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PEDRO ROCHA

OAB/GO 27.098

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA


COMARCA DE LUZIÂNIA/GO.

PROCESSO Nº 200800412111

VITORINO ABREU DE SOUSA, brasileiro, solteiro, comerciante,


portadora da carteira de identidade nº 123940486 SSP/CE, inscrito no CPF sob nº
488-290721-68, residente e domiciliado na Rua: 44, Qd-362-Lote 06-Mansoes
Recreio- Parque Estrela Dalva VIII-Jardim-Inga- Luziânia-GO, por intermédio de seus
advogados infra-assinado, Drª MARCIA MATTOS, devidamente inscrito na
OAB/GO sob nº 20.225/GO, e Drº BRUNO FAGNER DE MOAIS GOIS,
devidamente inscrito na OAB/GO sob o nº--------- com escritório profissional situado
no endereço abaixo impresso, onde recebe intimações, vem, respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, apresentar

CONTESTAÇÃO

em processo de REINTEGRAÇAÕ DE POSSE promovida por IGREJA DE CRISTO


MINISTERIO RESTAURAÇÃO , já devidamente qualificada nos autos em epígrafe,
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

PRELIMINARES

O Requerido afirma não ser verídico o fato alegado que em


10/07/2010-------------------Na verdade nessa epca o Requerid é quem tinha a posse do
terrenos alegados sendo seu o 6--------------e-------------- o sétimo do Srº Antonio
----------- Tendo a posse mansa , pacifica, sem oposição, sendo que cercou e construiu
um barraco de madeira, plantação como cana, bananeira, onde usa par adescanso e
onde deixa seu gados.

O Requerido ate a presente e data naõ tinha o conhecimento que desde


10/07/2010--------------

Rua Benjamin Roriz, Qd. 51, Lote 14, Salas 01/02, Setor Viegas, Luziânia-GO
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Alega, ainda, que seu genro comprou na cidade do Gama em Ponte Alta Senhor
Paulo de tal através de procuração. E após comprar procurou o Senhor--------------e
comprou os lotes pelo valor de 15.00,00 cada.

Assim sendo, o Requerido nega ter danificado cercas, plantações, sendo que absudo
ser denominado como Grlheiro----------

Ressalta, por fim, que o pedido Liminar não deve prosterar ?e que o Requerido tem a
posse por mais 08 anos e que so agora veio a ter conhecimento dos absurdos
alegados .
Não existe documento probatório de que a o imóvel e do requerente.

É o resumo da inicial.

O autor em sua inicial afirma que depois de 7 (sete) anos de


negociação, “surge do nada os requeridos”, adentram o colchete de suas terras e
“simplesmente dizem que dois alqueires daquelas terras lhes pertencem”.
Inicialmente, a bem da verdade e para que fique esclarecida
a Vossa Excelência a má-fé com que demanda o autor, desde que o requerente
adquiriu essa propriedade, no ano de 2001, onde os réus já se encontravam desde
1993, exercendo a posse, que foi adquirida de FRANCISCO GOMES DE ALMEIDA,
conforme documento de escritura de cessão e transferência de direitos hereditários
(Doc. 01), que posteriormente foi registrada em cartório por meio de certidão data de
1999 (Doc. 02), mesma data da elaboração do mapa e memorial descritivo (Doc. 03,
04 e 05) contendo marcos divisórios bem delimitados, cuja área que seria objeto do
desmatamento devidamente autorizado pelo órgão ambiental competente, se
encontrava no interior das terras do réu OSMAN.

Causa maior estranheza ainda, o “surgiu do nada”, o fato do


autor ter oferecido ao réu MIGUEL a importância de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil
reais) pela porção de terras que este possui.

Pois bem. Os requeridos são legítimos possuidores da


porção de terra constituída pela parte da herança que foi adquirida pelo requerido
OSMAN VIEIRA MARTINS DUARTE do cedente FRANCISCO VIEIRA DE
ALMEIDA e sua mulher LINA FERREIRA GOMES DE ALMEIDA os direitos
hereditários de JOSÉ DUARTE SILVA, do espólio de MARIA JOSÉ DO
CARMO, conforme os documentos anexados (certidão de escritura pública (Doc. 02),
formal de partilha do inventário de Maria José do Carmo (Doc. 06).

