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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA ª VARA CÍVEL DE


VITÓRIA– ES.

Processo nº

CLAUDIO JUNGER DUARTE, brasileiro, empresário,


casado, portador do RG nº e inscrito no CPF sob o
nº 001.799.637-67 residente e domiciliado na Av.
Hugo Musso, nº 684, apartamento 1002, Praia da
Costa, Vila Velha/ES, CEP 29101 284, e-mail:
claudio@unigrupo.com.br., por seu advogado ao
final assinados; vêm respeitosamente a augusta
presença de VOSSA EXCELÊNCIA propor:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA


PRÓVISÓRIA SATISFATIVA (TUTELA ANTECIPADA)

em face de Sra. Mariana Da Cruz Rhein, brasileira,


solteira, massoterapeuta, portadora do RG nº
2.252.359 SPTC/ES e inscrita no CPF nº:
128.779.847-02, residente e domiciliada na Rodovia
do Sol, nº 2738, apto. 1303, Praia de Itaparica,
Vila Velha ES, e-mail: nanarhein@hotmail.com,
Celular (27)99895-1077 consoante as razões de fato
e de direito que a seguir alude:

1
DOS FATOS:

Ab initio, cumpre por oportuno informar a este


D.Juizo, que em 9 de maio de 2023 , o Requerente
pactuou com a Requerida, Instrumento Particular de
Cessão de Direitos Hereditários e Meação,
celebrado de forma irrevogável e irretratável,
portanto não se tratando de mera promessa, mas, de
imediata cessão da integralidade do direito de ¼
(um quarto) da herança e também daquele que teria
à meação, sobre os bens que compõe o acervo do
espólio de Miguel Virgílio Marçal.

Apesar de não haver qualquer mácula de validade na


contratação - repisa-se - formalizada por
competente instrumento particular com caráter
obrigacional, restou gravado que a Requerida
assumiria expressamente a obrigação de efetivar a
outorga e assinatura de uma Escritura Pública de
Cessão de Direitos Hereditários e de Meação, em
prazo de até 10 (dez) dias do recebimento de
Notificação do ora demandante, conforme alínea
“d”, cláusula segunda de referido pacto contratual
(doc. incluso).

Quadra registrar que no instrumento contratual,


restou constando, expressa declaração concernente
a inexistência de dúvidas de quaisquer naturezas,
inclusive sobre os efeitos do pacto formulado, bem
como de qualquer vício de consentimento, não
incorrendo as partes em erro, dolo, coação,
fraude, má-fé, hipossuficiência jurídica ou
econômica.

2
Não obstante a tais e relevantes fatos, a
Requerida em flagrante descumprimento ao pactuado,
ora se recusa ao cumprimento da obrigação
assumida, ou seja, a aposição de sua assinatura na
competente Escritura Pública de Cessão de Direitos
Hereditários e de Meação.

Isto inclusive após decorrido o prazo contido na


citada Notificação Extrajudicial efetivada nos
exatos termos contratados (docs.inclusos), outra
alternativa ora não restou ao Requerente, qual
fosse, o ajuizamento da presente demanda, tudo com
fito de instar a mesma ao cumprimento da obrigação
assumida.

Quadra registrar, que para além da injustificada


recusa ao cumprimento de obrigação expressa e
legalmente assumida, a Requerida, reiteradamente,
vem, mediante divulgação pública de mensagens
eletrônicas e conversas com terceiros,
repercutindo falsas, incomprovadas e
despropositadas aleivosias contra o Requerente, a
exemplo de que teria sofrido coação e ameaça para
assinatura do citado instrumento contratual, sendo
tais alegações desprovidas de qualquer fundamento
verossímil.

Ao contrário, o que há, e é de pleno conhecimento


da Requerida, são gravações de diversas reuniões
havidas com o Requerente, e que de forma
peremptória demonstram a inexistência de qualquer
constrangimento, ao contrário, confirmam sim e a
repleção que a demandada por reiteradas vezes,
sempre manifestou a sua intenção em negociar e
pactuar a cessão havida, nos exatos termos do que
foi consubstanciado no instrumento legal, este
firmado de forma espontânea, podendo tais fatos
serem literalmente comprovados através da
documentação em anexo (docs. inclusos).

3
Douto Julgador, ressalte-se que muito embora
esteja a Requerida recebendo tempestiva e
regularmente os valores pactuados contratualmente
e pagos da data combinada pelo Requerente (docs.
inclusos) – ao se omitir no cumprimento do ato
obrigacional, se denota que tem unicamente por
escopo provocar cizânia acerca do contratado,
usando para tal, asserções pífias e de flagrante
má-fé, que sob a égide de qualquer argumento
retratam a realidade, e que visam tão e somente
macular a avença expressa e vis a vis o pretenso
desfazimento do negócio legalmente entabulado,
possivelmente com fito de tentar negociar com
outrem a parte objeto do supracitado Contrato de
Cessão do acervo concernente ao espólio, cujo
direito hereditário foi expressamente cedido e
transferido ao Requerente.

