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EMBARGO DE DECLARAÇÃO COM EFEITOS

INFRINGENTES

DOUTO JUÍZO DA ... VARA DA COMARCA DE .../...

Processo nº

NOME, menor, representado no processo pela sua genitora, ..., e ...,


ambas qualificadas, Demandantes em AÇÃO DE
RESSARCIMENTO DE DESPESAS MÉDICAS CUMULADA
COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS que move em face
da -, vem respeitosa e tempestivamente a esse juízo, com fulcro nos
artigos 1.022 e seguintes do NCPC, interpor:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COM EFEITOS


INFRINGENTES

pelos fatos e argumentos a seguir aduzidos.

DO CABIMENTO DO RECURSO

Os embargos de declaração são uma espécie de recurso, sendo


julgados pelo próprio órgão que prolatou a decisão.

Hipóteses de cabimento
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão
judicial para:

I — esclarecer obscuridade ou eliminar contradição

II — suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se


pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento

III — corrigir erro material.

Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:

I — deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de


casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência
aplicável ao caso sob julgamento

II — incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º.

Vale ressaltar, no entanto, que muitas vezes, ao se dar provimento


aos embargos, pode o resultado da decisão ser alterado, assumindo os
embargos o efeito infringente.

À título de complementação, seguem decisões recentes do STJ sobre


os embargos de declaração:

Os embargos de declaração, ainda que contenham nítido pedido de


efeitos infringentes, não devem ser recebidos como mero "pedido de
reconsideração". STJ. Corte Especial. REsp 1.522.347-ES, Rel. Min.
Raul Araújo, julgado em 16/9/2015 (Info 575).

TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO. OMISSÃO. OCORRÊNCIA. EFEITOS
INFRINGENTES. CONCESSÃO. 1. O acórdão embargado omitiu-se
quanto a questão relevante, capaz de reverter a conclusão de perda do
objeto do recurso especial vertente, qual seja, a de que a extinção do
feito executivo cingiu-se à porção relativa à verba honorária. 2.
Prolação na origem de decisão em que expressamente se determina o
prosseguimento da execução para com os valores relativos à multa
pecuniária por descumprimento de obrigação de fazer, questão objeto
do recurso especial epigrafado. 3. Embargos de declaração acolhidos,
com efeitos infringentes, para tornar sem efeito as decisões de fls.
293 e 322/326, em que reconhecida a perda do objeto do recurso
especial. STJ - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL EDcl
nos EDcl no REsp 1018660 SP 2007/0307192-5 (STJ). Data de
publicação: 18/12/2015

PENAL E PROCESSUAL PENAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


CONTRA A MULHER. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM
HABEAS CORPUS. EFEITOS INFRINGENTES. CONVERSÃO
EM AGRAVO. POSSIBILIDADE. 1. De acordo com reiterada
jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça, quando se objetiva
atribuir efeitos infringentes aos embargos de declaração, é possível
recebê-los como agravo regimental. 2. Decisão mantida por seus
próprios fundamentos. 3. Embargos de declaração recebidos como
agravo regimental. Agravo regimental não provido. STJ -
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO HABEAS CORPUS EDcl no
HC 313454 CE 2014/0346579-9 (STJ). Data de publicação:
18/06/2015

1 – DA CONTRADIÇÃO:

A douta juíza prolatou sentença que concedeu provimento parcial ao


pedido de indenização por dano moral contra a Demandada,
requerida pelas Demandantes na ordem de R$ 20.000,00 (VINTE
MIL REAIS), visto a negação daquela em reembolsar integralmente
despesas médicas realizadas pelo menor CAIO SILVEIRA
LORDÃO, portador de Transtorno do Espectro Autista, parte na
ação,

“Isso posto, julgo PROCEDENTE, EM PARTE, o pleito autoral, nos


termos do art. 487, I, do NCPC, para:
(a) CONDENAR A RÉ AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS, NO IMPORTE DE R$ 5.000,00 (CINCO
MIL REAIS), corrigido desde a data da sentença e acrescido de juros
moratórios legais, esses contados a partir da citação válida, consoante
preceitua o art. 405 do CCB e o entendimento pacificado
jurisprudencialmente;...”

No dispositivo da referida sentença, V. Exa. Explanou sobre a falta


de dispositivos legais objetivos para a valoração do dano moral,
complementando que aos operadores do direito cabe lançar mão de
regras do arbitramento:

“Coube à doutrina e à jurisprudência a complexa e multifacetária


tarefa de prudentemente arbitrar a compensação escorreita para dano
moral experimentado, utilizando-se para tanto, dos princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade...

Deve, por conseguinte, se ver arbitrado quantum indenizatório


guardando, ao mesmo tempo, um carácter reparatório e pedagógico, a
fim de punir a demandada por falta de diligência, evitando que tais
situações ocorram novamente (grifos nossos).”

Reconheceu a douta julgadora ainda, que a negativa da Ré em


reembolsar as despesas médicas integralmente “ é fato que enseja,
por si só, a caracterização de um dano moral, em decorrência dos
graves transtornos daí decorrentes, inclusive dificuldades financeiras
(grifos nossos)” e, acrescentou, “viram-se os demandantes privados
de gozar da justa expectativa que possuíam no que concerne aos
serviços contratados (grifos nossos).”

