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TIAGO MIGUEL RIBEIRO

ADVOGADO
CEDULA PROFISSIONAL Nº 116
CONTRIBUINTE Nº 2401207104

AO
MERITÍSSIMO DR. JUIZ DE DIREITO
DO TRIBUNAL PROVINCIAL DO CI-
VEL E ADMINISTRATIVO – 1ª SECÇÃO

LUANDA

PROC.Nº

MIGUEL SEVILO, solteiro maior, natural de Kanga – Damba, Província do Uíge, residente em
Luanda, Bairro Popular nº 8 de acordo com o seu B.I. vitalício, vem deduzir a sua Oposição em
face de embargo de OBRA NOVA, intentado por Sr. José do Rosário Dias Paim;

Vem nessa qualidade por ser a pessoa que detém a posse do terreno, onde já foi construída
benfeitorias há oito (8) anos, o que faz nos termos e com os fundamentos que passa a expor:

COMO QUESTÃO PRÉVIA

Excia, nos termos do art. 412º nº 1 do Cód. P. Civil, o embargo só deve ser intentado dentro dos
trinta (30) a contar do conhecimento do facto (obra) e não decorridos mais de vinte (20) anos.

SENÃO VEJAMOS

O Requerente Paim nunca se ausentou do País definitivamente, prova disso é ou foi Director
Administrativo da Maternidade Lucrécia Paim e o Contestante edificou obras no referido terreno
há oito (8) anos e as últimas obras de vulto foram construídas com ajuda da sua filha e terminaram
há mais de quatro (4) anos, cuja fotografias para se ilustrar a realidade fáctica, se juntam cópias.

POR ISSO

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COM ESCRITÓRIO SITO NA MUTAMBA, RUA FREDERICH ENGELS Nº 21 – 1º ANDAR, TELEF. 912 501950 -
LUANDA * ANGOLA
TIAGO MIGUEL RIBEIRO
ADVOGADO
CEDULA PROFISSIONAL Nº 116
CONTRIBUINTE Nº 2401207104

Nos termos do diploma ora citado precludiu o direito do Requerente


Paim de intentar o presente embargo, como consequência deve ser
indeferido, como é de lei, porque os prazos judiciais são de
cumprimento obrigatório.

POR OUTRO LADO

É notória na douta peça do embargo a falta de indicação de testemunhas, o que constitui mera
irregularidade (vide art. 201º e 203º ambos do Cód. P. Civil).

NO QUE TOCA AOS FACTOS CONTRA VERTIDOS


NA DOUTA PEÇA DO EMBARGO, IMPORTA
ESCLARECER O SEGUINTE:

Excia, o referido talhão ora, em litigio, há mais de 47 anos pertenceu ao Sr. Joaquim Barbosa e no
tempo colonial era designado por talhão nº 1332 d, quer dizer que o Sr. Joaquim Barbosa ocupa o
referido talhão desde 1960, isto é, há 47 anos, data que requereu ao regime colonial a legalização
do seu talhão, cujo despacho de deferimento recaiu no seu requerimento em 22 de Julho de 1963,
(doc. nº 1 e 2).

CONTUDO

O referido talhão nº 1332 d, através do documento proveniente do Governo Provincial de Luanda


– Direcção dos Serviços de Planeamento e Gestão Urbana, emitido em 2003, e dirigido a Sua
Excia Senhor Director Provincial de Investigação Criminal dissipou as dúvidas, esclarecendo no
seu ofício cuja cópia se junta, de que o referido talhão nº 1332 d sito no Bairro Popular, Rua
Almada, foi cedido ao Munícipe Joaquim Barbosa cidadão Português nascido no Porto por
despacho superior de 22.07.1963, exarado na face do seu requerimento nº 4822/60 (doc. nºs 1 e
2).

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Acontece que ultrapassada a fase colonial, e numa Angola Independente, o referido talhão foi
designado por talhão nº 576-A ocupado pelo Munícipe Pascoal Joaquim Barbosa, filho de
Joaquim Barbosa, na qualidade de herdeiro, lê-se no mesmo ofício nº 4 paragrafo 3º (doc. nº 2).

Os documentos nº 3 e 4, que ora se juntam cópias atestam a qualidade de herdeiro.

ORA

O Sr. Pascoal Joaquim Barbosa, na qualidade do filho do Sr. Joaquim Barbosa que detinha a posse
do talhão nº 576/A em 22 de Fevereiro de 1999, abdicou-se da posse do mesmo por consenso dos
herdeiros a favor do Contestante Miguel Sevilo, que passou a ocupar o terreno e construiu nele as
benfeitorias que as fotografias ilustram, há 8 anos.

CONTUDO

10º

De acordo com o Governo Provincial de Luanda – Direcção dos Serviços de Planeamento e


Gestão Urbana, o Embargante José do Rosário Dias Paim, lhe foi cedido o talhão nº 575/A (vide
doc. nº 1 ponto nº 3) de que se junta cópia, mas também o Embargante não chegou de ocupar o
referido talhão, porquanto, quem ocupa o referido talhão é uma outra pessoa, que o Embargante
nem sequer atreve de incomodar, por isso, o Embargante nunca esteve na posse do talhão nº 576-
A nem 575-A, porquanto foi construído nele uma Clinica.

11º

Quando se esgotaram as hipóteses de ocupar o talhão 575-A, passou a pagar indevidamente a taxa
de ocupação do talhão nº 576-A, ao invés de talhão nº 575-A, antes mesmo da emissão do doc. nº
2 em referência, tudo aconteceu por falta presume-se do controlo do Sector de contabilidade do
Governo Provincial, porque o Sr. Joaquim Barbosa sempre pagou a taxa de ocupação, e o filho
continuou a pagar as taxas em nome do pai, dada a dificuldade que encontrou para efectuar o
pagamento em seu nome.

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12º

Actualmente já não se pode falar em terreno mas sim em residência construída por Sr. Miguel
Sevilo, ora, Contestante cujas obras foram concluídas há mais de 4 anos.

13º

Excia, o Contestante é um velho doente que adquiriu o direito de posse que vem desde do tempo
colonial 1960, cujo seu titular nunca abandonou o País como se vê da certidão narrativa completa
de registo do Óbito, cuja cópia se junta.

ATÉ PORQUE

14º

O documento de fls. 5 e 6 que o Embargante juntou nos autos refere ter dado entrada de um
requerimento a solicitar um projecto para construção no Município de Kilamba Kiaxi, não diz
para o talhão 576-A e nunca podia ser porque o Sr. Joaquim Barbosa até ao fim da sua vida estava
na posse do talhão desde 1960 e morreu já numa Angola Independente.

15º

O doc. de fls. 22, 23 e 28 que o Embargante juntou nos autos é uma prova mais que evidente que
o Embargante tem conhecimento das obras desde 1996 e já houve um processo com o nº 1498/96
que se presume não ter conhecido o seu veredicto final.

16º

O Contestante nega um por um todos os factos que porventura não tenham sido impugnados.

17º

Termos em que o presente embargo deve ser liminarmente indeferido nos termos do art. 412º nº1
do Cód. P. Civil, caso ainda persista dúvidas, o Contestante requer a V.Excia a Inspecção Judicial
Para que tais factos não sejam reduzidos a meias verdades, apresenta o rol de testemunhas:
- Sr. Abel de Sousa Santos;
-Domingos Carlos;
-António Guimarães;

Todos a residirem nesta cidade de Luanda e a serem notificadas através do Contestante.

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VALOR: O do Embargo
JUNTA: Documentos e procuração
ENTREGA: Duplicados legais.

O ADVOGADO,

DR. __________________________

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