DA NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL (alínea “d”,


segunda do Contrato Particular de Cessão de
Direitos Hereditários e Meação)

Nestes termos, objetivando prevenir


responsabilidade e resguardar direitos, é que o
Requerente expressamente Notificou a demandada
para que no prazo contratual de 10 (dez) dias
(alínea “d”, cláusula segunda do Contrato
Particular de Cessão de Direitos Hereditários e
Meação), promovesse a assinatura da Escritura
pública, esta já parcialmente lavrada no Cartório
do Registro Civil e Tabelionato de Notas do
Distrito Da Barra do Jucu, Vila Velha-ES
(localizado na Rodovia do Sol, Km 15, Riviera da
Barra, Vila Velha, ES, CEP 29125-020) formalizando
o negócio jurídico referente a integralidade do
direito de ¼ (um quarto) da herança e também
daquele que teria à meação, sobre os bens que
compõe o acervo do espólio de Miguel Virgílio
Marçal.

4
Transcorrido “in albis” o prazo contratual de 10
(dez) dias, (alínea “d”, cláusula segunda do
Contrato Particular de Cessão de Direitos
Hereditários e Meação), a Requerida se omitiu ao
cumprimento de sua obrigação legal, deixando uma
vez mais de cumprir com sua obrigação legal, ou
seja, assinar a Escritura Pública já previamente
lavrada no Cartório do Registro Civil e
Tabelionato de Notas do Distrito Da Barra do
Jucu, Vila Velha-ES (localizado na Rodovia do Sol,
Km 15, Riviera da Barra, Vila Velha, ES, CEP
29125-020.

Ora, como a Requerida em tempo algum se dignou em


cumprir com o contratado, outra alternativa restou
ao Requerente qual fosse buscar a tutela
jurisdicional, como ora o faz através da presente,
adotando os procedimentos judiciais cabíveis e
necessários, visando o adimplemento da obrigação
assumida expressa e legalmente pela demandada,
tudo sem prejuízo da habilitação do Requerente nos
autos do inventário.

Desta forma e com supedâneo no farto conjunto


probatório ora trazido ao conhecimento desse r.
Juízo (docs.inclusos) e que comprovam a saciedade
todos os esforços empreendidos pelo Requerente no
sentido de pugnar à Requerida a outorga da
Escritura Pública, visando a causar menos gravame
e prejuízo ao Requerente.

5
Em razão dos lastimáveis fatos ora resta o
Requerente impedido de Escriturar o pactuado,
ultimando o negócio jurídico entabulado de boa-fé
com a Requerida, e minorando o já imensurável
prejuízo experimentado, isto por força de vir
cumprindo regularmente o pactuado, inclusive com o
tempestivo pagamento das parcelas mensais
contratadas (doc.inclusos),

Ao contrário da Requerida que de forma proposital


vem causando vultosos agravos ao Requerente, que
ora se vê obrigado a arcar com despesas das mais
variadas, que por obrigação legal seriam de única
e exclusiva responsabilidade da Requerida, tudo
por sua atestada desídia e flagrante má-fé.

Por derradeiro, despiciendas são quaisquer outras


considerações, pois resta fartamente comprovado em
anexo (docs.inclusos) que o Requerente vem
cumprindo com TODOS os atos legais pactuados
contratualmente com a Requerida, sendo que a mesma
em tempo algum respondeu e ou compareceu para
justificar e ou expor suas razões para o não
cumprimento formal de suas obrigações.

DA OBRIGAÇÃO DE FAZER

É cediço que pela legislação civil em vigor é


imprescindível para a aquisição da Cessão de
Direitos Hereditários a feitura de Escritura
Pública, sendo esta formalidade legal a garantir
direitos.

Tal providência resta amparada pelo arts. 1.793 do


Código Civil brasileiro, “verbis”:

Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o


quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto
de cessão por escritura pública.

6
§ 1º Os direitos, conferidos ao herdeiro em
consequência de substituição ou de direito de
acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita
anteriormente.

§ 2º É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu


direito hereditário sobre qualquer bem da herança
considerado singularmente.

§ 3º Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização


do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem
componente do acervo hereditário, pendente a
indivisibilidade. ”

Por tanto e como se aufere da rasa leitura do


dispositivo legal acima transcrito, a Escritura
Pública, representa motivação à aquisição por
Cessão de Direitos Hereditários, sendo que, sem a
existência da mesma, impossível a complementação
para a efetivação dos direitos obrigacionalmente
cedidos.