Verifica-se que a sentença, pretendendo fundar-se no requisito da


proporcionalidade e na busca do cunho pedagógico da penalidade,
desconsiderou circunstâncias levantadas pela V. Exa. No seu
dispositivo quais sejam, a valoração da indenização proporcional a
capacidade econômica da Ré e aos transtornos e sofrimentos
causados pela irresponsável conduta da mesma frente a bens
jurídicos constitucionalmente garantidos e protegidos – a saúde e a
vida.

Flagrante é a contradição entre o fundamento e a sentença visto que é


do conhecimento público que as operadoras de plano de saúde e as
seguradoras de saúde, em detrimento do crescimento do segmento,
divulgado pelos órgãos pertinentes, continuam desrespeitando os
mandamentos judicias e negando aos seus segurados o acesso aos
serviços de saúde.

“Lucro das operadoras do mercado de saúde suplementar soma R$


1,2 bilhão

Por Saúde Web - 26 de julho de 2012”

“Planos de saúde são autorizados pela ANS a cobrar reajuste


retroativo ( Jornal Nacional – 04/06/2015 )

ANS justificou índice alto de reajuste com os custos do setor, como


investimento em novas tecnologias. Boletos devem chegar em julho.

O aumento nos planos de saúde individuais, divulgado nesta quarta-


feira (3), assustou muita gente. Quase 9 milhões de pessoas. E o
reajuste autorizado é bem maior do que a inflação.

A notícia deixou a Dona Lourdes com tanta raiva que ela precisou
extravasar.
“Coloquei nas redes sociais, reclamando, porque é um absurdo,
absurdo esse aumento”, diz Lourdes Senna, aposentada.

Nesta quinta-feira (4), já um dia depois de saber do aumento, o


humor não mudou nada.

“Mais brava ainda, muito mais”, diz Lourdes.

Aumento é mais do que o dobro da inflação em 2014

A Agencia Nacional de Saúde autorizou, e os planos de saúde


individuais e familiares vão ficar até 13,55% mais caros. Esse
aumento é mais do que o dobro da inflação do ano passado. É o
maior desde que a ANS foi criada, há 15 anos.

A ANS justificou o índice alto com os custos do setor, como


investimento em novas tecnologias. Além de considerar a média dos
reajustes dos planos de saúde coletivo definidos em negociação entre
empresas e operadoras.

“O reajuste dos planos coletivos, que a ANS usa como base para
reajustar os individuais, não é controlado pela Agência. Então, como
é que você pode ter um reajuste fixado pela Agência, que tem como
base um reajuste que a Agência não controla.”, comenta a advogada
Melissa Areal Pires.
Os boletos, já mais caros, com os novos valores, devem começar a
chegar a partir de julho. E o consumidor tem que estar com o bolso
preparado, porque as operadoras também foram autorizadas a cobrar
o retroativo.”

“Lucro da NotreDame Intermédica salta seis vezes em 2015 - Por


Beth Koike | Valor SÃO PAULO 31/03/2016

O lucro líquido da Notre Dame Intermédica, operadora de planos de


saúde adquirida há dois anos pelo fundo americano Bain Capital,
saltou de R$ 29,2 milhões para R$ 181,5 milhões no ano passado. A
receita líquida cresceu 53% para R$ 2,6 bilhões em 2015 —
percentual acima do aumento de 46,4% registrado no custo que
atingiu R$ 1,9 bilhão no período.

(Este trecho é parte de conteúdo que pode ser compartilhado


utilizando o link http://www.valor.com.br/empresas/4505904/lucro-
da-notredame-intermedica-salta-seis-vezes-em-2015  ou as
ferramentas oferecidas na página.)”
“Qualicorp S. A. - Relações com Investidore

Crescimento do Mercado de Assistência à Saúde Privada no Brasil -


18 de Abril, 2017

A demanda por Planos de Saúde vem crescendo rapidamente no


Brasil, em resposta a uma série de fatores como o ambiente
macroeconômico favorável, o aumento da criação de empregos
formais e de profissionais liberais, crescente poder aquisitivo,
envelhecimento da população e um histórico de limitações na
qualidade e no acesso a serviços públicos de saúde. Tal demanda,
aliada a um histórico de limitações de acesso a Planos de Saúde
individuais ou familiares (principalmente em razão de preços,
qualidade e disponibilidade), resultou em um forte crescimento da
base de Beneficiários nos últimos anos.

De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a


penetração dos Planos de Saúde no Brasil cresceu aproximadamente
50% desde o ano de 2001, alcançando mais de 50,6 milhões de
indivíduos em setembro de 2014. No entanto, em 30 de Setembro de
2014, apenas 24,7% da população brasileira possuía Planos de
Saúde.”

Conforme regras que a doutrina e a jurisprudência têm arbitrado, a


serem seguidas pelo órgão jurisdicional, no momento do
arbitramento, deve-se proporcionar (1) atenuação do sofrimento da
vítima; e (2) atuação como sanção ao ofensor de modo a desestimular
condutas ilícitas à direitos de ordem extrapatrimonial.

As etapas para fixação do quantum indenizatório a título de


reparação por danos morais, a saber: (1) estabelecimento de um valor
básico para a indenização, levando-se em consideração o interesse
jurídico lesado; e (2) análise e consideração das circunstâncias do
evento danoso, para fixação definitiva do valor da indenização, de
forma a atender o comando normativo de arbitramento equitativo
pelo juiz.

