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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 32ª

VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL- SP.

Proc. 1066916-92.2020.8.26.0100
Por dependência

GABRIELA ANDRESSA RUFINO, brasileira,


casada, produtora rural, portador da cédula de identidade RG 16.872.201-
X SSP/SP e CPF 220.682.338-19, e PAULO GIBRAN BUENO,
brasileiro, produtor rural, portador da cédula de identidade RG 44.949.956-
X SSP/SP e CPF 383.694.418-90; residentes e domiciliadas na Av. Dr.
Marcos Penteado de Ulhôa Rodriguês, nº 3800 – apto 151 – Bloco F –
Condomínio Resort Tamnoré – SP, através de sua advogada, vem mui
respeitosamente a presença de Vossa Excelência a fim de interpor

EMBARGOS DE TERCEIROS

com fundamento baseado nas disposições dos


artigos 674 e seguintes do Código de Processo Civil, face de JSL S.A.,
pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 52.548.435/0001-79,
com sede na Rua Doutor Renato Paes de Barros, 1017, Conjunto 91,
Edifício Corporate Park, Itaim Bibi, Município de São Paulo, SP, CEP
04530-001, pelos motivo e fatos a seguir aduzidos:

da legitimidade passiva
Conforme passará a demonstrar e provas que junta
em anexo, o Embargante é possuidor direto do bem alvo de pretensão de
constrição judicial, sendo objeto da lide.

PRELIMINARMENTE

A Embargante requer a Vossa Excelência em


caráter liminar a suspensão da penhora sobre os bens móveis que consta no
imóvel da Av. Dr. Marcos Penteado de Ulhôa Rodriguês, nº 3800 – apto
151 – Bloco F – Condomínio Resort Tamboré – SP, uma vez sendo a
Embargante a proprietária dos referidos bens.

Insta salientar que o processo executório iniciou-se


no ano de 2016, e que todos os imóveis penhorados forma adquiridos pelos
compromissários compradores há mais de dez anos antes da ação que os
tomou como penhora, importante frisar que o executado informou esses
fatos em sua impugnação, mas foi ignorado , pois pediu que os mesmos
fossem intimados a se manifestarem, e novamente não obteve resposta
favorável no intuito de proteger as pessoas que hoje , bem neste momento
que vive o mundo (COVID 19) se veem desesperados no risco eminente de
perderem suas casas, ou seja, o mundo parou, mas os leilões não. O
presente recurso de embargos tem por fundamento a constrição do bem que
se encontra na posse da Embargante desde 10 de Maio de 2000, face a
penhora ordenada no processo no processo 1022285- 60.2016.8.260114 e
1001307-98.2016.8.26-0296, sendo que, em ambos, as partes são as
mesmas Banco Bradesco S/A x Truck Center, e ocorreu a penhora dos
mesmos imóveis em ambos, motivo pelo qual distribuirá estes mesmos
embargos nos dois processos por dependência.. Cabe observar que no
processo que tramita em Campinas e também em Jaguariuna/SP o M .M já
deferiram liminares favoráveis em todos os outros embargos em situação
idêntica a da Embargante, ou seja, todas as pessoas adquiriram os lotes de
terreno há Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por
RANUZIA COUTINHO MARTINS, protocolado em 04/05/2020 às
19:08 , sob o número 10146257320208260114. Para conferir o original,
acesse o site
https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do,
informe o processo 1014625-73.2020.8.26.0114 e código 821311D. fls. 2
ADVOCACIA 3 mais de 10 anos atrás, no caso da Embargante são 19 anos
de posse e local de sua residência, que muito embora seja simples, é a única
que possui. Conforme passará a demonstrar e provar, o embargante é
possuidora direta do bem alvo de pretensão judicial, sendo estranha a lide.
Como faz prova os documentos em anexo. O embargante adquiriu o imóvel
citado acima na data de 10 de Maio de 2000, de forma parcelada em
55( cinquenta e cinco vezes). Quando acabou de pagar, edificou um
construção simples no local, ainda inacabada, mas é onde mora desde
então, na Rua Francisco Peixoto Junior nº 191, conforme faz prova copia
da contas de energia e Sabesp e IPTU desde o ano de 2000, comprovantes
estes , originais que serão anexados a este recurso e a disposição deste juízo
para apresentação dos originais em audiência se necessário for . A
Embargante gostaria de apresentar o pedido de ligação de fornecimento de
agua e energia dos anos de 2000, mas por conta do CVID 19 nenhum
estabelecimento está atendendo, motivo pelo qual se compromete a efetuar
mais comprovantes destes órgãos públicos que comprovam de forma
inequívoca que a Embargante já era possuidora do imóvel penhorado
indevidamente. Por motivos alheios à sua vontade ( falta de recursos
financeiros) o Embargante não efetuou o escritura e o registro
permanecendo o nome do antigo proprietário, Luiz Gonzaga Sanches da
Silva e Rosely Temperani da Silva. Demonstrado, portanto, a legitimidade
do Embargante para defender a posse do bem em espécie, nos termos do
Art. 674 do CPC, o que não sofre nenhuma resistência nos Tribunais.

