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AO

MERITÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA

SALA DO CÍVEL E ADMINISTRATIVO DO

TRIBUNAL DA COMARCA DE BENGUELA

BENGUELA

FRANCISCO CHITANGUELECA, solteiro de 25 anos de idade, nascido aos 18 de Maio de


1990, filho de João Direito e de Amélia Segunda, natural do município do Huambo,
província do Huambo, pescador, vem, por meio de seu mandatário, que abaixo
subscreve, intentar contra:

DOMINGOS CANHANGA, solteiro de 32 anos de idade, nascido aos 21 de Março de


1989, filho de João António e de Inês Rosa, natural do município de Benguela,
província de Benguela, funcionário público.

ACÇÃO DECLARATIVA DE CONDENAÇÃO DE PRESTAÇÃO DE FACTO

Nos termos do artigo 410.º, Nº 2 do Código Civil, com os seguintes fundamentos que
vem apresentar:

I. DOS FACTOS

1.º

O autor e o réu, no dia 03 de Março de 2024, celebraram um contrato promessa em


que o réu prometia vender ao autor a sua residência situada em Benguela no valor de
20.000.000.00 (Vinte milhões de kwanzas) no dia 11 do mesmo mês. Este mesmo
contrato fizeram por escritura publica, para dar maior garantia do cumprimento da
promessa;
2.º

No dia 10 do mesmo mês o reu por meio de um telefonema de a conhecer ao autor de


que contraiu outra promessa num valor superior ao que prometeu vender ao autor;

3.º

O autor depois de receber a informação do reu, advertiu-lhe de que agir de mafé, o


que o réu de certo modo reconheceu e prometeu antes do meio-dia do dia 11 voltaria
a ligar ao autor lhe confirmando em que pé estaria o negócio com o outro comprador,
o que o autor não aceitou alegando ter ele direito de comprar o imóvel, o réu não
concordando, desligou o telemóvel;

4.º

No dia 11, dia previsto para a realização do negócio, o autor tentou várias vezes
telefonar ao réu, o que dava sempre linha ocupada. Por meio de um amigo do réu, o
autor localizou a casa do mesmo. Posto lá, ao abordar o réu, este diz ao autor que
vendeu o imóvel tal como tinha informado no dia anterior, faltando apenas entregar a
documentação, que ficou agendado para antes do término do mês de Abril;

II. DO DIREITO

Meritíssimo,

5.º

A sociedade deve ter cultura de cumprimento da promessa dada, sob pena de


criarmos um ambiente em que se lesem sempre os compromissos, a conduta do réu
contraria em absoluto o previsto no artigo 410.º, nº 2, pois, a promessa feita pelo réu
tem eficácia real na medida em que, o réu fê-la por escritura pública;
6.º

Assim, mesmo que o réu já tenha vendido o imóvel a outrem, nos termos do artigo
406.º nº 2 conjugado com o artigo 413.º, todos do Código Civil, o que está previsto
como forma desse negócio é o escrito particular, porém, o réu para dar maior garantia
ao autor, fez a promessa com eficácia real para que ninguém venha se opor;

III. DO PEDIDO

7.º

Nestes termos e nos mais do Direito, com suprimento de Vossa Excelência, requer a
celebração do contrato definitivo, nos termos do artigo 407.º, 408.º e 413.º do Código
Civil, e deve a acção ser julgada procedente.

VALOR DA ACÇÃO: 20.000.000.00 (Vinte milhões de kwanzas)

JUNTA: 2 Documentos – procuração forense, comprovativo de prévio pagamento da


taxa de justiça inicial.

Benguela, 28 de Março de 2024

O Advogado

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Francisco Chissingui

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