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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Controle Interno - de Olho na Transparência do Município

ESCOLA DE CONTAS E CAPACITAÇÃO PROFESSOR PEDRO ALEIXO

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS

FICHA TECNICA
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS

PRESIDENTE
Conselheiro Mauri José Torres Duarte

VICE-PRESIDENTE
Conselheiro José Alves Viana

CORREGEDOR
Conselheiro Gilberto Pinto Monteiro Diniz

OUVIDOR
Conselheiro Durval Ângelo

CONSELHEIROS
Wanderley Geraldo de Ávila
Sebastião Helvécio Ramos de Castro
Cláudio Couto Terrão

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DIRETORIA
Naila Garcia Mourthé

COORDENADORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
Evandro Martins Guerra

COORDENADORIA DE CAPACITAÇÃO
Henrique Lima Quites

COORDENADORIA DE BIBLIOTECA E GESTÃO DO CONHECIMENTO


Ana Marta Accoroni Gonçalves Araújo

SECRETARIA ACADÊMICA
Cristina Maria Montenegro de Menezes

PROFESSORA CONTEUDISTA
Roberta Moraes Raso Leite Soares

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Legenda

Definição Exemplo Importante

Saiba mais Reflexão Material complementar

Atividade Referências
Dica

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O papel e a importância do controle interno para a


efetivação da transparência da gestão pública

APRESENTAÇÃO

Prezado aluno (a),


O objetivo do curso “Controle Interno: De olho na transparência do
município” é contribuir para o aprimoramento e fortalecimento do sistema de
controle interno dos municípios mineiros, fornecendo ferramentas e técnicas
eficazes que possibilitem aos controladores internos municipais verificarem se,
no âmbito da sua esfera de governo, estão sendo obedecidos os princípios da
legalidade, publicidade e, especialmente, o da transparência, quando da
disponibilização em seus “Portais da Transparência”, dos dados e informações
relativos à execução orçamentária e financeira, licitação, contratos e convênios.
Vamos em frente!

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I INTRODUÇÃO

Não se pode negar que a atuação dos órgãos de controle externo na


fiscalização da boa e regular gestão dos recursos públicos de forma cada vez
mais eficiente, eficaz e efetiva, está intimamente ligada ao investimento em
ações voltadas ao aperfeiçoamento e fortalecimento do Sistema de Controle
Interno dos jurisdicionados.
Dessa forma, no intuito de garantir o efetivo funcionamento do sistema de
controle interno como instrumento de governança e de gestão de riscos, a
Associação dos Tribunais de Contas (ATRICON), por meio das Resoluções
04/2014 e 05/2014, aprovou as Diretrizes relacionadas à temática “Controle
Interno: Instrumento de eficiência dos Tribunais de Contas” e Controle Interno:
Instrumento de eficiência dos jurisdicionados”, respectivamente, para orientar os
órgãos de controle externo e os jurisdicionados, colaborando com o aumento da
eficiência das controladorias existentes e auxiliando os entes públicos na
implantação de seus órgãos de controle interno.

Veja então a definição de Sistema de Controle interno:

O Sistema de Controle Interno, nos termos do disposto no


art. 31 e 70 da Constituição Federal, é um conjunto de
órgãos descentralizados de controle, interligados por
mecanismos específicos de comunicação e vinculados a
uma unidade central, visando fiscalizar e avaliar a
execução orçamentária, contábil, financeira, patrimonial e
operacional da entidade controlada, no que se refere à
legalidade e eficiência dos seus atos.

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 74, estabelece a


necessidade de se manter um sistema de controle interno, de forma integrada
entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, os quais devem verificar a
boa e regular gestão dos recursos públicos, sob os aspectos da legalidade,
eficiência, eficácia e efetividade, bem como verificar o cumprimento das metas,
das políticas públicas e dos planos de governo.
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Outra finalidade do sistema de controle interno é apoiar o Controle Externo


no exercício de sua missão constitucional, nos termos do disposto no art. 74,
inciso IV, da Constituição Federal de 1988.
Agora que você já conheceu o sistema de controle interno e suas funções,
vamos conhecer os tipos de controle dos atos administrativos. Acompanhe.

