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2ª FASE XXXIV EXAME

Caderno de
Peças
Enunciados | Padrão resposta

Processo Civil
Prof. Tatiane Kipper
2ª FASE OAB | PROCESSO CIVIL | XXXIV EXAME

Caderno de Peças | Padrão Resposta | Estruturação


Prof. Tatiane Kipper

Peça 01 | Apelação
Peça 02 | Ação de Consignação em Pagamento
Peça 03 | Embargos de Terceiro
Peça 04 | Ação de Reintegração de Posse
Peça 05 | Recurso Especial
Peça 06 | Agravo de Instrumento
Peça 01 | Apelação

Enunciado

Acácia celebrou com o Banco XXG contrato de empréstimo, no valor de R$ 480.000,00


(quatrocentos e oitenta mil reais), a ser quitado em 48 parcelas mensais de R$ 10.000,00 (dez
mil reais), para aquisição de um apartamento situado na cidade de Vitória, Espírito Santo,
concedendo em garantia, mediante alienação fiduciária, o referido apartamento, avaliado em R$
420.000,00 (quatrocentos e vinte mil reais).
Após o pagamento das primeiras 12 parcelas mensais, totalizando R$ 120.000,00 (cento e vinte
mil reais), Acácia parou de realizar os pagamentos ao Banco XXG, que iniciou o procedimento
de execução extrajudicial da garantia fiduciária, conforme previsto na Lei nº 9.514/97.
Acácia foi intimada e não purgou a mora, e o imóvel foi a leilão em duas ocasiões, não havendo
propostas para sua aquisição, de modo que houve a consolidação da propriedade do imóvel ao
Banco XXG, com a quitação do contrato de financiamento. Acácia ajuizou, em seguida, ação
condenatória em face do Banco XXG, distribuída para a 1ª Vara Cível de Vitória e autuada sob
o nº 001234, sob a alegação de que, somados os valores do imóvel e das parcelas pagas, o
Banco XXG teria recebido R$ 540.000,00 (quinhentos e quarenta mil reais), mais do que o valor
concedido a título de empréstimo. Acácia formulou pedido condenatório pretendendo o
recebimento da diferença, ou seja, R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), assim como postulou a
concessão dos benefícios da justiça gratuita, alegando não possuir condições financeiras para
arcar com as custas processuais e os honorários sucumbenciais.
O Banco XXG, citado, apresentou sua contestação, afirmando que a pretensão não encontraria
respaldo jurídico, à luz do regime previsto na Lei nº 9.514/97, requerendo a improcedência da
pretensão. Demonstrou que Acácia possuiria 4 (quatro) imóveis, além de participação societária
em 3 (três) empresas, e condição financeira apta ao pagamento das custas e dos honorários,
requerendo o indeferimento da justiça gratuita à Acácia.
O juiz concedeu o benefício da justiça gratuita que havia sido postulado na inicial em decisão
interlocutória e, após, julgou procedentes os pedidos, condenando o Banco XXG a restituir o
valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e a arcar com as custas processuais e os honorários
sucumbenciais em 10% do valor da condenação. A sentença foi publicada em 03/05/2021,
segunda-feira, sendo certo que não possui omissão, obscuridade ou contradição.
Considerando apenas as informações expostas, elabore, na qualidade de advogado(a) do Banco
XXG, a peça processual cabível para defesa dos interesses de seu cliente, que leve o tema à
instância superior, indicando seus requisitos e fundamentos, nos termos da legislação vigente.
O recurso deverá ser datado no último dia do prazo para apresentação. Desconsidere a
existência de feriados nacionais ou locais. (Valor: 5,00)

Obs.: o(a) examinando(a) deve abranger todas os fundamentos de Direito que possam ser
utilizados para dar respaldo à pretensão. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.
Gabarito Comentado

A peça processual cabível é o recurso de apelação (Art. 1.009 do CPC), interposto no prazo de
15 dias úteis, ou seja, em 24/05/2021.
O examinando deverá interpor o recurso em petição dirigida ao juízo de primeiro grau (Art. 1.010),
contendo o nome e a qualificação das partes, além de requerer a intimação para apresentação
de contrarrazões e a remessa ao tribunal independentemente do juízo de admissibilidade.
Nas razões recursais, deverá indicar os fatos ocorridos, bem como fundamentar juridicamente
seu pleito.
Inicialmente, caberá formular pedido de revogação do benefício da justiça gratuita (Art. 1.009,
§1º), porque não sujeita a recurso de Agravo (Art. 1.015). Deverá indicar que Acácia possui 4
imóveis e participação societária em 3 empresas, possuindo condições de arcar com custas e
honorários, não sendo hipótese de incidência do Art. 98 do CPC.
No mérito, o examinando deverá alegar que o Banco XXG seguiu estritamente o procedimento
previsto no Art. 26 e no Art. 27, ambos da Lei nº 9.514/97, que prevê expressamente o “perdão
legal” no Art. 27, §§ 5º e 6º, in verbis: § 5º Se, no segundo leilão, o maior lance oferecido não for
igual ou superior ao valor referido no § 2º, considerar-se-á extinta a dívida e exonerado o credor
da obrigação de que trata o § 4º. § 6º Na hipótese de que trata o parágrafo anterior, o credor, no
prazo de cinco dias a contar da data do segundo leilão, dará ao devedor quitação da dívida,
mediante termo próprio.
O examinando deverá formular o pedido de reforma da decisão que concedeu a justiça gratuita
e da sentença, para julgar improcedente o pedido, com a condenação de Acácia ao pagamento
integral das custas e honorários, majorados para fase recursal (Art. 85 do CPC).
Deve, a seguir, proceder ao encerramento da peça.
Distribuição de Pontos

ITEM PONTUAÇÃO
Endereçamento
1. Interposição da apelação por petição dirigida ao juízo da 1ª. Vara Cível de Vitória 0,00/0,10
(0,10).
2. Endereçamento das razões recursais ao Tribunal de Justiça (0,10). 0,00/0,10
3. Apelante: Banco XXG. (0,10); Apelada: Acácia (0,10), número do processo 0,00/0,10/0,20/0,30
(001234) (0,10).
4. Cabimento: recurso cabível para reforma de sentença é a apelação (0,10), nos 0,00/0,10/0,20
termos do Art. 1009, do CPC (0,10).
5. Tempestividade: apelação interposta tempestivamente, a saber, no dia 0,00/0,20
24/05/2021, último dia do prazo para recurso (0,20)
6. Recolhimento do devido preparo recursal (0,10) conforme Art. 1007 do CPC 0,00/0,10/0,20
(0,10)
7. Intimação da Apelada, para, querendo, apresentar contrarrazões (0,10), nos 0,00/0,10/0,20
termos do Art. 1.010, § 1º, do CPC (0,10);
8. Exposição dos Fatos (0,10) 0,00/0,10
Razões Recursais
9. Revogação da justiça gratuita, considerando a situação financeira de Acácia 0,00/0,80/0,90
(0,80), não se enquadrando no benefício da gratuidade, constante do Art. 98 do
CPC ou do Art. 5º, inciso LXXIV, da CRFB (0,10).
10. Requerimento de intimação da parte autora para pagamento das custas em 0,00/0,40/0,50/0,60/0,70
virtude da revogação da gratuidade (0,40), sob pena de extinção do processo sem
análise do mérito (0,20), na forma do Art. 102, do CPC (0,10).
11. Fundamentação da improcedência do pedido formulado por Acácia, 0,00/0,80/0,90
considerando a ocorrência da extinção da obrigação (0,80), conforme o Art. 27, §
5º, da Lei nº 9.514/97 (0,10).
Pedidos
12. Pedido de reforma da decisão interlocutória que deferiu a justiça gratuita (0,30). 0,00/0,30
13. Pedido de reforma da sentença (0,10), para julgar improcedente o pedido 0,00/0,10/0,40/0,50
(0,40).
14. Condenação da recorrida ao pagamento integral das custas processuais (0,10) 0,00/0,10/0,20
e honorários de sucumbência (0,10).
Fechamento
15. Local, data (24/05/2021) e assinatura por advogado (0,10) 0,00/0,10
Estrutura da Peça | Apelação

DOUTO JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE VITÓRIA DO ESTADO DE


ESPÍRITO SANTO

Processo número 001234

BANCO XXG, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o


número..., endereço eletrônico..., com sede na Rua..., número..., Bairro..., Cidade...,
Estado..., CEP..., neste ato representado nos termos do artigo 75, inciso VIII do
Código de Processo Civil pelo... por intermédio de seu procurador constituído
(procuração em anexo), OAB..., endereço eletrônico..., com endereço profissional
na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe intimações,
vem. respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento legal nos
artigos 994, inciso I e 1.009, caput e seguintes do Código de Processo Civil, interpor
o presente
RECURSO DE APELAÇÃO
em razão da sentença de procedência na ação condenatória ajuizada por ACÁCIA,
nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da Cédula de Identidade
número..., CPF..., com endereço eletrônico.... residente e domiciliada na Rua....
número..... Bairro..., Cidade.... Estado.... CEP..., pelas razões anexas.
Requer a intimação da Apelada para oferecer contrarrazões no prazo de 15 dias,
conforme artigos 1.010, §1º e 1.003, §5º, ambos do Código de Processo Civil.
Requer, ainda, a remessa dos autos ao respectivo Egrégio Tribunal de Justiça
do Estado de Espirito Santo para sua admissão, processamento e julgamento.
Por fim, requer a juntada do comprovante de recolhimento do preparo recursal,
inclusive porte de remessa e de retorno, conforme previsão do artigo 1.007 do
Código de Processo Civil.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local..., data 24/05/2021
Advogado... OAB…
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ESPÍRITO SANTO
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO

