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Ref.: Manifestação
Autos n. 0036985-91.2002.8.13.0702
Inventário e partilha
3. Trata-se de ação de inventário e partilha iniciada a mais de vinte anos (26/02/2002), a qual, não
obstante reiteradas intimações do juízo, foi objeto de sucessivos episódios de abandono processual pelas
partes que exerceram a inventariança, tendo havido inclusive sentença de extinção do feito1 por desídia na
condução do encargo.
4. Quanto à inventariante Evelyn Guimarães Albuquerque Ornelas verifica-se que a mesma assumiu a
inventariança em 30/03/2015 (Termo de Compromisso ID 3510381414) e manteve-se inerte até 05/10/2017
quando somente então “apresentou as primeiras declarações” nos autos.
5. Desde então e até a presente data, o feito também não teve andamento minimamente razoável, o que
se comprova pelas diversas certidões do juízo atestando a falta de providências quanto à prestação de
informações e apresentação de documentos nos autos.
6. Surpreendentemente, comparece a inventariante Evelyn nos autos neste ano de 2023 com alegações
totalmente descabidas e até mesmo ofensivas com o claro intuito de tumultuar o feito e postergar ainda mais
o curso processual, chegando até mesmo ao absurdo de realizar imputações criminais (falsidade documental)
à parte do processo e pasmem até mesmo a pessoa do Oficial de cartório de notas de Uberlândia-MG.
7. Entretanto, da verdade real que restará efetivamente comprovada, o que se abstrai é a necessidade
de apresentação de forma célere e tempestiva, pela inventariante, das informações e documentos próprios
do dever referente à incumbência de inventariante assumida; a exemplo do dado que somente agora trouxe
para os autos (repita-se, de obrigação da inventariante e não dos demais herdeiros) quanto à considerável
quantia em dinheiro vinculada ao presente inventário da qual a inventariante tinha conhecimento desde 2018,
e até poucos dias atrás sequer havia comunicado neste processo a existência de tais valores.
III – DEPÓSITO JUDICIAL EM CONTA VINCULADA A ESTE PROCESSO – VALORES VERTIDOS EM FAVOR DO
ESPÓLIO NÃO INFORMADOS PELA INVENTARIANTE EMBORA A CIÊNCIA TENHA OCORRIDO EM 2018
9. No ano de 2018 em razão de obtenção de êxito em demanda judicial2 face à Hipercard, foi vertido em
1
Sentença de extinção do processo por desídia da inventariante e abandono processual - ID 3510381417
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Autos n.º 0702.98.010791-8 (Docs. 01 e 02)
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favor do “Espólio de Aldemir” (vinculado ao presente processo) o valor de R$ 136.810,01 (Doc.01) conforme
destinado pelo juízo da 2ª Vara Cível da Comarca de Uberlândia nos termos da petição de acordo homologada
pelo juízo (Doc.02) expressamente e especificamente para custeio dos encargos do presente inventário.
10. Vejamos o comprovante do depósito judicial realizado em 21/08/2018 bem como a destinação
específica constante do acordo homologado pelo juízo (Docs. 01 e 02):
11. Nota-se que do acordo datado de julho/2018 (com depósito na mesma época) foi assinado pela própria
inventariante motivo pelo qual abstrai-se no mínimo que: (i) em razão da ciência pela inventariante desde
julho/2018 acerca dos valores em favor do espólio não justifica-se a ausência de qualquer informação nos
autos até julho/2023, (ii) há vinculação expressa do depósito à quitação de encargos do inventário, conforme
determinado pelo juízo (por meio de homologação de acordo) da 2ª Vara Cível da Comarca de Uberlândia.
12. Deste contexto conclui-se pela total impossibilidade de cogitar-se quanto ao cabimento do pedido
(ID 9857345849) de levantamento do depósito, devendo o mesmo ser indeferido.
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IV – DA PLENA VALIDADE E AUTENTICIDADE DA ESCRITURA PÚBLICA DE CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS
13. O Código Civil Brasileiro ao prever a possibilidade de cessão de direitos hereditários, traz requisitos
importantes a serem observados no presente feito, quais sejam:
(ii) necessariamente quanto à integralidade dos direitos hereditários, ou seja, quanto ao quinhão
hereditário em sua totalidade sendo vedada a cessão de bens considerados isoladamente.