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O espólio de MARIA JOSÉ DO CARMO, constituído por
uma gleba do imóvel denominado Fazenda Santo Antônio da Boa Vista, com área de
164,56 hectares, foi dividido entre 7 (sete) herdeiros, sendo que o autor adquiriu 3
(três) partes, correspondentes a três herdeiros de Maria José do Carmo, quais sejam,
ANELY VIEIRA CAIXETA, BENEDITA VIEIRA CAIXETA DA LUZ e
REALINO VIEIRA CAIXETA.
O requerido OSMAN VIEIRA MARTINS DUARTE,
conforme já esclarecido, adquiriu a parte da herança que pertencia a JOSÉ DUARTE
SILVA e desde que se mudou para o Tocantins, seu pai, MIGUEL MARTINS
DUARTE, vem, em seu nome, defendendo e exercendo seus direitos em relação a
parte do imóvel que pertencia ao espólio.
Muito antes da aquisição pelo autor da parte que lhe cabe,
fato ocorrido em 2001, conforme alegado por ele mesmo, o requerido OSMAN já
haviam adquirido, no ano de 1993, de FRANCISCO VIEIRA DE ALMEIDA e sua
esposa OSCARLINA FERREIRA GOEMS DE ALMEIDA, que haviam adquirido do
herdeiro JOSÉ DUARTE SILVA, uma porção de terra constituída por 11,75,42 ha
(onze hectares, setenta e cinco ares e quarenta e dois centiares) de terra entre cultura e
campo na Fazenda Santo Antônio da Boa Vista, neste município, objeto do R=1-
38.117 do Cartório de Registro de Imóveis local, (Doc. 02).

Pois bem, surge agora o autor alegando que do nada


apareceram os requeridos tentando desmatar uma área de terras em sua propriedade
sem nenhuma justificação.

Ora, desde que o autor adquiriu o domínio destas terras os


requerido já exercia a posse em suas terras e o desmatamento em questão foi requerido
pelas partes em conjunto e comum acordo no órgão competente.
A alegada invasão e violação de colchetes é um absurdo,
tendo em vista que a estrada que os réus utilizam como acesso à suas terras foi aberta
pela Prefeitura Municipal de Luziânia, há mais de 10 (dez) anos, sendo que os
requeridos utilizam-se desta servidão muito antes do autor conhecer a região.

A foto trazida pelo autor de um veículo pampa estacionado


na estrada antes de uma poça de água demonstra perfeitamente a situação em
descrição. O autor, na tentativa de impedir o réu Miguel de chegar nas terras que
pertencem ao seu filho Osman, desviou um veio de água e fez um buraco na estrada
impossibilitando-o de transitar com seu veículo e trator contratado na servidão que
utiliza há mais de dez anos. Assim, a foto trazida retrata o momento em que o
requerido Miguel foi obrigado a deixar o seu veículo e o trator parado no leito da
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estrada, ou seja, na servidão que utiliza há mais de 10 (dez) anos, encravada no
interior das terras do autor.

Quanto aos fatos afirmados pelo autor de que os réus teriam


comparecido à SEMARH-LUZ, para, de má-fé, requerer uma licença ambiental para
desmatarem em uma área que confronta com o imóvel objeto em questão e quis
transferir para dentro da área do requerente é uma inverdade deslavada, um vez que, o
autor e réu Miguel, repetindo, compareceram, em consenso, juntos, ao órgão referido
para requererem autorização para desmatarem suas partes dentro dos imóveis do autor
e réus, posto que no local não há cerca, apenas linha imaginário divisória entre um
marco e outro, conforme memorial descritivo anexo (Doc. 04)
Tanto é inverídica a versão apresentado pelo autor, que para
a concessão da licença ambiental para o desmatamento, técnicos do referido órgão
estiveram na divisa dos imóveis de autor e réu OSMAN e presenciaram a
demonstração por parte do autor e réu Miguel de qual área seria desmatada, sendo que
o autor presenciou quando o réu apresentou a área que iria desmatar, dentro do imóvel
possuído pelo réu OSMAN, cuja posse é exercida pelo réu MIGUEL, e concordou
com este apontamento que seria objeto da referida licença, fato que será facilmente
comprovado pelos técnicos da SEMARH-LUZ.