Processo número 001234


Apelante: BANCO XXG
Apelado: Acácia
Egrégio Tribunal, Colenda Câmara, Nobres julgadores,
I- DO CABIMENTO:
O recurso de apelação é o recurso adequado, pois conforme o caput do artigo
1.009 do Código de Processo Civil, da sentença cabe apelação, sendo tal recurso
previsto no artigo 994, inciso I do Código de Processo Civil. A decisão recorrida tem
natureza de sentença na forma do artigo 203, §1º do Código de Processo Civil, pois
proferida pelo juiz da 1ª Vara Cível da Comarca de Vitória, sendo decisão que
colocou fim à fase de conhecimento do procedimento comum, com resolução de
mérito, consoante previsão do artigo 487, inciso I e 490, ambos do Código de
Processo Civil, julgando procedente a ação condenatória ajuizada pela Apelante.
II- DA TEMPESTIVIDADE:
O presente recurso é tempestivo, eis que interposto dentro do prazo legal de 15
dias, conforme previsão do art. 1.003, §5º do Código de Processo Civil, computados
somente os dias úteis, tal qual preceitua o artigo 219 do Código de Processo Civil,
cujo termo inicial é a data do dia 03 de maio de 2021, uma segunda-feira, sendo que
excluindo o dia do início e incluindo o dia do vencimento, conforme preceitua o caput
do artigo 224 do Código de Processo Civil, tal recurso pode ser interposto até o último
dia do prazo, qual seja, dia 24/05/2021.
III- DA SÍNTESE DA DEMANDA:
A Apelada celebrou com o Apelante contrato de empréstimo, no valor de R$
480.000.00 (quatrocentos e oitenta mil reais), a ser quitado em 48 parcelas mensais
de R$ 10.000,00 (dez mil reais), para aquisição de um apartamento situado na cidade
de Vitória, Espírito Santo, concedendo em garantia, mediante alienação fiduciária, o
referido apartamento, avaliado em R$ 420.000,00 (quatrocentos e vinte mil reais).
Ocorre que houve o pagamento por parte da apelada das primeiras 12 parcelas
mensais, totalizando R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), sendo que a Apelada
parou de realizar os pagamentos ao Apelante, o qual, por sua vez, iniciou o
procedimento de execução extrajudicial da garantia fiduciária, conforme previsto na
Lei nº 9.514/97.
Intimada, a apelada Acácia não purgou a mora, e o imóvel foi a leilão em duas
ocasiões, e não havendo propostas para sua aquisição, ocorreu a consolidação da
propriedade do imóvel ao Banco Apelante, com a quitação do contrato de
financiamento. A Apelada, por sua vez, ajuizou, em seguida, ação condenatória em
face do Banco Apelante, a qual foi distribuída para a 1ª Vara Cível de Vitória e
autuada sob o nº 001234. Na referida ação, a Apelada alegou que, somados os
valores do imóvel e das parcelas pagas, o Apelante teria recebido R$ 540.000,00
(quinhentos e quarenta mil reais), mais do que o valor concedido a título de
empréstimo. A Apelada formulou pedido condenatório pretendendo o recebimento
da diferença, ou seja, R$60.000,00 (sessenta mil reais), e postulou a concessão dos
benefícios da justiça gratuita, sob a alegação de que não possuía condições
financeiras para arcar com as custas processuais e os honorários sucumbenciais.
O Apelante na condição de Réu foi citado e apresentou sua contestação,
afirmando que a pretensão não encontraria respaldo jurídico, à luz do e previsto na
Lei nº 9.514/97, requerendo a improcedência da pretensão. Ainda, demonstrou o
Apelante que a Apelada possuiria 4 (quatro) imóveis, além de participação societária
em 3 (três) empresas, e condição financeira apta ao pagamento das custas e dos
honorários, requerendo o indeferimento da justiça gratuita à Acácia.
O juiz concedeu o benefício da justiça gratuita postulado na inicial em decisão
interlocutória e, após, julgou procedentes os pedidos, condenando o Apelante a
restituir o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e a arcar com as custas
processuais e os honorários sucumbenciais em 10% do valor da condenação. A
referida sentença, no entanto, deve ser reformada pelas razões que seguem.
IV- PRELIMINARMENTE:
a) Da concessão do benefício da gratuidade da justiça à Autora, ora Apelada:
A decisão interlocutória que concedeu o benefício à gratuidade da justiça à
Apelada, deve ser reformada. De início, é de se destacar que, conforme previsão do
§1º do artigo 1.009 do Código de Processo Civil justifica-se a impugnação da referida
decisão interlocutória em sede de preliminar de apelação, pois as questões
resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar
agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em
preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final.
Dessa forma, a decisão que concede o benefício da gratuidade da justiça
mediante decisão interlocutória proferida na fase de conhecimento não cabe agravo
de instrumento, pois somente cabe agravo de instrumento da que rejeita o pedido de
gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação, tal qual previsão
do inciso V do artigo 1.015 do Código de Processo Civil.
Assim sendo, o benefício da gratuidade da justiça deferido à Autora, ora
Apelada, deve ser revogado vez que foi concedido de forma indevida, haja vista que
a Apelada não é pessoa com insuficiência de recursos para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorários de advogado, não possuindo assim direito à
gratuidade da justiça, na forma da lei, tal qual exigido pelo artigo 98 do Código de
Processo Civil e artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal. Portanto, requer-se
a revogação da concessão do benefício da gratuidade da Justiça e a intimação da
Apelada para recolher as custas sob pena de extinção do processo sem resolução
de mérito, forte no artigo 102 do Código de Processo Civil.
V-DAS RAZÕES PARA REFORMA DA DECISÃO:
A decisão merecer ser reformada, conforme demonstra a seguir. Isso porque
a apelada Acácia está inadimplente, não tendo realizado os pagamentos devidos ao
Banco XXG, ora apelante, mesmo tendo sido notificada e constituída em mora.
A apelada havia concedido garantia da dívida, mediante alienação fiduciária de
imóvel, o qual, nos termos previstos no art. 26 da lei 9.514/97, em face da não
purgação da mora, consolidou a propriedade nas mãos do credor fiduciário, o Banco
XXG, ora apelante. Diante disto, o Banco apelante cumpriu integralmente a previsão
legislativa, nos termos do art. 27 da lei 9.514/97, promovendo leilão do imóvel
referido, por duas oportunidades, sem que, contudo, houvesse qualquer proposta
para aquisição do imóvel.
Com isto, o procedimento do art. 27, §5º, da lei 9.514/97 foi adotado, ou seja, não
tendo havido lance no segundo leilão, considera-se extinta a dívida e exonerado o
credor da obrigação de que trata o §4º, que seria a devolução ao devedor dos valores
que restarem após a dedução dos valores da dívida, despesas e encargos.
Desta forma, verifica-se a total observância ao procedimento previsto na lei
9.514/97, de forma que o apelante não tem obrigação de devolver a diferença
postulada pela apelada, devendo a decisão ser reformada, a fim de julgar totalmente
improcedente a demanda.
VI-DOS PEDIDOS:
Diante do exposto, requer o Apelante:
a) A admissibilidade e conhecimento do presente recurso de apelação, eis que
preenchidos todos os pressupostos recursais;
b) Preliminarmente, o acolhimento da preliminar de apelação para reformar a decisão
interlocutória e revogar a concessão do benefício da gratuidade da justiça à Autora;
c) A intimação da Autora, ora Apelada, para recolher as custas no prazo fixado sob
pena de extinção do processo sem resolução de mérito, em razão da revogação do
benefício da gratuidade da justiça, consoante artigo 102 do Código de Processo Civil;
d) O total provimento do recurso de Apelação para o fim de reformar a sentença de
procedência e assim julgar totalmente improcedente os pedidos formulados pela
Apelada na Inicial;
e) A inversão do ônus de sucumbência e majoração dos honorários advocatícios em
sede recursal condenando a Apelada no pagamento das custas e honorários de
sucumbência.
Termos em que,
pede deferimento.
Local.... Data 24/05/2021,
Advogado...
OAB...
Peça 02 | Ação de Consignação em Pagamento

Enunciado

Priscila comprou um carro de Wagner por R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais). Para tanto Priscila
pagou um sinal no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), tendo sido o restante dividido em nove
parcelas sucessivas de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a cada 30 dias. As parcelas foram pagas
regularmente até a sétima, quando Priscila, por ter sido dispensada de seu emprego, não
conseguiu arcar com o valor das duas prestações restantes. Priscila entrou em contato com
Wagner, diretamente, explicando a situação e informando que iria tentar conseguir o valor
restante para quitar o débito, tendo Wagner mencionado que a mesma não se preocupasse e
que aguardaria o pagamento das parcelas, até o vencimento da última. Tal instrução foi
transmitida pelo vendedor à compradora por mensagem de texto. Apesar disso, cinco dias antes
do vencimento da nona parcela, quando Priscila conseguiu um empréstimo com um amigo para
quitar as parcelas, ela não conseguiu encontrar Wagner nos endereços onde comumente dava-
se a quitação das prestações, a residência ou o local de trabalho de Wagner, ambos na cidade
de São Paulo. Priscila soube, no mesmo dia em que não encontrou Wagner, que estava
impossibilitada de trabalhar em uma sociedade empresária, pois o credor incluíra seu nome no
Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em virtude da ausência de pagamento das últimas
parcelas. Esperando ver-se livre da restrição, quitando seu débito, Priscila efetuou o depósito de
R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do vencimento da última parcela, em uma agência bancária
de estabelecimento oficial na cidade de São Paulo. Cientificado do depósito, Wagner, no quinto
dia após a ciência, recusou-o, imotivadamente, mediante carta endereçada ao estabelecimento
bancário. Como advogado(a) de Priscila, redija a medida processual mais adequada para que a
compradora obtenha a quitação do seu débito e tenha, de imediato, retirado seu nome do
cadastro do SPC. (Valor: 5,00)

Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
Gabarito Comentado

Priscila deverá ajuizar uma ação de consignação em pagamento, conforme o Art. 539 e seguintes
do CPC.
A petição inicial deverá obedecer aos requisitos gerais do Art. 319 do CPC, sendo dirigida a uma
das Varas Cíveis da Comarca de São Paulo, de acordo com o Art. 540 do CPC, indicando, no
polo ativo, Priscila, e, no polo passivo, Wagner, com a qualificação completa de ambas as partes.
Deve ser arguida a tempestividade da presente ação, proposta dentro do prazo de um mês da
recusa de recebimento do valor depositado, conforme Art. 539, § 3º, do CPC.
O examinando deve mencionar que a inviabilidade do pagamento das duas parcelas decorreu
da impossibilidade de localização do réu, no mesmo modus operandi que foi utilizado para a
realização de todos os pagamentos desde o início.
Em seguida, deve o examinando ressaltar o prazo de favor obtido por Priscila, que efetuou o
pagamento integral das parcelas remanescentes na data acordada com Wagner.
Deve o examinando informar que a autora realizou o depósito bancário, em instituição oficial,
tendo o réu além de recusado o pagamento, inserido o nome da autora nos cadastros restritivos
de crédito, o que a impossibilitou de conseguir um novo emprego.
Deve ser requerida a antecipação dos efeitos da tutela para exclusão do nome de Priscila dos
cadastros restritivos de crédito, eis que o valor do débito já se encontra depositado, bem como a
negativação está impedindo que Priscila consiga um novo emprego, estando presentes o fumus
boni iuris e o periculum in mora.
Nos pedidos, deverá o examinando requerer a citação do réu para levantar o depósito ou
contestar, conforme Art. 542, inciso II, do CPC, e a confirmação da quitação do débito, uma vez
que o valor já se encontra depositado, com a consequente extinção da obrigação e a confirmação
da tutela antecipada.
Deve ser mencionada a juntada dos seguintes documentos: contrato de compra e venda,
documento do veículo, comprovante do depósito e manifestação por escrito da recusa de
recebimento do valor depositado assinada por Wagner.
O valor da causa será de R$ 4.000,00, considerando que faltam duas prestações de R$ 2.000,00
cada.
Por fim, o fechamento, com a indicação de local, data, assinatura e inscrição OAB.
Distribuição de Pontos

