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AÇÃO RESCISÓRIA CONFORME O NOVO CPC

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ...

Processo de Origem nº XXX

Acórdão à Rescindir nº: XXXX

Com pedido de AJG

IDOSO

XXXX, brasileira, solteira, pensionista, inscrita no XXX e RG nº XXX,


residente e domiciliada na Rua XXX, nº XX – apto XX, Bairro XXXX na cidade
de XXXX/XX através de sua procuradora signatária, vem respeitosamente, à
presença Vossa Excelência, propor

AÇÃO RESCISÓRIA

contra acórdão de agravo de instrumento sob o nº XXXXXX, do qual foi


dado provimento nos autos da ação em epígrafe, em que é um dos
Requeridos o XXXXXX Instituição Financeira, inscrita no CNPJ sob o numero
XXXXX, com sede na Rua XXXX nº XX – Bairro Centro de XXXX/XX, pelas
razões de fato e de direito a seguir expostas:

I – DO OBJETO E DOS FATOS DA AÇÃO RESCISORIA

A presente ação tem por objeto rescindir a decisão prolatada pelo juízo
da 12ª Câmara Cível no agravo de instrumento tombado sob o numero
XXXXX, já transitado em julgado, conforme documento em anexo, onde foram
litigantes as partes supra qualificadas.

A Autora propôs ação Ordinária (processo de origem sob o nº


XXXXXXXX) em desfavor do ora Requerido Banco Bonsucesso S/A, e outro,
objetivando em suma, revisão contratual, com pedido liminar de limitação dos
descontos dos empréstimos, em folha de pagamento na quantia de 40% de
cada parcela.

A liminar fora concedida à Autora, tendo sido descumprida pelo ora


Requerido.

Pelo descumprimento da liminar, fora arbitrado multa diária, até que os


Requeridos naquele processo, cumprissem com a determinação judicial (fl.
157 dos autos do processo de origem), tendo ambos os demandados naquela
ação, sido intimados pessoalmente, conforme mandado de intimação de fl.
160 do processo de origem.

Ainda, tendo em vista a desídia dos demandados em cumprir a liminar


deferida no processo de origem, ambos novamente foram intimados, desta
vez por Nota de Expediente nº 2849/2009, para que cumprissem com a
determinação judicial de fl. 62 do processo de origem, sob pena de majoração
da multa arbitrada.

Assim, eis que as instituições financeiras quedaram silentes


descumprindo a liminar, fora majorada a multa para R$ 500,00 (quinhentos
reais) (fl. 189 do processo de origem), multa esta consolidada em 30 dias.

Ademais restou encaminhado aos demandados ofícios (fl. 216 do


processo de origem), em uma nova tentativa para que cumprissem com a
decisão de fl. 62, qual seja, a limitação dos empréstimos da ora Autora, tendo
ambas as partes recebido seus ofícios, conforme verifica-se pela juntada do
AR em fl. 219v dos autos originais.

Após, fora determinado pelo juízo de primeiro grau, que as astreintes


aplicadas fossem manejadas em ação de execução autônoma (fl. 223 do
processo de origem).

Em primeiro grau a ação fora julgada parcialmente procedente (fl.


255/261v do processo de origem), sendo que desta sentença, o Banco
XXXXX apelou[1] (fl.263/723v do processo de origem), sendo o ora Requerido
interessado.
Ao apelo fora negado provimento (fl.287/291 do processo de origem).

Após, requereu-se o inicio da fase de cumprimento de sentença (fl.


318/319v do processo de origem), sendo que foi julgado procedente a
liquidação de sentença a qual homologou os cálculos de fl. 371/380,
declarando a ora Autora credora do valor de R$ 92571,51 (noventa e dois mil
quinhentos e setenta e um reais e cinqüenta e um centavos)(fl. 430/431 do
processo de origem).

Entretanto, o ora Requerido, inconformado com a decisão,


agravou[2] (fl. 438/472), sob fundamento, em suma, de que supostamente
não teria recebido a intimação pessoal para o cumprimento da obrigação,
motivo pelo qual a multa não deveria ser exeqüenda.

A ora Autora foi intimada para apresentar contrarrazões no agravo de


instrumento, sendo que demonstrou em suas contrarrazões as alegações aqui
trazidas, porem o agravo foi provido determinando assim, a exclusão da
multa.

