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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE de SÃO PAULO
Foro Regional XI - Pinheiros

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1009215-18.2021.8.26.0011 e código 10AD9863.
1ª VARA CÍVEL
Rua Jericó s/n, Sala A4/A5, Vila Madalena - CEP 05435-040, Fone: (11)
3815-0146, São Paulo-SP - E-mail: pinheiros1cv@tjsp.jus.br

SENTENÇA

CONCLUSÃO

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por PAULO HENRIQUE RIBEIRO GARCIA, liberado nos autos em 21/06/2022 às 16:07 .
Em 21 de junho de 2022, faço estes autos conclusos ao MM. Juiz de Direito, Dr. Paulo Henrique
Ribeiro Garcia. Eu,............. escrevente, subscrevi.

Processo: 1009215-18.2021.8.26.0011 - Procedimento Comum Cível


Requerente: André Carneiro dos Santos e outros
Requerido: Alexia Helena Labriola

Juiz(a) de Direito: Dr(a). PAULO HENRIQUE RIBEIRO GARCIA

Vistos.

ANDRÉ CARNEIRO DOS SANTOS, RAFAEL CARNEIRO DOS SANTOS e


LUIZ FELIPE BARREIROS DOS SANTOS ajuizaram o presente pedido
de EXTINÇÃO DE CONDOMÍNIO cumulado com arbitramento de lucros cessantes em face de
ALÉXIA HELENA LABRIOLA, sustentando, em síntese, serem as partes proprietários e
condôminos do apartamento nº 22 do Edifício Moroty, à rua Arthur de Azevedo, 2013, Pinheiros -
São Paulo/SP, na proporção de 1/6, 1/6, 1/3 e 1/3, respectivamente. Ocorre que a ré não tem
contribuído para o pagamento das despesas relativas ao imóvel (taxas condominiais e IPTU), o que
inclusive ensejou o ajuizamento de ação por parte do Edifício Moroty, a qual foi resolvida apenas
após acordo entre os autores e o condomínio. Afirmam que a ré também integra o polo passivo de
ação que tramita no Foro Jabaquara (processo nº 0111625-21.2009.8.26.0003), tendo sido requerida
nos autos a penhora do imóvel, temendo os autores que este seja objeto de leilão. Aduziram que
perderam diversas oportunidades de venda do imóvel em razão da desídia da ré em providenciar sua
parte da documentação necessária. Pediram pela venda do imóvel com a extinção do condomínio e
destinação de eventuais valores devidos à ré ao processo nº 0111625-21.2009.8.26.0003 e por sua
condenação ao pagamento dos lucros cessantes relativos às perdas de oportunidade de venda do
imóvel.
Citada, a ré ofereceu contestação sustentando que mesmo antes da propositura da
ação já havia sugerido que fosse vendido o imóvel, sem que tenha obtido resposta dos autores.
Afirmou que não é insolvente, razão pela qual inclusive a venda de sua cota parte aos autores não

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configuraria fraude contra credores. Aduziu que a penhora do imóvel no processo


01111625-21.2009.8.26.0003 foi indeferida. Alegou que nunca se opôs ou dificultou a venda à
terceiros e que inclusive apresentou compradores potenciais aos autores. Pediu pela condenação dos

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por PAULO HENRIQUE RIBEIRO GARCIA, liberado nos autos em 21/06/2022 às 16:07 .
autores em litigância de má-fé.
Houve réplica.
Audiência de conciliação restou infrutífera.
É o relatório.
Fundamento e decido.
O feito comporta julgamento antecipado, suficientes as provas acostadas aos autos
para sua resolução.
Ausentes preliminares, passo à análise do mérito.
No mérito, o pedido é procedente.
Trata-se de ação de extinção de condomínio cumulada com pedido de condenação no
pagamento por lucros cessantes, motivados por suposta resistência da ré em concretizar a venda do
imóvel.
O pedido de alienação de coisa comum deve ser provido, uma vez que, ao menos nos
autos, não há qualquer resistência da parte autora, a qual inclusive comprovou ter sugerido a aludida
alienação e buscado por compradores do imóvel.
E não havendo oposição quanto à extinção do condomínio, de se concluir pela
possibilidade da alienação compulsória pela via judicial, nos termos do artigo 1.320 e seguintes do
Código Civil, sem a necessidade de justo motivo.
Não procede, contudo, o pedido do autor quanto aos lucros cessantes.
Isto porque, a ré, coproprietária, ainda que tenha imposto qualquer dificuldade à
venda do imóvel preteritamente, quando se recusa a vender sua fração no imóvel somente está
exercendo seu legítimo direito de dispor, não havendo ilicitude nessa conduta.
Anoto que, no que tange à responsabilidade civil, são pressupostos do dever de
indenizar: a) ato culposo ou doloso; b) evento danoso e c) nexo causal entre o ato e o dano.
Na hipótese, não restando configurado ato ilícito por parte da ré, coproprietária, não
há que se falar em indenização.
Deixo, ademais, de condenar os autores em litigância de má-fé, haja vista que apenas

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exerceram seu direito de ação e perseguiram o que lhes entendiam ser direito, em especial o
ressarcimento pelo tempo em que o imóvel não foi vendido.
Ante o exposto, com fundamento no artigo 487, inciso I, do CPC/2015, DECIDO por

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JULGAR PROCEDENTE EM PARTE o pedido formulado por ANDRÉ CARNEIRO DOS
SANTOS, RAFAEL CARNEIRO DOS SANTOS e LUIZ FELIPE BARREIROS DOS SANTOS
em face de ALÉXIA HELENA LABRIOLA a fim de determinar a extinção do condomínio do
imóvel da matrícula n. 43.957 do 10º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo por meio da
alienação judicial do bem, dividindo-se entre as partes o preço, de acordo com suas respectivas
participações na titularidade do imóvel.
Sucumbentes recíprocos, cada parte arcará com metade das custas e despesas
processuais e honorários advocatícios, os quais arbitro em 10% do valor da causa para cada parte.

P.R.I.C.
São Paulo, 21 de junho de 2022.

PAULO HENRIQUE RIBEIRO GARCIA


Juiz de Direito

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