É, portanto o meio essencial para formalização da


Cessão de direitos hereditários, quando os bens
cedidos em questão têm valor superior a 30
(trinta) salários-mínimos, a teor do que
preleciona o art.108 do Código Civil pátrio,
“verbis”:

“Art. 108 - Não dispondo a lei em contrário, a


escritura pública é essencial à validade dos negócios
jurídicos que visem à constituição, transferência,
modificação ou renúncia de direitos reais sobre
imóveis de valor superior a trinta vezes o maior
salário mínimo vigente no País. ”

7
Desta forma, atendidos os requisitos legais no
ambiente do negócio jurídico, passa-se a perseguir
a eficácia de referido negócio a teor do que prevê
o art.104 do CC, “verbis”:

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

I - Agente capaz;

II- Objeto lícito, possível, determinado ou


determinável;

III - forma prescrita ou não defesa em lei.

In casu, o Requerente adquiriu por Instrumento


Particular de Cessão de Direitos Hereditários e
Meação, celebrado de forma irrevogável e
irretratável, portanto não se tratando de mera
promessa, mas, de imediata cessão da integralidade
do direito de ¼ (um quarto) da herança e também
daquele que teria à meação, sobre os bens que
compõe o acervo do espólio de Miguel Virgílio
Marçal, no caso o Requerente, sendo que a rasa e
abjeta recusa da Requerida em assinar a Escritura
Pública em frontal desobediência ao que consta
na alínea “d”, cláusula segunda do Contrato supra
referenciado, vilipendia de forma injustificada a
regularização notarial dos direitos pertencentes
ao demandante.

Tal recusa, como comprovada pela farta


documentação em anexo (doc. incluso), traduz sem
dúvida, má-fé por parte da Requerida, que se vale
de tal expediente para não cumprir com sua parte
no negócio jurídico pactuado.

8
Doutor Julgador, é de total responsabilidade da
Requerida envidar todas as providências
necessárias para o cumprimento regular e legal do
Contrato, de forma que seja possível à outorga da
Escritura Pública, ato sem o qual o Requerente
fica impossibilitado de exercer na plenitude seus
direitos adquiridos por Cessão, óbices estes que
ora já causam incontáveis prejuízos materiais e
morais.

A irresponsável e injustificada recusa da


Requerida em comparecer a serventia para
assinatura da competente Escritura Pública, resta
amplamente comprovada pelas diversas solicitações
e notificações efetivadas, todas embora recebidas,
em tempo algum atendidas.

O direito do Requerente, se encontram


legalmente amparados no que dispõem os arts. 463 e
464 do Código Civil, “verbis:

“Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com


observância do disposto no artigo antecedente, e desde
que dele não conste cláusula de arrependimento,
qualquer das partes terá o direito de exigir a
celebração do definitivo, assinando prazo à outra para
que o efetive.

Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser


levado ao registro competente. ”

“Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido


do interessado, suprir a vontade da parte
inadimplente, conferindo caráter definitivo ao
contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a
natureza da obrigação. ”

9
Além de muito graves os fatos acima narrados e
amplamente comprovados em anexo (docs inclusos),
resulta para o Requerente, o direito de requerer
em Juízo, como ora o faz, a condenação da
demandada em obrigação de fazer, qual seja, a
obrigação para que assine a Escritura Pública, e
com isso dando sua anuência para ato formal e
exigência legal.

O detalhado relato cronológico e fático, aliado a


consistente documentação, comprovam toda a
licitude do Contrato de Cessão de Direitos
Hereditários e Meação, atendendo a boá–fé objetiva
e a função social de referido instrumento (arts.
187 e 421 do CC), sendo que ainda foi o ato
praticado por pessoa com capacidade negocial e
legitima para a disposição de bens.

Desta forma, como já se passaram os dias


estipulados na avença contratual sem que a
Requerida se dignasse a cumprir espontaneamente
com sua obrigação e esgotados todos os meios
persuasivos, não resta outra condição ao
Requerente, do que instar judicialmente a mesma,
nos termos do art. 497 do CPC, para que cumpra a
sua obrigação de fazer.
“CPC – Art. 497. Na ação que tenha por objeto a
prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se
procedente o pedido, concederá a tutela específica ou
determinará providências que assegurem a obtenção de
tutela pelo resultado prático equivalente. ”

É de sabença acadêmica que além de ter V. Exª, o


poder geral de cautela para prolatar competente
decisão que ordene a Requerida a assinar,
regularizando a escritura definitiva, sob pena de
aplicação de “astreintes”, resta ainda a esse d.
Juízo poder de cautela para proferir sentença com
finalidade a surtir o efeito de declaração de
vontade da mesma, substituindo-a, nos termo do
art. 501 da Legislação Instrumental, “verbis” :

10
“Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de
declaração de vontade, a sentença que julgar
procedente o pedido, uma vez transitada em julgado,
produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.”

Mediante referido disposto, resta factível e


plenamente lícita à aplicação da tutela
jurisdicional diferenciada através da prolatação
da tutela sub-rogatória, sem objeção para a
concessão da antecipação de tutela.

Por tanto, tem sim, esse d. Juízo amplo poder de


cautela para condenar a Requerida na obrigação de
fazer, no sentido de determinar a assinatura da
escritura pública, sob pena de arcar - repisa –
se - com o pagamento de “astreintes”, e ou decisum
que substitua a declaração de vontade da ora
demandada.