15. Este é o teor que se abstrai da norma constante do artigo 1.793 do Código Civil Brasileiro, vejamos:
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-
herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública.
16. No presente caso, basta compulsarmos as provas constantes dos autos, notadamente a escritura
pública de cessão de direitos hereditários constante do ID 9474608354 para constatarmos o atendimento aos
requisitos legais quanto à cessão dos direitos hereditários realizados pelo herdeiro/ cedente Stephanny
Almeida Guimarães Carneiro Albuquerque ao cessionário Walgaranás Carneiro de Albuquerque.
17. Isto porque a cessão foi realizada por meio de Escritura púbica onerosa lavrada pelo 3º Serviço
Notarial – Cartório do 3º Ofício de Notas de Uberlândia-MG., documento que goza de fé pública até mesmo
porque inexistiu qualquer insurgência por meio de ação competente contra tal documento público afigurando-
se efetivamente válido no mundo jurídico.
18. Ademais, conforme ver-se-á em momento oportuno na presente peça, ao contrário do que tentou
fazer crer as alegações do ID 9775687411, a muitos anos a cessão de direitos hereditários é conhecimento
de todos os demais herdeiros e partes do presente processo, tendo sido inclusive informada nos autos pela
própria inventariante no ano de 2017 por meio da petição constante do ID 3510381419.
19. Vejamos print de trechos da escritura pública de cessão de direitos hereditários do qual detecta-se
tratar-se de instrumento público condizente com as previsões normativas do Código Civil acerca da forma
específica exigida para a cessão de direitos hereditários.
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20. Além da forma por meio da qual foi realizada, ou seja, escritura pública de cessão de direitos, observa-
se ainda que a cessão foi realizada consoante os exatos termos estabelecidos pelo Código Civil Brasileiro, ou
seja, comportou a integralidade do quinhão hereditário e não bens considerados singularmente. Vejamos
print neste sentido de trecho da escritura pública ID 9474608354:
21. Assim, considerando que a cessão de direitos hereditários foi realizada por meio de instrumento
público e considerando ainda que resta demonstrado o pleno atendimento dos requisitos legais respectivos
previstos no Código Civil Brasileiro conclui-se por improcedente qualquer insurgência por mera petição nestes
autos quanto à validade do documento público trazido aos autos.
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22. Soma-se a isto o fato de que o Cessionário ora Requerente possui as vias originais do instrumento
público lavrado conforme via digitalizada trazida aos autos (ID 9474608354) podendo apresenta-los ao juízo a
qualquer momento.
23. Neste diapasão, e até mesmo pela sua própria “natureza pública” a escritura de cessão pode também
ser obtida junto ao Cartório do 3º Ofício de Notas Uberlândia, mas repita-se: o Cessionário compromete-se a
apresenta-la em juízo caso V. Exa. assim entenda.
24. E ainda: Embora o que seja efetivamente relevante e suficiente para o presente feito seja a escritura
pública de cessão de direitos hereditários, o Cessionário informa que possui ainda instrumento particular de
confissão de dívida assinada pelo Stephanny (com assinatura de sua esposa e de testemunhas e ainda com
registro em cartório) onde consta toda a descrição e histórico da dívida que tinha junto ao Sr. Walgaranás e
que culminou na cessão onerosa dos direitos hereditários, disponibilizando-se a apresentar os documentos
em juízo caso V. Exa. entenda necessário.
25. Superada a questão da efetiva validade da cessão de direitos de direitos realizada, passemos à
demonstração da improcedência das demais alegações do peticionário realizada por meio do ID 9775687411.
26. Das alegações constantes da petição do ID 9775687411, detecta-se tentativa desfocada e desarrazoada
de invalidação de documento púbico de cessão de direito hereditário, cuja validade já for abordada,
demonstrada e comprovada no tópico anterior.
27. Caso haja intenção de invalidar documento público como quis o peticionário ID 9775687411 ao alegar
falsidade documental, tal desiderato deve ser deduzido pelo pretendente em juízo próprio, devendo,
portanto, o presente feito seguir seu curso ordinário (o qual aliás o tenta a mais de vinte anos!).
28. Não obstante, importante destacar Exa., que foram lançadas na petição ID 9775687411 inverdades
ofensivas à honra do ora Requerente e de terceiros, inclusive de oficial de cartório de notas de Uberlândia que
possui fé púbica!
