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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE ITAPIRA
FORO DE ITAPIRA
2ª VARA
PRAÇA CEL. SOUZA FERREIRA, S/Nº, Itapira - SP - CEP 13970-906
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1001299-62.2017.8.26.0272 e código 7CECA43.
SENTENÇA

Processo Digital nº: 1001299-62.2017.8.26.0272


Classe - Assunto Divórcio Litigioso - Dissolução
Requerente: Antonio Miguel Dias
Requerido: Marcia Affonso Dias

Juiz(a) de Direito: Dr(a). Helia Regina Pichotano

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por HELIA REGINA PICHOTANO, liberado nos autos em 12/05/2021 às 11:38 .
Vistos.

Antonio Miguel Dias, qualificado nos autos, ingressou com a presente Ação de
Divórcio Litigioso cumulada com Partilha de Bens e Separação de Corpos em face de Marcia
Affonso Dias, igualmente qualificada, aduzindo que contraiu núpcias com a requerida em
08/11/2008, sob regime de comunhão parcial de bens, sendo que dessa união não adveio filhos.
Sustentou que não deseja mais a manutenção da relação, pugnando pelo decreto do divórcio do
casal. Em sua inicial, informou que o casal possui os seguintes bens: um veículo VW Gol, placas
EAX-4825(que pretende manter para si), uma motocicleta Honda CG Fun 125, placa 7877 (que
pretende que fique com a requerida) e os bens que guarnecem a residência, descritos às fls. 04/05
(que pretende partilhar em 50% para cada um). Pontuou, ainda, a existência de um empréstimo
consignado, contraído em maio de 2014, a ser quitado em 85 parcelas, que também pretende seja
partilhada entre os cônjuges, na proporção de 50% para cada um.
Com a inicial vieram os documentos de fls. 09/17.
Através da decisão de fls. 25/26, foi indeferido o pedido liminar de separação de
corpos e designada audiência de tentativa de conciliação, a qual restou infrutífera (fls. 89).
Citado (fls. 35), a requerida não apresentou contestação (fl. 36/52), na qual
informa concordar com o divórcio e com a partilha dos móveis que guarnecem a residência na
proporção de 50% para cada um. Com relação aos veículos, pretende que ambos sejam vendidos e
divididos entre os cônjuges, em 50% para cada um. Alega que, além dos bens descritos na inicial,
há outros bens a serem partilhados, a saber: o imóvel onde o casal reside, uma chácara localizada
na cidade de Itapevi/SP, valores em conta bancária junto ao Banco Santander de Itapira que,
embora esteja no nome da filha do autor, é ele quem a usa, valores em conta junto ao Banco
Santander de Itapevi/SP, valores em conta bancária junto ao Banco do Brasil S/A DE São
Roque/SP. Protestou pelo decreto do divórcio, pretendendo voltar a usar o nome de solteira, a
expedição de ofícios aos bancos para consulta do saldo das contas e a partilha de bens.
Liminarmente, também requereu a separação de corpos, com a retirada do autor do lar conjugal.
Juntou documentos de fls. 44/83.
Réplica às fls. 86/88.
A parte autora requereu o julgamento antecipado da lide (fls. 99).
Intimado a manifestar-se acerca dos bens constantes em cópia de declaração de

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Imposto de Renda juntada aos autos (fls. 109), o requerido alegou: o terreno de 297 m² localizado
em Itapevi/SP foi adquirido em 13/06/1984 e doado aos filhos do autor, quando da separação
judicial de sua ex esposa N.B.R., com reserva de usufruto a ela; a conta poupança ouro junto ao
Banco do Brasil é usada somente para recebimento de seus proventos de aposentadoria, não
havendo valores de investimento; o imóvel situado na Rua Joaquim de Barros, em Itapira, foi
adquirido em 1992 e vendido em 2010. Com o dinheiro da venda, adquiriu a casa onde o casal
reside e, por ser adquiridos com recursos próprios do requerente, não devem fazer parte da
partilha; a conta bancária do Banco Santander não possui saldo; o terreno localizado em Itapevi/SP
foi adquirido com parte da venda do imóvel vendido em 2010 e o restante mediante empréstimo
bancário, entendendo que somente as parcelas do empréstimo devem ser partilhadas. Juntou os

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documentos de fls. 115/146 e 149/163.
Pelo juízo foi determinada a vinda de comprovante de propriedade de alguns bens
relacionados, sendo juntado os documentos de fls. 178/189, 215/224, 244/248, 264/309.

