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ACIPOL

ACADEMIA DE CIÊNCIAS POLICIAIS


CADEIRA: Estado e Boa Governação (EBG)

TEMA VI: “Governação e Combate à Corrupção”


 
Turma C - 3º Ano - I Grupo

DOCENTE:
Kátia Quingue Viola, Msc.
Introdução

De acordo com Fernandes (2009: 10),


a palavra corrupção deriva do latim,
corruptus que, literalmente, significa
quebrado em pedaços e em outra
acepção: “apodrecido”, pútrido.
A palavra serve também para qualificar
o carácter degradado, infestado de
mal, depravado, pervertido,
malicioso e maligno.
1. CONCEITOS
1.1. Governação

Gouveia, Neves e Carvalho (2009: 12) a


governação consiste num conjunto de processos
associados com a tomada de de decisão e sua
implementação, envolvendo um conjunto de
actores que têm de estar estruturados para se
obterem sistemas úteis.
1.1.1. Boa Governação
Constitui um processo de tomada de decisões e
sua implementação de forma consensual;
participativo; baseado na lei; eficaz e
eficiente; equitativo e inclusivo; responsável;
transparente; e imputável com vista a
satisfazer o interesse geral da melhor forma
possível.
1.2. Conceito de Corrupção

Senior (2006) frisa que a corrupção é


um fenómeno social, através do qual
um funcionário público é levado a
actuar contra as leis, normas e práticas
implementadas, a fim de favorecer
interesses particulares.
Continuação
Macuane (2006) abarca duas
perspectivas: a primeira refere
que a corrupção é o uso do cargo
público para fins privados; e a
segunda refere que é o uso do
poder que é conferido a alguém
para fins privados.
2. Iluminação sobre a governação democrática da RAEM

A RAEM baseia-se no modelo de


consenso, isto é, tenta o mais possível
alargar a oportunidade de participação
nas decisões do governo,
solidarizando-se com o consenso
democrático das políticas.
Continuação
Neste modelo de consenso democrático, não há um
partido ou uma força política que tenha poder
suficiente em termos políticos para controlar a situação
total; por isso, a existência e o funcionamento do
governo são dependentes da cooperação entre os vários
partidos ou as várias forças políticas, mediante debates
ou negociação, no sentido de atingir o consenso e
partilhar o poder político, sobretudo, o poder de
decisão administrativa mais elevado.
Continuação
Este modelo contribui não só para a
estabilidade e a consolidação da democracia,
como também é bem melhor que o modelo de
Westminster (governo de maioria) em termos
de qualidade e desempenho da democracia e,
por isso, considerado a “democracia de alta
qualidade”.
2.1. O desenvolvimento Politico da RAEM

O desenvolvimento democrático do
sistema político da RAEM, por um
lado, foi alcançada através de uma
interacção racional entre o governo e
o público da sociedade de Macau.
Continuação
Por outro, o Governo da RAEM tem vindo
a elevar as capacidades de administração
e a estender as técnicas de inspecção
democrática para que a própria população
se torne participante, promotora e
incentivadora mais poderosa no
desenvolvimento democrático da RAEM,
por conseguinte, a população da RAEM
tem vindo a elevar a consciência cívica e
sua a vontade de participação política.
3. A Convergência da
Transparência e
Accountability nas
instituições públicas
3.1. Transparência