ITEM PONTUAÇÃO
Endereçamento
1. Vara Cível de São Paulo (0,10) 0,00/0,10
2. Nome e qualificação das partes: Priscila (autora) (0,10) e Wagner (réu) (0,10) 0,00/0,10/0,20
Tempestividade
3. A ação foi ajuizada dentro do prazo de um mês da recusa do levantamento do 0,00/0,20/0,30
depósito pelo réu (0,20), conforme o Art. 539, § 3º, do CPC (0,10)

Fundamentos de mérito
4. Cabimento da consignação em pagamento em razão da impossibilidade de 0,00/0,40/0,50/0,60
realizar o pagamento (0,40), de acordo com o Art. 539, caput, do CPC (0,10) E Art.
335, inciso I OU inciso III, do CC (0,10)
5. A caracterização do prazo de favor (0,40) 0,00/0,40
6. O depósito bancário do valor integral restante em instituição oficial (0,35), no 0,00/0,35/0,45/0,50/0,60
vencimento da última parcela (0,15), de acordo com o Art. 539, § 1º, do CPC OU
Art. 334 do CC (0,10).
7. A notificação do credor (0,20) e a recusa imotivada do réu em levantar o depósito 0,00/0,20/0,30/0,50
(0,30)
Fundamentos da tutela antecipada
8. Fumus boni iuris consistente na ilegalidade da inclusão do nome da autora em 0,00/0,30
cadastro restritivo de crédito (0,30)
9. Periculum in mora consistente na dificuldade de a autora conseguir emprego 0,00/0,30
(0,30)
Pedidos
10. Concessão da tutela antecipada para a exclusão do nome da autora dos 0,00/0,20
cadastros restritivos de crédito (0,20)
11. Citação do réu para levantar o depósito ou contestar a ação (0,20) 0,00/0,20
12. Confirmação da tutela concedida (0,20) 0,00/0,20
13. Extinção da obrigação (0,30), de acordo com o Art. 546 do CPC (0,10). 0,00/0,30/0,40
14. Condenação em custas (0,10) e honorários advocatícios (0,10) OU ônus da 0,00/0,10/0,20
sucumbência (0,20)
15. Indicação do Valor da Causa: R$ 4.000,00 (0,20) 0,00/0,20
16. Juntada dos documentos (0,10) e protesto pela produção de outras provas 0,00/0,10/0,20
(0,10)
Fechamento
17. Local, data, assinatura e OAB (0,10). 0,00/0,10
Estrutura da Peça | Ação de Consignação em Pagamento

DOUTO JUÍZO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO

PRISCILA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da Cédula de


Identidade número..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliada na Rua...,
número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador
constituído (procuração em anexo) OAB..., endereço eletrônico..., com escritório
profissional na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe
intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência com fundamento
legal nos artigos 335, I e III do Código Civil e 539 e seguintes do Código de Processo
Civil, ajuizar a presente
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, em face de
WAGNER, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da Cédula de
Identidade número..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua...,
número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelas razões de fato e de direito a
seguir expostas:
I – DA TEMPESTIVIDADE:
A presente ação é tempestiva, pois ajuizada dentro do prazo legal de 01 mês a
contar da recusa do recebimento do valor depositado, conforme o artigo 539, §3º do
Código de Processo Civil, haja vista ter a Autora devedora depositado a quantia de
R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do vencimento da última parcela em uma agência
bancária de estabelecimento oficial na Cidade de São Paulo, mas o Credor, ora Réu,
recusou de forma imotivada no quinto dia após a ciência.
II – DOS FATOS:
A Autora adquiriu do Réu um carro por R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais). Para
tanto, a Autora pagou um sinal no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), tendo sido o
restante dividido em nove parcelas sucessivas de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a cada
30 dias. Ocorre, que as parcelas foram pagas regularmente até a sétima, quando a
Autora em razão de ter sido dispensada de seu emprego, não conseguiu arcar com o
valor das duas prestações restantes.
Diante disso, a Autora entrou em contato com o Réu, explicando a situação e
informando que iria tentar conseguir o valor restante para quitar o débito. Por sua vez,
o Réu mencionou que a Autora não se preocupasse e que aguardaria o pagamento
das parcelas, até o vencimento da última. Tal instrução foi transmitida pelo vendedor,
ora Réu, à compradora Autora por mensagem de texto.
Ocorre que, cinco dias antes do vencimento da nona parcela, quando a Autora
conseguiu um empréstimo com um amigo para quitar as parcelas, ela não conseguiu
encontrar o Réu nos endereços onde comumente dava-se a quitação das prestações,
quais sejam, a residência ou o local de trabalho do Réu, ambos localizados na cidade
de São Paulo.
Além disso, a Autora soube, no mesmo dia em que não encontrou o Réu, que
estava impossibilitada de trabalhar em uma sociedade empresária, pois o credor, ora
Réu, teria incluído o nome da Autora no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em
virtude da ausência de pagamento das últimas parcelas.
Em razão dessa situação, objetando ver-se livre da restrição, através da quitação
do seu débito, a Autora efetuou o depósito de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do
vencimento da última parcela, em uma agência bancária de estabelecimento oficial na
cidade de São Paulo. Cientificado do depósito, o credor, ora Réu, recusou-o, no quinto
dia após a ciência, de forma imotivada, mediante carta endereçada ao
estabelecimento bancário.
Do exposto, não restou outra alternativa à Autora se não a de ingressar com a
presente ação de consignação em pagamento.
III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS:
1. DO CABIMENTO DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO:
A ação de consignação em pagamento, conforme preceitua o artigo 539, caput do
Código de Processo Civil, tem cabimento nos casos previstos em lei, em que o
devedor poderá requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia devida,
como no caso, o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), em que a Autora Priscila
pretende quitar o valor do carro adquirido com o Réu Wagner.
As situações que autorizam o pagamento em consignação estão disciplinadas no
artigo 335 do Código Civil. Considerando que a Autora não obteve êxito nas tentativas
de efetuar o pagamento nos endereços onde comumente dava-se a quitação das
prestações, a residência ou o local de trabalho de Wagner, os incisos I e III do referido
artigo autorizam o pagamento em consignação, pois desconhece a Autora se o réu
mudou-se para lugar incerto, conforme inciso III, ou está impossibilitado de receber o
pagamento ou recusando-se, conforme inciso I, do mesmo artigo.
Evidenciada a presença de razão que autoriza a consignação, conforme artigo 335
do Código Civil. Ademais, apesar de a Autora ter realizado o depósito da quantia
devida em agência bancária de estabelecimento oficial no local do pagamento, o
credor, ora Réu, recusou de forma imotivada, o que também é hipótese legal de
cabimento da ação de consignação em pagamento, na forma do inciso I do artigo 335
do Código Civil.
2. DA DILAÇÃO DO PRAZO PARA PAGAMENTO:
A Autora, ao perceber que não conseguiria pagar as duas últimas parcelas, em
razão de ter sido dispensada de seu emprego, entrou em contato com o Réu,
informando a situação. O réu, nessa oportunidade e através de mensagem de texto,
consensualmente, prorrogou a data de vencimento de ambas as parcelas para a data
do vencimento da última parcela. Essa dilação configura o chamado prazo de favor.
Dessa forma, ao efetuar o depósito de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do
vencimento da última parcela, a Autora efetuou o pagamento na data de vencimento
acordado entre as partes, não incorrendo em mora.
3. DO DEPÓSITO EXTRAJUDICIAL E NOTIFICAÇÃO DO CREDOR:
Verifica-se no caso, que a Autora realizou o depósito extrajudicial em
estabelecimento bancário oficial no local de pagamento, ou seja, tratando-se de
obrigação em dinheiro, depositou a quantia integral pendente de R$ 4.000,00 (quatro
mil reais) em agência bancária em estabelecimento oficial na cidade de São Paulo, na
data de vencimento da última parcela, consoante prevê o §1º do artigo 539 do Código
de Processo Civil, que estabelece essa hipótese de depósito extrajudicial, bem como
com previsão no artigo 334 do Código Civil. Isto é, tanto o artigo 539 do Código de
Processo Civil, quanto o artigo 334 do Código civil, preconizam que extingue a
obrigação o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da quantia devida,
como no caso, o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
Por sua vez, também conforme o artigo 539, §1º do Código de Processo Civil, o
Credor, ora Réu, foi cientificado por meio de carta com aviso de recebimento, e, ainda,
consoante disposição do aludido artigo assinado o prazo de 10 (dez) dias para a
manifestação de recusa.
No entanto, depois de cientificado do depósito, o Credor, ora Réu, no quinto dia
após a ciência, recusou de forma imotivada o depósito feito pela Autora, de forma
expressa, mediante carta endereçada ao estabelecimento bancário.
IV – DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA:
A postura do réu, ao registrar abusivamente o nome da autora nos Cadastros
Restritivos de Crédito deve, também, ser avaliada pelo magistrado. E com urgência.
Perceba-se que o valor do débito já se encontra devidamente depositado; com tal
depósito, a manutenção do nome da autora se torna abusiva. Nesse sentido, presente
a probabilidade do direito (ou fumus boni juris), na forma do art. 300 do Código de
Processo Civil. Na mesma linha, também demonstrado que a manutenção do nome
da autora no cadastro restritivo está lhe acarretando danos, consistentes na
dificuldade de conseguir emprego.
Ou seja, emerge aqui a urgência da decisão judicial, a fim de evitar sofra a autora
mais prejuízos (o periculum in mora) – também fundamentado no art. 300 do Código
de Processo Civil.
Presentes os requisitos do artigo 300 do Código de Processo Civil, impositiva
emerja decisão judicial no sentido de deferir a tutela provisória de urgência
antecipada, com a pretensão de excluir, retirar o nome da autora dos cadastros
restritivos de crédito, já que a inclusão é abusiva e está acarretando prejuízos.
V – DOS PEDIDOS:
Diante do exposto, requer a Autora:
a) O recebimento da presente ação de consignação em pagamento, pois tempestiva,
ajuizada dentro do prazo legal de 01 mês a contar da recusa do Réu do depósito
efetuado pela Autora em estabelecimento bancário oficial no local do pagamento;
b) A concessão da tutela provisória de urgência antecipada para o fim de determinar
o Réu a retirar o nome da Autora do cadastro de inadimplentes em razão do depósito
efetuado, com fundamento nos artigos 294 e 300 do Código de Processo Civil;
c) A citação do Réu para levantar a quantia depositada ou contestar a ação, na forma
do artigo 542, inciso II do Código de Processo Civil;
d) A total procedência da ação, declarando extinta a obrigação de R$ 4.000,00
(quatro mil reais), na forma do artigo 546 do Código de Processo Civil, e, a
confirmação da tutela provisória de urgência antecipada retirando de forma definitiva
o nome da Autora dos cadastros de restrição do crédito;
e) A condenação do Réu em custas e honorários de advogado, consoante artigos
82, 85 e 546, ambos do Código de Processo Civil;
f) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos;
g) A juntada do comprovante de depósito e da recusa do Credor mediante
correspondência enviada ao estabelecimento bancário oficial no local do pagamento,
tal qual previsão dos artigos 542, I e 539, §3º do Código de Processo Civil e a juntada
do comprovante do carro e contrato de compra e venda;
h) A juntada do comprovante de recolhimento das custas iniciais, na forma do artigo
82 do Código de Processo Civil.