EMBARGOS DE TERCEIRO, SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO. Havendo


plausibilidade jurídica nos embargos de terceiro opostos com a finalidade
de demonstrar que o imóvel penhorado e a/rrematado pertence a pessoa
estranha à lide, /devem ser processados com a devida cautela, inclusive
com a suspenção da execução, quando versarem sobre todos os bens ou
direitos, sob pena de agressão ao que dispõe o CPC, art. 678. Mandamus
admitido e segurança concedida. (TRT- 1100002674820175110000,
Relator: JORGE ALVARO MARQUES GUEDES, Gabinete da Vice
Presidencia) Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por
RANUZIA COUTINHO MARTINS, protocolado em 04/05/2020 às
19:08 , sob o número 10146257320208260114. Para conferir o original,
acesse o site
https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do,
informe o processo 1014625-73.2020.8.26.0114 e código 821311D. fls. 3
ADVOCACIA 4 III – DO DIREITO Trata-se de lesão grave em seu direito
de posse, haja vista que este adquiriu o imóvel em época muito anterior a
existência da aludida dívida, estando, portanto, amparada pela legislação a
opor o presente embargo, pois no ano de 2000, quando da sua aquisição, o
executado Luiz Gonzaga Sanches da Silva sequer possuía qualquer
negativação de seu nome, bem como a matricula do imóvel não continha
nenhuma penhora ou arresto, portanto foi um comprador de boa, fé. Como
se pode comprovar pela execução da qual se interpõe estes embargos, a
dívida do executado Luiz Gonzaga se deu no ano de 2016, ou seja, após
mais de 16 anos da venda do lote que lhe pertencia, evidente que nunca
ocorreu qualquer ilicitude por parte do executado, e muito menos por parte
da embargante, não é possível desvendar o futuro, e com certeza se o fosse,
a Embargante teria se endividado todo, para poder fazer sua escritura e
registro, para não passar pela situação que está vivendo hoje. O
Embargante mora no lote de terreno, onde vive com sua família desde o
ano de 2000 portanto reside no local há mais de 19 anos, ou seja, não
possui outro lar, está sendo prejudicada nesta ação executória, pois o M .
M. Juiz não aceitou a informação prestada pelo executado de que havia
comercializado os lotes que foram penhorados para garantia desta
execução, as fls. 216 o perito nomeado para realizar avaliação no local,
contatou que em todos os lotes penhorados havia construções, efetua
inclusive fotos da frente dos imóveis, ou seja, provado de forma inequívoca
que os possuidores dos imóveis são outras pessoas, as quais, o M. M juiz
tomou ciência e decidiu por ignorar, sob a alegação de que os documentos
apresentados na defesa do executado não mereciam autenticidade, mesmo
depois de haver sido efetuada a juntada da pericia dos imóveis provando a
construção existente nos lotes, manteve-se a penhora dos imóveis, ou seja,
novamente poderia ter o M. M. Juiz observado que os referidos bens
imóveis penhorados eram de outros possuidores e intimado as partes já que
nos autos continha o nome e endereço de todos eles. Assim, considerando
suficientemente provada a posse, deve ser concedida liminarmente a
manutenção da posse em favor da embargante, nos termos do Art. 678 do
CPC. Corroboram com este entendimento: Este documento é cópia do
original, assinado digitalmente por RANUZIA COUTINHO MARTINS,
protocolado em 04/05/2020 às 19:08 , sob o número
10146257320208260114. Para conferir o original, acesse o site
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ADVOCACIA 5 EMBARGOS DE TERCEIRO – DEFESA DA POSSE –
