MORAL E DIREITO

1. MORAL

Conceito. Conjunto de valores, regras e princípios que norteiam o modo de agir e pensar do indivíduo
e que caracterizam determinado grupo social. Assim, o modo como nos comportamos e pensamos
refletem a nossa Moral.

2. DIREITO.

Conceito. Conjunto de regras impostas coativamente pelo Estado para regular a conduta humana.

3. A RELAÇAO ENTRE DIREITO E MORAL

O Direito é um subconjunto da Moral. Pode-se afirmar que o Direito é um subconjunto da Moral,

no sentido de que o Direito reúne as regras às quais a sociedade atribuiu maior importância (não
matar, não furtar, pagar impostos, proteção aos filhos, proteção ao meio ambiente, etc). Assim, toda
regra jurídica é uma regra moral, mas nem toda regra moral é regra jurídica.

A teoria do mínimo ético. Segundo a teoria do mínimo ético, o Direito constitui um conjunto mínimo
de regras morais às quais a sociedade atribui proteção jurídica.

Conflitos entre a Moral e o Direito. Eventualmente, pode haver conflito entre a Moral e o Direito,
ou seja, a lei pode ser moralmente reprovável. Por exemplo, alguém pode censurar o auxílio-reclusão
pago ao dependente do preso, embora a família da vítima possa ajuizar uma ação judicial contra o
homicida exigindo danos morais e pensão.

Desobediência civil. A desobediência civil é o ato que consiste na desobediência de determinada lei
com base em argumentos morais. Isso ocorre quando um grupo de cidadãos entende que determinada
lei, ou simplesmente a ausência dela, produz injustiça. A desobediência civil está associada, por
exemplo, às ações de Mahatma Gandhi no processo de independência da Índia e do Paquistão e de
Martin Luther King na luta pelos direitos civis e pelo fim da segregação racial nos Estados Unidos.

3.1 Distinções entre a norma jurídica e as regras morais:

As duas distinções mais evidentes entre a norma jurídica e a regra moral são as seguintes:

a) A exterioridade do Direito e interioridade da Moral: a norma jurídica dirige-se à conduta externa

do indivíduo, enquanto a regra moral tem como foco a intenção do indivíduo ou a sua consciência –
o processo psicológico.

b) A coercibilidade do Direito e incoercibilidade da moral: uma das principais características do

Direito é a coerção, ou seja, a força exercida pelo Estado para fazer valer o Direito. Já a moral não
possui essa característica, pois não possui instrumentos de sanção institucionalizados. Por isso
mesmo, a sanção no Direito se distingue da sanção moral: a sanção moral seria a reprovação social
ou a consciência do indivíduo, esta representada pelo arrependimento ou remorso; enquanto a sanção
jurídica é determinada pelo Estado, por meio da lei, para constranger o indivíduo ao cumprimento da
lei.

4. A ÉTICA
O significado de “ética” e “moral”. A palavra ética tem origem no termo grego ethos, que significa
“costume”, “modo de ser”, “caráter”; enquanto a palavra moral vem do latim more, que também
significa “costumes”, “hábito”. Por isso, em geral, as palavras são usadas como sinônimo para
designar o conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo
social ou de uma sociedade.

Distinção entre ética e moral. Embora sejam comumente utilizadas como sinônimos, a rigor, ética
é a parte da filosofia que estuda a moral, ou seja, a ética é a disciplina que reflete e questiona sobre
as regras morais. A reflexão ética pode inclusive contestar as regras morais vigentes, entendendo-as,
por exemplo, como ultrapassadas ou simplesmente erradas do ponto de vista pessoal.

Ética profissional. Daí surgiu o termo “ética profissional”, que nada mais é do que o estudo das
normas jurídicas relacionadas com a conduta profissional. Assim, todo profissional deve agir
eticamente, respeitando as normas de conduta da profissão. A propósito, vale destacar que o exercício
da profissão de Engenheiro é regulado pela Lei nº 5.194/1966 e o Código de Ética Profissional da
Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia foi instituído pela
Resolução Confea nº 1.002/2002.
Por sua vez, a Resolução Normativa CFA nº 537/2018 instituiu o Código de Ética dos Profissionais
de Administração.

O engenheiro, o médico, o advogado ou qualquer outro profissional deve respeitar os códigos de

conduta estabelecidos no Código de Ética profissional.