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ADVOGADA - OAB/AM N. 10.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA


DE DIREITO CÍVEL DA COMARCA DE BOA VISTA – RR.

P.C. MIRANDA – ME, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no


CNPJ sob o n. 18.975.332/0001-57 e Inscrição Municipal n. 2539 com sede na Rodovia
BR 174, 370, Vila Novo Paraíso, Zona Rural de Caracaraí – RR, CEP 69360-000, tendo
por representante legal PÂMELA CÍNTIA MIRANDA, brasileira, solteira,
empresária, portadora da Carteira de Identidade n. 358124-1, inscrita no CPF sob o n.
538.559.222-68, residente e domiciliada no mesmo endereço, por intermédio de sua
advogada abaixo-assinada, conforme procuração inclusa (documento anexo), com
escritório profissional na Rua Santa Terezinha, n. 127, próximo a Bemol da Torquato
Tapajós, bairro São Pedro/ Tarumã, CEP 69.021-016, vem, com fulcro no artigo 700 e
seguintes do Novo Código de Processo Civil, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência propor

AÇÃO MONITÓRIA
Em face de TECMON MONTAGENS TÉCNICAS INDUSTRIAIS
LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n. 01.848.287/0011-
49, cm sede na Rua Holanda, 419, Cauame, boa Vista – RR pelos motivos fáticos e
jurídicos que passa a expor:
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DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Inicialmente, afirma a autora que não possui condições de arcar com a custa
processual e os honorários advocatícios sem prejuízo do sustento próprio bem como o
de sua família, razão pela qual faz jus ao benefício da gratuidade da justiça, nos termos
do artigo 4º da Lei 1060/50, com redação introduzida pela Lei 7510/86, aduzindo ainda
o verbete do Superior Tribunal de Justiça n. 481 que diz, in verbis:

“Súmula 481 - Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa


jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua
impossibilidade de arcar com os encargos processuais”

DOS FATOS

A Requerente, pessoa jurídica do direito privado, comercializa refeições,


em um modesto restaurante à beira da Rodovia, ao valor de R$10,00 (dez reais) cada.
Durante uma obra de infraestrutura nas proximidades do estabelecimento
da empresa Requerente, a empresa Requerida que prestava serviço para a empresa de
eletricidade, firmou acordo verbal com a Requerente para que esta fornecesse
alimentação aos seus funcionários durante o período da obra.
O fornecimento iniciou em setembro de 2014, tendo sido pago em
26/11/2014 o valor de 8.674,00 (oito mil, seiscentos e setenta e quatro reais) através de
depósito bancário na conta da representante legal da empresa Requerente, pois esta, de
acordo com o contrato firmado com a Requerida, emitiu em 29/10/2014 a Nota Fiscal
de Prestação de Serviço n. 6545 em nome da Requerida, conforme anexos.
Em outubro foram emitidas duas Notas Fiscais de Prestação de Serviço,
tendo em vista que correspondem a tomada do serviço por quinzena, assim a nota fiscal
de Prestação de Serviço n. 6550, emitida em 31/10/2014, referente ao serviço prestado
de 1º/10/2014 a 15/10/2014, no valor de R$8.485,00 (oito mil, quatrocentos e oitenta e
cinco reais) foi paga em 4/12/2014, por meio de depósito bancário e a Nota Fiscal de
Prestação de Serviço n. 00000002, emitida em 25/11/2014, referente ao serviço prestado
de 16/10/2014 a 31/10/2014, no valor de R$9.370,00 (nove mil, trezentos e setenta
reais) foi paga em 18/12/2014, também por meio de depósito bancário.
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De 16/11/2014 a 30/11/2014, foram consumidas 1.245 (mil, duzentas e