Ocorre que o acórdão que deu provimento ao agravo de instrumento nº


XXXXXX, interposto pelo banco ora Requerido, merece ser rescindido,
conforme restará devidamente demonstrados pelos fundamentos a seguir
expostos.

II - DO CABIMENTO DA AÇÃO RESCISÓRIA

Antes de adentrarmos ao mérito da presente demanda, necessário se


faz demonstrar o cabimento da ação rescisória aqui proposta, se não
vejamos.

Na presente ação rescisória se faz necessário demonstrar que a


decisão que se quer rescindir apesar de ser proveniente de agravo de
instrumento, o que então não estaria contemplado no artigo 966 do Novo
CPC, é possível, pois: o agravo de instrumento interposto pelo ora Requerido
não foi contra decisão interlocutória, sendo que colocou fim na ação então
proposta, ação esta de execução/cumprimento de sentença de
multa/Astreintes [3].

Verifica-se que com a decisão proferida no agravo de instrumento,


resolveu-se o mérito da execução/cumprimento de sentença da
multa/astreintes aplicada, ou seja, obstou o prosseguimento do feito executivo
ou a pretensão do credor de receber o valor devido.

Quanto aos pressupostos para propositura da ação rescisória, leciona


com propriedade Humberto Theodoro Jr.:

"Além dos pressupostos comuns a qualquer ação a


rescisória para ser admitida pressupõe dois fatos básicos
e indispensáveis:

a) uma sentença de mérito transitada em julgado;

b) a invocação de algum dos motivos de rescindibilidade


dos julgados taxativamente previstos no Código (art. 966
do Novo CPC)" (THEODORO JR., Humberto. Curso de
Direito Processual Civil. 15ª edição, Rio de Janeiro:
Forense, vol. 1, 1994, p. 628).”

O CPC estabelece no art. 966, caput, e incisos as hipóteses de


cabimento da rescisória. Assevera o dispositivo no seu inciso VIII, bem como
o § 1º, a respeito da adequação da ação na hipótese de erro de fato quando a
decisão, entre outros, considerarem inexistente um fato efetivamente corrido.

O provimento do agravo de instrumento considerou inexistente um fato


efetivamente ocorrido, ou seja, considerou que não houve intimação do
Requerido, quando de fato a mesma ocorreu por diversas vezes e em
especial do arbitramento da multa.

Ora, aduz esdruxulamente o Requerido, em sede de agravo de


instrumento sob o nº XXXXXXX que supostamente não teria recebido a
intimação pessoal, alegando ser este pressuposto intrínseco para o
cumprimento da obrigação, não havendo assim cabimento para aplicação da
execução das astreintes.

Entretanto, conforme demonstrado pelos documentos juntados e pelos


relatos supra-arguidos, não somente o Requerido, mas ambos os
demandados da ação de conhecimento, foram devidamente citados/intimados
para o cumprimento da medida liminar de fl. 62, tendo sido intimados por AR,
Nota de Expediente e até mesmo por mandado, não podendo prosperar a
alegação vazia de que não teriam recebido intimações para cumprir com a
liminar judicial, motivo pelo qual não deveria ter sido provido o Agravo de
Instrumento interposto.

Assim, resta evidente a não observância dos documentos e fatos do


agravo de instrumento que visa rescindir, sendo totalmente cabível a presente
rescisória, bem como a conseqüente procedência.

Ademais, evidente se faz da tempestividade da presente ação


rescisória, eis que o trânsito em julgado do agravo de instrumento nº
XXXXXX, deu-se em 03 de abril de 2013, não tendo ainda transcorrido a
prescrição do direito da Autora em propor a presente rescisória, vejamos:

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO.


COMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES. ALEGAÇÃO DE
COISA JULGADA. O eventual reconhecimento de coisa
julgada não é passível de ser operado em sede de
cumprimento de sentença de modo a aquilatar qual
título executivo judicial prepondera. A medida
processual adequada no contexto em que há, segundo
alega a agravante, duas decisões transitadas em
julgado evolvendo as mesmas partes, o mesmo
pedido e a causa de pedir, é a via da ação rescisória,
conforme dispõe o artigo 485, inciso IV,
do CPC. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO.
(Agravo de Instrumento Nº 70057157075, Décima
Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Bayard Ney de Freitas Barcellos, Julgado em
01/10/2014) (grifei)

A parte Autora demonstra que esta ação rescisória: é proposta por


quem tem capacidade postulatória, legitimidade e interesse processual para
fazê-lo; é tempestiva; está devidamente fundamentada em hipótese de
cabimento prevista em lei. O ajuizamento da presente ação satisfaz todos os
pressupostos de conhecimento, estando em condições de suportar a análise
do meritum causae.