29. Tal imputação ofensiva pode configurar crime de calúnia previsto no artigo 138 do Código Penal
Brasileiro: “Art. 138: Caluniar alguém, imputando-se falsamente fato definido como crime: Pena – detenção,
de seis meses a dois anos, e multa”.
30. Por tratar-se de imputações caluniosas muito graves realizadas por meio do ID 9775687411, (há
menção absurda quanto à “falsidade ideológica”, “falsidade documental”, “falsidade processual”) e até
mesmo considerando que tais imputações de cometimento de crime envolvem oficial de cartório de notas de
Uberlândia, importante que haja intimação das partes (herdeiros representados pelo signatário ID
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9775687411) para comparecimento pessoal em juízo para reiterarem as alegações ou se retratarem,
providência importante para a delimitação e direcionamento das respectivas responsabilizações na esfera
criminal.
31. Em razão das demais alegações constantes da petição ID 9775687411, embora sua improcedência
latente faça concluir pela impossibilidade de demais delongas para respectivas contrarrazões, importante
mencionarmos brevemente razões objetivas e claras quanto aos demais absurdos que foram trazidos em
mencionada petição com claro intuito de tumultuar e alongar ainda mais o curso do processo.
32. Quanto à alegação de “não conhecimento acerca da cessão direito” efetivamente dispensa maiores
argumentações, visto que é possível constatar da simples leitura dos autos e da própria manifestação da
inventariante Evelyn por meio do ID 3510381419, a expressa informação da inventariante datada de
05/10/2017 quanto à cessão de direitos realizada ao cessionário Walgaranás, vejamos:
33. Fica assim afastada a alegação de não conhecimento da cessão de direito por meio das próprias provas
existentes nos autos.
34. Caem por terra também, desta sorte, todas as demais insurgências aduzidas na petição objeto da
presente manifestação, sendo oportuno pontuar que o alegado “direito de preferência” dos demais herdeiros
é regulado pelo artigo 1.795 do Código Civil Brasileiro que estabelece que, se não tiver tido conhecimento
quanto à cessão, o herdeiro poderá depositar preço da mesma no prazo de até cento e oitenta dias da
transmissão, vejamos:
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Parágrafo único. Sendo vários os co-herdeiros a exercer a preferência, entre eles se
distribuirá o quinhão cedido, na proporção das respectivas quotas hereditárias.
35. Ora, consta nos presentes autos demonstração exaustivamente da ciência de todos os herdeiros a
vários anos, sendo descabida qualquer tentativa de alegar surpresa ou desconhecimento quanto à cessão de
direitos realizada, muito menos alegar obstrução a eventual direito de preferência.
36. Assim, comprovada a validade da cessão de direitos hereditários e o total descabimento das alegações
constantes da petição ID 9775687411, importante que o presente feito retome seu curso ordinário com
determinação para sucessão processual do cedente Stephanny pelo cessionário Walgaranás, com posterior
intimação da inventariante para ultimação do inventário notadamente para cumprimento do disposto na
certidão deste juízo constante do ID 9619252265, o que desde requer.
VI – DOS PEDIDOS
37. Diante de todo o exposto, o Requerente vem impugnar veementemente as alegações constantes da
petição ID 9775687411, e requerer que:
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2. OITIVA DAS TESTEMUNHAS que podem atestar a realização da cessão dos direitos
hereditários comprovada nos autos, inclusive da esposa do cedente Stephanny (que
assinou o contrato particular de confissão de dívida) e testemunhas (também signatárias
do termo de confissão) tudo para elucidar a verdade real efetivamente inerente aos fatos
que envolvem o presente feito, neste caso, com intimação do ora Requerente para
indicação das testemunhas e respectivos dados para intimações respectivas.
O requerente cessionário reitera que possui todos os documentos originais apresentados nos autos, e
ainda possui o termo de confissão de dívida assinado pelo Stephanny ao Walgaranás que precedeu a
cessão onerosa de direitos hereditários, prontificando-se a apresentar em juízo todo e qualquer
documento que possua e seja necessário, conforme entenda V. Exa., para elucidação dos fatos
inerentes ao presente processo, bastando para tanto que V. Exa. assim determine.
Relação PJE:
Doc.00 – Manifestação Walgaranás
Doc.01 – COMPROVANTE de depósito judicial vinculado a este processo
Doc.02 – ACORDO assinado pela inventariante e demais herdeiros e SENTENÇA homologatória
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