quarenta e cinco) refeições, e de 1º/12/2014 a 15/12/2014, 756 (setecentos de cinquenta
e seis) refeições tendo sido geradas as Notas Fiscais de Prestação de Serviço n.
00000004 e n. 00000005 em 19/12/2014, uma no valor de R$12.450,00 (doze mil,
quatrocentos e cinquenta reais) e outra no valor de R$7.560,00 (sete mil, quinhentos e
sessenta reais), respectivamente, totalizando R$20.010,00 (vinte mil e dez reais) que
foram pagos em 06/02/2015, por meio de depósito bancário em um único pagamento.
Em 9/03/2015, foram pagos R$3.300,00 (três mil e trezentos reais),
também por meio de depósito bancário, conforme documentos anexos, as 330 (trezentos
e trinta) refeições consumidas no período de 15/01/2015 a 30/01/2015, conforme Nota
Fiscal de Prestação de Serviços n. 00000006, emitida em 9/02/2015.
Ocorre, que o serviço tomado do período compreendido entre 1º/02/2015
a 15/02/2015 e 16/02/2015 a 11/03/2015, que somam R$7.440,00 (sete mil,
quatrocentos e quarenta reais) que corrigidos com juros legais na base de 0,5% e 1%,
conforme a Lei n. 10.406/02 e multa de 10% sobre o valor principal corrigido, somam
R$10.312,13 (dez mil, trezentos e doze reais e treze centavos), conforme cálculo em
anexo.
A presente ação é tempestiva, face o verbete 503 e 503 do Superior
Tribunal de Justiça, que aduzem que a prescrição para proposição de Ação Monitória é
QUINQUENAL, ou seja, 5 (cinco) anos, in verbis:
“Súmula 503 - O prazo para ajuizamento de ação monitória em
face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a
contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula.
(Súmula 503, SEGUNDA SEÇÃO, julgada em 11/12/2013, DJe
10/02/2014)” (grifo nosso).

“Súmula 504 - O prazo para ajuizamento de ação monitória em


face do emitente de nota promissória sem força executiva é
quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título".
(Súmula 504, SEGUNDA SEÇÃO, julgada em 11/12/2013, DJe
10/02/2014)” (grifo nosso).

Ademais, a Requerente, a título de fato comprobatório das alegações


acima, aduz os extratos bancários de sua conta, onde eram feitos os depósitos do
pagamento das Notas Fiscais, os meses em que eram feitos os pagamentos e após a
última Nota Fiscal de Prestação de Serviço emitida, apensa aos autos os extratos
referentes aos meses subsequentes que deveriam ter o pagamento das Notas Fiscais, mas
não têm. Ou seja, como a última Nota Fiscal de Prestação de Serviço é de
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fevereiro/2015, o extrato de março/2015 a fevereiro/2016 está sendo junto aos autos


com fito se asseverar que, de fato, o débito é existente.
Apesar de inúmeras tentativas de resolver tal situação extrajudicialmente,
restaram infrutíferas, não dando outra alternativa a Requerente senão a de procurar a
intercessão do Poder Judiciário do Estado de Roraima.

DO DIREITO
Diante dos fatos expostos, entende o autor que cabe o
ajuizamento da presente ação para obtenção do crédito devido.
Como se vê, a Requerente pretende, com base em prova escrita, e através
da nota fiscal não paga, receber o seu crédito.
Segundo o magistério de José Eduardo Carreira Alvim, em sua obra -
Procedimento Monitório - , "o procedimento monitório restringe-se assim, às causas que
tenham por objeto mediato o pagamento de uma soma de dinheiro, a entrega de uma
coisa fungível ou de determinado bem móvel."
A prova que instrui o pedido é escrita, o que atende a imposição
estabelecida no artigo citado, consistindo em:
"todo o escrito que, emanado da pessoa contra quem se faz o pedido,
ou de quem a represente, o torna verossímil ou suficientemente
provável e possível."

No entanto, deve conter certos requisitos, na lição do mesmo autor:


"Mas, em qualquer caso, deve conter os requisitos de liquidez e
certeza do crédito ou a perfeita indenização da coisa demandada."

