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AO JUÍZO DA 7ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARACAJU - SE.

Processo nº 20 2 2 1 0 70 0 475

WELISSON SOUZA DOS SANTOS, já qualificado


nos autos do processo em epígrafe, vem por meio
de seu advogado abaixo assinado, propor a
presente RÉPLICA diante dos fatos novos alegados
em contestação.

BREVE RELATO DOS FATOS

O Autor recebeu em herança o imóvel localizado na Rua


Francisco Carlos dos Santos 95, Porto Dantas, nessa cidade, sendo
porte do espólio de Maria Guiomar de Souza.

Previamente a interposição da ação houve a tentativa de


resolução do litígio junto ao Réu sem êxito, ao contrário, este tenta por
meios obscuros ficar com a posse de um bem que sabe não ser seu,
razão pela qual, propôs a presente ação.

O Réu, ao responder a presente demanda, trouxe


fundamentos que não merecem prosperar, vejamos:

O Réu Alega que o Requerente não é parte legitima para


figurar no polo ativo da presente ação, e por conta disso inexiste
interesse de agir, visto que, esse não demonstrou ser o
herdeiro/detentor do domínio do imóvel a ser vindicado.

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Pois bem, o Requerente tanto é o legitimo herdeiro do
domínio que, antes mesmo de mover a presente ação, já havia iniciado
a regularização do domínio junto a SPU, órgão responsável para
proceder a regularização de imóveis em área da União, conforme
Processo sob nº 04906.000909/2018-52, protocolado em
05.06.2018 na referida superintendência, além do recibo de compra
e venda no qual é o donatário.

Conforme irá provar no intercurso da presente ação, o


Autor sempre exerceu o domínio e manteve o comportamento de Dono
no referido imóvel, este até autorizou que o Requerido permanecesse
no imóvel na ocasião que a sua Tia, ora de cujus, em decorrência de
sua morte, lhe transmitiu o domínio do imóvel.

No entanto, este na mais absoluta má-fé, informa que


detém o a domínio do imóvel desde 2004, sendo que, conforme os
documentos juntados, estão comprovando que à época, a Sra. Maria
Guiomar que estava residindo no local, impossibilitando qual
possibilidade deste ter comportamento de dono ou algo que o valha,
conforme irá provar, o Requerido seguer residia na capital.

DA TENTATIVA DE FRAUDE POR PARTE DO


REQUERIDO

Excelência, o Requerido tenta a todo custo desqualificar o


Autor, no entanto, este se faz passar por pessoa que não é, para ser
mais exato, passa o Autor a esclarece o que está obvio no processo
conforme documentos anexados.

A presente ação está sendo movida contra o Srº JOSÉ


FRANCISCO VIEIRA DE SOUZA, inscrito no CPF sob nº 048.509.845-

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84, no entanto, os documentos de aquisição apresentados nas fls. 84
à 112(notas promissórias), 113, a 117 (contrato de aquisição de
domínio), 147 – 155 (contas de consumo), 179 a 180 (contrato de
aquisição de domínio), 190-218 (notas promissórias), 231 a 239
(contas de consumo), 267 a 268(contrato de aquisição de domínio),
todos estes são em nome do Srº JOSÉ FRANCISCO SANTOS, inscrito

no CPF sob nº 265.154.155-91, pessoa, que de fato, comprou o


domínio do terreno da Federação Espirita Sergipanas em 1981, não
pode ser confundido com o Requerido. O Senhor José Francisco Santos,
foi quem vendeu o domínio do imóvel para a Senhora Maria

Guiomar, fato registrado por meio do recibo de compra e venda


autenticado no ano de 2004, nesse ato, foi doado para o Requerente
mantendo o seu usufruto e ainda na sua posse, autorizou à época, a
permanência do Requerido no imóvel, isso por volta do ano de 2014.
Por conta disso, é com muito espanto, que esse seguer cita a existência
da de cujus na sua peça de defesa, algo plenamente entendido, visto
que, se esse reconhece a sua existência, desconstruirá a sua defesa
que, mesmo diante de todos os fatos apresentados, mantém a tese
que é detentor do domínio desde de 2004.