É O BREVE RELATÓRIO. DECIDO.

Considero desnecessária a produção de outras provas, passando ao julgamento


antecipado da lide, consoante artigo 355, inciso II, do Código de Processo Civil.
A ação é parcialmente procedente.
Cuida-se de ação de divórcio litigioso na qual o autor pleiteia seja decretada a
extinção do vinculo matrimonial e a partilha de bens.
Consoante a nova redação dada ao parágrafo 6° do artigo 226 da Constituição
Federal pela Emenda Constitucional n. 66, de 13 de julho de 2010, “o casamento civil pode ser
dissolvido pelo divórcio”, excluindo do texto a menção do lapso temporal. Basta, para o divórcio
das partes, somente dois requisitos: que sejam casados e que um deles pretenda a decretação do
divórcio, o que é estampado na inicial.
Em relação ao pedido de divórcio, a certidão de fls. 17 demonstra que as partes
formalizaram casamento em 08 de novembro de 2008. A requerida, na contestação, manifestou
sua concordância com a extinção do vínculo matrimonial.
Nestes termos, comprovada a intenção das partes quanto à dissolução do
casamento, e obedecidos os requisitos enumerados no 226, § 6º, da Constituição Federal, a
pretensão inicial deve ser acolhida, devendo a mulher voltar a usar seu nome de solteira.
Com relação aos alimentos, tendo em vista que nem autor, nem requerida
manifestaram-se acerca dos mesmos, deduz-se que ambas as partes tem condições de manter-se,
não necessitando dos alimentos conjugais. Assim, deixo de arbitrá-los.
No caso em tela, cumpre, ainda, dirimir apenas a controvérsia acerca da partilha
dos bens.
Pois bem:
Com relação aos móveis que guarnecem a residência do casal, as partes estão
concordes em dividi-los na proporção de 50% para cada um, devendo assim prevalecer.
Quanto aos demais bens, analisando os documentos trazidos aos autos, constata-se

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a existência dos seguintes bens em nome dos divorciandos:
1. um imóvel situado na Rua do Pinho, lote 06, quadra única, loteamento Vila
Belmira, em Itapevi/SP foi adquirido em 14/07/201 (doc. fls. 71/74);
2. valores em conta junto ao Banco do Brasil S/A, agência 6564-1, de São
Roque/SP (doc. fl. 75);
3. um imóvel situado na Rua 23, Jd. Santa Rita, em Itapevi/SP (doc. fls.
115/119);
4. um imóvel situado à Rua Joaquim de Barros, 40, bairro Flávio Zacchi,
Itapira/SP (doc. 129/133);
5. um automóvel VW Gol, ano 2008, placas EAX-4825, em nome do requerente

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(doc. fls. 246);
6. valores em conta junto ao Banco Santander, agência 0348, em nome do
requerente (doc. fl. 132);
7. um automóvel VW Fox 1.0, ano/modelo 2004/2005, placas DPL-8622, em
nome da requerida (doc. fls. 135);
8. valores em conta junto ao Banco do Brasil S/A, agência 6818-7 (doc. fl. 146);
9. um automóvel Fiat Brava SX, placas DAQ-5551;
10. um automóvel Fiat Idea ELX Flex, placas DFP-7338;
11. um automóvel GM Corsa Hatch, placas DHT-4219;
12. uma motocicleta Honda CG 125 Fan ES, placas EWI-7877;
13. uma motocicleta Honda CBX 250 Twister, placas DTH-9050 (itens 9 a 13
constantes do ofício do Detran de fls. 215/224, todos em nome da requerida).