Ínclito Julgador, é inegável que a postura


intransigente e injustificadamente perpetrada pela
Requerida, vilipendia e espanca dentre outros
princípios o da boa-fé objetiva prevista na
legislação como princípios que norteiam as
obrigações e os contratos, nos exatos termos
previsto nos arts. 113, 421 e 422 do CC:

“Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser


interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de
sua celebração. ”

“Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em


razão e nos limites da função social.”

“Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar,


assim na conclusão do contrato, como em sua execução,
os princípios de probidade e boa-fé”.

11
A boa fé objetiva diz respeito à conduta de uma
forma perante a outra, que pressupõe como
princípio elementar e imprescindível a lisura e
honestidade em suas obrigações antes, durante e
depois da assinatura do contrato, fato
comprovadamente inexistente “in casu”.

Assim e pelo representativo relato acima,


corroborado pelo amplo espectro probatório
carreado em anexo (docs. inclusos), requer por
força de dispositivo obrigacional que consta do
Contrato Particular de Cessão de Direitos
Hereditários e Meação com “clausula pacta sunt
servanda” contida na alínea “d”, cláusula segunda,
seja a Requerida instada a assinar a Escritura
Pública sob pena de aplicação de multa diária.

Caso a Requerida se recuse ao cumprimento da


decisão judicial, requer seja aviada por esse D.
Juízo, decisão com efeitos declaratórios de
vontade, não realizada pela mesma, de maneira a
supri-la, enviando à serventia correspondente,
ordem para supressão de outorga imediata.

DA TUTELA PROVISÓRIA SATISFATIVA (TUTELA


ANTECIPADA)

Verifica-se de extrema necessidade a antecipação


dos efeitos da tutela final no presente feito,
visto que a omissão e reiterada negativa da
Requerida em obstaculizar o cumprimento de sua
obrigação legal, apondo sua assinatura na
competente Escritura Pública de Cessão de Direitos
Hereditário e Meação, ora vem prejudicando
sobremaneira ao Requerente e impedindo exerça na
plenitude o seu direto.

12
Com efeito, os requisitos enumerados nos arts. 294
e 295, ambos do CPC, são de clareza meridiana no
que diz respeito a matéria, “verbis”:

“Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em


urgência ou evidência.

Parágrafo único. A tutela provisória de urgência,


cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter
antecedente ou incidental. ”

“Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter


incidental independe do pagamento de custas. ”

Diante da possibilidade jurídica, é concreta in


casu a possibilidade da aplicação da tutela
provisória satisfativa (tutela antecipada) e vis a
vis se reporta a medida pertinente de antecipação
dos efeitos da tutela definitiva satisfativa dando
poder imediato ao direito vindicado em franca
antecipação ao direito perseguido.

Em sendo a tutela provisória satisfativa (tutela


antecipada) uma medida de urgência, o seu
deferimento pressupõe a constatação da viabilidade
do direito (fumus boni iuris), bem como a
demonstração do perigo que o dano e ou ilícito
pode causar e ainda a irreparabilidade que a
demora do processo representa (periculum in mora),
sendo exatamente o que determina o art. 300 do
CPC, “verbis”:

“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo. ”

13
A previsibilidade do direito, ou a fumaça do bom
direito, é a perspectiva desse mesmo direito. No
presente caso, o Requerente demostrou de forma
clarividente e açorada através da juntada farta e
robusta documentação aos autos, os elementos que
demonstram a concreta possibilidade de ter se
passado o que foi exatamente aqui narrado, o que
caracteriza por demais a chances de êxito na
presente demanda.

No mais, a tutela provisória satisfativa (tutela


antecipada) por estar amparada na urgência, também
admite o preenchimento de outro requisito para sua
concessão, que se traduz no perigo da demora, ou
seja, exatamente o perigo que representa a demora
processual, o que se traduz em dano ou risco ao
resultado útil perseguido no processo.

Nos presentes autos, o perigo da demora fica claro


e inconteste na medida em que a Requerida, após
expressamente instada por várias vezes a assinar a
competente Escritura Pública, injustificadamente
se recusou a fazê-lo.

Tal e absurda recusa, colocam em risco e traz


insegurança jurídica ao Requerente, por também não
poder concretizar a regularização formal de seu
direito adquirido, através da lavratura da
competente Escritura Pública, preservando-se
inclusive, contra investida de terceiros sobre a
avençado.

Ou seja, somente a lavratura da Escritura Pública


garante a segurança jurídica, com o direito
subjetivo do direito, garantindo eficácia erga
omnes, sendo que de outra forma, continuará a
experimentar grande insegurança jurídica, como de
fato ora vivencia.

14
Portanto, comprovado esta que o risco do dano é
concreto (não decorre de mero temor subjetivo) e
muito grave (tem a nítida pretensão para
prejudicar, impedindo o direito do Requerente).