Neste passo, o autor, após a licença concedida, por ser


proprietário de um trator, com maiores condições financeiras, desmatou sua parte
rapidamente, invadindo parte do imóvel pertencente ao réu Osman, e, quando o réu
Miguel pretendeu desmatar a parte que a licença lhe conferia, o autor, impetrou o
presente interdito proibitório e impediu que o réu exercesse seu direito.

Cabe salientar que o requerente teve autorização para


desmatar uma área de 20 hectares e desmatou aproximadamente 40 hectares, adentrou
em área de reserva e nascentes, esbulhou parte do imóvel pertencente ao réu OSMAN,
momento em que o requerido MIGUEL noticiou os fatos ao órgão responsável pela
fiscalização, o qual procedeu as providências pertinentes, cassando a licença
ambiental concedida para ambas as partes diante do litígio instalado.

Assim, litiga o autor em flagrante má-fé, pretendendo


legalizar um esbulho possessório que praticou, utilizando-se, para tanto, do Poder
Judiciário que certamente e facilmente se convencerá da pretensão ilícita proposta
pelo autor e da posse esbulhada do réu, data venia, com o aval provisório judicial
ludibriado que foi pelas inverdades narradas pelo autor, culminando com a concessão
da liminar que impôs ao réu a proibição de exercer o domínio e a posse que detinha
legalmente.

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DO EXERCÍCIO DA POSSE

O requerido MIGUEL reside em um imóvel rural próximo


ao imóvel em questão, sendo também possuidor de uma área de terras, dentro de outro
quinhão da mesma Fazenda Santo Antônio da Boa Vista, que faz divisa com o imóvel
objeto da presente ação e pertencente ao requerido OSMAN, estando, portanto,
sempre presente e exercendo seu direito de posse sobre o imóvel objeto da presente
ação, tanto é que pode constatar imediatamente o esbulho praticado pelo autor,
quando do desmatamento de aproximadamente 90 metros dentro da área pertencente
ao réu OSMAN, ocasião na qual noticiou ao órgão ambiental. Vale esclarecer que o
autor assinou um termo de compromisso, junto ao órgão da SERMARH-LUZ, se
comprometendo a não desmatar a área que reconheceu ser pertencente ao réu
OSMAN.

Vale ressaltar que os requeridos, quando adquiriram a


imóvel com pastagem formada, utilizaram como piquete para seus animais durante
vários anos e que atualmente não estão em perfeitas condições em virtude da
recuperação rápida do cerrado, também chamada de “juquira”.

Conforme já esclarecido, a posse do imóvel no local do


desmatamento, cuja linha imaginária limita o imóvel do autor com o imóvel
pertencente ao réu OSMAN foi reconhecida pelo autor na presença dos técnicos da
SEMARH-LUZ que fizeram no local vistoria para posterior concessão da licença
ambiental para desmatamento.

Desta forma, a posse do imóvel em questão foi adquirida


pelo réu OSMAN e mantida por seu pai MIGUEL desde 1993, conforme documentos
acima citados.

Por fim, para comprovar a posse dos requeridos na área em


litígio, bem com a má-fé do autor, os réus juntam declaração de REALINO VIERA
CAIXETA, herdeiro de Maria José do Carmo, morador da Fazenda Santo Antônio da
Boa Vista por mais de 40 (quarenta) anos, confirmando que os requeridos adquiriram
a mantém a posse da área em litígio e que o autor WESLEY tenta praticar atos de
esbulho possessório (Doc. 07)

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Promove neste ato os requeridos a juntada dos documentos
referente à arrecadação dos impostos das terras que possuem, totalizando 34,7
hectares, que é a soma da gleba de 11,75 hectares (objeto da presente ação), mais uma
porção de terra com dimensão de 4,75 alqueire, que está também dentro da Fazenda
Santo Antônio da Boa Vista, contudo será objeto de ação própria (Doc. 08)

DA REVOGAÇÃO DO PEDIDO LIMINAR

A revogação da medida concedida liminarmente tem


cabimento conforme leciona o festejado Professor Nelson Nery Junior, in Código de
Processo Civil Comentado, Editora Revista dos Tribunais, 9ª edição, 2006, pg. 996:
“... A única semelhança com a cautelar é o atributo da provisoriedade, já que o juiz
pode revogar a liminar e concedê-la, novamente, se for o caso, ou a propósito do juízo
de retratação, se for interposto agravo de instrumento (Nery, RP 521/170).”