II TIPOS DE CONTROLE

Pereira e Arruda (2010) afirmam que Lei Complementar nº. 101/2000, em


conformidade com os princípios constitucionais, assegura o controle na
administração pública, favorecendo tanto a sociedade quanto os gestores,
protegendo ambos de supostas irregularidades que venham acontecer com o
descumprimento de alguma norma estabelecida, admitindo variações nas
formas do controle dos atos administrativos, que se classificam em 3 (três):
Controle Interno, Controle Externo e Controle Social. Veja cada um deles a
seguir:

O Controle Interno verifica se a administração pública, em sua


gestão financeira, orçamentária, contábil, patrimonial e
operacional está aplicando os recursos públicos em
conformidade com os princípios da ética, legalidade,
legitimidade, moralidade, publicidade, eficiência,
economicidade, equidade e transparência. O seu papel é
orientar e fiscalizar as ações do gestor, para assegurar a
eficiente arrecadação das receitas e a adequada utilização dos
recursos públicos, bem como a implementação das políticas
públicas, minimizando os riscos de erro e fraude.

O Controle Externo pode ser exercido pelo Poder Legislativo,


pelo Tribunal de Contas, pelo Poder Judiciário e pelo Ministério
Público.

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Conheça cada um dos órgãos responsáveis por atuar no controle externo:

Os Tribunais de Contas dos Estados são órgãos independentes


que fiscalizam a legalidade, legitimidade e a economicidade dos
atos praticados pelos gestores estaduais e municipais (nos
Estados em que não existe Tribunais de Contas do Município).
Essa atividade é desenvolvida por meio de auditorias de
natureza contábil, orçamentária, operacional e patrimonial e
por meio de Denúncias e Representações que apontam
irregularidades passíveis de multa ou de ensejar o
ressarcimento de dano ao erário.

O Poder Judiciário só age se for provocado pelo Ministério


Público ou pelo cidadão e pode aplicar penalidades tais como
perda de mandato, decretar a prisão, condenar por ato de
improbidade administrativa, tornar o gestor inelegível. Pode
ainda determinar ressarcimento de dano ao erário.

O Poder Legislativo, órgão titular do Controle Externo, realiza o


controle político dos atos e atividades da administração pública,
sob os aspectos contábeis, financeiro, orçamentário, operacional
e patrimonial, verificando a regularidade dos gastos públicos e a
observância aos princípios da legalidade, legitimidade,
economicidade. Esse controle conta com o auxílio dos Tribunais
de Contas.

O Ministério Público é uma instituição pública independente e


autônoma, responsável pela defesa dos direitos dos cidadãos e
dos interesses da sociedade. Ele objetiva garantir a defesa da
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis. Ele atua como parte no processo ou
como fiscal da lei e trabalha para que ela seja fielmente
cumprida. Recebem denúncias de desvios de dinheiro público e
propõem ações judiciais visando à punição dos envolvidos, bem
como determinam o ressarcimento dos recursos desviados do
erário.

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O Controle Social está intimamente relacionado à participação


do cidadão ou dos conselhos gestores de políticas públicas na
administração dos recursos públicos. Por meio desse controle, os
cidadãos podem intervir na tomada da decisão administrativa,
orientando os gestores para que adotem medidas que realmente
estejam em conformidade com o interesse público e exigindo
que o gestor preste contas de sua atuação em observância aos
princípios da publicidade, transparência e accountability.

A participação contínua da sociedade na gestão pública é


um direito constitucionalmente assegurado e permite que
os cidadãos participem da formulação das políticas
públicas e fiscalizem, de forma permanente, a aplicação
dos recursos públicos.

As principais ferramentas que o cidadão dispõe para exercer o controle


social no Brasil são:

1) Conselhos de política pública

2) Observatório social

3) Orçamento participativo

4) Audiência pública

5) Ouvidoria

O que faz com que o controle social seja exercido de forma eficiente e
efetiva é a disponibilização nos Portais da Transparência de dados e
informações da administração pública relativos à execução orçamentária e
financeira, licitação, contratos e convênios, para que o cidadão possa verificar a
boa e regular aplicação dos recursos públicos.