Depreende-se do documento encartado às fls. 115/119, que o imóvel situado na


Rua 23, Jd. Santa Rita, em Itapevi/SP (item 3), foi adquirido pelo requerente em 13/06/1984,
antes, portanto, do casamento. Uma vez que as partes adotaram o regime de comunhão parcial de
bens, esse imóvel não é objeto de partilha.
Com relação ao imóvel situado na rua Joaquim de Barros, 40, bairro Flávio
Zacchi, em Itapira/SP (item 4), o documento de fls. 129/133 comprova que o mesmo foi adquirido
na constância do casamento, em 22/02/2010, logo, deve ser objeto de partilha.
Quanto ao imóvel situado à Rua do Pinho, lote 06, quadra única, loteamento Vila
Belmira, em Itapevi/SP (item 1), foi adquirido em 14/07/2014, ou seja, na constância do
casamento, conforme consta do documento de fls. 136/141, devendo, igualmente, compor a
partilha.
Com relação às contas bancárias mantidas junto ao Banco do Brasil S/A e Banco
Santander S/A, os documentos de fls. 181/183 E 187/189 comprovam que o saldo havido nelas é
irrisório.
Quanto aos veículos Fiat Brava SX, placas DAQ-5551, VW Fox 1.0, ano/modelo
2004/2005, placas DPL-8622, GM Corsa Hatch, placas DHT-4219 e Honda CBX 250 Twister,
placas DTH-905, o ofício do Detran de fls. 264/309 demonstram que os mesmos foram vendidos
em 27/08/2013, 27/03/2017, 05/02/2014e 13/09/2013, respectivamente. O veículo Fiat Idea ELX

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Flex, placas DFP-7338, embora não conste a data da venda, vê-se que o CVR emitido pelo
proprietário posterior à requerida foi emitido em 03/12/2014, pressupondo-se que a venda ocorreu
em data próxima. Assim, como todos esses veículos foram vendidos na constância do casamento,
deduz-se que o valor da venda foi utilizado pelo casal, não havendo o que se falar em fraude à
partilha, nem em consideração dos valores de venda desses bens, como requereu o autor às fls.
228.
Já a motocicleta Honda CG 125 Fan ES, placas EWI-7877, de acordo com o
mesmo ofício de fls. 264/309, foi adquirida pela requerida em 13/04/2017 e vendida em
01/09/2017, após o ajuizamento da presente ação. Assim, o valor da venda da motocicleta deve ser
partilhado com o autor. Como não há informações quanto ao valor da venda, deve-se tomar por

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base o valor do bem na Tabela FIPE.
Quanto ao veículo VW Gol, ano 2008, placas EAX-4825, em nome do requerente,
também deverá ser partilhado, na proporção de 50% para cada cônjuge.
Por fim, quanto à conta mantida junto ao Banco Santander S/A, agência de Itapira,
que a requerida alegou estar em nome da filha do autor, não há o que se falar em partilha, tendo
em vista que não há comprovação da existência dessa conta nos autos nem de que os valores lá
contidos pertencem ao autor.
Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE a ação, com
resolução do mérito, nos termos do artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil, e o faço
para:
(a) decretar o divórcio do casal Antonio Miguel Dias e Márcia Affonso Dias, o que faço com
base no artigo 1580 do Código Civil, c.c. Artigo 40 e parágrafos da Lei 6.515/77 e artigo 226, § 6º
da Constituição Federal/88, alterado pela EC nº 66/2010, declarando dissolvido o casamento civil;
(b) declarar que o patrimônio comum a ser partilhado é constituído dos seguintes bens: o imóvel
situado na rua Joaquim de Barros, 40, bairro Flávio Zacchi, em Itapira/SP, o imóvel situado à Rua
do Pinho, lote 06, quadra única, loteamento Vila Belmira, em Itapevi/SP, um veículo VW Gol, ano
2008, placas EAX-4825, o valor da venda da motocicleta Honda CG 125 Fan ES, placas
EWI-7877 e dos móveis que guarnecem a residência, e que a partilha se dará na proporção de 50%
para cada parte, mas com a ressalva de que, como não há informações nos autos do valor da venda
da motocicleta, deverá ser considerado o valor da tabela FIPE.
A cônjuge-varoa voltará a usar o nome de solteira, ou seja, MARCIA AFFONSO.
Arbitro honorários advocatícios ao nobre procurador da requerente em 100% do
valor constante da tabela do Convênio DPE/OAB.
Após o trânsito em julgado, expeça-se certidão de honorários em favor do
Advogado nomeado.