É cediço, que em concedida a tutela satisfativa


provisória por esse d.juízo, não há o risco de
irreversibilidade dos efeitos concretos da
decisão, pois se for o pleito do Requerente,
afinal improcedente, o que de plano não se espera,
poderá ser a citada Escritura Pública anulada.

Diante do relatado acima, resta por demais


preenchido o que preleciona o § 3º do art. 300 do
CPC, que determina, in verbis:

“Art. 300.

[...]

§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não


será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão. ”

É ainda imperioso destacar que, em que pese a


tutela provisória satisfativa tenha a previsão e o
poder de sedimentar-se na urgência, por outro lado
poderá ela também se fundamentar na evidência, um
pressuposto não exclui o outro, sendo exatamente
esse o caso que ora ser-lhe apresentado nos
presentes autos, vez que a pretensão do
Requerente, está concretamente amparada, não só na
urgência do provimento, mas, também na comprovada
evidência de suas asserções.

15
Ad argumentandum tantum, releva destacar que TODAS
as alegações do Requerente estão devida e
amplamente comprovadas como se denota da farta
documentação acostada ao presente exórdio (docs.
inclusos), o que torna a possibilidade de
acolhimento da pretensão ora esposada não só
plausível bem como concreta, visto que a tutela
provisória satisfativa (tutela antecipada), caso
não seja concedida com supedâneo na urgência,
poderá sim ser deferida com base na evidência, com
amparo no que determina o art. 311, IV, do CPC,
transcrito abaixo, “verbis”:

“Art. 311. A tutela da evidência será concedida,


independentemente da demonstração de perigo de dano ou
de risco ao resultado útil do processo, quando:

[...]

IV - a petição inicial for instruída com prova


documental suficiente dos fatos constitutivos do
direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz
de gerar dúvida razoável. ”

É de se destacar por oportuno o que traduz o art.


297 do CPC:

“Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que


considerar adequadas para efetivação da tutela
provisória.

Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória


observará as normas referentes ao cumprimento
provisório da sentença, no que couber. ”

16
Merece destaque conforme bem-dispõe o dispositivo
legal retro transcrito, que o magistrado poderá se
valer das medidas que considerar adequadas e
pertinentes para a concreta efetivação da tutela
provisória, fazendo uso inclusive dos princípios
concernentes ao cumprimento provisório de
sentença, sendo que dentre as previsões se
encontra a multa, conforme se depreende dos arts.
536 e 537 da Legislação Instrumental, “verbis”:

“Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a


exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o
juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a
efetivação da tutela específica ou a obtenção de
tutela pelo resultado prático equivalente, determinar
as medidas necessárias à satisfação do exequente.

§ 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá


determinar, entre outras medidas, a imposição de
multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e
coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de
atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar
o auxílio de força policial. ”

“Art. 537. A multa independe de requerimento da parte


e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em
tutela provisória ou na sentença, ou na fase de
execução, desde que seja suficiente e compatível com a
obrigação e que se determine prazo razoável para
cumprimento do preceito.

§ 1o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento,


modificar o valor ou a periodicidade da multa vincenda
ou excluí-la, caso verifique que:

I - se tornou insuficiente ou excessiva;

II- o obrigado demonstrou cumprimento parcial


superveniente da obrigação ou justa causa para o
descumprimento.

§ 2o O valor da multa será devido ao exequente.

§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de


cumprimento provisório, devendo ser depositada em
juízo, permitido o levantamento do valor após o
trânsito em julgado da sentença favorável à parte.

17
§ 4o A multa será devida desde o dia em que se
configurar o descumprimento da decisão e incidirá
enquanto não for cumprida a decisão que a tiver
cominado.

§ 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber,


ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de
fazer e de não fazer de natureza não obrigacional. ”

É neste sentido, culta e sabia recente decisão da


lavra do Juízo da 6ª Vara Cível de Vila Velha,
neste Estado, que em caso similar, julgou
“verbis”:

Número do Processo: 5001416-08.2023.8.08.0035


REQUERENTE: ASSOCIACAO DOS PROMITENTES COMPRADORES E
PERMUTANTES DAS UNIDADES AUTONOMAS DO EDIFICIO
RESIDENCIAL NOBLES
Advogado do (a) REQUERENTE: MICHEL MINASSA JUNIOR -
ES5076
Nome: ANA MARIA CARDOSO TENORIO
Endereço: Avenida Afonso Pena, 106, Apto 801 - Ed Fort
de France, Praia da Costa, VILA VELHA - ES - CEP:
29101-450