Valor da causa: Atribui-se à causa o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

Termos em que,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
Peça 03 | Embargos de Terceiro

Enunciado

Paulo e Kátia se conheceram em 2010, quando trabalhavam para a sociedade empresária Voz,
e se tornaram amigos desde então. Na época, Paulo era casado com Beatriz e tinha um filho,
Glauco, de um ano; Kátia estava noiva de Fábio.
Passado certo tempo, Kátia terminou o noivado com Fábio e se aproximou ainda mais de Paulo,
que acabou se separando de sua esposa, Beatriz. Em 2015, Paulo e Kátia casaram-se no regime
da comunhão universal de bens e, em 2017, Paulo se desfez dos imóveis que possuía para
adquirir um novo imóvel para residirem.
Com a crise que se instalou no país, em 2018, Paulo ficou desempregado e começou a ter
dificuldades para pagar a pensão alimentícia de seu filho, Glauco, menor impúbere, tendo, por
fim, deixado de quitá-la. Em razão de tais fatos, Beatriz, ex-esposa de Paulo, ajuíza uma
demanda de execução de alimentos para garantir os direitos de seu filho.
Durante o trâmite da execução de alimentos, que tramita perante a 15ª Vara Cível da Cidade do
Rio de Janeiro, o imóvel adquirido por Kátia e Paulo é penhorado. Kátia fica muito apreensiva
com a situação, pois se trata do único imóvel do casal.
Na qualidade de advogado(a) de Kátia, elabore a defesa cabível voltada a impugnar a execução
que foi ajuizada. (Valor: 5,00)

Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal
não confere pontuação
Gabarito Comentado

Tendo em vista estar instaurado o processo executivo e que se busca impugnar a penhora do
imóvel, a medida cabível são os Embargos de Terceiro, regulamentados no Art. 674 e seguintes
do CPC/15.
A petição deve ser endereçada ao mesmo juízo competente para a execução (15ª Vara Cível da
Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro), conforme o Art. 61 do CPC/15, identificando
Kátia como embargante e Beatriz como embargada.
Deve ser declarada a tempestividade dos embargos, informando que os mesmos foram
interpostos antes da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação.
Os embargos devem pleitear a desconstituição da penhora, tendo em vista que Kátia e Paulo
estão casados no regime de comunhão universal de bens, ditado pelo Art. 1.667 do CC e
seguintes. Daí decorre o fato de que todos os bens presentes e futuros são comunicados entre
os cônjuges, tal qual o imóvel que Paulo adquiriu para residirem.
Ainda, deve ser frisado que a nova redação do Art. 3º, inciso III, da Lei nº 8.009/90 afirma que,
apesar de a dívida decorrente de pensão alimentícia ser exceção aos casos de
impenhorabilidade, devem ser resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que,
com o devedor, integre união estável ou conjugal.
Importante ressaltar que Katia é parte legítima para ajuizar a medida em razão da sua condição
de terceira, na forma do Art. 674, parágrafo 2º, I, do CPC e da Súmula 134 do STJ.
Deve ser pleiteada a ineficácia da penhora em relação à meação, em razão da prova da
propriedade e da posse, bem como da qualidade de terceiro, por Kátia, na forma do Art. 678 do
CPC.
Deve ser requerida a juntada do comprovante de recolhimento de custas ou pedido de gratuidade
de justiça, bem como a juntada da prova sumária da posse ou do domínio, e da qualidade de
terceira, nos termos do Art. 677 do CPC.
Deve ser atribuído valor à causa.
Por fim, o fechamento, com a indicação de local, data, assinatura e inscrição OAB
Distribuição de Pontos

ITEM PONTUAÇÃO
Endereçamento
15ª Vara Cível do Rio de Janeiro (0,10). 0,00/0,10
Distribuição por dependência (0,10). 0,00/0,10
Nome e qualificação das partes: Katia (embargante) (0,10) e Beatriz (embargada) 0,00/0,10/0,20
OU Glauco, representado por Beatriz (embargado) (0,10).
Tempestividade
Indicar que a ação foi proposta antes da adjudicação, da alienação por iniciativa 0,00/0,30/0,40
particular ou da arrematação (0,30), nos termos do Art. 675 do CPC (0,10)
Fundamentos
I. Legitimidade para interpor os embargos por se tratar de terceira (0,50), na forma 0,00/0,50/0,60
do Art. 674, parágrafo 2º, I, do CPC OU da Súmula 134 do STJ (0,10).
II. Demonstrar que a embargante é meeira do imóvel objeto da execução (0,50), 0,00/0,50/0,60/0,70/0,80
em razão do regime de comunhão universal de bens (0,20), conforme o Art. 1.667
do CC (0,10).
III. Caracterização do imóvel como bem de família (0,50), nos termos do Art. 1º da 0,00/0,50/0,60
Lei n º 8.009/90 (0,10).
IV. Os direitos do cônjuge devem ser resguardados quando da penhora do imóvel 0,00/0,70/0,80
(0,70), de acordo com o Art. 3º, inciso III, da Lei nº 8.009/90 (0,10).
Pedidos
Demonstração do recolhimento de custas OU indicação de dispensa legal do seu 0,00/0,10
recolhimento OU pedido de gratuidade de Justiça (0,10).
Juntada da prova sumária da posse ou do domínio e da qualidade de terceira OU 0,00/0,30
Juntada de documentos, nos termos do Art. 677 do CPC (0,30)
Produção de todos os meios de prova cabíveis (0,10) 0,00/0,10
Procedência dos embargos de terceiro para, em relação à meação da embargante, 0,00/0,50
declarar a ineficácia da penhora OU para desconstituir a penhora OU para
resguardar os direitos da embargante enquanto cônjuge (0,50)
Condenação em custas (0,10) e honorários advocatícios (0,10) OU condenação 0,00/0,10/0,20
nos ônus da sucumbência (0,20)
Indicação do Valor da Causa (0,10). 0,00/0,10
Fechamento
Local, data, assinatura e OAB (0,10). 0,00/0,10
Estrutura da Peça | Embargos de Terceiro

DOUTO JUÍZO DA 15ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE RIO DE JANEIRO

Distribuição por dependência ao processo de execução número...

KÁTIA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da Cédula de


Identidade..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliada na Rua...,
número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador
constituído (procuração em anexo) OAB..., endereço eletrônico..., com endereço
profissional na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe
intimações, vem, respeitosamente, com fundamento legal no artigo 674, §2º, inciso I
do Código de Processo Civil ajuizar a presente ação, pelo procedimento especial, de
EMBARGOS DE TERCEIRO
Em face de GLAUCO, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., Cédula de
Identidade..., CPF..., menor impúbere..., neste ato representado por sua genitora
BEATRIZ, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da Cédula de
Identidade..., CPF..., endereço eletrônico..., ambos residentes e domiciliados na
Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelas razões de fato e de
direito a seguir expostas:

I – DA TEMPESTIVIDADE:

Os presentes embargos de terceiro são tempestivos, eis que a referida ação foi
proposta antes da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da
arrematação, pois em se tratando de processo de execução de alimentos, conforme
o artigo 675 do Código de Processo Civil, os embargos podem ser opostos até 5
(cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da
arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.

II – DOS FATOS:
A Embargante Kátia conheceu Paulo em 2010, quando trabalhavam para
a sociedade empresária Voz, tornando-se amigos desde então. Na referida época,
Paulo era casado com Beatriz e tinha um filho, Glauco, de um ano, sendo que a
Embargante estava noiva de Fábio.
Ocorre que, passado certo tempo, a Embargante terminou o noivado com Fábio,
tendo se aproximado mais de Paulo, que, por sua vez, acabou se separando de sua
esposa, Beatriz.
A Embargante e Paulo se casaram em 2015 pelo regime da comunhão universal
de bens e, em 2017, Paulo se desfez dos imóveis que possuía para adquirir um novo
imóvel para residirem.
Em 2018 com a crise que se instalou no país, Paulo genitor do Embargado ficou
desempregado e começou a ter dificuldades para pagar a pensão alimentícia, tendo,
por fim, deixado de quitá-la. Diante disso, foi ajuizada ação de execução de alimentos
pela genitora Beatriz, com o fim de garantir os direitos de seu filho.
Porém, durante o trâmite da execução de alimentos, que tramita perante a 15ª Vara
Cível da Cidade do Rio de Janeiro, é penhorado justamente o imóvel adquirido pela
Embargante Kátia e Paulo, o qual constitui o único imóvel do casal.

III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS:


a) Da legitimidade da Embargante: A embargante Kátia possui legitimidade para
ajuizar embargos de terceiro, por tratar-se de terceira, sendo na forma do artigo 674,
§2º, inciso I do Código de Processo Civil, pois conforme o referido artigo considera-se
terceiro, para ajuizamento dos embargos, o cônjuge ou companheiro, quando defende
a posse de bens próprios ou de sua meação, sendo que no caso a Embargante
defende sua meação do imóvel adquirido com Paulo.
Da mesma forma, a legitimidade da Embargante encontra respaldo na Súmula 134
do STJ, que refere que o cônjuge do Executado, no caso a Embargante, embora
intimada da penhora em imóvel do casal, pode opor os embargos de terceiro para
defesa de sua meação.
b) A embargante é meeira do imóvel objeto de execução: Deve haver a
desconstituição da penhora, pois a Embargante possui meação do imóvel penhorado
na execução de alimentos movida em face do executado Paulo. Isso porque, conforme
narrado, a Embargante e o executado casaram-se pelo regime de comunhão universal
de bens em 2015, sendo que em 2017 o Executado Paulo se desfez dos bens que
possuíam para adquirirem um novo imóvel onde residem.
Dessa forma, considerando o regime de bens de Comunhão universal de bens
e a previsão do artigo 1.667 do Código Civil, tal regime importa a comunicação de
todos os bens presentes e futuros dos cônjuges, o que inclui o bem imóvel adquirido,
logo sendo a Embargante meeira do imóvel objeto da execução.

c) Da impenhorabilidade do bem de família:


Além disso, é de se considerar que o imóvel objeto da execução deve ser
considerado impenhorável, por ser bem de família, com base no artigo 1º da Lei
8009/90, pois o imóvel objeto da execução é imóvel residencial. Assim sendo, o imóvel
residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável não respondendo
por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza,
contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele
residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Por fim, com base no artigo 3º, inciso III da Lei 8.009/90, os direitos da
Embargante, ou seja, cônjuge do executado Paulo devem ser resguardados sobre o
bem.

IV – DOS PEDIDOS:
Diante do exposto, requer a Embargante:
a) O recebimento dos presentes embargos de terceiro, pelo procedimento especial;
b) A juntada da prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de
terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas, na forma do artigo 677 do
Código de Processo Civil;
c) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos;
d) A total procedência dos presentes embargos de terceiro para o fim de em relação
à meação da embargante, para desconstituir a penhora OU para resguardar os
direitos da embargante enquanto cônjuge;
e) A concessão do benefício da gratuidade da justiça nos termos dos artigos 98 e
99 do Código de Processo Civil;
f) A condenação do Embargado em custas e honorários de advogado;

Valor da causa: atribui-se à causa o valor de R$ ...