No caso, a toda evidência, o título emitido pela Requerente possui, não


apenas o pressuposto de liquidez, como também o da certeza.
Obedecidos os requisitos legais, inclusive os referentes aos pressupostos
processuais de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo, impõe-se a
expedição de plano de mandado de pagamento, conforme estabelecido no artigo 700, da
nova Lei, in verbis:
“Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a
expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para
execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu
prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de
honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à
causa.”
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Isto posto, requer-se a expedição de mandado para que Requerida pague


a importância devida.
Se a Requerida, regularmente citada, não pagar, ou não apresentar defesa
no prazo legal, o título que instrui o presente constituir-se-à de pleno direito, em título
executivo judicial, convertendo-se o mandado de citação em executivo.
Neste caso, aplicar-se-ão todas as normas do Processo de Execução, mais
especificamente as referentes à execução para a entrega de coisa e a execução por
quantia certa contra devedor solvente. É o que se depreende do artigo 700 e seguintes do
Código de Processo Civil:
“Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar,
com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito
de exigir do devedor capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro;
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou
imóvel;
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
§ 1o A prova escrita pode consistir em prova oral documentada,
produzida antecipadamente nos termos do art. 381.
§ 2o Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:
I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;
II - o valor atual da coisa reclamada;
III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico
perseguido.
§ 3o O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no §
2o, incisos I a III.
§ 4o Além das hipóteses do art. 330, a petição inicial será indeferida
quando não atendido o disposto no § 2o deste artigo.
§ 5o Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental
apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a
petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum.
§ 6o É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.
§ 7o Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios
permitidos para o procedimento comum.
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a
expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para
execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu
prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de
honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa.
§ 1o O réu será isento do pagamento de custas processuais se cumprir
o mandado no prazo.
§ 2o Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial,
independentemente de qualquer formalidade, se não realizado o
pagamento e não apresentados os embargos previstos no art. 702,
observando-se, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial.
§ 3o É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput quando
ocorrer a hipótese do § 2o.
§ 4o Sendo a ré Fazenda Pública, não apresentados os embargos
previstos no art. 702, aplicar-se-á o disposto no art. 496, observando-
se, a seguir, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial.
§ 5o Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916.
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Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu


poderá opor, nos próprios autos, no prazo previsto no art. 701,
embargos à ação monitória.
§ 1o Os embargos podem se fundar em matéria passível de alegação
como defesa no procedimento comum.
§ 2o Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à
devida, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende
correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado da
dívida.
§ 3o Não apontado o valor correto ou não apresentado o
demonstrativo, os embargos serão liminarmente rejeitados, se esse for
o seu único fundamento, e, se houver outro fundamento, os embargos
serão processados, mas o juiz deixará de examinar a alegação de
excesso.
§ 4o A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão referida
no caput do art. 701 até o julgamento em primeiro grau.
§ 5o O autor será intimado para responder aos embargos no prazo de
15 (quinze) dias.
§ 6o Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o
oferecimento de reconvenção à reconvenção.
§ 7o A critério do juiz, os embargos serão autuados em apartado, se
parciais, constituindo-se de pleno direito o título executivo judicial em
relação à parcela incontroversa.
§ 8o Rejeitados os embargos, constituir-se-á de pleno direito o título
executivo judicial, prosseguindo-se o processo em observância ao
disposto no Título II do Livro I da Parte Especial, no que for cabível.
§ 9o Cabe apelação contra a sentença que acolhe ou rejeita os
embargos.
§ 10. O juiz condenará o autor de ação monitória proposta
indevidamente e de má-fé ao pagamento, em favor do réu, de multa de
até dez por cento sobre o valor da causa.
§ 11. O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação
monitória ao pagamento de multa de até dez por cento sobre o valor
atribuído à causa, em favor do autor.”