DECISÃO/MANDADO

Trata-se de ação, na qual a parte Autora alega, em


apertada síntese, os seguintes fatos: QUE é associação
constituída pelos promitentes compradores e
permutantes das unidades autônomas do Ed. Residencial
Nobles; QUE os associados da Requerente fizeram a
aquisição por Contrato Particular de Promessa de
Compra e Venda de seus imóveis no Ed. Nobles, junto à
Incorporadora Vigar Empreendimentos LTDA, sendo que
trinta e seis unidades autônomas foram comercializadas
a partir do ano de 1999 pela citada empresa; QUE foi a
construtora sendo desativada gradativamente a partir
de 2003, até a paralisação das atividades,
interrompendo totalmente as obras do empreendimento;
QUE diante de tais e relevantes fatos os associados da
Requerente uniram esforços visando a finalização da
obra e vis a vis a entrega das unidades a quem de
direito as adquiriu e por ela pagou;

18
QUE a Requerida é a adquirente da unidade n. 1.202,
nunca tendo se associado à Autora, abandonou
literalmente o imóvel, sem que em tempo algum viesse a
contribuir com os demais associados no custeio do
acabamento e finalização do empreendimento; QUE a
Requerida nunca contribuiu com os demais associados da
Autora para a finalização da obra, tendo realizado o
pagamento de apenas R$ 62.000,00 para o custeio de
gastos destinados à área de lazer; QUE o habite-se já
foi emitido, sendo certo que a Requerente diligenciou
quanto à lavratura da Escritura Pública de Permuta de
Fração Ideal por Obrigação de Construir e Atribuição
de Unidade para todos os promitentes compradores; QUE
a Requerida, que é promitente compradora junto à Vigar
Empreendimento Imobiliário Ltda, da unidade 1202,
apesar de instada a assinar o competente documento,
não o fez, se recusando injustificadamente a fazê-lo,
mesmo que depois de diversas vezes notificada.

Por conta de seus argumentos, pede a concessão da


tutela de urgência, a fim de a Requerida seja
compelida a comparecer ao Cartório do 3º Ofício de
Notas de Vila Velha (localizado na Av. Champagnat, nº
564, Praia da Costa, Vila Velha, ES, CEP 20.101-410),
a fim de regularizar a assinatura da Escritura Pública
de Permuta de Fração Ideal por Obrigação de Construir
e Atribuição de Unidade, no prazo de 48 horas, arcando
com todos os custos necessários a esta regularização.
Custas iniciais pagas.
É o breve relatório.

Decido.

Conforme estabelece o art. 300 do CPC, a tutela de


urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou risco ao resultado útil do processo.

A probabilidade do direito favorável à parte Autora


encontra-se evidenciada, à medida que comprova os
fatos narrados na exordial, bem como comprova que a
Requerida já foi diversas vezes instada a assinar a
escritura pública indicada na exordial, deixando de
fazer se motivo aparente e justificável.

O perigo de dano pode ser identificado como sendo a


perpetuação prolongada da conduta abusiva e/ou ilegal,
com presumível provocação de prejuízo à parte Autora.

19
Sendo assim, e em face do exposto, com base no art.
300 do CPC, concedo a tutela de urgência, no sentido
de determinar à parte Requerida que, no prazo de cinco
dias, compareça ao Cartório do 3º Ofício de Notas de
Vila Velha (localizado na Av. Champagnat, nº 564,
Praia da Costa, Vila Velha, ES, CEP 20.101-410), a fim
de regularizar a assinatura da Escritura Pública de
Permuta de Fração Ideal por Obrigação de Construir e
Atribuição de Unidade.

Considerando-se a ausência de prejuízo a qualquer das


partes, deixo de designar a Audiência de Conciliação a
que alude o art. 334 do CPC.

Cite-se a parte Requerida para o fim de integrar a


relação processual e, especialmente, para apresentar
defesa escrita no prazo de quinze dias, sob pena de
revelia.

Após a fala das partes, dê-se vista ao Ministério


Público.

O presente ato servirá de mandado, a ser cumprido no


endereço indicado no cabeçalho ou aquele indicado pela
parte em sua petição.

(...)

I-se. Dil-se.

Vila Velha–ES, data conforme registro da assinatura


eletrônica. ” (grifo nosso )

Sendo assim, requer que este h. Juízo, com base no


§ 2º do art. 300 do CPC, julgue liminarmente
procedente o pedido de concessão de tutela
provisória satisfativa (tutela antecipada) com
base na urgência, determinando, desde já, que a
Requerida compareça ao Cartório do Registro Civil
e Tabelionato de Notas do Distrito Da Barra do
Jucu, Vila Velha-ES (localizado na Rodovia do Sol,
Km 15, Riviera da Barra, Vila Velha, ES, CEP
29125-020), a fim de assinar a Escritura Pública
de Cessão de Direitos Hereditários e Meação, no
prazo de 48 horas, arcando com todos os custos
necessários a esta regularização, sob pena de
aplicação de multa diária R$ 5.000,00 (cinco mil
reais).