Em razão da sucumbência parcial, cada uma das partes arcará com o pagamento de
suas próprias custas e despesas, bem assim com a verba honorária do seu próprio patrono.

SERVINDO A PRESENTE SENTENÇA COMO MANDADO DE AVERBAÇÃO


JUNTO COM A CERTIDÃO DE TRÂNSITO EM JULGADO, deverá o Cartório de Registro

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Civil das Pessoas Naturais da Comarca de Itapira/SP proceder à margem do assento de casamento
dos cônjuges, realizado aos 08 de novembro de 2008, efetuado sob nº 11822, folhas 256 do livro
B-87, matrícula 114702 01 55 2008 2 00087 256 0011822 44, sob o regime da Comunhão Parcial
de Bens, a necessária averbação de modo a ficar consignado que, por sentença proferida pela
Meritíssima Juíza de Direito da 2ª Vara Cível da Comarca de Itapira, Doutora HELIA REGINA
PICHOTANO, datada de 11 de maio de 2021, foi decretado o DIVÓRCIO do casal, com a
consequente extinção do vínculo conjugal. A requerente voltará a usar o nome de solteira, qual
seja, MARCIA AFFONSO. Fica consignado, ainda, que houve partilha de bens.
Solicita-se, se caso necessário, digne-se o MM. Juiz Corregedor exarar o seu
respeitável “cumpra-se”, no presente mandado.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por HELIA REGINA PICHOTANO, liberado nos autos em 12/05/2021 às 11:38 .
Ciência ao MP.
Em caso de recurso de apelação, intime-se à parte contrária para, querendo,
apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias úteis (art. 1.010, § 1º, do Código de Processo Civil).
Ato contínuo, dê-se vista ao Ministério Público e, após, subam os autos ao e. Tribunal de Justiça,
Seção de Direito Privado, com nossas homenagens. Com o advento da Lei nº 13.105/2015, o juízo
de admissibilidade é efetuado pelo juízo ad quem, na forma do art. 1.010, § 3º.
Tendo em vista a expressa revogação do artigo 1.096 das Normas de Serviço da
Corregedoria Geral da Justiça (Provimento CG nº 17/2016), bem como a nova orientação trazida
pelo Código de Processo Civil (art. 1.010, § 3º) as Unidades Judiciais de 1º Grau estão dispensadas
de efetuar o cálculo do preparo.
Transitada em julgado, arquivem-se os autos com as cautelas de praxe.
P.I.

Itapira, 11 de maio de 2021.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

1001299-62.2017.8.26.0272 - lauda 5
fls. 378

TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

Registro: 2022.0000598791

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ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº


1001299-62.2017.8.26.0272, da Comarca de Itapira, em que é apelante A. M. D., é
apelada M. A. D..

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOAO BAPTISTA GALHARDO JUNIOR, liberado nos autos em 31/07/2022 às 18:48 .
ACORDAM, em 2ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de
Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento parcial ao
recurso, nos termos que constarão do acórdão. V. U.", de conformidade com o voto
do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ


CARLOS FERREIRA ALVES (Presidente) E JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS.

São Paulo, 31 de julho de 2022

JOÃO BAPTISTA GALHARDO JÚNIOR


Assinatura Eletrônica
fls. 379

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Apelação Cível nº 1001299-62.2017.8.26.0272
Apelante: A. M. D.
Apelado: M. A. D.
Comarca: Itapira
Voto nº 1530

APELAÇÃO. Ação de divórcio. Partilha de bens. Sentença

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOAO BAPTISTA GALHARDO JUNIOR, liberado nos autos em 31/07/2022 às 18:48 .
de parcial procedência. Sub-rogação reconhecida de um
dos bens imóveis. Suficientes elementos probatórios.
Alteração da r. Sentença neste ponto. Com relação ao outro
imóvel, não comprovada a sub-rogação. Lapso temporal de
4 anos entre a venda e a compra do imóvel. Mantida a
sucumbência recíproca. Reforma em parte da r. sentença.
Recurso parcialmente provido.

Vistos.

