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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

COMARCA DE PIRACICABA
FORO DE PIRACICABA
5ª VARA CÍVEL
RUA BERNARDINO DE CAMPOS, 55, Piracicaba-SP - CEP 13417-100

SENTENÇA

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1014279-13.2022.8.26.0451 e código 101D1167.
Processo nº: 1014279-13.2022.8.26.0451
Classe – Assunto: Procedimento Comum Cível - Cobrança de Aluguéis - Sem despejo
Requerente: Liliane Cristina Laroca Trevisan e outro
Requerido: Douglas Aparecido Laroca

Justiça Gratuita
Número de controle: 2022/001150
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Mauro Antonini

LILIANE CRISTINA LAROCA TREVISAN e ELAINE APARECIDA LA-

ROCA movem ação de arbitramento de aluguel c.c. cobrança contra DOUGLAS APA-

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MAURO ANTONINI, liberado nos autos em 11/10/2023 às 10:10 .
RECIDO LAROCA, alegando que as autoras e réu são irmãos; que pelo falecimento de
Eliana dos Santos houve ajuizamento de inventário perante a 3ª Vara de Família local; que
a autora Liliane foi nomeada inventariante; que ainda não finalizado o inventário; que o ú-
nico bem deixado foi um imóvel residencial, sem registro da construção, edificado em um
terreno de parte do lote 1 da quadra B do Loteamento Humberto Venturini, no Bairro Santa
Terezinha nesta cidade; objeto da Matrícula 73.291 do 1° Registro de Imóveis local que o
réu está ocupando exclusivamente o imóvel, não paga aluguel nem os tributos relativos ao
imóvel, e não concorda em desocupá-lo. Pedem a condenação do réu a lhes pagar o valor
locativo a que fazem jus, a pagar os tributos incidentes sobre o bem.Deram à causa o valor
de R$ 12.000,00.
Requereram e lhes foi deferida gratuidade da Justiça.
O réu contestou, sustentando que passou a morar no imóvel a pedido das autoras;
que pagou aluguéis a elas entre 2014 e 2019; que os aluguéis deixaram de ser pagos após
ele cobrar delas ressarcimento de benfeitorias necessárias efetuadas no imóvel; que elas a-
juizaram inventário após esse evento; que foi acordado verbalmente o pagamento de alu-
guel de R$ 900; pagando a cada uma das autoras R$ 300,00 até o inventário; que o imóvel
estava em condições precárias; que não há impostos ou taxas em atraso; que se dispõe a dar
continuidade ao pagamento da cota parte do aluguel; que possui direito de retenção por
benfeitorias; que tem direito ao ressarcimento de seus gastos com as benfeitorias e paga-
mentos de tributos. Requereu gratuidade.
As autoras replicaram, reafirmando sua pretensão.
Não houve acordo em audiência de conciliação.
O imóvel foi avaliado por Oficial de Justiça..

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As autoras discordam da avaliação.

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É o relatório. DECIDO.
Quanto ao mérito, desnecessárias provas em audiência, passo ao julgamento ante-
cipado.
É incontroversa o exercício de posse exclusiva do imóvel pelo réu. Sendo imóvel
em condomínio, ele deve pagar às autoras, como contrapartida, o valor locativo proporcio-
nal às frações ideais delas, ou seja, dois terços do valor locativo.
O valor locativo foi avaliado por Oficial de Justiça, concluindo que seria de R$
700,00. As autoras discordando, apresentando laudo por corretor de imóveis, segundo o
qual o valor locativo seria de R$ 1.300,00. O réu não se manifestou sobre essa avaliação do
corretor. Ante a ausência de impugnação por parte dele, acolhe-se esse último valor, apu-

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MAURO ANTONINI, liberado nos autos em 11/10/2023 às 10:10 .
rado por corretor. Em consequência, o réu deverá pagar um terço desse montante, mensal-
mente, a uma das autoras e um terço à outra, totalizando os dois terços.
Esse valor é devido desde a citação, quando foi constituído em mora.
O valor locativo sofrerá reajuste anual, pelos índices da Tabela do Tribunal de Jus-
tiça deste Estado. O primeiro reajuste ocorrerá doze meses após a apresentação da avalia-
ção pelo referido corretor.
Quanto às benfeitorias realizadas no imóvel, não são voluptuárias, mas úteis, de-
vendo ser reconhecido o direito do réu à compensação entre os módicos valores que pagou
por elas, retratados nos documentos de fls. 74/77, e o valor locativo que deverá suportar em
favor das autoras.
Quanto aos tributos, são devidos pelo réu, em razão da posse exclusiva, e consta
que vêm sendo pagos por ele.
Pelo exposto, julgo PROCEDENTE o pedido, condenando o réu, pelo uso exclu-
sivo do imóvel, a pagar às autoras valor locativo proporcional à fração das autoras de R$
866,66 mensais. Esse valor locativo é devido a partir da citação. Será reajustado anual-
mente pelos índices da Tabela do Tribunal de Justiça deste Estado. O primeiro reajuste o-
correrá doze meses após a data da avaliação do corretor de imóveis adotada como parâme-
tro. Condeno o réu no pagamento dos atrasados, com correção monetária e juros de mora
desde cada vencimento. A correção monetária deve ser calculada pelos índices da Tabela
do Tribunal de Justiça deste Estado. Os juros de mora são de 1% (um por cento) ao mês. O
réu tem direito à compensação com os valores gastos por ele com benfeitorias, como defi-
nido na fundamentação. As autoras sucumbiram em parte mínima, motivo pelo qual con-

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deno o réu no reembolso das despesas processuais corrigidas do desembolso e em honorá-

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rios advocatícios de 10% (dez por cento) do valor da condenação.
Piracicaba, 06 de outubro de 2023.
MAURO ANTONINI
Juiz de Direito
Assinatura digital à margem direita

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