No que diz respeito às circunstâncias do caso, torna-se crucial


colacionar brilhante trecho do voto proferido pelo Excelentíssimo
Ministro Paulo de Tarso Sanseverino nos autos do REsp n.º 959.780-
ES (2007/0055491-9), in verbis:

(...) No IX Encontro dos Tribunais de Alçada, realizado em 1997, foi


aprovada proposição no sentido de que, no arbitramento da
indenização por dano moral, “o juiz... Deverá levar em conta critérios
de proporcionalidade e razoabilidade na apuração do quantum,
atendidas as condições do ofensor, do ofendido e do bem jurídico
lesado”.

Maria Celina Bodin de Moraes catalagou como “aceites os seguintes


dados para a avaliação do dano moral”: o grau de culpa e a
intensidade do dolo (grau de culpa); a situação econômica do
ofensor; a natureza, a gravidade e a repercussão da ofensa (a
amplitude do dano); as condições pessoais da vítima (posição social,
política, econômica); a intensidade do seu sofrimento (MORAES,
Maria Celina Bodin de. Danos à Pessoa Humana. Rio de
Janeiro:Renovar, 2003, p. 29).

Na análise da intensidade do dolo ou do grau de culpa, estampa-se a


função punitiva da indenização do dano moral, pois a situação passa
a ser analisada na perspectiva do ofensor, valorando-se o elemento
subjetivo que norteou sua conduta para elevação (dolo intenso) ou
atenuação (culpa leve) do seu valor, evidenciando-se claramente a
sua natureza penal, em face da maior ou menor reprovação de sua
conduta ilícita.

Na situação econômica do ofensor, manifestam-se as funções


preventiva e punitiva da indenização por dano moral, pois, ao mesmo
tempo em que se busca desestimular o autor do dano para a prática
de novos fatos semelhantes, pune-se o responsável com maior ou
menor rigor, conforme sua condição financeira. Assim, se o agente
ofensor é uma grande empresa que pratica reiteradamente o mesmo
tipo de evento danoso, eleva-se o valor da indenização para que
sejam tomadas providências no sentido de evitar a reiteração do fato.

O número de processos judiciais que reclamam os direitos


contratuais firmados com as operadoras e planos de saúde
demonstram que os valores costumeiramente arbitrados à título de
indenização por danos morais sofridos pelos consumidores não têm o
condão de evitar a reincidência das negativas ilegais, e o valor
arbitrado por V. Exa., in casu, data vênia, está longe de configurar
impedimento à reincidência da conduta ilegal pela Ré.

Ademais, V. Exa., na condição de julgadora, contraditoriamente,


apesar de reconhecer que as demandantes “sofreram transtornos e
sofrimentos, inclusive financeiros”, não usou da razoabilidade
preconizada por si mesma pois, além de não considerar a extensão
dos danos sofridos, não sopesou que os bens atacados pela conduta
irresponsável da Ré – saúde e vida – são constitucionalmente
protegidos, o que agrava em muito os efeitos da conduta omissiva.

PERGUNTE-SE: que efeitos nocivos à saúde do menor poderiam ter


ocorrido em decorrência das negativas da Ré? E em quanto esses
efeitos nocivos reduziriam a dignidade e a autonomia na vida desse
ser humano, incapaz e vulnerável por natureza, carente de mais
atenção e cuidados do que os demais? Até em quanto deveria a mãe e
avó do menor especial se endividarem com parentes e terceiros, para
custear o tratamento necessário, apesar de continuar pagando
diligentemente as mensalidades do plano?

Será que o valor arbitrado por V. Exa. “enseja a compensação


pecuniária” preconizada no dispositivo (pág. 7)?

Dano Moral. Fixação do Quantum Indenizatório.1. Diante da


ausência de critérios objetivos norteando a fixação do quantum
devido a título de indenização por danos morais, cabe ao julgador
arbitrá-lo de forma equitativa, pautando-se nos princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade, bem como nas especificidades
de cada caso concreto, tais como: a situação do ofendido, a extensão
e gravidade do dano suportado e a capacidade econômica do ofensor.
(tst-rr-102100-43.2005.5.17.0007, relator ministro lelio bentes
corrêa, 1ª turma, dejt 30/05/2014).

2 - DA OMISSÃO:
Estabelece o parágrafo único do art. 1.022 do NCPC:
Considera-se omissa a decisão que:

I – deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos


repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao
caso sob julgamento

II – incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º.

Como mencionado alhures, e é de conhecimento público, o número


crescente de processos judiciais em que se reclama contra as
arbitrariedades e negativas ilegais das operadoras e planos de saúde.

A Agência Nacional de Saúde – ANS, tem pesquisa publicada na sua


página da web
- http://www.ans.gov.br/planos-de-saudeeoperadoras/informacoeseav
aliacoes-de-operadoras/indice-de-... , acerca do número de
reclamações judicializadas contra operadores e planos de saúde, de
grande porte, entre março/ 2016 e fevereiro/2017 (a seguir, resumo
da citada página).
“Índice Geral de Reclamações - IGR

Desempenho das Operadoras a partir do Índice de Reclamaçõe

Tem como principal finalidade apresentar um termômetro do


comportamento das operadoras do setor no atendimento aos
problemas apontados pelos beneficiários. Contempla o número
médio de reclamações de beneficiários recebidas nos três meses
anteriores e classificadas até a data de extração do dado. O índice
tem como referência cada 10.000 beneficiários do universo de
consumidores analisado.