Termos em que,
Pede deferimento.

Local..., data...
Advogado...
OAB...
Peça 04 | Ação de Reintegração de Posse

Enunciado

Aline é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de São Paulo, residindo no imóvel
há cerca de 5 anos, em terreno constituído pela acessão e por um pequeno pomar. Pouco antes
de iniciar obras no imóvel, Aline precisou fazer uma viagem de emergência para o interior de
Minas Gerais, a fim de auxiliar sua mãe que se encontrava gravemente doente, com previsão de
retornar dois meses depois a São Paulo. Aline comentou a viagem com vários vizinhos, dentre
os quais, João Paulo, Nice, Marcos e Alexandre, pedindo que “olhassem” o imóvel no período.
Ao retornar da viagem, Aline encontrou o imóvel ocupado por João Paulo e Nice, que nele
ingressaram para fixar moradia, acreditando que Aline não retornaria a São Paulo. No período,
João Paulo e Nice danificaram o telhado da casa ao instalar uma antena “pirata” de televisão a
cabo, o que, devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade, provocou graves infiltrações no
imóvel, gerando um dano estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais). Além disso, os ocupantes
vêm colhendo e vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar, causando um prejuízo
estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) até a data em que Aline, 15 dias após tomar
ciência do ocorrido, procura você, como advogado.
Na qualidade de advogado(a) de Aline, elabore a peça processual cabível voltada a permitir a
retomada do imóvel e a composição dos danos sofridos no bem. (Valor: 5,00)

Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
Gabarito Comentado

A peça processual cabível na espécie é uma Petição Inicial. Considerando que ocorreu esbulho
possessório, na forma do Art. 1.210 do CC, deve ser proposta Ação de Reintegração de Posse.
Como o esbulho ocorreu há menos de ano e dia da propositura da demanda (Art. 558 do CPC),
pois Aline tomou conhecimento do esbulho dentro deste prazo, deve ser requerida a adoção do
procedimento previsto no Art. 560 e seguintes do CPC.
A peça deve ser endereçada a um dos juízos cíveis da Comarca de São Paulo, considerando a
competência absoluta do foro de situação do imóvel para a ação possessória imobiliária (Art. 47,
§ 2º, do CPC).
No mérito, deve ser afirmada a existência de esbulho possessório, bem como a caracterização
da posse de João Paulo e Nice como posse de má-fé, nos termos do Art. 1.201 do CC,
considerando sua clandestinidade. Também deve ser demonstrada a extensão dos danos
sofridos no imóvel.
Deve ser formulado requerimento de concessão de liminar em ação possessória, na forma do
Art. 562 do CPC, eis que preenchidos os requisitos do Art. 561 do CPC.
Deve ser requerida, além da reintegração de posse, a condenação dos réus ao pagamento de
indenização por perdas e danos e pelos frutos colhidos, na forma do Art. 1.216 e do Art. 1.218,
ambos do CC, considerando a caracterização da posse como posse de má-fé. Tal cumulação
objetiva é possível com fulcro no Art. 555, caput, incisos I e II, do CPC/15.
Quanto às provas, deve ser requerida a produção de prova testemunhal, a fim de demonstrar a
clandestinidade da posse. Da mesma forma, deve ser requerida a produção de prova pericial,
para comprovação da ocorrência dos danos sofridos no imóvel, e em razão da coleta e alienação
dos frutos naturais do imóvel.
O valor da causa deve corresponder a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), nos termos do Art.
292, inciso VI, do CPC.
Por fim, o fechamento, com a indicação de local, data, assinatura e inscrição OAB.
Distribuição de Pontos

ITEM PONTUAÇÃO
Endereçamento
1. A petição deve ser endereçada a um dos juízos cíveis da Comarca de São Paulo 0,00/0,10
(0,10).
Nome e qualificação das partes: autora Aline (0,10); réus João Paulo e Nice (0,10) 0,00/0,10/0,20
Cabimento da ação possessória
2. Indicar que é uma ação de reintegração de posse (0,30), com base no Art. 560 0,00/0,30/0,40
do CPC OU no Art. 1210 do CC (0,10).
3. Adoção do procedimento especial para a tutela da posse, pois o esbulho ocorreu 0,00/0,30/0,40
há menos de ano e dia (0,30), segundo o artigo 558 do CPC (0,10),
Fundamentação Jurídica/Legal
4. Afirmação de esbulho possessório OU perda da posse OU que Aline era 0,00/0,40/0,50
possuidora do bem anteriormente (0,40), cumprindo-se o disposto no Art. 561 do
CPC (0,10).
5. Direito à reintegração na posse (0,20) em razão da posse de má-fé dos réus 0,00/0,20/0,40/0,50/
(0,40), nos termos do Art. 1201 do CC (0,10) OU injusta (0,40), nos termos do Art. 0,60/0,70
1200 do CC (0,10).
6. Direito à indenização pela ocorrência dos danos ao imóvel e sua indicação 0,00/0,30/0,40
(0,30), na forma do Art. 1218 do CC (0,10)
7. Direito à indenização pela perda dos frutos (0,30), por força do Art. 1216 do CC 0,00/0,30/0,40
(0,10).
8. Direito à reintegração provisória liminar na posse (0,40), com base no Art. 562 0,00/0,40/0,50
do CPC (0,10).
Formular corretamente os pedidos:
9. Pedido de concessão de liminar em ação possessória, determinando a 0,00/0,30
reintegração provisória de Aline na posse do imóvel (0,30).
10. Pedido de produção de prova testemunhal (0,10). 0,00/0,10
11. Pedido de produção de prova pericial (0,10). 0,00/0,10
12. Pedido de reintegração definitiva na posse do imóvel (0,30). 0,00/0,30
13. Pedido de condenação dos réus ao pagamento de indenização de R$ 6.000,00 0,00/0,20
em razão dos danos materiais ocasionados ao telhado do imóvel (0,20).
14. Pedido de condenação dos réus ao pagamento de indenização de 0,00/0,20
R$19.000,00, pelos frutos colhidos e percebidos (0,20).
15. Dar à causa o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) (0,10). 0,00/0,10
Fechamento
16. Local, data, assinatura e OAB (0,10) 0,00/0,10
Estrutura da Peça | Ação de Reintegração de Posse

DOUTO JUÍZO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO

ALINE..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da cédula de


identidade número..., inscrita no CPF número..., com endereço eletrônico..., residente
e domiciliada na Rua..., número..., Bairro..., Cidade de São Paulo, Estado..., CEP...,
por intermédio de seu procurador constituído (procuração em anexo), OAB...,
endereço eletrônico..., com endereço profissional na Rua..., número..., Bairro....,
Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe intimações, vem à presença de Vossa
Excelência, com fundamento no artigo 560 do Código de Processo Civil e art. 1.210
do Código Civil, propor pelo procedimento especial, a presente
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO LIMINAR, em face de
JOÃO PAULO..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da cédula de
identidade número..., inscrito no CPF número.., com endereço eletrônico..., residente
e domiciliado na Rua..., número..., Bairro..., Cidade de São Paulo, Estado..., CEP...,
e NICE, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da cédula de identidade
número..., inscrita no CPF número..., com endereço eletrônico..., residente e
domiciliada na Rua..., número..., Bairro..., Cidade de São Paulo, Estado..., CEP...,
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