É certo que os extratos bancários e notas fiscais emitidas em nome da


Requerida, bem como os pagamentos realizados através de depósitos bancários com
valor exatamente no valor das notas, evidenciam os serviços prestados pela Autora, bem
como a obrigação de pagar assumida pela Ré.

Assim, em razão dos documentos em que funda a presente ação, resta


demonstrado o cabimento do procedimento monitório, nos exatos termos dos artigo 700
e seguintes do Código de Processo Civil Vigente, Lei n. 13.105/2015.

DOS REQUISITOS DA INICIAL

“Art. 700 ...................................................................................


§ 2o Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme
o caso:
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I - a importância devida, instruindo-a com memória de


cálculo;
II - o valor atual da coisa reclamada;
III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito
econômico perseguido.
§ 3o O valor da causa deverá corresponder à importância
prevista no § 2o, incisos I a III.”

I – Importância Devida: R$7.440,00 (sete mil, quatrocentos e quarenta


reais), sendo uma Nota Fiscal de Prestação de Serviços no valor de R$3.070,00 (três mil
e setenta reais) + Juros legais de 0,5% a 1% com base na Lei n. 10.406/02 + 10% de
Multa sobre o principal corrigido que totaliza R$4.255,14 (quatro mil, duzentos e
cinquenta e cinco reais e quatorze centavos); e a segunda Nota Fiscal de Prestação de
Serviços no valor de R$4.370,00 (quatro mil e trezentos e setenta reais) + Juros legais
de 0,5% a 1% com base na Lei n. 10.406/02 + 10% de Multa sobre o principal
corrigido, que totaliza R$6.056,99 (seis mil e cinquenta e seis reais e noventa e nove
centavos), com memorial de cálculo demonstrado nos anexos.

II – Quanto do Contrato Verbal Firmado, o valor da unitário da refeição


era de R$10,00 (dez reais), atualmente o Restaurante reavaliou os valores, e está
cobrando R$12,00 (doze reais) por refeição.

II – Considerando os Juros, a Multa e o valor das notas principais, a soma


é de R$10.312,13 (dez mil, trezentos e doze reais e treze centavos) mais os 5% previsto
no artigo 701 do CPC, a título de honorários advocatícios, sobre o valor da causa, ou
seja, mais R$515,60 (quinhentos e quinze reais e sessenta centavos), totalizando
R$10.827,73 (dez mil, oitocentos e vinte e set reais e setenta e três centavos).

DO PEDIDO

Isto posto, a Autora requer a Vossa Excelência, dignar-se a:

a) Determinar a CITAÇÃO, por mandado, da Ré, no endereço fornecido


no limiar desta exordial, para pagar a importância de R$10.312,13
(dez mil, trezentos e doze reais e treze centavos), no prazo de 15
(quinze) dias, acrescida de juros legais, desde a citação, ou ofereçam
embargos nos termos da lei;
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b) Que o valor do pagamento seja depositado na Conta Bancária da


Patrona da Causa, Dra, Isis de Moraes Siqueira. Banco Bradesco S/A
(237), Agência 3726, Conta Corrente 108453-4, Beneficiária Isis de
Moraes Siqueira, CPF n. 890.977.932-20, para assegurar o
pagamento dos honorários.
c) Ocorrendo embargos, a Autora requer sejam esses julgados
improcedentes, com a consequente condenação da Ré ao pagamento
do valor ora cobrado, devidamente corrigido e com a incidência de
juros legais, desde a citação, das custas processuais e honorários
advocatícios de 5%;
d) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito
admitidos, notadamente a documental (a começar pelos documentos
que instruem esta inicial) e a testemunhal, inclusive com o
depoimento pessoal do Representante legal da Ré, sob pena de
confissão.

Dá-se à causa o valor de R$10.312,13 (dez mil, trezentos e doze reais e


treze centavos).

Termos em que,

Pede deferimento.

Manaus – AM, 16 de abril de 2016.

Isis de Moraes Siqueira

Advogada

OAB/AM 10.069

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