Evolução do índice médio de reclamações das operadoras de grande


porte - mar16 a fev17

Mês/Ano IGR

mar/16 3,3

abr/16 3,3

mai/16 3,2

jun/16 2,9

jul/16 3,1

ago/16 3,2

set/16 3,3

out/16 3,4

nov/16 3,5
dez/16 3,3

jan/17 3,3

fev/17 2,5

Classificação das demandas das operadoras médico-hospitalares de


grande porte - fev17

Natureza Demanda NIP Percentual

Assistencial 7.248

Não Assistencial 3.532

Subtema da Demanda - NIP Percentual

Gerenciamento das Ações de Saúde por Parte da Operadora


(autorizações prévias, franquia, co-participação e outros) 3.920

Rol de Procedimentos e Coberturas (geográfica e assistencial) 1.160

Reembolso 1.005

Prazos Máximos para Atendimento 863

Suspensão e Rescisão Contratuais 810


Rede de Atendimento (rede conveniada) 772

Mensalidade ou Contraprestação Pecuniária 574

Outros 1.676

A matéria abaixo é elucidativa e reflete situação análoga para todo o


país:

“Paciente ganha 9 em cada 10 ações contra plano de saúde

Por CLÁUDIA COLLUCCI

DE SÃO PAULO -
18/01/2016 http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/01/173054
4-paciente-ganha-9-em-cada-10-acoes-contra-plan...
Marcio teve negada uma cirurgia para retirar um tumor no cérebro.
Luciene, obesa mórbida, uma operação para reduzir o estômago. A
Walter foi vetada uma radioterapia mais precisa.

Em comum, todos tiveram procedimentos negados pelos planos de


saúde, recorreram à Justiça e ganharam as ações.

Estudo da USP mostra que 92,4% das decisões judiciais contra


planos de saúde da cidade de São Paulo favoreceram o paciente. Em
88% delas, a demanda foi atendida na íntegra; em 4%, parcialmente.
A pesquisa avaliou todas as 4.059 decisões de segunda instância
proferidas pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) contra
planos coletivos entre 2013 e 2014.

Cerca de 60% dos paulistanos possuem planos de saúde - desses, 5,2


milhões têm planos coletivos, que representam 83% do mercado.

A exclusão de coberturas foi a principal causa das demandas


(47,6%).

Entre as decisões favoráveis por danos morais, 78% foram motivadas


por exclusão de cobertura. "Há uma sensibilidade maior ao
sofrimento", diz a advogada Juliana Ferreira Kozan, especializada na
área.

Para efeito de comparação, entre 2010 e 2014, o Tribunal de Justiça


do Estado de São Paulo proferiu um total de 37.877 decisões contra
planos de saúde, segundo estudo da USP —não há detalhamento
dessas ações.

Em 2015, diz a ANS, foram registradas 102 mil reclamações contra


planos, com uma taxa de resolutividade de 87,4%. "Isso quer dizer
que, apenas no ano passado, 89,1 mil beneficiários de planos de
saúde tiveram suas demandas resolvidas através da ANS, o que
contribui para a diminuição da judicialização não só no Estado de
São Paulo, mas no país inteiro."
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Incontáveis são as decisões judiciais em favor do consumidor a


quem, como parte vulnerável da relação, é imposto contrato de
adesão sem alternativas de negociação.

No tocante a valoração da indenização à título de danos morais,


muitos julgados e julgadores, têm compartilhado o entendimento de
que a penalidade deve ser representativa perante o poder econômico
do ofensor e valor médio já tem sido praticado pelos tribunais:

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS – INSCRIÇÃO NO ROL DE INADIMPLENTES –
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – ADEQUAÇÃO E
PROPORCIONALIDADE – VALOR MAJORADO – TERMO
INICIAL DOS JUROS DE MORA – DATA DA CITAÇÃO –
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. I) O
valor de R$10.000,00 (dez mil reais) se afigura adequado e
proporcional ao caso em tela, considerando-se a capacidade
econômica da apelada, bem como o seu propósito inibitório-punitivo.
II) Em se tratando de relação jurídica decorrente de contrato, os juros
de mora devem incidir a partir da citação, consoante artigo 405,
do Código Civil. III) Recurso conhecido e parcialmente provido. TJ-
MS - Apelação APL 08007028720138120052 MS 0800702-
87.2013.8.12.0052 (TJ-MS). Data de publicação: 15/09/2015
PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO EM AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
POR DANOS. OBRIGAÇÃO DE REPARAR. EXISTÊNCIA DOS
REQUSITOS. QUANTUM. PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE. 1. Danos Material e Moral. Ocorrência. Os
requisitos ensejadores da indenização por danos restaram
devidamente comprovados. Indenização devida. 2. Valor da
indenização deve assegurar a justa reparação do prejuízo sem
proporcionar enriquecimento sem causa do autor, além de levar em
conta a capacidade econômica do réu, devendo ser arbitrado pelo juiz
de maneira que a composição do dano seja proporcional à ofensa,
calcada nos critérios da exemplaridade e da solidariedade. Valor
dentro da razoabilidade. 3. Apelo improvido. TJ-PI - Apelação Cível
AC 00000543320098180079 PI 201200010014451 (TJ-PI). Data de
publicação: 01/04/2014

