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BENGUELA
DANIEL HUÍLA, solteiro de 32 anos de idade, nascido aos 20 de Fevereiro de 1991, filho
de Hilário Maçaroca e de Rama de Mel, natural do município de Benguela, província de
Benguela, funcionário público.
Nos termos do artigo 1278.º do Código Civil e 393.º do Código de Processo Civil, com
os seguintes fundamentos que vem a expender:
I. DOS FACTOS
1.º
No dia 14 de Novembro de 2022 o autor adquiriu uma viatura de marca Toyota Hylux,
avaliada em 15.000.000.00 (Quinze milhões de kwanzas) do seu amigo Jamba
Nascituro, nesta mesma data, fez a transferência e lhe foi prometido que receberia a
declaração de compra e venda dentro de dias;
2.º
Como já estava com a viatura e sabia que quem o estava a vender é uma pessoa
idónea, não exigiu a declaração de compra e venda, esperando apenas que aquele lha
entregasse no prazo prometido, o que nunca sucedeu;
3.º
Depois de seis meses, a viatura começou a apresentar algumas avarias, o que o autor
achou conveniente levar a uma oficina. E levou-a à oficina do réu. Este por sua vez,
depois de inspeccionar a mesma, começou a alegar que aquela viatura é dele e que já
não poderia mais sair da oficina, provando as suas alegações com imagens que estão
no telefone do mesmo que exactamente coincidem com a viatura do autor, pois, o
Senhor Jamba Nascituro também tinha vendido a mesma viatura à ele, réu, mas que
nunca lha entregou, dando-lhe apenas a declaração de compra e venda datada de 17
de Junho de 2023;
4.º
II. DO DIREITO
Meritíssimo (a),
5.º
A posse de alguma coisa nunca pode ser feita de modo violento, pois, o modo como o
réu se apossou da viatura contrária efectivamente o disposto no art.º 1261.º, nº 1 do
Código Civil;
6.º
Assim, mesmo que o réu apresente uma declaração de compra e venda, e o autor não
a tenha, isso não dá o direito ao réu de usar da violência para manter-se com a coisa,
pois, nos termos do art.º 1260.º, nº 3, “a posse adquirida por violência é sempre
considerada de má-fé, mesmo quando for titulada”;
III. DO PEDIDO
7.º
Nestes termos e nos mais do Direito e da Justiça e, com mui douto suprimento de
Vossa Excelência, requeremos, com a douta vénia, a restituição provisória da posse da
viatura, e nos termos do artigo 1278.º do Código Civil e 393.º do Código de Processo
Civil deve a acção ser julgada procedente.
O Advogado
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