Nobre julgador, chamo a sua atenção aos documentos


juntados nas fls. 319 à 325, lá consta um relatório do consumo dos
últimos 22 anos do imóvel em questão, lá está contido os nomes dos
seus responsáveis, com seu intervalo de tempo, demonstrando
também, a titularidade e responsabilidade por seu pagamento.

Observe Excelência, entre os anos de 2000 à 2017, mais


precisamente de 23/04/2000 até 17/10/2017, logo após a construção
da casa contida no terreno, as contas de consumo de eletricidade e
água estevam sob a responsabilidade de MARIA GUIOMAR DE

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SOUZA e logo após esse período, passa a ser de titularidade do Autor,
na ocasião, buscava regularizar a documentação, com isso, transferiu
para sua titularidade as contas de consumo, visto que, passava quase
quatro anos do falecimento da doadora e ainda continuava em seu
nome, no entanto, quando efetuou essa transferência, teve seu nome
ameaçado de ser incluído no cadastro de devedores (SPC), passou a
receber inúmeras ligações de cobrança, em virtude dos atrasos nos
pagamentos das faturas de consumo, referentes ao imóvel, que a
época estava em comodato verbal à seu primo, o Srº José Francisco
de Souza, por essa razão, para não mais receber ligações de
cobranças em virtude dos atrasos em sua satisfação, requereu que
fosse realizada alteração do cadastro para o nome do requerido, no
entanto, colocando-o como usuário, não como proprietário, conforme
documento nas fls. 316, dessa forma, este passou ser o responsável
por seus pagamentos e em caso de inadimplência, ele seria o real
devedor do consumo não pago, fato ocorrido em 04/05/2018, tanto da
Energisa (fl. 320), assim como a alteração da titularidade da DESO
(fls.316), ambas ocorridas em períodos próximos, dito isso, cai por
terra qualquer alagação de que o Requerido se encontra no domínio do
imóvel desde 2004.

DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS PELO REQUERIDO

Esse só detém a posse dos documentos apresentados


(promissórias. Recibo de compra e venda), em virtude de ter coabitado
o imóvel na companhia de Dona Maria Guiomar, que os deixava em um
baú que se encontrava no local, por ocasião de sua morte, o Requerido,
que lá permaneceu, teve acesso aos documentos, tomando posse
destes e de todos os bens lá encontrados, para isso, arrombou o baú
e pegou os referidos documentos e, por fim, os oculto-o dos demais
membros da família, só sendo exposto a estes, apenas com a presente
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ação.

Alega também que o Autor usou de situações para ter acesso


ao imóvel, mais uma mentira, em 2018, quando o Autor iniciou às
tratativas para regularizar o domínio do imóvel, esse foi até a casa para
realizar as medições para confecção das plantas arquitetônicas
necessárias, na ocasião, o próprio Requerido se encontrava no local e
na ocasião, foi informado que Autor precisaria do imóvel, foi nesse
momento que o autor percebeu que teria problemas com o requerido,
em virtude de ter o deixado a continuar à residir no imóvel após o
falecimento de dona Maria Guiomar.

Perceba Excelência, que o próprio Requerente, Autor


do processo nº 202111201539, diz que está na posse do imóvel
desde de 2005, diferente do que informa na contestação
acostada no processo.

Nesse processo o Requerente, mais uma vez, ignora a


existência de Maria Guiomar, pessoa que abriu as portas do imóvel
para que esse pudesse ficar, na ocasião que mais necessitou, no
entanto, esse repetiu a mesma ingratidão, dessa vez com o Autor, logo
após deste permitir que continuasse a morar no imóvel, logo após o
falecimento de Maria Guiomar, momento que esse inicia o seu direito
no imóvel, situação que sabida por todos os familiares, inclusive do
Requerido.

Alega também que possui uma ação vindicando o domínio do


imóvel, que por sua vez, só foi iniciado após o conhecimento de que o
seu Real proprietário, tinha iniciado a sua regularização, conforme já
demonstrado na peça primeva.