Por todo o exposto, JULGO PROCEDENTES os pedidos para


consolidar a liminar acima concedida e condenar Seguradora
demandada no ressarcimento ao demandante no valor de R$
43.377,04 (quarenta e três mil trezentos e setenta e sete reais e quatro
centavos), a título de danos materiais, além dos gastos efetuados com
as despesas referentes ao tratamento do autismo do autor realizados
após a distribuição deste feito, a ser apurado em liquidação de
sentença, bem assim, em danos morais que fixo em R$ 20.000,00
(vinte mil reais). Sobre o valor da condenação em danos morais
incidirão atualização monetária pela tabela do ENCOGE e juros
moratórios no valor de 1% (um por cento) ao mês, contados a partir
da prolação desta sentença, pela exegese da Súmula 362 do STJ.
Sobre a condenação em danos materiais, por sua vez, incidirão
atualização monetária pela tabela do ENCOGE e juros moratórios de
1% a. M. A contar da citação válida, pois constituiu o devedor em
mora. Condeno o réu em custas processuais e honorários
advocatícios, que fixo em 20% (vinte por cento) sobre o valor da
condenação, com as correções de direito.

Decorrido o trânsito em julgado, aguarde-se o prazo do § 5º do


art. 475-J do CPC. Se decorrido sem manifestação, arquive-se. P. R.
I. Recife, 05 de agosto de 2013. Rogério Lins e Silva. Juiz de Direito
Processo Nº: 0041388-75.2013.8.17.0001. Natureza da Ação:
Procedimento Sumário. Sentença Nº: 2013/01039. (PARTE FINAL)
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO (ARTIGO 544 DO CPC)-
AÇÃO INDENIZATÓRIA DE DANO MORAL DECORRENTE
DA INDEVIDA NEGATIVA DE COBERTURA DE PLANO DE
SAÚDE - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE CONHECEU DO
RECLAMO PARA DAR PROVIMENTO AO RECURSO
ESPECIAL, RESTABELECENDO A INDENIZAÇÃO POR DANO
MORAL ARBITRADA NA SENTENÇA. INSURGÊNCIA DO
AUTOR. 1. Pretensão voltada à majoração do valor fixado a título de
dano moral na sentença restabelecida. Inviabilidade. Quantum
indenizatório arbitrado em R$ 10.000,00 (dez mil reais), o que não se
distancia dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, nos
termos da jurisprudência desta Corte. 2. Agravo regimental
desprovido. STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL AgRg no AREsp 24618 RJ 2011/0161431-7
(STJ). Data de publicação: 29/05/2013
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL - AÇÃO
INDENIZATÓRIA DE DANOS MATERIAIS E MORAL
DECORRENTES DA INDEVIDA NEGATIVA DE COBERTURA
DE PLANO DE SAÚDE - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE
NEGOU SEGUIMENTO AO RECLAMO, ANTE A INCIDÊNCIA
DA SÚMULA 7/STJ. INSURGÊNCIA DOS AUTORES. 1.
Pretensão voltada à majoração do quantum indenizatório fixado a
título de reparação por danos morais na Corte Estadual. O valor
estabelecido pelas instâncias ordinárias, a título de indenização por
dano moral, pode ser revisto, no âmbito de recurso especial, tão
somente nas hipóteses em que a condenação revelar-se irrisória ou
excessiva, distanciando-se dos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, o que não se evidencia no presente caso, em que o
quantum indenizatório pelos danos morais restou fixado em R$
30.000, 00, (R$ 15.000,00 para cada um dos autores). Incidência da
Súmula 7/STJ, tendo em vista o necessário revolvimento dos
aspectos fáticos delineados na origem, tais como extensão do abalo
moral experimentado, desestímulo à reiteração da conduta reprovável
e porte econômico do agressor. 2. Agravo regimental desprovido.
STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL AgRg
no REsp 1211624 MS 2010/0161635-7 (STJ). Data de publicação:
24/05/2013

PROCESSO Nº 0010105-64.2015.8.19.0209 RECORRENTE: AMIL


ASSISTÊNCIA MÉDICA E INTERNACIONAL LTDA.
RECORRIDA: LEDA PANARO V O T O A autora se insurge contra
reajustes de mensalidades de seu contrato/plano de saúde, em
decorrência de sinistralidade e por mudança de faixa etária, aplicados
a partir de 2010, almejando o reconhecimento da nulidade dos
reajustes, a restituição em dobro de valores e reparação por danos
morais. A ré sustenta, por sua vez, a regularidade das cobranças.
Sentença proferida em 6.7.2015, às fls. 227/231, julgou procedente
em parte os pedidos da autora, para declarar a nulidade dos aumentos
e condenar a ré a lhe restituir valores de forma simples e compensá-
la, a título de danos morais, com a quantia de R$ 10.000,00. A ré,
irresignada, interpôs recurso inominado contra a sentença,
reproduzindo, ontologicamente, os mesmos argumentos consignados
em sua resposta. Versa a demanda, em síntese, sobre a legalidade de
reajustes (sinistralidade e faixa etária) aplicados em percentuais
superiores aos índices divulgados pela ANS. Cuida-se, com efeito, de
contrato coletivo por adesão firmado entre Amil Assistência
Internacional de Saúde S. A. E Associação dos Mecânicos de Voo da
Varig - AMVVAR, sendo a autora beneficiária do plano de saúde.
Neste particular, cuidando-se de contrato coletivo por adesão, não há
que se observar o índice de reajuste divulgado pela Agência Nacional
de Saúde ANS, mas sim o índice contratual obtido a partir de livre
negociação havida entre a operadora de saúde e a pessoa jurídica
contratante (AMVVAR). Os índices divulgados pela ANS são
aplicáveis somente para os contratos individuais e não para os
coletivos. A agência reguladora, nos casos de contratos coletivos,
apenas monitora os percentuais aplicados com o desiderato de coibir
eventuais abusos praticados em detrimento dos beneficiários. A
Resolução Normativa nº 128/2006 determina que o índice de reajuste
dos contratos coletivos deve ser submetido à apreciação da ANS...
TJ-RJ - RECURSO INOMINADO RI 00101056420158190209 RJ
0010105-64.2015.8.19.0209 (TJ-RJ). Data de publicação: 06/10/2015

