
por fim a coercibilidade que age através de uma sanção quando a norma
é inobservada, a qual também garantirá o sentido da eficácia da
bilateralidade.

Normas morais e a sua origem


A noção de moral sempre existiu pois qualquer indivíduo possui a
consciência moral, ou seja, sabe discernir o certo do errado, o bom do
mau no contexto em que vive. A moral surge nas sociedades primitivas
com as primeiras tribos. Com o passar do tempo a moral vem
acompanhada da ética, mas a ética necessita de um grau mais elevado de
cultura, e isso explica o quando se diz que a ética surgiu com Sócrates. A
ética por sua vez investiga e explica as normas morais e também, faz com
que o homem haja não só por educação, hábito e tradição, e sim pelo seu
intelecto e suas convicções.

Características das normas morais


Como já dito anteriormente, as normas morais se diferem das
jurídicas, pois não está positivada, logo a norma moral é aquele
comportamento esperado de um indivíduo de acordo com a sociedade
que vive. Em suma, regras para que se possa ter a melhor convivência
social baseado nos preceitos morais e éticos de cada indivíduo.
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Podemos começar caracterizando, primeiramente, por surgir da


consciência, sendo então uma norma de “auto obrigação”, não depende
do exterior, que é como funcionam as normas jurídicas. Elas são
incondicionais já que elas não podem sofrer nenhum tipo de
compensação e nem de sanção. E por fim, ela é universal, feita para todos
sem exceção. Ainda que não sejam observadas pela sociedade ou por
uma única pessoa, elas estarão sempre vigentes para que as pessoas
busquem cada vez mais uma convivência zelosa, pacífica e ética.

Conclusão
Immanuel Kant diferencia o direito da moral da seguinte forma:
moral se relaciona com as condutas que respeitam o dever o amor e o
bem. Já o direito não se preocupa com os motivos que determinam e se
relacionam com a conduta e sim com os seus aspectos exteriores.
Em suma podemos afirmar que o direito, ou a norma jurídica
relaciona-se com as questões externas das pessoas, ou seja, é a relação do
indivíduo para com a sociedade. Já a moral ou a norma moral é ligada ao
foro íntimo das pessoas, os seus princípios e as motivações particulares.

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