Conforme amplamente esclarecido, os requeridos exercem a


posse da área em litígio há muito mais de ano e dia, fato que por si só desautoriza a
concessão da liminar deferida (art. 924 do CPC).

Ademais, o próprio autor, conforme também já ressaltado,


reconheceu o limite da área a ser desmatada, e conseqüentemente a posse dos
requeridos, perante os técnicos da SEMARH-LUZ, durante a vistoria procedida pelos
mesmos na presença do autor e réu MIGUEL.

Assim, no mínimo, por demais temerária a medida liminar


concedida inaudita altera pars.

Outrossim, data venia, da forma que foi concedida, deixou


parecer que os réus estão proibidos de adentrar em sua terra e que estes estão
impedindo o autor de exercer a posse do que lhe pertence, quando na realidade o autor
requereu que os réus cessasse a tentativa de desmatamento tão somente, bem como
entrar em suas terras para a prática de ato de turbação e esbulho.

Portanto, não requereu a proibição do uso da servidão


instalada há mais de dez anos, aliás, estrada comum que foi esbulhada pelo autor com
o impedimento da utilização dela pelos réus, quando cavou seu leito e desviou um
curso de água para sua direção.

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Assim, mesmo que os réus não encontrem guarida judicial


em sua pretensão da revogação total da medida liminar, o que não se espera de forma
alguma, requer ao R. Juízo se digne esclarecer exatamente qual é a proibição imposta
ao réu, em virtude da multa diária estabelecida.

Ressaltam os réus que não se opõem à proibição do


desmatamento da área porque a própria licença ambiental concedida foi cassada pelo
órgão competente em razão do litígio instalado, impedindo qualquer ato que agrida o
meio ambiente, bem como se comprometem os réus a não introduzir qualquer tipo de
benfeitoria na área em litígio.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requerem:

1 - Seja a presente ação de interdito proibitório julgada


improcedente em todos seus termos, revogando-se a liminar concedida e condenando
o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios e demais verbas
de sucumbência;

2 - Seja a liminar concedida inaudita altera pars, revogada


de imediato, a fim de corrigir, data venia, o erro induzido pelo autor quanto à
verdadeira situação da posse do imóvel objeto da presente ação, a fim de possibilitar
os requeridos de exercerem seu direito de domínio e posse sobre o imóvel, ou,
esclareça o R. Juízo os limites da r. decisão, conforme circunstâncias já expostas.

3 – Em sendo revogada a liminar, seja adotada o rito


ordinário, observado o artigo 924 do Código de Processo Civil.

4 – A produção da prova pericial nomeando perito para


limitação do imóvel e definição das porções de cada parte, pondo fim ao litígio
quando a localização dos limites da área objeto da presente ação, sobretudo em
relação aos marcos existentes e a área desmatada pelo autor da ação em ato de esbulho
possessório em terras do réu OSMAN;

5 – Seja o réu reintegrado na posse, com fulcro no artigo 922


do Código de Processo Civil;

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6 – Seja oficiado ao SERMARH-LUZ no sentido de que
envia cópia integral do processo administrativo de concessão de licença de
desmatamento, bem como sua cassação, onde consta como requerente autor e réu
MIGUEL;

7 – Seja o autor considerado litigante de má-fé, condenando-


o nas sanções previstas no artigo 18 do Código de Processo Civil;

8 – A produção de provas por todos os meios de em direito


admitidos, notadamente testemunhais, documentais e periciais.

Termos em que,

Pede deferimento.

Luziânia, 27 de fevereiro de 2008.

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