20
Caso não seja deferida a tutela provisória
satisfativa (tutela antecipada) com base na
urgência, requer que este h. Juízo a defira com
base na evidência, determinando, desde já, que a
Requerida compareça ao Cartório do Registro Civil
e Tabelionato de Notas do Distrito Da Barra do
Jucu, Vila Velha-ES, a fim de assinar a competente
Escritura Pública de Cessão de Direitos
Hereditários e Meação, no prazo de 48 horas,
arcando com todos os custos necessários a esta
regularização, sob pena de aplicação de multa
diária R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Caso a Requerida se recuse a cumprir a


determinação judicial no prazo determinado, requer
que esse h. Juízo defira decisão liminar com
efeitos da declaração de vontade não realizada
pela Requerida, determinando que o Cartório do
Registro Civil e Tabelionato de Notas do Distrito
Da Barra do Jucu, Vila Velha-ES supra a outorga,
no que concerne à assinatura da Escritura Pública
de Cessão de Direitos Hereditários e Meação.

Requer, por fim, que caso deferida a tutela


provisória satisfativa de urgência, seja a mesma
confirmada ao final, tornando-se definitiva.

Por outro lado, caso seja deferida a tutela


provisória satisfativa de evidência, requer seja a
mesma confirmada ao final, tornando-se definitiva.

21
DO DANO MORAL

São graves e indiscutíveis os danos morais


causados ao Requerente, na forma capitulada nos
artigos 1º, inciso III, 5º, incisos V e X, da
Constituição Federal, artigo 6º, incisos VI e X,
do Código de Defesa do Consumidor e artigos 12,
186, 734, 737 e 927, parágrafo único, do Código
Civil, porquanto restou clara a conduta lesiva
provocada pela Requerida ao atingir o íntimo e a
estabilidade psíquica e moral do demandante, em
flagrante ofensa aos princípios da dignidade da
pessoa humana e da personalidade, sem prejuízo de
violação a ordem econômica e defesa do consumidor,
estatuído no artigo 170, inciso V, da Carta
Suprema.

No presente caso, além da farta documentação


acostada ao exordio, o DANO MORAL é incontroverso!

Com efeito, o fato de pactuar um contrato e


cumpri-lo pontualmente, sem poder obter a sua
escritura pública, é causa suficiente para motivar
grande ao Requerente.

Como se não bastasse e para além da injustificada


recusa ao cumprimento de obrigação expressa e
legalmente assumida, a Requerida, reiteradamente,
vem, mediante divulgação pública de mensagens
eletrônicas e conversas com terceiros,
repercutindo falsas, incomprovadas e
despropositadas perfídias contra o Requerente, a
exemplo de que teria sofrido coação e ameaça para
assinatura do citado instrumento contratual, sendo
tais alegações desprovidas de qualquer fundamento
verossímil.

22
Por tal razão é certo que deve ser tomada por
exemplar a punição do caso em tela, por ser
inclusive notório o já reiterado descaso que a
Requerida tem para com os direitos do Requerente.

POR CERTO O PRESENTE CASO TRATA-SE DE UMA AGRESSÃO


E DESCASO MANIFESTO!

Somente tal angústia já causa o desvio ilícito a


desencadear no ferimento da esfera jurídica moral
do ofendido.

Ainda, impera considerar toda a “via crucis”


perfilhada pelo Requerente, no intuito de coibir a
agressão ocorrida, bem como buscar a proteção de
seus direitos. Também há que ser considerado o
afrontamento da mesma precitada esfera moral.

Note-se, que o ofendido é obrigado a se retirar de


seu status quo de paz social, para desdobrar-se no
sentido de coibir a agressão, que também é esta,
individualmente, ensejadora da reparação moral.

Dada toda a expectativa, o Requerente – repisa-se


– foi submetido a situações que não apenas
retardaram a regularização de seu direito, mas o
perturbaram durante toda a saga para a outorga
definitiva pela Requerida da Escritura Pública,
além dos incontáveis prejuízos inclusive materiais
causados pela mesma, consoante salientado retro e
ora comprovado (docs. inclusos).

Com efeito, conclui-se que é ofensiva e desumana a


atitude da Requerida devendo esta sim reparar todo
o mal ao Requerente estando o dano moral mais do
que caracterizado, sendo no mínimo absurda a
situação descrita, por certo ser indenizada, no
escopo jurídico-doutrinário de diminuir o agravo
causado pela conduta ilícita, que é o que desde já
se requer.

23
Diante de tais e consagrados fatos amplamente
comprovados nos presentes autos, requer seja a
Requerida condenada a indenização por danos morais
comprovadamente sofridos, em valor a arbitrado
discricionariamente por VOSSA EXECÊLENCIA.

DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE:

O patrono subscritor declara, para os devidos fins


de direito, na forma e sob as penas da lei, que as
cópias anexadas a presente correspondem ao fiel
conteúdo de seus originais, responsabilizando-se
pela autenticidade das peças processuais.

REQUERIMENTOS FINAIS.

