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AO (À)

MERITÍSSIMO (a) JUIZ (a) DE DIREITO DA

SALA DO CÍVEL E ADMINISTRATIVO DO

TRIBUNAL DA COMARCA DE BENGUELA

BENGUELA

AMIGO SAPALO, solteiro de 30 anos de idade, nascido aos 08 de Dezembro de 1993,


filho de João Sapalo e de Amélia Ginguba, natural do município da Ganda, província de
Benguela, funcionário público, vem, por meio de seu mandatário, que abaixo
subscreve, intentar contra:

DANIEL HUÍLA, solteiro de 32 anos de idade, nascido aos 20 de Fevereiro de 1991, filho
de Hilário Maçaroca e de Rama de Mel, natural do município de Benguela, província de
Benguela, funcionário público.

ACÇÃO DECLARATIVA DE CONDENAÇÃO DE PRESTAÇÃO DE COISA

Nos termos do artigo 1278.º do Código Civil e 393.º do Código de Processo Civil, com
os seguintes fundamentos que vem a expender:

I. DOS FACTOS

1.º

No dia 14 de Novembro de 2022 o autor adquiriu uma viatura de marca Toyota Hylux,
avaliada em 15.000.000.00 (Quinze milhões de kwanzas) do seu amigo Jamba
Nascituro, nesta mesma data, fez a transferência e lhe foi prometido que receberia a
declaração de compra e venda dentro de dias;
2.º

Como já estava com a viatura e sabia que quem o estava a vender é uma pessoa
idónea, não exigiu a declaração de compra e venda, esperando apenas que aquele lha
entregasse no prazo prometido, o que nunca sucedeu;

3.º

Depois de seis meses, a viatura começou a apresentar algumas avarias, o que o autor
achou conveniente levar a uma oficina. E levou-a à oficina do réu. Este por sua vez,
depois de inspeccionar a mesma, começou a alegar que aquela viatura é dele e que já
não poderia mais sair da oficina, provando as suas alegações com imagens que estão
no telefone do mesmo que exactamente coincidem com a viatura do autor, pois, o
Senhor Jamba Nascituro também tinha vendido a mesma viatura à ele, réu, mas que
nunca lha entregou, dando-lhe apenas a declaração de compra e venda datada de 17
de Junho de 2023;

4.º

O autor mostrou ao réu o comprovativo da transferência feita para conta do Senhor


Jamba Nascituro, que data de 14 de Novembro de 2022 e explicou-lhe que nesta data
recebeu a promessa de que receberia a declaração de compra e venda dentro de dias.
Mesmo depois dessas explicações e apresentação de provas, o réu insiste em ficar com
a viatura impedindo assim o autor de a usar;

II. DO DIREITO

Meritíssimo (a),

5.º

A posse de alguma coisa nunca pode ser feita de modo violento, pois, o modo como o
réu se apossou da viatura contrária efectivamente o disposto no art.º 1261.º, nº 1 do
Código Civil;
6.º

Assim, mesmo que o réu apresente uma declaração de compra e venda, e o autor não
a tenha, isso não dá o direito ao réu de usar da violência para manter-se com a coisa,
pois, nos termos do art.º 1260.º, nº 3, “a posse adquirida por violência é sempre
considerada de má-fé, mesmo quando for titulada”;

III. DO PEDIDO

7.º

Nestes termos e nos mais do Direito e da Justiça e, com mui douto suprimento de
Vossa Excelência, requeremos, com a douta vénia, a restituição provisória da posse da
viatura, e nos termos do artigo 1278.º do Código Civil e 393.º do Código de Processo
Civil deve a acção ser julgada procedente.

VALOR DA ACÇÃO: 15.000.000.00 (Quinze milhões de kwanzas)

JUNTA: 3 Documentos – procuração forense, comprovativo de prévio pagamento da


taxa de justiça inicial e comprovativo de pagamento da compra da viatura.

Benguela, 01 de Abril de 2024

O Advogado

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Francisco Junga M. Gastão

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