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CUNHA&MATTOS

ADVOCACIA & CONSULTORIA


Drª. MÁRCIA MATTOS
OAB/G0 20.255

Dr. BRUNO FAGNER DE MORAIS GOIS


OAB/GO 38.717

EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUIZA DE DIREITO DA VARA CÍVEL


DA COMARCA DE LUZIÂNIA/GO

Margarida Ferreira da Rocha, brasileira, casada, autônoma,


portadora da carteira nº 5117010 SSP/GO, inscrito no CPF sob o nº
197.137.972-72, residente e domiciliada na Rua 36, Quadra 55, Lote 03, Parque
estrela d’alva IX, Luziânia/GO, neste ato representado por seus
procuradores que esta subscreve, com escritório profissional situado na
Rua Benjamin Roriz, Qd. 51, Lote 14, Salas 01/02, Setor Viegas,
Luziânia/GO, local em que recebem intimações, vêm respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 1.238,
parágrafo único, do Código Civil e artigo 941 e seguintes do CPC propor a
presente

AÇÃO DE USUCAPIÃO
EXTRAORDINÁRIA

em face de Joaquim Domingos Roriz e Jerzuleta de Aguiar Roriz,


brasileira, Demais qualificações ignoradas, onde são proprietários de
diversos lotes de terreno, situados na zona suburbana desta cidade
desquitada, médica, inscrita no CPF/MF sob o n° 238.089.267-91,
portadora da cédula de identidade RG n° 3.064.750 SSP-GB, residente e
domiciliada Rua Américo Vazone, número 171 - Jardim Tereza Maria -
Itapecerica da Serra - SP - CEP: 06850600 – Tel.: (0011) 46674712 -
fax: (0011) 41654935, aduzindo por esta as seguintes razões fáticas e
jurídicas que passa a expor.

Rua Benjamim Roriz, Qd. 51, lote 14, salas 01/02, Setor Viegas, Luziânia/GO.
Tel. 61-3622-1438 – 8175-0709 – 9952-7016.
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I- DO IMÓVEL USUCAPIENDO

Conforme certidão de matrícula anexa (doc. anexo), o


imóvel objeto desta ação de usucapião tem matrícula registrada sob o nº
145.893 e 145.894, cujo registro anterior é o 7.853 do L° 3-G, sendo um
Lote de número 03 da quadra 55, área de 360,00 m², com frente para a
Rua 36, com 12,00mts.; pelo fundo com o lote 04, com 12,00mts.; pelo
lado direito com o lote 05, com 30,00 mts. E pelo lado esquerdo com o
lote 01, com 30,00 mts.

O lote em questão é confinado pelos seguintes limites


e confrontações, segundo memorial descritivo (doc. anexo): com frente
para a Rua 36, com 12,00mts.; pelo fundo com o lote 04, com
12,00mts.; pelo lado direito com o lote 05, com 30,00 mts. E pelo lado
esquerdo com o lote 01, com 30,00 mts. Confrontações tomadas de
quem olha da rua de acesso, para o lote, perfazendo área total de 360,00
m².

OBS:( pela frente com a Avenida das Acácias, com


39,86 metros; pelo fundo com o Lote 17 de Luiz Matoso Amado com
39,76 metros; pelo lado direito com o Lote 07, com 60,06 metros de
Francisco Eudoxio Aguiar e pelo Lado Esquerdo com o Lote 05, com 59,88
metros de posse de Aguinaldo José Bittencourt.)

II- DA POSSE DO AUTOR: EXPLORAÇÃO DO LOTE USUCAPIENDO E


A PRÁTICA DE ATOS MANIFESTOS DE POSSE

O requerente desde meados de 1993 encontra-se na


posse mansa, pacífica e ininterrupta e com animus domini sobre o imóvel
que foi descrito no tópico anterior.

O requerente exerce a posse nos termos supra do


aludido imóvel, que se encontra com diversas benfeitorias realizadas

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pelos
requerentes, bem como pagam religiosamente os encargos inerentes ao
imóvel em questão, conforme faz prova os IPTU’s anexados aos autos.

O requerente não é proprietário de nenhum outro


imóvel rural ou urbano. No referido terreno, tornou-o produtivo,
realizando diversas plantações de diversos gêneros frutíferos e a
construção de um imóvel conforme imagens em anexo4, em razão disso,
pugna pela declaração da aquisição da propriedade por usucapião.

III - DO DIREITO

A priori, há de se ressaltar que o Requerente fez


cumprir a função social da propriedade, bem como preceitua o art. 5º,
XXIII da Constituição Federal/88, pois a propriedade em sendo direito
fundamental carrega como inerente sua função social.

