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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA

COMARCA DE XANXERÊ - SC.

Processo nº: 080.06.001546-2

ESTADO DE SANTA CATARINA, já devidamente


qualificado nos autos da AÇÃO ORDINÁRIA vem assistido pela Defensoria
Pública, apresentar tempestivamente,

RECURSO DE APELAÇÃO

requerendo, outrossim, sua juntada e remessa ao Egrégio


Tribunal de Justiça deste Estado, após o cumprimento das formalidades de
estilo.

Termos em que,
Pede Deferimento.

Xaxim, 20 de Abril de 2008.

_________________________
Veridiane Conci
OAB SC 87900
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Apelante: Estado de Santa Catarina


Apelada: Irma Maria Girardini
Autos nº: 080.06.001546

Trata-se de recurso de apelação interposto pelo ESTADO DE SANTA


CATARINA, a fim de ver modificado a sentença de primeiro grau que julgou
procedente a pretensão da Autora, ora Apelada, de ter fornecimento gratuito
dos medicamentos necessários ao tratamento de “Osteoporose – CID I 11”, da
qual é portadora.
Basicamente, funda-se o presente recurso nas mesmas alegações
contidas em sua contestação.
Ocorre que a Apelada, não comprovou a alegada carência requerida na
inicial, sendo que, os medicamentos somente serão fornecidos, gratuitamente
para pessoas que comprovem alto grau de carência, o que afirma a Lei nº
1.221 de 06 de Setembro de 1993 em seu art. 2º “Os medicamentos serão
doados mediante a apresentação da receita médica e a comprovação de
carência do beneficiário”.
Ainda, sabe-se que referida obrigação, de fornecimentos de
medicamentos não é somente obrigação da Apelante, pois para não ser
compelido ao dever constitucional de efetuar o direito à saúde dos cidadãos,
com frequência os Municípios alegam a responsabilidade solidária dos Estados
e da União. Aduzem, ainda, que se trata de litisconsórcio passivo necessário
porque a decisão atingiria a esfera jurídica de todos os entes federados.
Ora, se a responsabilidade é solidária, então cada um dos entes
federados ér obrigado, isoladamente, à prestação por inteiro. O Município,
então, de forma administrativa deve regularizar o fornecimento dos
medicamentos, valendo-se do auxílio financeiro do Estado ou da União. Se
ainda não o fez, que assuma então o ônus integral por sua omissão.
O entendimento jurisprudencial do TJMG é pacífico neste sentido, como
se vê no julgado abaixo (processo número 1.0702.05.229110-2/001), rel. Des.
Cláudio Costa, DJ 28.04.2006:

AÇÃO ORDINÁRIA - FORNECIMENTO DE


MEDICAMENTOS -OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA DA UNIÃO,
ESTADOS E MUNICÍPIOS -NECESSIDADE PROVADA -
DIREITO DO CIDADÃO. Conforme preceito constitucional,
é dever solidário da União, Estados e Municípios assegurar
ao cidadão o medicamento necessários ao seu tratamento
de saúde, não havendo litisconsórcio necessário, no caso.
Estando provada a necessidade de receber tal
medicamento, é procedente o pedido de condenação do
Município em fornecê-los. Preliminar rejeitada e sentença
confirmada.

Além do mais, e como já decidiu esta egrégia Corte por diversas vezes,
compete ao Município prestar os serviços de atendimento à saúde da
população, com cooperação meramente técnica e financeira da União e do
Estado, nos termos do art. 30, VII, da Constituição da República.
Podemos também afirma que os medicamentos solicitados não se
encontram incluídos na relação da Portaria nº. 2.577/2006, sendo, portanto, da
competência do Município o seu fornecimento, vez que é este o ente
responsável pelo fornecimento dos medicamentos básicos e essenciais à
população.
A concessão de tutelas de medicamentos de altos valores pelo Estado,
causa uma grande desestruturação na economia deste, uma vez que estes
gastos não estão orçados em sua economia.
Constata-se ainda, que a Apelante, ainda pode contar, com tratamento
alternativo, pois segundo laudos, estes terão a mesma eficácia no tratamento,
e ainda serão acessíveis e de baixo custo para a Apelada. Poderia
simplesmente optar por relacionar aqueles medicamentos mais baratos – e não
necessariamente os mais recomendados para o tratamento da doença. Sendo
estes os medicamentos genéricos que são a cópia do produto de referência,
comercializado pelo nome da substância ativa.
Diante do exposto e o que mais será certamente suprido pelo notório
saber jurídico dos ilustres Julgadores, componentes da Egrégia Câmara Cível,
requer a Apelante seja acolhido o presente recurso, reformando a sentença, e
em virtude dos fatos acima elencados.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Xaxim, 23 de Maio de 2012.

_________________________
Veridiane Conci
OAB SC 87900

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