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE


SAÚDE. NEGATIVA DE MEDICAMENTO NECESSÁRIO À
MANUTENÇÃO DA GRAVIDEZ DA APELANTE. CLEXANE
40MG. DANO MORAL CONFIGURADO. REINCIDÊNCIA.
ELEVAÇÃO DA INDENIZAÇÃO. DANOS MATERIAIS
COMPROVADOS. MAJORAÇÃO. APELO PARCIALMENTE
PROVIDO. DECISÃO UNÂNIME. 1. A ausência de inclusão pela
ANS como tratamento obrigatório não implica a falta de
responsabilidade do apelado pela cobertura. Se a doença da apelante
é coberta pelo plano de saúde, cabe a ele fornecer toda a terapia
necessária para a cura. 2. O Superior Tribunal de Justiça consolidou
o entendimento de que a injusta recusa à cobertura do plano de saúde
gera dano moral, pois agrava a situação de aflição psicológica e de
angústia do segurado, que ademais se encontra com a saúde
debilitada. 3. O valor fixado a título de indenização por danos morais
deve atender às circunstâncias de fato da causa, de forma condizente
com os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. 4. O Plano
de saúde negou à apelante o custeio do medicamento Clexane 40 mg
pela segunda vez, pois a recorrente já havia ingressado com Ação
idêntica quando de sua primeira gravidez, tendo sido julgada
procedente e sido arbitrado, na ocasião, o valor de R$ 5.000 (cinco
mil reais) a título de danos morais. 5. Considerando a capacidade
financeira do apelado e a finalidade pedagógica da condenação, e
ainda por se tratar de reincidência, a indenização por danos morais
deve ser majorada para R$ 10.000,00 (dez mil reais). 5. Danos
materiais comprovados, no valor de R$ 650,61 (seiscentos e
cinquenta reais e sessenta e um centavos), devendo ser ressarcida a
apelante nesse valor. 4. Apelo parcialmente provido. Decisão
unânime. TJ-PE - Apelação APL 3255223 PE (TJ-PE). Data de
publicação: 10/03/2014

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE


SAÚDE. RITO SUMÁRIO. CLÁUSULA LIMITADORA DO
FORNECIMENTO DE MATERIAL CIRÚRGICO NECESSÁRIO À
SAÚDE DO PACIENTE. PROVA TESTEMUNHAL
CONSISTENTE EM DEPOIMENTO DO MÉDICO CIRURGIÃO,
NO SENTIDO DE O MATERIAL IMPORTADO SER O ÚNICO
ADEQUADO AO QUADRO CLÍNICO APRESENTADO PELO
PACIENTE. PROTELAÇÃO DA CIRURGIA POR FALTA DE
COBERTURA, PROLONGANDO AS DORES DO AUTOR. DANO
MORAL CONFIGURADO. INDENIZAÇÃO FIXADA EM VALOR
RAZOÁVEL PELO SENTENCIANTE (R$ 10.000,00), NÃO
MERECENDO REDUÇÃO OU MAJORAÇÃO. VERBA
HONORÁRIA FIXADA DE ACORDO COM OS CRITÉRIOS DO
ARTIGO 20, § 3º, DA LEI DE RI TOS. SENTENÇA
INTEGRALMENTE MANTIDA. NEGOU-SE PROVIMENTO AO
RECURSO PRINCIPAL E AO RECURSO ADESIVO (0043406-
91.2009.8.19.0021- APELACAO - 1ª Ementa, DES. JACQUELINE
MONTENEGRO - Julgamento: 26/04/2011 - DECIMA QUINTA
CÂMARA CIVEL) APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO
CONSUMIDOR. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. PLANO
DE SAÚDE. NEGATIVA DE FORNECIMENTO DE MATERIAL
IMPORTADO, QUE, POR EXPRESSA DETERMINAÇÃO
MÉDICA, RESULTA IMPRESCINDÍVEL... TJ-RJ - RECURSO
INOMINADO RI 00079291920098190211 RJ 0007929-
19.2009.8.19.0211 (TJ-RJ. Data de publicação: 30/06/2011