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Conforme irá comprovar, por meio de provas contundentes
ao juízo, o requerido reside no imóvel desde de 2014, não de 2004
como falsamente informa ao judiciário neste e nos demais processos
existentes envolvendo o imóvel referido, tanto é verdade essa
afirmação, que até o presente momento não foi apresentado nenhum
documento em nome do Requerido que faça referência a período
anterior à 2014, até porque, nessa época, seguer residia na capital.

Quanto ao fato do Autor só ter buscado judiciário após oito


anos, mais uma vez mentira, o Autor buscou o judiciário em 2018,
quando teve conhecimento que o imóvel não poderia ser usucapido,
buscou a Secretária de Patrimônio da União (SPU) para ter a
regularização do imóvel, conforme Número do Processo:
04906.000909/2018-52.

Outro ponto alegado pelo Requerido, é o fato de ter buscado


o judiciário para alterar a titularidade das contas de consumo, veja
Excelência, se está na pose do imóvel desde de 2004, o porquê só em
2021 buscou alterar a titularidade das contas? Explico, necessitava, a
todo custo, mudar para seu nome, com o fito de não ter como o Autor
provar que é o único dono e pessoa que permitiu que o Requerido se
mantivesse no imóvel.

Mais uma vez, as notas promissórias e documento de domínio


do imóvel, não são em nome do Requerido, como é alegado por ele,
mas sim, do Srº José Francisco Santos, pessoa que vendeu os direitos
do imóvel a Sr.ª Maria Guiomar como irá provar o Autor no decurso do
processo.

DO PROCESSO ABERTO JUNTO A CONCESSIONARIAS DE


SERVIÇO PÚBLICO PROC. Nº 202111201539.

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Excelência, a todo custo o Requerido tenta da aparência
de regularidade, a uma posse que detém de forma precária, observe
que esse iniciou um processo junto as concessionárias para mudar a
titularidades das contas, alegando que é o proprietário do imóvel em
questão, informando que o Autor não possui nenhum direito sobre o
imóvel, usando de informações falsas, sem nenhuma prova de sua
veracidade, vejamos:

 Alega que está na posse da casa desde de 2004, no entanto não


apresenta nenhuma comprovação que estava, de fato, no imóvel
nesse período.

 Se o processo nº 202111201539 tem como objetivo apura a


existência de fraude na titularidade das contas, porque o pseudo
fraudador não figura no polo passivo do processo? Vez que, esse
é conhecido, seu primo e Autor da presente ação que pede a
retirada do Requerido do imóvel?

Excelência, são essas indagações que devem ser feitas ao


Requerido, com essa omissão, demostra mais uma vez, que seu
objetivo usar o judiciário para dá aparência de legalidade a algo que
é sabidamente ilegal.

DA INEXISTÊNCIA DE LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ DO AUTOR.

Ora Excelência, todas as pretensões resistidas devem ser


resolvidas junto no judiciário, sejam elas em qual esfera aconteçam,
sendo assim, não pode o Requerido querer distorcer o objetivo do
Autor, que vem buscando o judiciário para resolução de um conflito
não iniciado por ele e ao seu final, ter que indenizar o Requerido.

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Quanto a alegação que o Autor tentar a obtenção de
vantagem ilegal, não merece prosperar, visto que, ele vem buscar a
tutela de um direito que seu e, se há tentativa de OBTENÇÃO DE
VANTAGEM ILEGAL SOBRE ALGUEM, POR CAUSA DE INTRIGAS
PESSOAIS E INCONFORMISMO, BASEANDO-SE, DISTORÇÃO DOS
FATOS, ALEGAÇÕES MENTIROSAS e, no processo, USO DISTORCIDOS
DE DOCUMENTOS, este é realizado por parte do Requerido, que tenta
a todo custo, não apenas nesse processo, usar o judiciário para
conseguir objetivo ilegal, com aparência de legalidade.

