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À

DIGNA PROCURADORA
DA REPÚBLICA JUNTO DO COMANDO
DO
TALATONA

Marco César Pereira Teixeira, casado, natural de Mascovo Russian Federation,


titular do Bilhete de Identidade n.º 000027036OE030, emitido em 24 de Abril de
2019, passado pela Direcção Nacional de Identificação Civil e Criminal,
residente habitualmente em Luanda, na rua Ferraz Bomboco, casa n.º 30/52,
bairro Maianga, doravante designado por Lesado.
Vem respeitosamente nos termos do artigo 73.º da Constituição da República de
Angola conjugado aos artigos 417.º, 392.º, do Código Penal apresentar e fazer
seguir a:

ACUSAÇÃO PARTICULAR
O que faz nos termos do art. 51.º do Código de Processo Penal
Contra:
Ivan Paulo Brazão Figueira de Chaves, de nacionalidade angolana, cujo os
outros dados se desconhece, doravante designado Acusado, podendo ser
contactado pelo terminal telefónico 930888085.

O que faz com base nos seguintes termos e fundamentos:

I – DOS FACTOS

1.º

O Lesado e o Acusado, tinham uma relação de amizade, fruto desta relação, o


Acusado mencionou um projecto habitacional, em que o mesmo alegava ser
parte, o que de imediato o Lesado se interessou solicitando deste modo mais
informações;

2.º

«
Condomínio Dolce Vita, carlos.jorge@gfmadvogados.co.ao 948078084/921888077/945079361
Prédio 1D, 4º Andar, paulo.francisco@gfmadvogados.co.ao
Talatona-Luanda-Angola. quercia.jorge@gfmadvogados.co.ao
O Lesado é legítimo proprietário de um imóvel designado por fracção
autónoma, destinada para habitação,tipologia T3, pelas letras BB, localizada no
2º piso, bloco B, com dois (2) lugares de parqueamento localizados na cave (-2)
com o n.º 073/074, sito no condomínio Talatona Plaza Residence, Distrito e
Município de talatona, Luanda, conforme anexo que se junta e se dá por
inteiramente reproduzido para todos efeitos legais;

3.º

E, não estando a morar no imóvel, o Lesado não tencionava alienar o imóvel e, o


Acusado aproveitando-se desta declaração sugeriu que se fizesse uma permuta,
o que significava que o Lesado para aquisição do imóvel, teria que entregar em
troca o seu apartamento e em contrapartida, receberia um outro imóvel sito no
Prime Talatona- Investimentos Imobiliários, de uma fracção autómona
destinada para habitação, do tipo T3, bloco A, 5ºandar; conforme anexo que se
junta e se dá por inteiramente reproduzido para todos efeitos legais;

4.º
O Lesado assim procedeu e, acontece que, anos se passaram e na medida em
que o lesado solicitava informações sobre a permuta sempre foi lhe dito que
estava assegurado;

5.º

Até que o projecto habitacional ficou pronto e o lesado não recebeu o


apartamento conforme prometido pelo Acusado;


Neste afã, o Lesado apercebeu-se e pelas várias desculpas apresentadas pelo
Acusado, o primeiro preferiu que o Acusado devolvesse o seu apartamento
original, uma vez que, o mesmo não consegueria atingir o prometido;

7.º

Para o seu espanto e surpresa, o Lesado descobriu que o Acusado vendeu o seu
apartamento sem qualquer autorização para a sua mulher, a Sra. Alice Chaves
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que por sua vez arrendou o apartamento ao Sr. Onegimo de nacionalidade
espanhola;

8.º
Diante dessa situação, o Acusado decidiu numa primeira instância resolver a
situação de forma extrajudicial dando a liberdade ao Acusado de repor o seu
direito violado;

9.º
Infelizmente, e após inúmeras tentativas frustradas de solucionar este caso, o
Acusado continua a pautar-se negativamente, ou seja insiste em não restituir o
imóvel de que se apropriou ilegalmente e muito menos se mostrou disponível
apresentar soluções viavéis;

II – DE DIREITO

Diante do exposto,
Digníssima,
10.º

Estabelece o artigo 417.º do CP, quem, usando de qualquer meio astucioso ou


engano, induzir ou mantiver outrem em erro ou engano e, com o propósito de
obter para si ou para terceiro um enriquecimento ilícito, a levar a praticar actos
que lhe causem ou causem a terceiro pessoa prejuízo patrimonial é punido com
penas estabelecidas para o crime de furto nos termos do artigo 392.º atendendo
ao valor do prejuízo patrimonial causado;

11.º

Da factualidade apurada, sabe-se que o Acusado, utilizando o engano,


alegando que podia realizar a permuta, fez com que, o Lesado entregasse o
seu apartamento acreditando que receberia outro em troca daquele;

12.º

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Tal mentira fez que, o Acusado não só se apropriasse do imóvel que não era
seu, como também se beneficiou dele dando a sua mulher numa venda ilegal
na qual adimite em sede das reuniões mantidas com os mandantarios
judiciais, conforme em anexo que se junta e se dá por inteiramente
reproduzido para todos efeitos legais;

13º

Neste interím, o Lesado até o presente momento encontra-se sem lar e a


atravessar um momento de extrema complexidade atendendo a situação que o
Acusado o colocou em linguagem popular, o Lesado encontra-se na “Rua da
Amargura”;

14º

É sabido que o direito à propriedade é um direito fundamental, nos termos do


art. 37.º da Constituição da República de Angola. Nesta senda existem
determinadas indagações sem respostas, como:

Se a permuta não foi possível, por que o Acusado não devolveu o imóvel ao
seu legítimo proprietário?

Quando a esposa do Acusado demonstrou interesse em adquirir o imóvel, por


que não comunicou ao legítimo proprietário?

Quando alienou porque não transferiu o montante ao titular do imóvel?

São questões que são cruciais para a descoberta da verdade material, o


Acusado teve várias oportunidades para se pautar pelo que é mais correcto,
mas sempre esteve claramente imbuído de má-fé, ou seja agiu de forma livre,
deliberada e conscientemente, ciente de que, sua conduta violava a lei e
mesmo assim não se obsteve de prejudicar o Lesado.

III-DO PEDIDO

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Nestes termos e nos demais de direito, e sempre com suprimento de V/Excia,
vem mui respeitosamente requerer que seja:

a) Considerada procedente a presente Acusação Particular;

b) Notificar o Acusado a prestar declarações sobre o crime que lhe é


imputado;

c) Que seja o Acusado obrigado a restituir imediatamente o imóvel que é


do Lesado;

d) Ordenar pagamento a título indemnizatório, pelos danos morais


causado ao lesado, calculáveis em 40.000.000,00 (Quarenta Milhões de
Kwanzas);

e) Que o Acusado seja condenado a pagar os honorários advocatícios;

Junta: Cópia da Procuração Forense, Cópias e Duplicados Legais.

Os advogados

Dalva Lua

__________________________

Cédula n.º 2465

Nif: 001953302HO039

Paulo Francisco

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Cédula nº 9201

Nif: 004997496LA041

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