EX POSITIS, e por serem despiciendas quaisquer


outras considerações requer por fim:

-Seja concedida liminarmente a tutela provisória


satisfativa (tutela antecipada) de urgência,
determinando, desde já, que a Requerida compareça
ao Cartório do Registro Civil e Tabelionato de
Notas do Distrito Da Barra do Jucu, Vila Velha-ES
(localizado na Rodovia do Sol, Km 15, Riviera da
Barra, Vila Velha, ES, CEP 29125-020), a fim de
regularizar a assinatura da Escritura Pública de
Cessão de Direitos Hereditários e Meação, no prazo
de 48 horas, arcando com todos os custos
necessários a esta regularização, sob pena de
aplicação de multa diária R$ 5.000,00 (cinco mil
reais);

24
- Caso não seja deferida a tutela provisória
satisfativa (tutela antecipada) com base na
urgência, que este h. Juízo a defira com base na
evidência, determinando, desde já, que a Requerida
compareça ao Cartório do Registro Civil e
Tabelionato de Notas do Distrito Da Barra do
Jucu, Vila Velha-ES (localizado na Rodovia do Sol,
Km 15, Riviera da Barra, Vila Velha, ES, CEP
29125-020), a fim de regularizar a assinatura da
Escritura Pública de Cessão de Direitos
Hereditários e Meação, a fim de regularizar a
assinatura de Escritura Pública de Permuta de
Fração Ideal por Obrigação de Construir e
Atribuição de Unidade, no prazo de 48 horas,
arcando com todos os custos necessários a esta
regularização, sob pena de aplicação de multa
diária R$ 5.000,00 (cinco mil reais);

- Que o Cartório do Registro Civil e Tabelionato


de Notas do Distrito Da Barra do Jucu, Vila Velha-
ES (localizado na Rodovia do Sol, Km 15, Riviera
da Barra, Vila Velha, ES, CEP 29125-020) mantenha
todo o teor da Escritura Pública aqui debatida já
lavrada parcialmente, nos termos dos arts. 643 e
644 do Código de Normas da Corregedoria Geral de
Justiça do Tribunal de Justiça do Espírito Santo
(Provimento nº 029/2009), para que seja
regularizada com a assinatura da Requerida, ou
suprida por declaração de vontade emitida por este
h. Juízo;

- Caso a Requerida se recuse a cumprir a


determinação judicial no prazo determinado, requer
que esse h. Juízo emita decisão liminar com
efeitos da declaração de vontade não realizada
pela mesma, determinando que o Cartório do
Registro Civil e Tabelionato de Notas do Distrito
Da Barra do Jucu, Vila Velha-ES (localizado na
Rodovia do Sol, Km 15, Riviera da Barra, Vila
Velha, ES, CEP 29125-020), supra a outorga e
realize o ato referente à assinatura da Escritura
Pública de Cessão de Direitos Hereditários e
Meação;

25
- Que, ao final, em sentença, seja confirmada e
mantida a tutela provisória satisfativa (tutela
antecipada) vindicada, que por certo será
deferida, no sentido de determinar à Requerida que
compareça ao Cartório do Registro Civil e
Tabelionato de Notas do Distrito Da Barra do Jucu,
Vila Velha-ES (localizado na Rodovia do Sol, Km
15, Riviera da Barra, Vila Velha, ES, CEP 29125-
020), a fim de regularizar a assinatura na
Escritura Pública de Cessão de Direitos
Hereditários e Meação da integralidade do direito
de ¼ (um quarto) da herança e também daquele que
teria à meação, sobre os bens que compõe o acervo
do espólio de Miguel Virgílio Marçal, sob pena da
sentença SUPRIR A VONTADE DA REQUERIDA,
CONSTITUINDO-SE EM TÍTULO HÁBIL PARA OS FINS A QUE
SE DESTINA;

- Seja a Requerida condenada a indenizar a


Requerente por danos morais, em valor a ser
arbitrado por este h. Juízo.

- A citação/intimação da Requerida no endereço


apontado, seja efetivado por meio digital
(WhatsApp e ou e-mail) conforme previstos nos art.
246, V e art. 270 ambos do Código de Processo
Civil em vigor e no art. 8º da Resolução nº
354/2020 do Conselho Nacional de Justiça – CNJ,
para que, querendo, conteste a presente ação no
prazo legal, nos termos dos presentes pedidos, sob
pena de revelia e confissão;

- A condenação da Requerida nas custas e despesas


judiciais, bem como honorários advocatícios em seu
percentual máximo, e demais cominações de estilo;

- Seja deferida a produção de todos os meios de


prova em direito admitidos, notadamente

26
testemunhais, documentais, periciais, bem como o
depoimento pessoal da Requerida.

Requer-se desde já que todas as


Intimações/Notificações de estilo sejam em nome
dos Dr. ( ), OAB/ES- ( ), sob pena de
nulidade.

Dá-se a presente causa, meramente para efeitos


fiscais, o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais).

Nesses Termos,
Pedem Deferimento.

Vitória, ES, de fevereiro de 2024.

( )
OAB/ES n.º ( )

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