Deste modo, deve ser utilizada como instrumento da


produção e circulação de riquezas, pois sua importância transcende o
âmbito dos direitos individuais.

Tamanho é o valor conferido pela Constituição a


propriedade, que esta é inserida também na ordem econômica e social.
Isto torna plenamente compreensível o entendimento de que a
propriedade deve atender aos anseios tanto do proprietário quanto da
sociedade.

Ademais, a presente ação encontra-se de todo cabível


no art. 1238, parágrafo único do Código Civil que dispõe:

Art. 1238. Aquele que, por quinze anos, sem


interrupção, nem oposição, possuir como seu um
imóvel, adquire-lhe a propriedade,
independentemente de título de boa-fé;
podendo requerer ao juiz que assim o declare por
sentença, a qual servirá de título para o registro
no Cartório de Registro de Imóveis.

Parágrafo único. O prazo estabelecido neste


artigo reduzir-se-á há dez anos se o possuidor

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houver estabelecido no imóvel a sua moradia


habitual, ou nele realizado obras ou serviços
de caráter produtivo. (grifos atuais)

Resta evidente a aplicabilidade do dispositivo supra,


uma vez que assim dispõe a regra de transição inserida nos arts. 2028 e
2029 das Disposições Finais e Transitórias do CC/02. Nesse sentido o STJ
se manifestou recentemente, vejamos:

RECURSO ESPECIAL. DIREITO DAS COISAS -


PRESCRIÇÃO AQUISITIVA DA USUCAPIÃO
EXTRAORDINÁRIA - APLICAÇÃO DOS ARTIGOS

1.238, PARÁGRAFO ÚNICO, E 2.029 DO CC/2002


- RECURSO PROVIDO.
1.- Na análise da prescrição aquisitiva da usucapião
extraordinária prevista no artigo 1.238, parágrafo
único aplica-se a regra de transição prevista no artigo
2.029 do Código Civil de 2002.
2.- O art. 1.238, § único, do CC/02, tem aplicação
imediata às posses ad usucapionem já iniciadas na
vigência do Código anterior, qualquer que seja o
tempo transcorrido, devendo apenas ser respeitada a
fórmula de transição, segundo a qual serão acrescidos
dois anos ao novo prazo, nos dois anos após a entrada
em vigor do Código de 2002.
3.- No caso, da data da posse (meados de 1994) até a
entrada em vigor do CC/2002 (11.1.2003) haviam
transcorridos 9 (nove) anos.
Aplicando-se a regra de transição do Art. 2.029, ao
tempo implementado deverão ser acrescidos 2 anos,
assim o prazo da prescrição aquisitiva da usucapião
extraordinária aperfeiçoou-se no dia 11/1/2005, sendo
que a ação foi proposta em 11.6.2008.
4.- Recurso Especial provido para afastar o obstáculo
do lapso temporal e determinar o prosseguimento do
julgamento, na origem, pelo mérito.
(REsp 1314413/MG, Rel. Ministro SIDNEI BENETI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 26/11/2013, DJe
09/12/2013)

Vimos aqui cumpridos os mandamentos legais que


oportunizam ao Requerente êxito nesta demanda.

Ora Excelência, ela exerceu por mais de 20 anos a


posse do imóvel de forma mansa, pacífica, com animus domini e
ininterruptamente, o imóvel é seu e esperamos que assim seja declarado.

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Assim é o entendimento recente do TJGO:

APELAÇÃO CÍVEL. USUCAPIÃO


EXTRAORDINÁRIO. 1. APLICAÇÃO DO ARTIGO
1.238 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. Considerando o
tempo que o Autor afirma possuir o imóvel e a data
em que protocolizada a ação, quando o atual Código
Civil entrou em vigor, não havia transcorrido mais da
metade do tempo estabelecido na lei revogada para
aquisição do direito. Portanto, nos termos do artigo
2.028 do CC/02, aplicável o artigo 1.238 do atual

Código Civil. 2. DECURSO DO PRAZO AQUISITIVO.


Cumprido pelo Autor/Recorrido o tempo exigido pela
lei para consumação da usucapião extraordinária (15
anos). 3. POSSE AD USUCAPIONEM. REQUISITOS
PREENCHIDOS. A usucapião extraordinária exige que a
posse seja com animus domini, contínua e
ininterrupta, mansa e pacífica. No caso, os elementos
de prova constantes dos autos (documentos e
depoimento de testemunhas) demonstram que o Autor
exerce sobre o imóvel ânimo de dono, utilizando o
bem como se proprietário fosse. Igualmente,
comprovada a posse mansa e pacífica (posse justa,
sem os vícios da violência, clandestinidade ou
precariedade) exercida de maneira contínua e
incontestada pelo proprietário ou por terceiros. 4.
JUSTO TÍTULO. IRRELEVANTE. O direito do Autor a
usucapião extraordinária independe de justo título. 5.
PROVA DA PROPRIEDADE. AUSENTE. FALTA DE
REGISTRO IMOBILIÁRIO ANTERIOR. NÃO
CARACTERIZADO IMPEDIMENTO. No caso concreto
não restou provado, através de registro do título
translativo no Registro de Imóveis, que a propriedade
do imóvel descrito na exordial pertence aos
Requeridos/Apelantes ou a terceiros. A instrução
processual atestou que o imóvel urbano em questão
não foi registrado, todavia, essa circunstância não
caracteriza obstáculo à declaração de usucapião.
...