CONTRATO PARTICULAR DE COMPRA E VENDA NÃO
REGISTRADO – ADMISSIBILIDADE – RECURSO PROVIDO. É
cabível a oposição de embargos de terceiros fundados em alegação de
posse advinda de contrato particular de compra e venda de vaga de
garagem, ainda que desprovido do registro imobiliário”. (TJSP APL
14379223201182660100 SP 014379223.2011.8.26.0100 26º Câmara de
Direito Privado 30/07/2012 relator Renato Sartorelli). Embargos de terceiro
sobre imóvel alienado. Escritura pública de compra e venda não levada a
registro. Desde que a penhora tenha recaído sobre bens transferidos à posse
de terceiro, admissível são os embargos, independentemente da
circunstancia de que a escritura pública de compra e venda não tenha ainda
sido levada a registro (STJ, REsp. 29.048-3 – PR. REL. Min Barros
Monteiro, j. Em 14.06.1993). Na jurisprudência acima, percebe-se que,
mesmo não tendo sido registrada a escritura de compra e venda, afastase
qualquer restrição quando se trata de adquirente de boa-fé. Muito embora
não esteja registrado o contrato de compra e venda da Embargante, esta
efetua juntada de documentos, além do contrato original de compra e
venda, comprovantes de pagamento de IPTU originais desde o ano 2000,
ou seja, efetua juntada de comprovantes em seu nome ou de seus familiares
( genitora Bernadete Aparecida Alves Teles) que muitas vezes a
representava junto a Prefeitura local para parcelar e pagar os IPTU, pois a
Embargante trabalha no horário comercial, contas de energia, entre outros
documentos , demonstrando sua boa-fé e acreditando no amparo da Justiça,
como prevê o Artigo 5º , inciso XXXV da Constituição Federal. DO ERRO
DA AVALIAÇÃO O perito nomeado realizou a pericia dos lotes
penhorados, e fez questão de frisar que apresentou valores dos lotes e não
das construções, o lote da Embargante está avaliado ( fls. 211) em R$
53.011,25 ( cinquenta e três mil, onze reais e vinte e cinco centavos) ou
seja, a construção possui valor, e este foi suprimido da avaliação, como
ocorrerá a arrematação do lote, sem que tenha havido a avaliação da
construção, ainda incorreu em erro na avaliação do imóvel, visto que
apresentou foto as fls. 214 de outro imóvel, o sobrado da foto pertence ao
lote 19-A da quadra Z, o lote penhorado é o 19 da quadra Z, que fica ao
lado da foto , que efetua juntada com indicação correta do imóvel descrito
na matricula nº 44.737, com cadastro municipal 0649-0034, endereço: Rua
Francisco Peixoto Junior nº 191, portanto erro de avalição do perito do
imóvel penhorado. Este documento é cópia do original, assinado
digitalmente por RANUZIA COUTINHO MARTINS, protocolado em
04/05/2020 às 19:08 , sob o número 10146257320208260114. Para conferir
o original, acesse o site
https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do,
informe o processo 1014625-73.2020.8.26.0114 e código 821311D. fls. 5
ADVOCACIA 6 Como se pode confirmar por todos os documentos
constantes nos autos, é injusta a penhora dos lotes pertencentes a terceiros,
pois provado está de que não pertenciam mais ao executado Luiz Gonzaga
há mais 20 anos, bem como será injusta induzir em erro o possível”
arrematante, já que teria que ajuizar ação de despejo contra todas as
pessoas possuidoras destes imóveis e indenizá-las pela construção. DO
DANO IRREVERSIVEL Os terceiros , pessoas que estão entrando com os
embargos , tomaram conhecimento do leilão no prazo de recesso devido ao
COVID 19, porque um corretor de imóveis esteve no local e informou