III - DA INTIMAÇÃO PESSOAL – PESSOA JURÍDICA

Superado a demonstração de cabimento da presente rescisória,


necessário se faz adentrar ao mérito, a fim de demonstrar que deve ser
rescindido o acórdão que deu provimento ao agravo de instrumento interposto
pelo ora Requerido, no processo de conhecimento já referido.

Isto porque, apesar de ter alegado o banco Requerido, em fl. 441 do


processo de origem, que em momento algum este recebeu intimação pessoal
para cumprimento de medida liminar sob pena de multa, tal fato não corrobora
com a realidade dos acontecimentos.

Primeiramente, há de ser salientado que a intimação pessoal de


pessoa jurídica, dar-se-á sempre que qualquer pessoa da empresa,
apresente-se para receber a intimação, sem efetuar qualquer ressalva quanto
à inexistência de poderes para representá-la em juízo, pois prevalece para
pessoas jurídicas a Teoria da Aparência.

Registra-se que a teoria de aparência é usada de maneira dominante,


inclusive pelo STJ, conforme precedentes a seguir colacionados:

PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL


NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUÇAO.
CITAÇAO VIA POSTAL DE PESSOA JURÍDICA. TEORIA
DA APARÊNCIA. RAZÕES DESASSOCIADAS DO
FUNDAMENTO ADOTADO NADECISAO AGRAVADA.
SÚMULA 284/STF. DECISAO MANTIDA POR SEUS
PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO
MANIFESTAMENTE INFUNDADO. ART. 557, 2º,
DO CPC. MULTA. CABIMENTO. 1. Em se tratando de
citação de pessoa jurídica, o Superior Tribunal de
Justiça adota a teoria da aparência, segundo a qual,
consideram-se válidas as citação ou intimações feitas
na pessoa de quem, sem nenhuma reserva, identifica-
se como representante da empresa, mesmo sem ter
poderes expressos de representação, e assina o
documento de recebimento, sem
ressalvas. Precedentes. 3. No mérito, o arrazoado
desenvolvido no regimental invoca dissídio com julgado
cuja controvérsia debatida é diversa da analisada no
presente caso. Razões desassociadas configuram
argumentação deficiente a atrair a inteligência da Súmula
284/STF. 4. No mais, o agravante não traz nenhum outro
argumento novo capaz de modificar a decisão ora
agravada que se mantém por seus próprios fundamentos.
4. Agravo regimental não provido, com aplicação de multa.
( AgRg no AREsp 284545/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMAO, QUARTA TURMA, DJe 26/03/2013) (grifo
meu)
PROCESSO CIVIL EXECUÇAO FISCAL INTIMAÇAO
PESSOA JURÍDICA TEORIA DA APARÊNCIA SÚMULA
7/STJ PRECEDENTES RECURSO ESPECIAL
IMPROVIDO. 1. A Corte Especial, no julgamento dos
embargos de divergência no REsp 156.970/SP (Rel.
Min. Vicente Leal, DJ 22.10.2001), consagrou o
seguinte entendimento: "(...) é de se aplicar a teoria da
aparência para reconhecer a validade da citação da
pessoa jurídica realizada em quem, na sua sede, se
apresenta como seu representante legal e recebe a
citação, sem qualquer ressalva quanto à inexistência
de poderes para representá-la em Juízo". 2. No caso
dos autos, da análise do conjunto fático-probatório,
entendeu o Tribunal de origem o seguinte: "É inconteste
que o executado, ora agravante, teve ciência do
Mandado de Penhora, Avaliação e Registro",
porquanto "alguém, em sua sede e em seu nome, foi
intimado e aceitou o encargo de depositário. Sendo
assim, despicienda a alegação de que a Sra. Jussara
Salazar não é representante legal do agravante,
mormente, quando a jurisprudência firmou-se no sentido
de que é válida a citação dapessoa jurídica realizada na
pessoa que, em sua sede, se apresenta como sua
representante legal sem qualquer alegação quanto à falta
de poderes de representação, como in casu". 3. A
conclusão a que chegou o acórdão recorrido decorreu da
análise do conjunto fático-probatório dos autos, e o
acolhimento da pretensão recursal demandaria o reexame
e a inversão do mencionado suporte, obstando a
admissibilidade do apelo especial da Súmula 7 do
Superior Tribunal de Justiça. Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1037329/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO
MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 26/08/2008,
DJe 16/09/2008) (grifo meu)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO - RECURSO


ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA -
RECLAMAÇÃO INSTAURADA PERANTE O
PROCON/GO -VALIDADE DA NOTIFICAÇÃO -
APLICAÇÃO DA TEORIA DA APARÊNCIA -
ILEGITIMIDADE DA IMPETRANTE PARA RESPONDER
POR COBRANÇA EFETUADA POR PESSOA JURÍDICA
DIVERSA - INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE CONSUMO
- INCOMPETÊNCIA DO PROCON. 1. É válida a
notificação efetuada via postal, efetivada no endereço
da pessoa jurídica e recebida por pessoa que, embora
sem poder expresso para tanto, a assina sem fazer
qualquer objeção. Aplicação da teoria da
aparência. [...] (RMS 17.605/GO, Rel. Ministra ELIANA
CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/06/2010,
DJe 24/06/2010) (grifo meu)

Basta um simples “folhear” dos autos do processo de origem, para


notar que, por diversas vezes, o banco Requerido fora intimado a cumprir a
liminar deferida, sob pena de multa, e chegou a ter a multa majorada, pelo
seu não cumprimento.

Sendo assim, descabe requerer a aplicação da intimação pessoal


do devedor referente a cobrança de multa, tendo em vista que, para as
pessoas jurídicas, a intimação pessoal dar-se-á na pessoa que a receber
sem ressalvas.

Ora, sendo assim, tendo em vista que as intimações efetuadas através


de mandados, e por AR, foram cumpridos positivamente, lógico e notório se
faz que o Requerido tentou desvencilhar-se da penalidade pelo
descumprimento da obrigação importa em sede liminar, logrando êxito em seu
agravo de instrumento, agravo este que deverá ser rescindido.

Ademais, há de ser ressaltado o descabimento do Requerido ao usar


da alegação de que o endereço para o qual todas as intimações se davam,
era de uma empresa diversa, pois desde o início o Requerido recebera as
notificações para responder ao processo neste mesmo endereço, sendo o
endereço indicado nos AR’s e mandados de citações, o mesmo endereço
indicado em inicial, sendo que o Requerido recebeu a citação da demanda de
origem e igualmente manifestou-se em todos os atos processuais com
regularidade.
Ademais, há se ser salientado que o Requerido possuía advogado
devidamente constituído, sendo que se após a citação o Requerido tivesse
mudado de endereço, deveria ter informado tal fato ao juízo de primeiro grau,
tendo em vista que é ônus da parte que muda de endereço, mantê-lo
atualizado, nos autos.

Ora Excelência, é de “estranha coincidência” que o Requerido tenha


efetuado todos os atos processuais, com as citações/intimações indo para o
endereço “Rua XXXX, nº XX, 4º Andar, Centro de XXXX/XX” e somente
depois de 03 anos (se contados da data da intimação de fl. 63 do processo de
origem, até a data da propositura do agravo de instrumento em fl.438) vir
propor agravo de instrumento, querendo comodamente, que não lhe seja
aplicado multa pelo descumprimento de liminar porque supostamente as
intimações recebidas neste endereço não poderiam ser consideradas válidas.

Diante de tais considerações, certo se faz que, se o a empresa


Requerida respondeu a citação do presente processo no endereço indicado
em inicial, todas as outras citações/intimações feitas para este endereço
estavam corretas, bem como ainda, certo é que, caso venha alegar que,
apesar de ter recebido citação no endereço, veio a mudar-se após esta
citação, deveria ter notificado o juízo competente, não deixando para arguir tal
informação quando melhor lhe conviesse, como assim o fez em sede de
agravo de instrumento nº XXXXXX.

IV – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

A Autora é pessoa pobre na acepção do termo e não possui condições


financeiras para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios
sem prejuízo do próprio sustento, razão pela qual desde já requer o benefício
da Gratuidade de Justiça nos moldes previstos na Lei 1.060/50.
O pedido está de acordo com o artigo 4º da Lei 1.060/50, sendo
impositiva a concessão do benefício:
Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência
judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição
inicial, de que não está em condições de pagar as custas
do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo
próprio ou de sua família.