Segundo Zorzal e Rodrigues (2015:6),


traduz-se na “condição de abertura
total aos canais de comunicação de
uma organização para o público, sem
qualquer cerceamento de
informações”.
Continuação
A transparência implica providenciar aos
stakeholders (os credores, os fornecedores,
os trabalhadores, os consumidores e a
comunidade) a confiança interna e externa
no processo de tomada de decisão e nas
ações de gestão das entidades públicas
durante a sua actividade.
3.1. Accountability
Conjunto de mecanismos e
procedimentos que levam os gestores
a prestarem contas de seus actos. Este
processo envolve duas partes: uma
parte (o principal) delega
responsabilidade para que outra parte
(o agente) faça a gestão dos recursos.
Isto gera a obrigação do gestor dos
recursos (o agente) de prestar contas
de sua gestão.
Continuação
Accountability é um importante
elemento da boa governança e
envolve a obrigação de ser
responsável por ações e
decisões, frequentemente para
prevenir o mau uso do poder e
outras formas inadequadas de
comportamento.
Continuação
A noção de accountability comporta
diversos componentes, como a seguir:
• Dar uma explicação para os stakeholders;
• Fornecer mais informações quando
solicitadas;
• Rever sistemas ou práticas para atender as
expectativas dos stakeholders; e
• Conceder compensações ou impor
sanções.
Formas de accountability
- Accountability horizontal: refere-se à
capacidade de, uma instituição ou
órgão público, monitorar os abusos de
outra instituição ou órgão público,
como por exemplo, os tribunais de
contas.
Continuação
Accountability vertical é resultante da
acção política do cidadão e da sociedade.

Nesta perspectiva, a corrupção é em parte


expressão e em parte consequência da
debilidade da accountability .
5. O Combate a
Corrupção à Luz da
Experiência Sul-
africana
5.1. Causas da Corrupção
Para Macuane (2006) as principais causas
de corrupção são: Monopólio do poder;
Fracos mecanismos de prestação de
contas; Fiscalização e supervisão
ineficientes; A cultura; O desenvolvimento
económico; e regime político vigente (se
autoritário ou democrático).
5.2. Consequências da Corrupção
A corrupção traz injustiça, desconfiança da
eficiência do governo pelos cidadãos,
desperdício dos recursos públicos,
desencorajamento de empresas (especialmente
as empresas estrangeiras) pela desconfiança
dos investidores estrangeiros, instabilidade
política, medidas repressivas e restrições à
política governamental.
Formas de Manifestação da Corrupção

Na arena administrativa – nepotismo,


existência de funcionários fantasmas
nas folhas de salários, compra de
cargos públicos, colecta ilegal de
taxas ou de impostos e taxas não
autorizadas, falsificação ou
destruição de arquivos, acção
administrativa arbitrária e
manipulação de procedimentos e
regras estabelecidos.
No Legislativo – questões
ligadas ao financiamento de
campanhas eleitorais e conflito
de interesse;
Relativamente ao Judiciário – suborno aos
juizes para manipular as sentenças a favor de
determinados interesses, advogados que
espoliam os seus clientes ou não os
representam adequadamente (de forma
deliberada), ou a pressão do Executivo sobre
os juízes para julgarem baseados apenas em
conveniências políticas.
8. Medidas para o Combate a Corrupção

O combate a corrupção constitui missão de


todos comprometidos com a boa
governação, assim, o combate a
corrupção não se limita as atitude de
políticos e servidores públicos, havendo
por isso a necessidade de envolvimento
de todo cidadão no combate a este mal.
Continuação
- Coordenação dos órgãos Anti-
corrupção: maior coordenação
estratégica.
- Compromisso Politico: acções dos
líderes políticos.
- Independência Institucional:
funcionamento independente e sem
medo ou favorecimento.
Mecanismos Institucionais
• Que a ética no local de trabalho deve ser
reforçada urgentemente como um novo traço
cultural do serviço publico;
• Que a vontade politica e o compromisso
compartilhado devem reforçar o processo;
• Que a transparência e a responsabilidade devem
receber o que é legitimo;
Continuação
• Que as regras de procedimento devem ser claramente
articuladas;
• Que a pratica de denúncias deve ser
institucionalizada;
• Que a ma conduta deve ser sujeita a sanções
disciplinares; e
• Que o interesse publico deve ser colocado em
primeiro lugar.
FIM!

OBRIGADO PELA ATENÇÃO


DISPENSADA.

“Pela Lei e Ordem, Estudar”.

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