sobre o leilão aos possuidores dos 10 lotes, ou seja, os compromissários
compradores souberam que o lote de terreno que adquiririam há mais de
10, 15 ou 20 anos atrás é objeto de execução face ao proprietário Luiz
Gonzaga Sanches da Silva, e mesmo o Exequente tendo a informação
desses fatos, manteve a penhora, mesmo sabendo que a avaliação estava
calcada somente no lote e não nas construções dos possuidores, fez-se de
rogado. O dano é irreparável, pois, justamente no momento em que o País
sofre com um pandemia, desemprego, caos, fato nunca antes vivido, com
todos os órgãos publicos fechados, a mantença de leilão fere todos os
direitos individuais e fundamentais previstos na Constituição Federal ,
previsto no Art. 5º. As pessoas estam em isolamento por conta do COVID
19, como podem ser atendidas , assinar procuração, apresentar documentos,
se sequer serem atendidas pessoalmente por advogado, ou quiçá a
defensoria púbica, que NÃO ESTÁ trabalhando. As pessoas envolvidas
( Embargantes) sequer tem a certeza de que terão trabalho, estam em suas
casas, tentando manter a dignidade num momento tão impar como esse, e
se veem a mercê do Poder Judiciário, e dele espera proteção nos termos da
nossa Carta Magna. IV – DOS PEDIDOS Por todo o exposto, REQUER: 1.
A concessão da Gratuidade Judiciaria, nos termos do Art. 98 do Código de
Processo Civil, pois prova neste ato que não possui Este documento é cópia
do original, assinado digitalmente por RANUZIA COUTINHO MARTINS,
protocolado em 04/05/2020 às 19:08 , sob o número
10146257320208260114. Para conferir o original, acesse o site
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informe o processo 1014625-73.2020.8.26.0114 e código 821311D. fls. 6
ADVOCACIA 7 recursos para suportar as despesas processuais desta
execução, onde é a pessoa prejudicada; 2. O recebimento do presente
embargos em todos os seus efeitos para LIMINARMENTE suspender a
PENHORA face ao lote 19 da quadra Z matricula nº 44.737 do CRI de
Tatuí/SP, e por consequência suspender o andamento da execução até
decisão deste Embargos, visto a gravidade da situação. 3. A citação dos
embargados para responder, querendo, nos termos do Art. 677, §3º do
CPC; 4. A total procedência da ação para julgar procedentes os pedidos
formulados nestes embargos, extinguindo-se a penhora em debate e, por
conseguinte, desfazendo-se a ordem de constrição (NCPC, art. 674, caput),
referente a matricula nº 44.737, do lote 19 da quadra “Z” reconhecendo este
r. Juízo que o Embargante adquiriu o lote de terreno no ano de 2000, muito
anos antes da situação de insolvência do executado Luiz Gonzaga Sanches
da Silva ocorrida em 2016. 5. Protesta o alegado por todos os meios de
provas em direito admitidos, em especial, depoimento pessoal dos vizinhos
que comprovarão que a Embargante mora no local há mais de 19 anos, e
prova documental, prova pericial e oitiva de testemunhas, e comprovantes
originais de pagamento de IPTU desde o ano de 2000. 6. A condenação do
embargado ao pagamento de honorários advocatícios e sucumbência nos
parâmetros previstos no art. 82, § 2º c/c art. 85, § 2º do CPC; Dá-se o valor
da causa a quantia R$ 53.011,25 ( cinquenta e três mil, onze reais e vinte e
cinco centavos) valor de avaliação do lote 19 da quadra Z pelo perito as fls.
211, matricula 44.737 com área de 125,00 m2. Termos em que pede
deferimento, Tatuí, 04 de Maio de 2020. Ranuzia Coutinho Martins
OABSP 263.501

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