I - DOS FATOS:
A autora é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de São Paulo,
local onde reside há cerca de 05 anos em um terreno constituído por acessão e por
um pequeno pomar. Pouco antes de iniciar obras no imóvel, a Autora precisou fazer
uma viagem de emergência com previsão de duração de dois meses para o interior
de Minas Gerais, a fim de auxiliar sua mãe que se encontrava gravemente doente.
A viagem foi comunicada a vários vizinhos da Autora, dentre os quais os Réus e,
também, Marcos e Alexandre, solicitando que olhassem o imóvel durante o período
da viagem. Contudo, ao retornar de viagem, a Autora encontrou o imóvel ocupado
pelos Réus João Paulo e Nice, que nele ingressaram para fixar moradia acreditando
que a Autora não retornaria a São Paulo.
Ocorre, Excelência, que a permanência dos Réus na residência da Autora
causaram prejuízos no montante de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), advindos
do fato de os Réus terem danificado o telhado da casa da Autora ao instalarem uma
antena pirata de televisão, o que, devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade,
provocou graves infiltrações no imóvel, gerando um dano no valor de R$ 6.000,00
(seis mil reais) e, ainda, os Réus vêm colhendo e vendendo boa parte da produção de
laranjas do pomar, causando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil
reais).
Diante de tudo o que foi exposto, a Autora deve ser reintegrada na posse do imóvel
e indenizada pelos prejuízos sofridos, conforme exposto a seguir.
III - DO CABIMENTO DA AÇÃO POSSESSÓRIA
A ação de reintegração de posse é cabível quando ocorrido o esbulho possessório,
neste caso, evidenciado pela perda da posse do imóvel da Autora diante da ocupação
de seus vizinhos enquanto a Autora realizava uma viagem de emergência para auxiliar
sua mãe que padece de uma doença grave.
O artigo 1.210 do Código Civil prevê que o possuidor tem direito de ser restituído
em posse em caso de esbulho e, por sua vez, o artigo 560 do Código de Processo
Civil prevê que o possuidor tem direito de ser reintegrado na posse em caso de
esbulho. Portanto, adequada a propositura da presente demanda.
IV - DA ADOÇÃO DO PROCEDIMENTO ESPECIAL
Conforme se verifica dos fatos, a perda da posse ocorreu há no máximo 2 meses,
período em que a Autora esteve em viagem, tendo o esbulho ocorrido nesse prazo,
estando caracterizada, desta forma, a ação por força nova.
Assim sendo, tendo em vista que a presente demanda foi proposta dentro de ano
e dia da data do esbulho, pois Aline tomou conhecimento do esbulho dentro deste
prazo, requer a adoção do procedimento especial previsto nos artigos 560 e seguintes
do Código de Processo Civil, consoante previsão do art. 558 do Código de Processo
Civil.
V - FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
a) COMPROVAÇÃO DA POSSE E DO ESBULHO POSSESSÓRIO
Conforme narrado anteriormente, a Autora é proprietária de um imóvel onde
reside há cerca de cinco anos. Devido ao estado de saúde de sua genitora, precisou
realizar uma viagem de emergência com duração prevista de dois meses para o
estado de Minas Gerais, comunicando o fato aos seus vizinhos e requerendo,
inclusive, que esses olhassem o imóvel durante o período da viagem.
Contudo, ao retornar de sua viagem, a Autora deparou-se com seu imóvel ocupado
pelos vizinhos João Paulo e Nice, ora Réus, que acreditando que a Autora não
retornaria de sua viagem, resolveram ocupar indevidamente o imóvel com intuito de
fixar moradia.
Destaca-se que a ocupação do imóvel pelos Réus foi totalmente de má-fé visto que
tinham ciência da viagem emergencial da Autora e da data de seu retorno, de modo
que ocuparam o imóvel de forma injusta, caracterizado pela clandestinidade, na forma
dos artigos 1.200 e 1.201 do Código Civil. A Clandestinidade justamente ocorreu pelo
fato dos Réus ingressarem de forma escondida no imóvel, sem autorização da Autora.
Assim, resta demonstrado os requisitos previstos no artigo 561 do Código de
Processo Civil, quais sejam: a posse da autora; o esbulho praticado pelo réu; a data
do esbulho; perda da posse da autora.
b) DO DIREITO À REINTEGRAÇÃO DA POSSE:
Deste modo, comprovado a posse anterior da Autora bem como o esbulho
possessório, requer a reintegração da autora na posse do imóvel.
Isso, porque, o artigo 1.210 do Código Civil estabelece que é direito do possuidor
a reintegração da posse quando houver esbulho caracterizado pela posse injusta ou
de má-fé como se deu no caso dos Réus, consoante previsto nos artigos 1.200 e 1.201
do Código Civil, uma vez que obtida mediante clandestinidade.
c) DO DIREITO A INDENIZAÇÃO PELOS DANOS AO IMÓVEL:
Além de ser reintegrada, a Autora faz jus à indenização pelos danos que os Réus
causaram no imóvel. Isso, porque, no período em que os Réus permaneceram
no imóvel fizeram a instalação de uma antena “pirata” de televisão a cabo, o que,
devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade, provocou infiltrações no imóvel,
gerando um dano à Autora no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais).
Tendo em vista a posse de má-fé dos ocupantes, esses devem responder pela
deterioração do imóvel, ainda que acidentais, na forma do artigo 1.218 do Código Civil.
d) DO DIREITO À INDENIZAÇÃO PELA PERDA DOS FRUTOS:
A Autora faz jus também à indenização pela perda dos frutos. Ou seja, os Réus vêm
colhendo e vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar, causando um
prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove) mil reais.
Assim sendo, conforme preconiza o artigo 1.216 do Código Civil, a Autora faz jus à
indenização pelos frutos colhidos pelos Réus, visto que o possuidor de má-fé
responde por todos os frutos colhidos e percebidos.
Diante disso, requer a condenação dos demandados ao pagamento do total de
R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais) a título de indenização pelos danos causados.
Verifica-se que a cumulação da reintegração de posse com indenização pelos danos
e pelos frutos é cumulativa, consoante previsão do artigo 555, incisos I e II do Código
de Processo Civil.
VI - DA LIMINAR DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE
Com a comprovação da posse anterior da Autora e do esbulho possessório sem
oitiva dos Réus a fim de possibilitar que a Autora seja reintegrada na posse do imóvel,
na forma do art. 562 do Código de Processo Civil, eis que o esbulho se deu menos de
ano e dia da propositura da presente ação.
VII - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer a Autora:
a) O recebimento da presente ação de reintegração de posse pelo procedimento
especial;
b) A concessão de liminar em ação possessória, na forma do artigo 562 do CPC,
determinando a reintegração provisória da autora na posse do imóvel, eis que o
esbulho se deu menos de ano e dia;
c) A total procedência da ação, com a reintegração definitiva da Autora na posse do
imóvel, confirmando-se a liminar concedida, na forma do artigo 562 do CPC;
d) A total procedência da ação para condenar ainda os Réus ao pagamento de
indenização no valor de R$ 6.000,00 em razão dos danos materiais cumulado com a
condenação na indenização no valor de R$ 19.000,00 pelos frutos colhidos e
percebidos (ambos na forma do art. 555, I e II do CPC);
e) A produção de todos os meios de prova em direito admitidas, em especial a prova
testemunhal e pericial, na forma do art. 319, VI, do CPC;
e) Requer a concessão do benefício da justiça gratuita a autora, na forma do art. 98 e
99 do Código de Processo Civil;
f) Condenação dos Requeridos nas custas processuais e honorários advocatícios,
consoante previsão do art. 85 do Código de Processo Civil.

Valor da causa: R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Local..., Data...
Advogado...
OAB...
Peça 05 | Recurso Especial

Enunciado

Em uma determinada ação indenizatória que tramita na capital do Rio de Janeiro, o promitente
comprador de um imóvel, Serafim, pleiteia da promitente vendedora, Incorporadora X, sua
condenação ao pagamento de quantias indenizatórias a título de (i) lucros cessantes em razão
da demora exacerbada na entrega da unidade imobiliária e (ii) danos morais. Todas as provas
pertinentes e relevantes dos fatos constitutivos do direito do autor foram carreadas nos autos.
Na contestação, a ré suscitou preliminar de ilegitimidade passiva, apontando como devedora de
eventual indenização a sociedade Construtora Y contratada para a execução da obra. Alegou,
no mérito, o descabimento de danos morais por mero inadimplemento contratual e, ainda, aduziu
que a situação casuística não demonstrou a ocorrência dos lucros cessantes alegados pelo
autor.
O juízo de primeira instância, transcorridos regularmente os atos processuais sob o rito comum,
acolheu a preliminar de ilegitimidade passiva.
Da sentença proferida já à luz da vigência do CPC/15, o autor interpôs recurso de apelação, mas
o acórdão no Tribunal de Justiça correspondente manteve integralmente a decisão pelos seus
próprios fundamentos, sem motivar específica e casuisticamente a decisão.
O autor, diante disso, opôs embargos de declaração por entender que havia omissão no Acórdão,
para préquestionar a violação de norma federal aplicável ao caso em tela. No julgamento dos
embargos declaratórios, embora tenha enfrentado os dispositivos legais aplicáveis à espécie, o
Tribunal negou provimento ao recurso e também aplicou a multa prevista na lei para a hipótese
de embargos meramente protelatórios.
Na qualidade de advogado(a) de Serafim, indique o meio processual adequado para a tutela
integral do seu direito em face do acórdão do Tribunal, elaborando a peça processual cabível no
caso, excluindo-se a hipótese de novos embargos de declaração, indicando os seus requisitos e
fundamentos nos termos da legislação vigente. (Valor: 5,00)

Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
Gabarito Comentado

A medida cabível para Serafim, em seu processo, é a interposição do Recurso Especial para o
STJ, cujas razões recursais devem rechaçar a ilegitimidade passiva da incorporadora imobiliária,
visto que é ela responsável solidária pelos danos ocasionados, na forma do Art. 25, § 1º, do
Código de Defesa do Consumidor, do Art. 942 do Código Civil ou do Art. 30 da Lei nº 4.591/64.
Além disso, o examinando deve abordar a prática do ilícito contratual e os danos sofridos. Ao
final, o pedido recursal deve ser no sentido de obter a anulação do acórdão em razão da falta de
fundamentação específica e, caso o STJ entenda que a invalidação será excessivamente
prejudicial ao recorrente, deve ser pedida reforma integral do julgado, com base no Art. 282, §
2º, do CPC.
Em relação à multa aplicada em razão do entendimento do Tribunal (embargos protelatórios),
esta também deve ser rechaçada pelo examinando, por se tratar de recurso com finalidade de
pré-questionamento, o que resulta na inaplicabilidade do Art. 1026, § 2º, do CPC/15 e na violação
ao enunciado de Súmula de Jurisprudência predominante do STJ (Súmula 98)
Distribuição de Pontos

ITEM PONTUAÇÃO
Endereçamento
O recurso deverá ser interposto perante o presidente ou o vice-presidente do 0,00/0,10
tribunal recorrido (Rio de Janeiro) (0,10).
Indicação do recorrente (0,10) e do recorrido (0,10). 0,00/0,10/0,20
Interposição no prazo de 15 dias (0,10), na forma do Art. 1003, § 5º, do CPC/15 0,00/0,10/0,20
(0,10).
Preparo ou gratuidade de Justiça (0,10). 0,00/0,10
Cabimento
1. Decisão advinda de Tribunal (0,20) e decisão proferida em última instância (0,20) 0,00/0,20/0,40
2. Requisito específico de violação à Lei Federal (0,40) 0,00/0,40
3. Fundamento legal: Art. 105, inciso III, alínea a, da CRFB/88 OU art. 1029 do 0,00/0,10
CPC/15 (0,10).
Obs.: A pontuação do fundamento legal somente será considerada se mencionado
qualquer dos itens acima que tratam do cabimento.
Fundamentação
Prequestionamento realizado pela via dos Embargos de Declaração (0,50), nos 0,00/0,50/0,60
termos do Art. 1.025 do CPC/15 (0,10).
Ausência de fundamentação específica do acórdão recorrido (0,20), violando o 0,00/0,20/0,30
disposto no art. 489, §1º, do CPC/15 (0,10).
Legitimidade passiva da Incorporadora porque não observada a responsabilidade 0,00/0,60
solidária prevista (0,60).
Indicação de violação do disposto no Art. 7, parágrafo único, OU Art. 25, § 1º, do 0,00/0,10
CDC OU Art. 942 do CC OU do Art. 30 da Lei nº 4.591/64 (0,10)
Obs.: A pontuação do fundamento legal somente será considerada se mencionado
o item anterior que trata da fundamentação.
Alegação da prática do ilícito contratual (0,20) 0,00/0,20
Identificação dos danos sofridos: lucros cessantes (0,20) e dano moral (0,20) 0,00/0,20/0,40
Aplicação de multa indevida nos Embargos declaratórios por se tratar de recurso 0,00/0,50/0,60
com finalidade de prequestionamento (0,50), o que resulta na inaplicabilidade do
Art. 1026, § 2º, do CPC/15 (0,10).
Pedidos
1. de admissão do recurso (0,10). 0,00/0,10
2. de provimento para anular o acórdão do Tribunal local (0,20). 0,00/0,20
3. eventual, para a reforma integral da decisão recorrida (0,10). 0,00/0,10
4. eventual, provimento parcial para afastar a aplicação da multa (0,20). 0,00/0,20
Fechamento
Local, data, assinatura e OAB (0,10). 0,00/0,10
Estrutura da Peça | Recurso Especial

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO


EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RIO DE JANEIRO

Processo número...