Trata-se de recurso de apelação interposto contra a r. sentença


de fls. 316/320, cujo relatório se adota que, em ação de divórcio julgou parcial
procedência aos pedidos para:

“(a) decretar o divórcio do casal Antonio Miguel Dias e


Márcia Affonso Dias, o que faço com base no artigo 1580 do
Código Civil, c.c. Artigo 40 e parágrafos da Lei 6.515/77 e
artigo 226, § 6º da Constituição Federal/88, alterado pela EC
nº 66/2010, declarando dissolvido o casamento civil;
(b) declarar que o patrimônio comum a ser partilhado é
constituído dos seguintes bens: o imóvel situado na rua
Joaquim de Barros, 40, bairro Flávio Zacchi, em Itapira/SP, o
imóvel situado à Rua do Pinho, lote 06, quadra única,
loteamento Vila Belmira, em Itapevi/SP, um veículo VW
Gol, ano 2008, placas EAX-4825, o valor da venda da
motocicleta Honda CG 125 Fan ES, placas EWI-7877 e dos

Apelação Cível nº 1001299-62.2017.8.26.0272 -Voto nº 2


fls. 380

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móveis que guarnecem a residência, e que a partilha se dará

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na proporção de 50% para cada parte, mas com a ressalva de
que, como não há informações nos autos do valor da venda da
motocicleta, deverá ser considerado o valor da tabela FIPE.”

Opostos embargos de declaração pelo autor, estes foram

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOAO BAPTISTA GALHARDO JUNIOR, liberado nos autos em 31/07/2022 às 18:48 .
parcialmente acolhidos, exarando o juízo a quo decisão integrativa da
sentença prolatada “somente para constar que a dívida relativa ao
empréstimo consignado contraído pelo autor (fls. 14/16), também deverá ser
objeto de partilha, na proporção de 50% para cada cônjuge.”

Insurge-se o autor para reforma parcial da r. sentença.


Preliminarmente, requereu a concessão da justiça gratuita. No mérito, alega
que o imóvel da rua Joaquim, 40, Bairro Flávio Zachi, Itapira/SP foi adquirido
em 06/07/2010, bem este subrogado em lugar do Terreno Urbano, Sítio
Jacucai, Estação Amador Bueno, adquirido em 09/10/1992 e vendido em
02/06/2010, motivo pelo qual deve ser excluído da partilha; que, igualmente,
o imóvel da rua do Pinho, lote 06, Quadra Única, Vila Belmira, Itapevi/SP foi
adquirido em 14/07/2014 e pago com parte do valor remanescente de R$
37.000,00 da venda de bem particular (Terreno urbano, Sítio Jacucai) e a
outra parte com o valor do empréstimo bancário no valor de R$ 43.000,00,
pago em 85 parcelas de R$ 1.121,00, iniciado em 05/07/2014, devendo apenas
ser partilhado o valor pago pelas parcelas que ocorreram na constância do
casamento, ou seja, de 19/05/2014 a 30/05/2017; que se casou com a
recorrente quando tinha 58 anos e ajuizou ação de divórcio em 2017,
perdurando o casamento por apenas 08 anos, não sendo crível que os dois
imóveis mencionados não sejam provenientes de sub-rogações de bens
particulares do recorrente; que a apelada não demonstrou em nenhum
momento de que modo teria concorrido para a aquisição dos dois bens

Apelação Cível nº 1001299-62.2017.8.26.0272 -Voto nº 3


fls. 381

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mencionados; que a verba de sucumbência deve ser invertida com a

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procedência do recurso.

Este relator indeferiu o pedido de justiça gratuita,


determinando o recolhimento das custas.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOAO BAPTISTA GALHARDO JUNIOR, liberado nos autos em 31/07/2022 às 18:48 .
As custas foram devidamente recolhidas (fls. 375/377).

Não houve apresentação de contrarrazões.

Não houve oposição ao julgamento virtual.

É o relatório.

O recurso merece parcial provimento.

O recurso cinge-se à partilha dos imóveis da rua Joaquim de


Barros, 40, Bairro Flávio Zachi, Itapira/SP e da rua do Pinho, lote 06, Quadra
Única, Vila Belmira, Itapevi/SP.