Apelação - Plano de saúde Negativa de cobertura de materiais


necessários a cirurgia Abusividade - Danos morais configurados -
Negativa que agravou a situação de aflição psicológica e prolongou
injustificadamente as crises de dor da requerente Valor da
indenização fixado em R$ 10.000,00 majorado para R$ 30.000,00
ante a peculiaridade do caso. Existência de demanda anterior entre as
mesmas partes também visando a cobertura de materiais que foi
julgada procedente com condenação em indenização por danos
morais no valor de R$30.000,00. Reincidência da conduta abusiva da
requerida Litigância de má-fé não caracterizada - Sentença reformada
em parte Recurso da requerida desprovido e parcialmente provido o
da requerente. TJ-SP - Apelação APL 10657771820148260100 SP
1065777-18.2014.8.26.0100 (TJ-SP). Data de publicação:
17/04/2015

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE


SAÚDE. NEGATIVA DE MEDICAMENTO NECESSÁRIO À
MANUTENÇÃO DA GRAVIDEZ DA APELANTE. CLEXANE
40MG. DANO MORAL CONFIGURADO. REINCIDÊNCIA.
ELEVAÇÃO DA INDENIZAÇÃO. DANOS MATERIAIS
COMPROVADOS. MAJORAÇÃO. APELO PARCIALMENTE
PROVIDO. DECISÃO UNÂNIME. 1. A ausência de inclusão pela
ANS como tratamento obrigatório não implica a falta de
responsabilidade do apelado pela cobertura. Se a doença da apelante
é coberta pelo plano de saúde, cabe a ele fornecer toda a terapia
necessária para a cura. 2. O Superior Tribunal de Justiça consolidou
o entendimento de que a injusta recusa à cobertura do plano de saúde
gera dano moral, pois agrava a situação de aflição psicológica e de
angústia do segurado, que ademais se encontra com a saúde
debilitada. 3. O valor fixado a título de indenização por danos morais
deve atender às circunstâncias de fato da causa, de forma condizente
com os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. 4. O Plano
de saúde negou à apelante o custeio do medicamento Clexane 40 mg
pela segunda vez, pois a recorrente já havia ingressado com Ação
idêntica quando de sua primeira gravidez, tendo sido julgada
procedente e sido arbitrado, na ocasião, o valor de R$ 5.000 (cinco
mil reais) a título de danos morais. 5. Considerando a capacidade
financeira do apelado e a finalidade pedagógica da condenação, e
ainda por se tratar de reincidência, a indenização por danos morais
deve ser majorada para R$ 10.000,00 (dez mil reais). 5. Danos
materiais comprovados, no valor de R$ 650,61 (seiscentos e
cinquenta reais e sessenta e um centavos), devendo ser ressarcida a
apelante nesse valor. 4. Apelo parcialmente provido. Decisão
unânime. TJ-PE - Apelação APL 3255223 PE (TJ-PE). Data de
publicação: 10/03/2014
APELAÇÕES CÍVEIS. DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE
SAÚDE. NEGATIVA INDEVIDA DE FORNECIMENTO DE
DROGA PRESCRITA PARA TRATAMENTO DE ANEMIA
DECORRENTE DE QUIMIOTERAPIA. MEDICAMENTO
REGISTRADO NA ANVISA. DANO MORAL CONFIGURADO.
ELEVAÇÃO DO MONTANTE INDENIZATÓRIO.
IMPROVIMENTO DO APELO DA SEGURADORA E
PROVIMENTO DO INTERPOSTO PELA SEGURADA. - Não há
que se falar em uso experimental de medicamento registrado pela
ANVISA e prescrito pelo médico responsável, para tratar
enfermidade decorrente de quimioterapia; - Conforme o
entendimento pacífico do C. STJ, a negativa infundada de cobertura
de tratamento indicado pelo clínico da segurada não pode ser
definida como mero descumprimento contratual; - A conduta da
seguradora foi capaz de potencializar a angústia e o desconforto
experimentados pela enferma, mormente sendo ela portadora de
câncer; - Elevação do montante indenizatório dos danos morais de
R$ 3.000,00 (três mil reais) para R$10.000,00 (dez mil reais), em
virtude do mal experimentado e da reincidência de negativa; - Apelos
improvido e provido. TJ-PE - Apelação APL 3160356 PE (TJ-PE).
Data de publicação: 06/01/2014