As decisões no TJ/RS são no sentido de que o deferimento do


beneficio da assistência judiciária gratuita é medida cabível, à pessoa física,
quando esta presta declaração de pobreza nos autos em que é parte, senão
vejamos:

EMENTA:AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO


MONOCRÁTICA. AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO DE
DOCUMENTOS. AJG. Apresentação de declaração de
pobreza é suficiente para o deferimento do benefício.
RECURSO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº
70036609824, Décima Terceira Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Vanderlei Teresinha Tremeia
Kubiak, Julgado em 27/05/2010) (grifei).

Ainda o entendimento do Tribunal é no sentido de que a parte não


precisa ser miserável para litigar sob o palio da AJG, senão vejamos:

APELAÇÃO CÍVEL. IMPUGNAÇÃO À ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA GRATUITA. Para a concessão do
benefício, por dizer com o direito de acesso ao
Judiciário, basta, em tese, a mera afirmação da parte
no sentido de sua necessidade. Incumbe ao impugnante
fazer prova suficiente da inexistência ou o
desaparecimento dos requisitos essenciais à sua
concessão, o que não logrou, no caso. APELAÇÃO
DESPROVIDA. UNÂNIME. (TJ-RS - AC: 70053125415
RS, Relator: Liege Puricelli Pires, Data de Julgamento:
21/03/2013, Décima Sétima Câmara Cível, Data de
Publicação: Diário da Justiça do dia 03/04/2013) (grifei).

Assim também é o entendimento do Superior Tribunal Federal:


RECURSO EXTRAORDINÁRIO – INTERPRETAÇÃO DE
NORMAS LEGAIS – INVIABILIDADE.1. O Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul negou acolhida a
pedido formulado em apelação, ante fundamentos assim
sintetizados (folha 79):APELAÇÃO CÍVEL. IMPUGNAÇÃO
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. ÔNUS DA
PROVA. NECESSIDADE CARACTERIZADA. Ajg
mantida.1.No âmbito da impugnação da assistência
judiciária gratuita, milita a favor da parte que
necessita da gratuidade a presunção de veracidade
quanto à declaração de pobreza. Assim, é ônus da parte
contrária provar que o requerente tem condições
financeiras de suportar os encargos processuais, sem
prejuízo do próprio sustento ou de sua família. Não o
fazendo, prevalece a declaração da parte que afirma dela
necessitar, na esteira do que dispõe o art. 7º da Lei
nº1.060/50. Não é necessário que a parte seja
miserável para que a AJG seja deferida, nem que seja
exigido que essa se desfaça de seus bens para
ingressar em juízo.2. No caso, o impugnante não logrou
êxito em comprovar que a parte beneficiária possui
condições econômicas de arcar com as custas
processuais. [...] (STF - AI: 782507 RS, Relator: Min.
MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 01/03/2010, Data
de Publicação: DJe-061 DIVULG 07/04/2010 PUBLIC
08/04/2010) (grifo meu)
Assim, sendo, resta evidente que a concessão do beneficio é medida
necessária e amparada pela Lei e Jurisprudência.

V - DOS PEDIDOS

Diante o exposto, requer a Vossa Excelência:


a) A citação do Requerido, para querendo, contestar a presente
demanda, no prazo legal, sob pena de revelia;

b) A assistência judiciária, nos termos do art. 4º da Lei1060/50.


c) Por se tratar de debate de matéria de natureza estritamente
jurídica, não há mais provas a produzir, excetuando-se ao surgimento de
fatos novos em razão da contestação que for apresentada;

d) A condenação do Requerido no pagamento das custas processuais


e honorários advocatícios na ordem de 20% (vinte por cento) do valor da
condenação.

e) Ao final, a total procedência da presente ação, para rescindir o


acórdão sob o nº XXXXX, a fim de que seja retornado ao status quo;

f) Outrossim, se o entendimento for diverso, que seja realizado novo


julgamento do agravo, visto que não foi observado documentos que
corroboravam para a improcedência do agravo;

g) Informa-se que deixa de depositar a importância prevista no


art. 488, inc. II, do CPC, em razão do que dispõe o parágrafo único do mesmo
dispositivo.
Dá-se a causa o valor de alçada.

Nestes termos,

Pede deferimento.

ADVOGADO

OAB/...

[1] apelação nº: XXXXXX

[2] Agravo de Instrumento sob o nº XXXXX

[3] Ação Rescisória Nº 70058380130

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