DO MÉRITO

No mérito, o réu alegar equivocadamente que o Autor não


tem direito algum sobre o imóvel, o que não merece prosperar, afinal,
os fatos são completamente distintos daqueles narrados na
contestação.

O Autor tem o direito de ser imitido imediatamente na


posse do imóvel, uma vez que seu direito está demonstrado como a
efetivação da última vontade da de cujus e o Réu exerce posse injusta
sobre coisa alheia.

A lei assegura ao proprietário o direito de usar, gozar e


dispor de seus bens, e de reavê-los do poder de quem injustamente os
possua, nos termos do Art. 1.228, do Código Civil, in verbis:

Art. 1.228 - O proprietário tem a faculdade de usar,


gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do
poder de quem quer que injustamente a possua ou
detenha.

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Dessa forma, o Autor na condição de legitimo herdeiro do
bem ocupado indevidamente pelo Réu, tem o direito da proteção
assegurada, uma vez que possui como pressupostos:

a) PROVA DO DOMÍNIO: O Autor além de possui


documentos que comprovam o seu direito, se
manteve durante todo o tempo, após a morte de
Dona Guiomar, comportamento de dono,
permitindo que o Réu se mantivesse no imóvel, até
que esse, quando solicitado não mais quis sair,
mantendo as contas de consumo em seu nome e
realizado as diligencias necessárias para a
manutenção.

b) PROVA DA POSSE IRREGULAR: Diferente do


que alega o Réu, esse não possui nada que
comprove ser ele o titular da propriedade do imóvel,
se somente se, for encontrada alguma
irregularidade no documento que efetuou a doação,
esse continuará na posse irregular do referido
imóvel, visto que, não foi realizado nenhum
inventário dos bens de Senhora Maria Guiomar e
com isso, torna sua posse irregular.

c) PROVA DA NOTIFICAÇÃO NÃO CUMPRIDA:


Conforme documentos juntados nas fls. 45/46, foi
solicitado que desocupasse o imóvel e até o
momento não o fez.

Assim, considerando a precariedade da posse exercida pelo


Réu, tem-se por manifestamente injusta, e mesmo após devidamente

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notificado para sair manteve-se inerte, configurando a má fé na sua
manutenção, sendo devida a imediata imissão de posse, conforme
precedentes sobre o tema:

APELAÇÃO CÍVEL. Ação de imissão de posse. Autor


que arrematou o imóvel, objeto da lide, em leilão
público promovido em 03/03/2016.Imóvel que vem
sendo ocupado indevidamente pela ex mutuária
inadimplente, que ficou devedora perante a credora
hipotecária. Sentença a quo que julgou procedente
o pedido autoral. Recurso de apelação ofertado pela
ré. Preliminar de nulidade. Rejeição. Manutenção do
decisum. O sucesso da ação de imissão de posse
exige a reunião de dois elementos: o domínio do
autor e a posse injusta da ré. Uma vez
demonstrada a posse injusta, procede in
totum a pretensão petitória. Sentença mantida
por seus próprios termos e doutos
fundamentos. Inteligência do art. 1.228 do Código
Civil. Ademais, descabe na presente via possessória
discutir a validade ou não do antecitado leilão. Caso
seja de interesse da apelante, esta poderá se valer
das vias ordinárias próprias a fim de desconstituir a
praça ou interpor recursos nos autos da respectiva
execução fundada em título extrajudicial. APELO
CONHECIDO E DESPROVIDO. Conclusões: Por
unanimidade, negou-se provimento ao recurso, nos
termos do voto do Des Relator. (TJ-RJ, APELAÇÃO
0012208-98.2016.8.19.0212, Relator(a): DES.
FERDINALDO DO NASCIMENTO, Publicado em:
12/03/2020)
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IMISSÃO NA POSSE - Alienação fiduciária -
Aquisição de imóvel em leilão extrajudicial -
Consolidação da propriedade que confere ao
adquirente o direito à imissão - Incidência das
Súmulas 4 e 5 deste E. Tribunal de Justiça -
Interesse processual caracterizado - Prazo para
desocupação que deve fluir a partir da intimação,
pela imprensa, da decisão que determinou a imissão
na posse - Recurso parcialmente provido. (TJSP;
Apelação Cível 1009744-17.2019.8.26.0008;
Relator (a): Moreira Viegas; Órgão Julgador: 5ª
Câmara de Direito Privado; Foro Regional VIII -
Tatuapé - 3ª Vara Cível; Data do Julgamento:
11/03/2020; Data de Registro: 11/03/2020, #70)