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE


REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. PLANO DE
SAÚDE. RECUSA INDEVIDA DA CASSI. DANO MATERIAL
COMPROVADO. DANO MORAL. NEXO DE CAUSALIDADE.
CARACTERIZAÇÃO. SEGURADO ADIMPLENTE. VALOR
PROPORCIONAL. SÚMULA 469 DO STJ. APELO CONHECIDO
E IMPROVIDO I - Nos contratos de adesão, como o de plano de
saúde, em situações de emergência, deve a contratada prestar os
serviços, ainda mais quando a lei que regulamenta os planos de saúde
determina que é obrigatória a cobertura do atendimento nos casos de
emergência que implicarem em risco imediato de vida ou de lesões
irreparáveis para o paciente, caracterizado em declaração do médico
assistente. II - As cláusulas contratuais serão interpretadas de
maneira mais favorável ao consumidor. Aplicabilidade do CDC. A
cláusula que estipula a exclusão de cobertura assume ares de cláusula
abusiva e lesiva ao dever de boa-fé que deve nortear os contratos. III
- Ao ser negada a autorização e custeio dos exames e tratamento
indispensáveis ao paciente, com profunda aflição ante o risco de
vida, atingindo em seu direito constitucional à saúde pela negativa a
CASSI ante a exclusão ilegal de cobertura, fica configurado o dever
de indenizar pelos prejuízos morais e materiais. IV - A limitação do
direito no Contrato desatende à regra do art. 54, parágrafo
4o do CDC, bem como coloca o consumidor-apelado em
desvantagem exagerada, agredindo o art. 51, inciso IV do mesmo
Diploma, ao restringir-lhe direitos à saúde, bem tutelado
constitucionalmente por sua relevância à vida e à dignidade da
pessoa humana. V - No que toca ao quantum indenizatório pelo dano
moral, este desmerece reparação, pois se adequa aos consagrados
parâmetros de razoabilidade e proporcionalidade no valor de
R$10.000,00 (dez mil reais). Tal valor quanto ao dano moral não
extrapola o adequado parâmetro, nem pode ser considerado
exorbitante para gerar enriquecimento sem causa da parte autora nem
irrisório, ao mesmo tempo em que estará apto a desaconselhar a
reincidência do ato pelo causador do dano. Mormente tendo em vista
o falecimento do ora Apelado. VI - Quanto ao dano material, este foi
fixado no valor de R$13.221,54 (treze mil duzentos e vinte e um
reais e cinquenta e quatro centavos), devidamente comprovados nos
autos. VII - Apelo improvido. TJ-MA - Apelação APL 0114962012
MA 0023677-91.2009.8.10.0001 (TJ-MA). Data de publicação:
05/07/2012
DIREITO OBRIGACIONAL. ORDINÁRIA DE PRECEITO
COMINATÓRIO C/C INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.
INCIDÊNCIA DA LEI 9.656/98. RECUSA INDEVIDA.
CONTRADIÇÃO ENTRE CLÁUSULAS CONTRATUAIS
(ART. 47 DO CDC). INTERPRETAÇÃO FAVORÁVEL AO
CONSUMIDOR. VIOLAÇÃO AO PRÍNCIPIO DA BOA-FÉ
OBJETIVA. DANO MORAL CONFIGURADO. RECURSO
DESPROVIDO.1... 2. Em tema de seguro saúde, como tem
entendido o STJ e esta Corte, se o plano é concebido para atender os
custos pertinentes a tratamento de determinadas doenças, o que o
contrato tem de dispor é sobre quais as patologias cobertas, não sobre
os tipos de tratamentos cabíveis a cada uma delas. Se assim não
fosse, estar-se-ia concebendo, igualmente, que a empresa que
gerencia o plano de saúde substituísse ao médico na escolha da
terapia mais adequada. 3. Assim, é ilógico e atenta contra o princípio
da razoabilidade e da boa-fé a circunstância de haver, no plano de
saúde, previsão de cobertura quanto a doença - adenocarcinoma - e
respectivo tratamento quimioterápico, e, contraditoriamente, no
entanto, restrição ao pagamento dos custos quanto aos medicamentos
indicados pelo médico (Tarceva e Gemzar). 4. A indevida resistência
da Unimed em cumprir o contrato, gera, por si só, o dever de
indenizar o segurado por dano moral, tanto mais porque a abusiva
renitência tem o condão de aumentar a dor, o sofrimento e angústia
de alguém - sexagenário portador de adenocarcinoma de pulmão -
que já vem abalado intimamente por doença tão séria e perigosa. 5.
Em sede de ação indenizatória na qual o segurado busca a
compensação pelo abalo moral sofrido em virtude da recusa indevida
de cobertura médico-hospitalar, o valor de R$ 10.000,00 (dez mil
reais), atende com eficiência aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, uma vez que se mostra suficiente para fazer face a
extensão do dano causado pela prestadora de serviços médico-
hospitalares demandada, tanto mais para, concreta e eficazmente,
inibir-lhe a reincidência no ilícito, dado que, como sabido, ela se
insere entre aquelas que reiteram nesse tipo de lesividade à clientela.
TJ-SC - Apelação Cível AC 594364 SC 2010.059436-4 (TJ-SC).
Respeitosamente Excelência., arbitrando em R$ 5.000,00 (cinco mil
reais) o valor da indenização por danos morais a ser pago as
demandantes (2), deixou de seguir a farta jurisprudência existente
para essa matéria de direito, de tribunais de todo o país, sem
demonstrar distinção com o caso em julgamento ou a superação do
entendimento apresentado nas diversas decisões colacionadas, o que
redunda em considerar não fundamentada a sentença proferida por V.
Exa, na forma do artigo 489, III, § 1º, VI.

Art. 489 – São elementos essenciais da sentença:


III- o dispositivo em que o juiz resolverá as questões principais que
as partes lhe submeterem.

§ 1º - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja


ela interlocutória, sentença ou acordão, que:

VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ao


precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de
distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

3 - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer a V. Exa., seja admitido os embargos,


dando-lhe o efeito infringente (modificativo), a fim de reformar a
decisão embargada para ao final, estabelecer que seja paga a
importância de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a cada uma das partes
(2), à título de indenização por danos morais, em consonância a
jurisprudência pertinente apresentada, condenando a embargada ao
pagamento total de R$ 10.000,00 (dez mil reais), mais de acordo com
a capacidade econômica do ofensor e dos ofendidos e da extensão do
danos psicológicos e materiais sofridos por esses últimos
(sofrimento, constrangimento, medo, insegurança e dívidas junto a
parentes e terceiros).

Nestes termos, pede deferimento.

Local, data.
ADVOGADO

OAB/...

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