(TJGO, APELACAO CIVEL 469946-93.2009.8.09.0117,


Rel. DR(A). MARCUS DA COSTA FERREIRA, 6A
CAMARA CIVEL, julgado em 26/02/2013, DJe 1258 de
07/03/2013)

IV - DO PEDIDO

Rua Benjamim Roriz, Qd. 51, lote 14, salas 01/02, Setor Viegas, Luziânia/GO.
Tel. 61-3622-1438 – 8175-0709 – 9952-7016.
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Diante do exposto, o autor requer:

1 – A juntada da inclusa guia de custas processuais


devidamente recolhida;

2 – A juntada aos autos da Planta do Imóvel, conforme


preceitua o artigo 942 do Código de Processo Civil, bem como do
Memorial Descritivo e dos demais documentos que instruem esta petição;

3 - A citação por AR de Joaquim Domingos Roriz e


Jerzuleta de Aguiar Roriz, primitiva proprietária, em nome de quem se
encontra o imóvel junto ao Cartório de Registro de Imóveis desta
Comarca, para que tome ciência e, querendo, venha contestar a ação ora
proposta, no prazo legal, sob pena de revelia e de serem reputados
verdadeiros os fatos articulados;

4 - A citação por oficial de justiça do rol de


confinantes;

5 - A intimação via postal dos representantes das


Fazendas Públicas da União, Estado e Município, para manifestarem
interesse na causa, conforme artigo 943 do CPC;

6 - A intimação do Ilustre Representante do Ministério


Público para intervir no feito e acompanhar a presente ação, conforme
artigo 944 do CPC;

7 - Seja, ao final, julgada procedente a ação ora


proposta, declarando o domínio exclusivo dos autores sobre o imóvel
objeto da presente ação, ordenando a expedição do competente mandado
ao Cartório de Registro de Imóveis de Luziânia, para ser efetuado o
respectivo registro;

8 - Requer ainda, para prova do alegado, além


daquelas já produzidas com esta petição: a) Juntada de documentos
novos, sendo necessário; b) Perícia, consistente de vistoria no imóvel
usucapiendo, se entendida necessária, para dirimir eventuais pontos
controversos; c) Inquirição de testemunhas em audiência, cujo rol será
oferecido nos termos do artigo 407 do Código de Processo Civil; d)
Demais provas, que se mostrarem relevantes à instrução da causa.

Rua Benjamim Roriz, Qd. 51, lote 14, salas 01/02, Setor Viegas, Luziânia/GO.
Tel. 61-3622-1438 – 8175-0709 – 9952-7016.
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Dá à
causa o valor de R$ 5059,78 (Cinco Mil e cinquenta e nove reais e
setenta e oito centavos).

Termos em que, requer deferimento.

Luziânia, 13 de Janeiro de 2015.

MÁRCIA MATTOS BRUNO GOIS


OAB/GO 20.225 OAB/GO 38.717

ROL DE CONFINTANTES:

CONFINTANTE À DIREITA: FRANCISCO EUDOXIO AGUIAR, brasileiro, demais


qualificações ignoradas, residente e domiciliado na Avenida das Acássias,
Quadra 153, Lote 07, Parque Estrela Dalva V, Mansões de Recreio, Luziânia/GO;

CONFINTANTE AO FUNDO: LUIZ MATOSO AMADO, brasileiro, demais


qualificações ignoradas, residente e domiciliado na Rua 29, Quadra 153, Lote
17, Parque Estrela Dalva V, Mansões de Recreio, Luziânia/GO;

CONFINTANTE À ESQUERDA: AGUINALDO JOSÉ BITTENCOURT, brasileiro,


demais qualificações ignoradas, residente e domiciliado na Avenida das
Acássias, Quadra 153, Lote 05, Parque Estrela Dalva V, Mansões de Recreio,
Luziânia/GO;

Rua Benjamim Roriz, Qd. 51, lote 14, salas 01/02, Setor Viegas, Luziânia/GO.
Tel. 61-3622-1438 – 8175-0709 – 9952-7016.

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