IMISSÃO DE POSSE. ARREMATANTE. A ação de


imissão de posse é ação de natureza real e
petitória em que amparado por justo título de
propriedade o autor pretende a imissão na
posse do bem adquirido. Circunstância dos autos
em que o autor detém título de domínio por
arrematação em leilão extrajudicial; o
procedimento restou regular; e se impõe
assegurar a imissão na posse do bem.
RECURSOS PROVIDOS. (TJRS, Apelação
70080886575, Relator(a): João Moreno Pomar,
Décima Oitava Câmara Cível, Julgado em:
28/03/2019, Publicado em: 12/04/2019)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ENTREGA DE


COISA CERTA (IMISSÃO POSSE DE BEM IMÓVEL)
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CUMULADA COM REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS.
LIMINAR DEFERIDA. INSURGÊNCIA DOS
DEMANDADOS. ALEGAÇÃO DE QUE A VIA ELEITA
SERIA INADEQUADA E QUE A DECISÃO QUE
ANULOU O REGISTRO DO IMÓVEL EM SEUS NOMES
AINDA NÃO TERIA TRANSITADO EM JULGADO,
FATO QUE SERIA SUFICIENTE PARA OBSTAR A
IMISSÃO DO AUTOR NA POSSE. INSUBSISTÊNCIA.
AUTOR QUE ADQUIRIU O IMÓVEL ATRAVÉS DE
COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA FIRMADO
COM OS ANTIGOS PROPRIETÁRIOS REGISTRAIS.
PROPRIEDADE DO IMÓVEL QUE FOI
IRREGULARMENTE TRANSFERIDA AOS RÉUS.
ACÓRDÃO DESTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA QUE
MANTEVE A ANULAÇÃO DO REGISTRO DO IMÓVEL
EM NOME DESTES. DIREITO DO PROMISSÁRIO
COMPRADOR, QUE EFETUOU O PAGAMENTO
INTEGRAL DO PREÇO, DE SE VALER DA AÇÃO
DE IMISSÃO DE POSSE, PORQUANTO É
DETENTOR DE TÍTULO AQUISITIVO DO BEM E,
DIANTE DA CONFIRMAÇÃO DA SENTENÇA
ANULATÓRIA, DEMONSTROU A POSSE INJUSTA DO
IMÓVEL POR PARTE DOS REQUERIDOS, QUE SE
RECUSARAM A DESOCUPÁ-LO, MESMO APÓS A
DECISÃO DESTE TRIBUNAL. AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL QUE NÃO POSSUI EFEITO SUSPENSIVO E
NÃO IMPEDE A IMISSÃO. ANULAÇÃO DO REGISTRO
QUE TEM APTIDÃO DE PRODUZIR EFEITOS
IMEDIATOS, REVELANDO A PROBABILIDADE DO
DIREITO DO AGRAVADO. DECISÃO MANTIDA.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJSC,
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Agravo de Instrumento n. 4015405-
04.2019.8.24.0000, de Balneário Camboriú, rel.
Des. Cláudia Lambert de Faria, Quinta Câmara de
Direito Civil, j. 23-07-2019)

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL.