Pelo que consta nos autos, o autor adquiriu o imóvel situado


na rua Joaquim de Barros, 40, Bairro Flávio Zachi, Itapira/SP em 06/07/2010
(já durante a constância do casamento) pelo valor de R$ 38.000,00 (fls.
129/133), entretanto, pouco tempo antes (02/06/2010) vendeu o terreno
urbano, Sítio Jacucai, Estação de Amador Bueno pelo valor de R$ 75.000,00
(fls. 124/128), imóvel este adquirido em 09/10/1992 (fl. 120), muito tempo
antes à constituição do matrimônio. Considerando o curto lapso temporal
entre a venda do Sítio Jacucai e a compra do imóvel da rua Joaquim de
Barros, 40, ausente, ainda, qualquer contestação pela parte ré nesse sentido,

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entendo que existiu a sub-rogação entre os imóveis, motivo pelo qual deve ser

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excluído da partilha

Por outro lado, alega o autor que da venda do Sítio Jacucai


em 02/06/2010, após a compra do imóvel da rua Joaquim de Barros, lhe
restou o valor de R$ 37.000,00 (diferença entre R$ 75.000,00 e R$ 38.000,00)

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOAO BAPTISTA GALHARDO JUNIOR, liberado nos autos em 31/07/2022 às 18:48 .
e que teria utilizado mencionado valor para a compra de parte do imóvel da
rua do Pinho, lote 06, sendo que para pagar a outra parte, fora constituído
empréstimo bancário do valor restante.

Apesar do indício de que o bem poderia ter sido parcialmente


adquirido com o dinheiro advindo da venda do Sítio, considerando o lapso
temporal entre a data de venda e de compra, a prova perde qualidade
epistemológica, demandando maior consistência probatória para o
reconhecimento da sub-rogação.

Assim, deveria o autor comprovar que esse dinheiro


permaneceu em conta bancária, sendo apenas utilizado para a compra do
imóvel da rua do Pinho quatro anos mais tarde, o que não foi feito.

Dessa forma, entendo que não houve sub-rogação parcial de


mencionado imóvel (rua do Pinho), devendo ser a sentença mantida nesse
ponto.

Por fim, deve ser mantida a distribuição do ônus de


sucumbência fixado em sentença, ante a sucumbência recíproca das partes.

Por derradeiro, a fim de evitar a oposição de embargos de


declaração, única e exclusivamente voltados ao prequestionamento, tenho por

Apelação Cível nº 1001299-62.2017.8.26.0272 -Voto nº 5


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expressamente prequestionada, nesta instância, toda a matéria, consignando

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que não houve ofensa a qualquer dispositivo a ela relacionado.

Na hipótese de interposição de embargos de declaração


contra o presente acórdão, ficam as partes desde já intimadas a se
manifestarem no próprio recurso a respeito de eventual oposição ao

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOAO BAPTISTA GALHARDO JUNIOR, liberado nos autos em 31/07/2022 às 18:48 .
julgamento virtual, nos termos do art. 1º da Resolução nº 549/2011 do Órgão
especial deste E. Tribunal, entendendo-se o silêncio como concordância.

Sendo manifestamente protelatória a apresentação dos


embargos de declaração, aplicar-se-á a multa prevista no art. 1.026, §§ 2º e 3º,
do CPC.

Ante o exposto, por meu voto, DOU PARCIAL


PROVIMENTO ao recurso, nos termos da fundamentação.

São Paulo, 31 de julho de 2022

JOÃO BAPTISTA GALHARDO JÚNIOR


Relator

Apelação Cível nº 1001299-62.2017.8.26.0272 -Voto nº 6


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2ª Câmara de Direito Privado
Pátio do Colégio, nº 73 - Pátio do Colégio - 5º andar - Sala 515 -
Sé - CEP: 01016-040 - São Paulo/SP - 3241-0385

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CERTIDÃO

Processo nº: 1001299-62.2017.8.26.0272


Classe Assunto: Apelação Cível - Dissolução
Apelante A. M. D.
Apelado M. A. D.

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Relator(a): JOÃO BAPTISTA GALHARDO JÚNIOR
Órgão Julgador: 2ª Câmara de Direito Privado

CERTIDÃO DE TRÂNSITO EM JULGADO

Certifico que o v. acórdão transitou em julgado em 05/09/2022

São Paulo, 14 de setembro de 2022.

_______________________________________________________
Rogério Fraissat Tersariol - Matrícula: M110557
Escrevente Técnico Judiciário

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