SERAFIM, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da Cédula de


Identidade número..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua...,
número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador
constituído (procuração em anexo) OAB..., endereço eletrônico..., com endereço
profissional na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe
intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento
nos artigos 105, III, alínea a da Constituição Federal de 1988 e 1.029 do Código de
Processo Civil de 2015, interpor o presente
RECURSO ESPECIAL
Em razão do acórdão proferido pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Rio
de Janeiro no recurso de apelação interposto em face de INCORPORADORA X,
pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o número..., com endereço na
Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelas razões que seguem em
anexo.
Requer a intimação da parte contrária para oferecer contrarrazões no prazo de
15 dias, conforme previsão dos artigos 1.003, §5º e 1.030, ambos do Código de
Processo Civil.
Requer, também, que o presente recurso seja admitido, remetendo os autos ao
Colendo Superior Tribunal de Justiça.
Por fim, requer a juntada do comprovante de recolhimento do preparo recursal,
inclusive porte de remessa e de retorno, na forma do artigo 1.007 do CPC.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local..., Data...
Advogado... OAB...
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL
Processo número...
Recorrente: SERAFIM
Recorrido: INCORPORADORA X
Origem: Tribunal de Justiça do Estado de Rio de Janeiro
Egrégio Tribunal, Colenda Turma, Nobre julgadores.
I - DO CABIMENTO:
O presente recurso tem cabimento, eis que ataca decisão proferida no recurso de
Apelação que possui natureza de acórdão, conforme previsão do artigo 204 do Código
de Processo Civil, decisão esta advinda de Tribunal de Justiça, qual seja, o Tribunal
de Justiça do Estado de Rio de Janeiro. Sendo assim, a referida decisão foi proferida
em última instancia, esgotando-se a possibilidade de se interpor qualquer outro
recurso, conforme previsão do artigo 105, III da Constituição Federal.
Ademais, tal decisão emanada no recurso de Apelação interposto pelo Recorrente
veio violar norma federal, o que enseja a propositura de recurso especial, consoante
determina a alínea a do artigo 105, III da Constituição Federal, encontrando este
recurso especial previsão também no artigo 1.029 do CPC.
II – DA TEMPESTIVIDADE:
O presente recurso é tempestivo, eis que interposto dentro do prazo legal de 15
dias, conforme determina o artigo 1.003, §5º do CPC, cujo termo inicial é a intimação
do advogado da decisão, na forma do 1.003, caput do CPC, computando-se somente
os dias úteis, nos termos do artigo 219 do CPC, excluindo o dia do início e incluindo o
dia do vencimento, tal qual preconiza o artigo 224, também do CPC.
III – DO PRÉQUESTIONAMENTO:
Houve no Tribunal recorrido o pré-questionamento via Embargos de Declaração,
conforme prevê o artigo 1.025 do CPC, ou seja, a lei federal violada foi objeto de
apreciação pela decisão ora recorrida, tendo sido enfrentados os dispositivos legais
aplicáveis.
IV – DA SÍNTESE DA DEMANDA:
O Recorrente, promitente comprador de um imóvel, ajuizou ação indenizatória que
tramitou na capital do Rio de Janeiro, em face da promitente vendedora, Incorporadora
X, postulando sua condenação ao pagamento de quantias indenizatórias a título de
lucros cessantes em razão da demora exacerbada na entrega da unidade imobiliária,
bem como danos morais, sendo que todas as provas pertinentes e relevantes dos fatos
constitutivos do direito do autor foram trazidas aos autos.
No entanto, em sede de contestação, a Recorrida suscitou preliminar de ilegitimidade
passiva, apontando como devedora de eventual indenização a sociedade Construtora
Y contratada para a execução da obra, o que restou acolhido pelo juízo de primeira
instância.
Em razão da referida sentença que acolheu a ilegitimidade da Recorrida, o
Recorrente interpôs recurso de apelação, mas o acórdão no Tribunal de Justiça
manteve integralmente a decisão pelos seus próprios fundamentos, sem motivar a
decisão. Em razão dessa omissão no acórdão, o Recorrente opôs embargos de
declaração para préquestionar a violação de norma federal aplicável ao caso em tela.
Porém, no julgamento dos embargos declaratórios, embora tenha enfrentado os
dispositivos legais aplicáveis à espécie, o Tribunal recorrido negou provimento ao
recurso e também aplicou a multa prevista na lei para a hipótese de embargos
meramente protelatórios. Diante disso, não restou outra alternativa ao Recorrente,
senão a de interpor o presente Recurso Especial.
V- DA VIOLAÇÃO À LEI FEDERAL:
Verifica-se no caso violação à lei federal, quais sejam, o disposto no artigo 7º,
parágrafo único, ou artigo 25, § 1º, do Código de Defesa do Consumidor e ainda o Art.
942 do Código Civil e artigo 30 da Lei nº 4.591/64 o que enseja, assim, a interposição
do presente recurso, conforme previsão do artigo 105, III, alínea a da Constituição
Federal.

VI – DAS RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL:


O presente recurso se justifica, primeiro, porque houve o devido prequestionamento
da lei federal violada através dos embargos de declaração, conforme previsão do artigo
1.025 do CPC.
Ademais, tal acórdão exarado pelo Tribunal do Estado de Rio de Janeiro não restou
fundamentado de forma específica, ocorrendo, dessa forma, violação ao artigo 489,
§1º do CPC, devendo, inclusive, ser declarada nula tal decisão, em razão da ausência
de fundamentação.
Além disso, a decisão de primeiro grau, confirmada pelo Tribunal Recorrido,
encontra-se equivocada ao reconhecer a ilegitimidade da Recorrida Incorporadora
X. A recorrida, na condição de promitente vendedora, responde pelos danos
decorrentes do inadimplemento contratual e não pode eximir-se desta
responsabilidade alegando que quem deu causa ao atraso foi empresa por ela
contratada.
A promitente vendedora responde solidariamente por atos de seus prepostos e
representantes, nos termos do art. 942 do Código Civil, pois a ofensa, no caso, tem
mais de um autor. Observe-se, ainda, que a relação entre incorporadora
(fornecedora) e consumidor (destinatário final) é de consumo e a qual deve ser
aplicado o Código de Defesa do Consumidor. Segundo o artigo 7º, parágrafo único,
do CDC, todos os envolvidos na causação do dano respondem solidariamente por
ele.
A demora exacerbada na entrega da unidade imobiliária deu causa à pretensão
indenizatória, devendo a recorrida compor os prejuízos advindos do ilícito contratual,
que decorre da falta de adimplemento ou da mora no cumprimento da obrigação.
Conforme articulado e devidamente provado (todas as provas foram carreadas aos
autos) o recorrente sofreu danos materiais (lucros cessantes) e danos morais em
decorrência da mora no cumprimento da obrigação. Uma vez evidenciada a
legitimidade da recorrida é possível que este Egrégio Tribunal reforme integralmente
a decisão e julgue o seu mérito, condenando a Incorporado X à indenizar os danos
suportados pelo recorrente.
Por fim, o acórdão deve ser reformado também no que tange à aplicação da multa
por ter considerado os embargos de declaração opostos com o fim protelatório. Tal
entendimento deve ser afastado, vez que, conforme a Súmula 98 do STJ e artigo
1.025 do CPC, os embargos de declaração podem ser opostos para fins de
prequestionamento, o que ocorreu no caso. Sendo assim, a multa aplicada não se
justifica, devendo, portanto, ser afastada.
VII – DOS PEDIDOS:
Diante do exposto, requer o Recorrente:
a) Que o presente Recurso Especial seja admitido, eis que presentes os requisitos de
admissibilidade;
b) O total provimento do Recurso Especial com o fim de anular o acórdão proferido
pelo Tribunal recorrido no julgamento da apelação;
c) Caso, não anulado o acórdão recorrido, o que se admite apenas por hipótese,
requer, eventualmente, a reforma integral da decisão que confirmou a ilegitimidade da
Recorrida;
d) Ainda, caso não anulado o acórdão recorrido, requer-se também o provimento
parcial a fim de afastar a aplicação da multa por considerar os embargos declaratórios
opostos como protelatórios;
e) A inversão do ônus de sucumbência, condenando a Recorrida em custas e
honorários de sucumbência.

Termos em que,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
Peça 06 | Agravo de Instrumento

Enunciado

A editora Cruzeiro lançou uma biografia da cantora Jaqueline, que fez grande sucesso nas
décadas de 1980 e 1990, e, por conta do consumo exagerado de drogas, dentre outros excessos,
acabou por se afastar da vida artística, vivendo reclusa em uma chácara no interior de Minas
Gerais, há quase vinte anos.
Poucos dias após o início da venda dos livros, e alguns dias antes de um evento nacional
organizado para sua divulgação, por meio de oficial de justiça, a editora foi citada para responder
a uma ação de indenização por danos morais cumulada com obrigação de fazer, ajuizada por
Jaqueline. No mesmo mandado, a editora foi intimada a cumprir decisão do Juízo da 1ª Vara
Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, que deferiu a antecipação de tutela para
condenar a ré a não mais vender exemplares da biografia, bem a recolher todos aqueles que já
tivessem sido remetidos a pontos de venda e ainda não tivessem sido comprados, no prazo de
setenta e duas horas, sob pena de multa diária de cinquenta mil reais.
A decisão acolheu os fundamentos da petição inicial, no sentido de que a obra revela fatos da
imagem e da vida privada da cantora sem que tenha havido sua autorização prévia, o que gera
lesão à sua personalidade e dano moral, nos termos dos artigos 20 e 21 do Código Civil, e que,
sem a imediata interrupção da divulgação da biografia, essa lesão se ampliaria e se consumaria
de forma definitiva, revelando o perigo de dano irreparável e o risco ao resultado útil do processo.
A editora procura você como advogado(a), informando que foi intimada da decisão há três dias
(mas o mandado somente foi juntado aos autos no dia de hoje) e que pretende dela recorrer,
pois entende que não se justifica a censura à sua atividade, por tratar-se de informações
verdadeiras sobre a vida de uma celebridade, e afirma que o recolhimento dos livros lhe causará
significativos prejuízos, especialmente com o cancelamento do evento de divulgação
programado para ser realizado em trinta dias.
Na qualidade de advogado(a) da editora Cruzeiro, elabore o recurso cabível voltado a impugnar
a decisão que deferiu a antecipação da tutela descrita no enunciado, afastados embargos de
declaração. (Valor: 5,00)

Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
Gabarito Comentado

A decisão impugnada é uma decisão interlocutória que concedeu tutela provisória, razão pela
qual o recurso cabível para sua impugnação é o agravo de instrumento (Art. 1.015, inciso I, do
CPC/15), cuja interposição deve ocorrer dentro dos próximos quinze dias úteis (Art. 1.003, § 5º,
do CPC/15), já que se contam da data da juntada aos autos do mandado de intimação (Art. 231,
inciso II, do CPC/15).
No mérito, deve ser impugnada a probabilidade do direito, de acordo com a interpretação
conforme à Constituição dada aos artigos 20 e 21 do CC pela jurisprudência superior, no sentido
de ser inexigível autorização de pessoa biografada. A ponderação, nesta hipóste, deve privilegiar
a liberdade de expressão, assegurada pelo Art. 5º, IX, da Constituição da República,
especialmente em se tratando de pessoa notória, cabível somente, em caso de abuso, a
responsabilização posterior, mas não a censura prévia.
Deve ser deduzido pedido de concessão de efeito suspensivo ao agravo, de forma a evitar risco
de dano grave, na forma do Art. 995, parágrafo único e/ou Art. 1.019, inciso I, ambos do CPC/15.
Distribuição de Pontos