DIREITO CIVIL. AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE.
PRELIMINARES. TUTELA PROVISÓRIA. REQUERIDA
NAS CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO.
DESCABIMENTO. JUNTADA DE DOCUMENTOS.
AUSÊNCIA DE FATO NOVO. NÃO ANALISADOS.
FALTA DE INTERESSE RECURSAL. NÃO
CONFIGURADA. MÉRITO. IMISSÃO NA POSSE.
REQUISITOS PRESENTES. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.
INOCORRENTE. RECURSO CONHECIDO E NÃO
PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. 1. (...). 4. A Ação
de Imissão de Posse tem natureza petitória,
devendo a parte prejudicada comprovar justo
título de propriedade do imóvel, nunca ter
exercido a posse do bem e a posse injusta da
parte adversa. Precedentes. 4.1. No presente
caso, a autora possui justo título de
propriedade em seu nome desde 2014, não
tendo a parte ré se desincumbido de
demonstrar a posse justa sobre bem, nos
termos do art. 373, inciso II do CPC. Assim,
comprovada a propriedade em nome da autora
cuja posse é vindicada, e a posse injusta
exercida pela ré, correta a sentença que
determinou a imissão da autora na posse do
imóvel em questão. 5. As alegações da apelante
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estão situadas dentro do mero exercício do direito
de ação, sem que se tenha verificado a incidência
de qualquer uma das hipóteses previstas no art. 80
do CPC. Litigância de má-fé inocorrente. 6.
Preliminar rejeitada. Recurso conhecido e não
provido. Sentença mantida. (TJDFT, Acórdão
n.1185056, 07036992920188070010, Relator(a):
ROMULO DE ARAUJO MENDES, 1ª Turma Cível,
Julgado em: 10/07/2019, Publicado em:
17/07/2019)

Ou seja, diante da comprovação de justo título de


propriedade, e, demonstrada a posse injusta, outro não poderia ser o
entendimento se não o necessário provimento da presente ação,
concedendo a imediata imissão de posse ao Autor.

DA INEXISTÊNCIA DE USUCAPIÃO

Não há que se falar em Usucapião no presente caso, pois


para fins do seu reconhecimento, tem-se a necessidade de
comprovação de três requisitos objetivos, quais sejam:

 Posse mansa e pacífica;

 Período;

 Boa fé;

 Ânimo de dono.

Nesse sentido, a doutrina ao caracterizar a posse no


usucapião, disciplina:
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"Possead usucapionem. É aquela que enseja a
aquisição da propriedade por meio de usucapião.
Não é mera detenção. Não é posse exercida em
nome de outrem. É posse de quem tem a coisa
como sua e se apresenta como se fosse dono, ou
seja, com animus domini. A posse ad usucapionem
há de ser pública (os atos por meio dos quais a
posse se manifesta não são ocultos, secretos,
clandestinos); contínua (a continuidade se verifica
pela ausência de interrupção - CC 1238 a 1240,
1242, 1260 e 1379; CC/1916 550 e 618; 551 e
698); incontestada (sem oposição, passividade
geral de terceiros); pacífica (não violenta ou, se
maculada na sua origem pela violência, que essa
tenha cessado - CC 1208; CC/1916 497);
inequívoca (os fatos invocados pelo possuidor
ressaltam de maneira clara, não duvidosa, que ele
possuiu a coisa de maneira exclusiva, ousadamente
e com autoridade e não a obteve de forma precária,
ou seja, para mera detenção)." (NERY JUNIOR,
Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade. Código Civil
Comentado. 12 ed. Editora RT, 2017. Versão ebook,
Art. 1.196)

Portanto, os elementos que caracterizam a possead


usucapionem devem ficam perfeitamente demonstradas, o que não
ocorre no presente caso, até porque o instituto no caso em comento
não pode ser vindicado, pois trata-se de um terreno da União, que se
fosse o caso, seria usucapido da pessoa que lhe cedeu o imóvel em
comodato verbal, cedido para morar até que pudesse adquirir um
imóvel.
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Diferentemente do que consta na contestação, a posse foi
reiteradamente contestada, conforme notificações realizadas e demais
provas que se formarão na instrução processual (testemunhal).

A simples permissão inicial ao Réu para permanecer no


imóvel, caracteriza mera tolerância, nos termos do Art. 1.208 do
Código Civil:

Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera


permissão ou tolerância assim como não autorizam
a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos,
senão depois de cessar a violência ou a
clandestinidade.

Tolerância, portanto, incapaz de conferir o animus domni


indispensável à caracterização de qualquer ação que venha requerer o
domínio ou usucapião, conforme precedentes sobre o tema:

Portanto, totalmente improcedente os pedidos ventilados


na contestação.

Por todo o exposto fica perfeitamente demonstrado que o


Réu não trouxe fundamentos suficientes para desconstituir o direito do
Autor, razão pela qual a contestação não merece acolhimento.

DA REALIZAÇÃO DE PERÍCIA NO DOCUMENTO DAS FLS. 34

O Autor não vê nenhum óbice na realização de perícia técnica


no documento apresentado nas fls. 34, visto que, tem consciência da
integralidade e veracidade, visto que, o documento só demonstra um
desejo da de cujus em deixar um de seus diversos bens, sob a

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titularidade do Autor. Portanto, a qualquer momento que lhe for
solicitado, o entregará a quem o Juízo requeira.

RESPOSTA À RECONVENÇÃO

A reconvenção, como ação do Réu em face do Autor, deve


ser admitida nas circunstâncias em que se reconhece a conexão entre
as duas demandas que tramitam no mesmo processo.

Trata-se de clara previsão do CPC/15 que dispõe:

Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor


reconvenção para manifestar pretensão própria,
conexa com a ação principal ou com o fundamento
da defesa.

Tem-se como requisito a conexão entre o pedido originário


e o pedido reconvinte, ou seja, a identidade de objeto (quando os
pedidos das duas partes visam o mesmo fim) ou de causa de pedir
(mesmo ato ou fato jurídico, ou mesmo título).

Ocorre que nenhum desses requisitos foi atendido pela


reconvenção apresentada, uma porque:

1- a ação principal objetiva imissão na posse do imóvel


pautado primordialmente no título apresentado nos
autos, e;

2- a Reconvenção objetiva o usucapião com base


unicamente em na posse de documentos sem
comprovação ao nenhum que detém o imóvel de
forma mansa e pacifica como preconiza o instituto.
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Ausente portanto os requisitos necessários o recebimento
da Reconvenção, conforme precedentes sobre o tema:

Apelação cível. Compromisso de compra e venda de


bem imóvel. Inadimplemento do réu. Condenação
ao pagamento da metade do preço, ainda não
quitada. Pedido reconvencional de partilha de bens
decorrente de união estável entre as partes
improcedente. Inconformismo do réu. Não
acolhimento. Contrato dispôs sobre a obrigação de
pagamento da metade do preço quando da liberação
do financiamento. Réu que se manteve inerte, não
obstante notificado, a fim de ser constituído em
mora. Pagamento devido. Reconvenção
incabível, pois as causas não são conexas.
Sentença mantida, com majoração dos honorários
de sucumbência. Recurso desprovido.(TJ-SP - APL:
10037930820178260624 SP 1003793-
08.2017.8.26.0624, Relator: Silvério da Silva, Data
de Julgamento: 15/01/2019, 8ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 15/01/2019, #90)

Requer portanto o não recebimento da peça reconvinte


com o total prosseguimento da ação principal.

Superada esta liminar, insta esclarecer que no mérito o


Reconvinde não possui o direto que alega, visto que, além de não ter
o primordial que é a posse mansa e pacífica, o imóvel em questão está
sob terreno da União, sendo assim, impossibilidade do pedido por ser
ele legalmente vedado na CF no art. 183, § 3º e art. 191, Parágrafo
único, vejamos:

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Art. 183 (...)

§ 3º - Os Imóveis públicos não serão


adquiridos por usucapião.

Art. 191 – (...)

Parágrafo único - Os Imóveis públicos


não serão adquiridos por usucapião.

Dessa forma, carece de constitucionalidade o pedido


reconvinde.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer que sejam rechaçadas todas as


preliminares aventadas na contestação com o consequente
acolhimento de todos os pedidos elencados na exordial.

Nestes termos

Pede deferimento.

Aracaju, 15 de agosto de 2022.

Marcos dos Santos Almeida

OAB/SE nº 11.491

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