ITEM PONTUAÇÃO
Endereçamento: A petição deve ser endereçada ao Tribunal de Justiça do Estado 0,00/0,10
de São Paulo (0,10)
Nome e qualificação das partes: agravante: Editora Cruzeiro (0,10); agravada 0,00/0,10/0,20
Jaqueline (0,10)
Indicação dos nomes e endereços dos Advogados (Art. 1.016, IV, do CPC/15) 0,00/0,10
(0,10)
Cabimento: indicar que a decisão agravada é interlocutória e concessiva de tutela 0,00/0,40/0,50
provisória (0,40), segundo o Art. 1.015, inciso I, do CPC/15 (0,10)
Tempestividade: indicar que o recurso foi interposto em até quinze dias (0,20) 0,00/0,20/0,30/
úteis, conforme o Art. 1.003, § 5º, do CPC/15 (0,10), contados da data da juntada 0,40/0,50/0,60
aos autos do mandado de intimação (0,20), conforme o Art. 231, inciso II, do
CPC/15 (0,10).
Fundamentação Jurídica/Legal:
A - Afirmar a ausência de probabilidade do direito (0,30): 0,00/0,30
A.1 - por ser desnecessária a autorização prévia do biografado (0,40), em razão de 0,00/0,20/0,40/0,60
interpretação conforme a Constituição dada aos artigos 20 e 21 do CC (0,20)
A.2 - em razão do exercício regular da liberdade de expressão (0,40), conforme o 0,00/0,40/0,50
Art. 5º, IX, da Constituição da República (0,10).
A.3 - por se tratar de fatos verdadeiros (0,30) e pessoa notória ou pública (0,20) 0,00/0,20/0,30/0,50
Fundamentação do efeito suspensivo:
Demonstrar os danos graves ou de difícil reparação que a manutenção da decisão 0,00/0,30/0,40/0,60/0,70
ocasionará (0,30) e a probabilidade de provimento do recurso (0,30), na forma do
Art. 995, parágrafo único, OU Art. 1.019, I do CPC/15 (0,10)
Pedidos:
Pedido de atribuição de efeito suspensivo ao recurso (0,30) 0,00/0,30
Pedido de provimento do recurso (0,10) para reformar da decisão OU indeferir a 0,00/0,10/0,30/0,40
tutela provisória (0,30).
Juntada do comprovante de recolhimento de custas ou pedido de gratuidade de 0,00/0,10
justiça (0,10).
Fechamento da peça: local, data e assinatura (0,10). 0,00/0,10
Estrutura da Peça | Agravo de Instrumento

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO


EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Processo número...

EDITORA CRUZEIRO, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob


número…, com endereço eletrônico…, sede na Rua…, número…, Bairro…, Cidade…,
Estado…, CEP..., na pessoa de seu representante legal, conforme previsão do art. 75,
VIII do Código de Processo Civil, por intermédio de seu procurador constituído
(procuração em anexo) OAB…, endereço eletrônico…, com endereço profissional na
Rua…, número…, Bairro…, Cidade…, Estado…, CEP... onde recebe intimações, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 994,
inciso II e 1.015, inciso I e seguintes do Código de Processo Civil, interpor o presente
RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE EFEITO
SUSPENSIVO
Em razão da decisão interlocutória proferida nas fls... nos autos da Ação de indenização
por danos morais cumulada com obrigação de fazer ajuizada pela Agravada
JAQUELINE..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da Cédula de
Identidade número..., inscrita no CPF..., com endereço eletrônico...., residente e
domiciliada na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado...., CEP..., que deferiu a
antecipação de tutela, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
I – DO CABIMENTO:
Justifica-se a interposição do Agravo de Instrumento, eis que a decisão impugnada
refere-se à decisão interlocutória, conforme preceitua o §2º do artigo 203 do Código de
Processo Civil e que concedeu tutela provisória de urgência antecipada, na forma do
inciso I do artigo 1.015, condenando o Agravante a não mais vender exemplares da
biografia, bem como a recolher todos aqueles que já tivessem sido comprados, no
prazo de setenta e duas horas, sob pena de multa diária de cinquenta mil reais.
II - DA TEMPESTIVIDADE DO AGRAVO:
O presente recurso é tempestivo, eis que interposto no prazo de 15 dias,
conforme previsão do §5º do artigo 1.003 do Código de Processo Civil, tendo como
termo inicial a juntada do mandado de Citação aos autos, consoante determina o inciso
II do artigo 231 também do Código de Processo Civil, já que se trata de decisão
proferida antes da citação do Réu, ora Agravante.
III – DO NOME E ENDEREÇO DOS ADVOGADOS DO AGRAVANTE E DO
AGRAVADO:
Em atenção ao artigo 1.016, IV do CPC, informa o agravante o nome e endereço
completo dos advogados constantes no processo:
Pelo agravante: Advogado..., OAB..., endereço eletrônico..., com endereço profissional
na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP...
Pelo agravado: Advogado..., OAB..., endereço eletrônico..., com endereço profissional
na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP...
IV – DAS PEÇAS OBRIGATÓRIAS E FACULTATIVAS:
Cumprindo o disposto no artigo 1.017, I e III do CPC, vem o Agravante indicar as
peças obrigatórias que instruem o recurso.
Das peças obrigatórias: conforme o artigo 1.017, inciso I do Código de Processo Civil
junta o agravante cópia das seguintes peças obrigatórias: cópia da Petição inicial, da
contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da decisão agravada, do
documento que comprova a tempestividade; da procuração outorgada ao advogado da
Agravante; da Procuração outorgada ao advogado do Agravado;
Das peças facultativas...
V - DA SÍNTESE DA DEMANDA:
A Agravada ajuizou ação de indenização de danos morais cumulada com obrigação
de fazer em face da Agravante pelo fato desta última na condição de Editora ter lançado
biografia daquela, por se tratar de cantora que fez grande sucesso nos anos 80 e 90.
Em sede de tutela provisória de urgência antecipada o juiz da 1ª Vara Cível da
Comarca da Capital do Estado de São Paulo, com fundamento nos artigos 20 e 21 do
Código Civil, condenou a Agravante a não mais vender exemplares da biografia da
Agravada, bem como a recolher todos aqueles que já tivessem sido remetidos a pontos
de venda e ainda não tivessem sido comprados, no prazo de setenta e duas horas, sob
pena de multa diária de cinquenta mil reais.
No entanto, tal decisão não deve prevalecer, pelas seguintes razões.
VI - DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA E NULIDADE DA DECISÃO ATACADA:
a) Da ausência da probabilidade do direito:
A decisão de primeiro grau que ora se impugna acolheu os fundamentos da petição
inicial, com fundamento nos artigos 20 e 21 do Código Civil, no sentido de que a obra
revela fatos da imagem e da vida privada da Agravada sem que tenha havido sua
autorização prévia, o que gera lesão à sua personalidade e dano moral, sendo que se
não houvesse imediata interrupção da divulgação da biografia pela Editora Agravante,
essa lesão se ampliaria e se consumaria de forma definitiva, revelando o perigo de dano
irreparável e o risco ao resultado útil do processo.
No entanto, conforme previsão do artigo 300 do Código de Processo Civil para
concessão da tutela provisória de urgência antecipada é necessário que estejam
presentes os elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano
ou o risco ao resultado útil do processo. No caso da Agravada ausente o requisito da
probabilidade, pelas seguintes razões:
a) Da desnecessidade de prévia autorização e da interpretação conforme à
Constituição:
No caso da Agravada, a decisão de Primeiro Grau não deve prosperar, eis que
ausente a probabilidade do direito, em razão da desnecessidade de prévia autorização
por parte da Agravada e interpretação conforme à Constituição dada aos artigos 20 e
21 do Código Civil pela jurisprudência superior, de forma que não se torna mais
necessária a autorização da pessoa biografada.
b) Do exercício regular da liberdade de expressão:
Considerando a previsão do inciso IX do artigo 5º da Constituição Federal é livre a
liberdade de expressão. Sendo assim, eventual responsabilização somente poderia
ocorrer em caso de abuso, porém, não a censura prévia, consoante decisão que
determinou o recolhimento das obras e o cancelamento do evento já agendado,
devendo, portanto, tal decisão ser reformada.
c) A agravada é pessoa pública e notória:
Falta ainda o requisito de probabilidade para manutenção da tutela antecipada
concedida, eis que os fatos narrados pela Editora Agravante são verídicos, bem como
pela razão da Agravada ser cantora de grande sucesso nos anos 80 e 90, devendo,
assim, conforme narrado prevalecer nessa situação, a liberdade de expressão, conforme
previsão do artigo 5º, IX da Constituição Federal.
VI - DO EFEITO SUSPENSIVO:
A agravante requer a concessão do efeito suspensivo consoante previsão do artigo
995, parágrafo único do Código de Processo Civil e artigo 1.019, inciso I do Código de
Processo Civil.
No caso, a decisão interlocutória proferida pelo juiz da 1ª Vara Cível da Comarca da
Capital de São Paulo é capaz de gerar à Agravante dano grave, de difícil ou impossível
reparação, vez que determinou que a Agravante a não mais vender exemplares da
biografia da Agravada, sendo que a Agravante já possui evento agendado, bem como
no prazo de 72 horas recolher todos aqueles que já tivessem sido remetidos a pontos de
venda e ainda não tivessem sido comprados, sob pena de multa diária de cinquenta mil
reais. Não obstante, evidente a probabilidade de provimento do recurso, eis que o
Agravante demonstrou a ausência de requisito para a concessão de tutela antecipada,
haja vista o entendimento conforme à Constituição dado aos artigos 20 e 21 do Código
Civil e o artigo 5, IX da Constituição Federal que assegura a liberdade de expressão, o
que afasta a fundamentação dada pelo Juiz de Primeiro Grau na decisão interlocutória.
VII - DOS PEDIDOS:
a) Requer que o recurso seja admitido e conhecido e imediatamente concedido efeito
suspensivo com o fim de suspender a eficácia da decisão que determinou o Agravante
a não mais vender os exemplares da biografia, bem como a recolher todos aqueles que
já tivessem sido remetidos a pontos de venda e ainda não tivessem sido comprados, no
prazo de setenta e duas horas, sob pena de multa diária de cinquenta mil reais, conforme
previsão dos artigos 1.019, inciso I e parágrafo único do artigo 995, ambos do Código de
Processo Civil;
b) Ao final seja o Agravo totalmente provido para reformar a decisão agravada revogando
a tutela antecipada concedida;
c) A Juntada do comprovante de recolhimento do preparo recursal, consoante previsão
do artigo 1.007 do CPC/2015;
d) A intimação do Agravado para, querendo, e no prazo legal responder ao presente
Agravo no prazo de 15 dias, conforme previsão do artigo 1.003, §5º e 1.019, II, ambos
do Código de Processo Civil;
e) A juntada de peças obrigatórias e facultativas nos termos do artigo 1.017, inciso I e
III do Código de Processo Civil;
f) Informa o agravante que no prazo de 03 dias a contar da interposição do recurso
juntará aos autos do processo de primeiro grau cópia da petição do recurso, do
comprovante de interposição e do rol de documentos, consoante previsão do artigo
1.018 do Código de Processo Civil.

Termos em que,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB...

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