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No entanto, não basta simplesmente dar publicidade aos atos e atividades


da administração pública, pois é fundamental que, na implementação dos Portais
da Transparência, também sejam observadas as diretrizes recomendadas pelo
Ministério da Transparência e Controladoria Geral da União. Veja quais são elas:

Linguagem
Fácil acesso - Navegação
cidadã e
sem senha simples
acessível

Informações Ferramenta
tempestivas e para o controle
confiáveis social

Aos municípios com mais de 100 mil habitantes, bem como


órgãos estaduais e federais, a Lei Complementar
nº131/2009, que alterou a Lei Complementar nº 101/2000,
concedeu o prazo de um ano para se adequarem à nova
norma.

III CONCEITO E OBJETIVOS DO CONTROLE INTERNO

Antes de conceituar Controle Interno é importante fazer uma distinção


entre controle interno e sistema de controle interno.
De acordo com as Diretrizes para as Normas de Controle Interno do Setor
Público da Organização Internacional de Entidades de Fiscalização Superioras
(Intosai):

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“Controle interno é um processo integrado efetuado pela direção e


corpo de funcionários, e é estruturado para enfrentar os riscos e
fornecer razoável segurança de que na consecução da missão da
entidade os seguintes objetivos gerais serão alcançados:
- execução ordenada, ética, econômica, eficiente e eficaz das
operações;
- cumprimento das obrigações de accountability;
- cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis;
- salvaguarda dos recursos para evitar perdas, mau uso e dano.”

Fonte: Intosai

No que se refere aos objetivos que o controle interno deve resguardar


para que a instituição cumpra sua missão, é importante definir os seguintes
conceitos:

Execução estruturadas e organizadas metodicamente;


ordenada

o gestor, na administração dos recursos públicos, deve sempre


pautar sua conduta na observância aos princípios da honestidade,
probidade, lisura, equidade, imparcialidade, moralidade e
Ética supremacia do interesse público sobre o privado, para conquistar
o respeito e a confiança da população em seu governo e garantir
que todos os cidadão sejam tratados de forma imparcial com base
nos princípios da legalidade e da justiça. É importante que cada
instituição possua o seu Código de Ética para estabelecer os
padrões éticos de conduta que ela espera da alta administração e
de seus servidores no exercício de suas atividades.

adquirir a quantidade certa de recursos públicos, na qualidade


Econômica esperada, entregue no local correto e no momento adequado,

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dentro do preço médio de mercado, evitando-se desperdícios e


extravagâncias nas compras e na realização de obras e serviços
públicos.

gastar o mínimo de recursos e obter o máximo de resultado


Eficiente
possível no que se refere à qualidade e quantidade adequada dos
bens ou serviços ofertados à sociedade.

os atos ou atividades realizados pela administração pública e os


Eficaz
bens ou serviços adquiridos atendem ao objetivo esperado, que,
neste caso, é o atendimento ao interesse público.

“é o processo através do qual as organizações públicas e os


indivíduos que as integram tornam-se responsáveis por suas
decisões e ações, incluindo a salvaguarda de recursos públicos, a
imparcialidade e todos os aspectos de seu desempenho. O
Cumprimento
processo será alcançado mediante o desenvolvimento,
das obrigações
de manutenção e disponibilização de informações financeiras e não-
accountabillity
financeiras confiantes e relevantes, e através da apresentação
correta dessa informação em relatórios oportunos, destinados
tanto ao público interno quanto ao público externo. A informação
não-financeira pode estar relacionada com a economia, eficiência
e eficácia das políticas e operações (informação sobre o
desempenho operacional), e o controle interno e sua eficácia.”
(Conceito extraído das Diretrizes para as Normas de Controle
Interno do Setor Público da Intosai, traduzida pelo Tribunal de
Contas da Bahia).

Cumprimento as organizações públicas só podem agir em conformidade com o


das leis e
regulamentos que dispõe a lei e os seus regulamentos internos, pois são elas

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que disciplinam a captação e a operacionalização e a aplicação do


dinheiro público.

“a contabilização do orçamento com base na execução financeira,


prática que continua sendo muito comum no setor público, não
oferece segurança suficiente com relação à aquisição, utilização e
disponibilização dos recursos. Dessa forma, as organizações no
Salvaguarda
setor público nem sempre têm registros adequados de seus ativos,
dos recursos
públicos para o que as torna mais vulneráveis. Por isso, devem-se adotar
evitar perdas,
controles internos em cada uma das atividades relacionadas com
mau uso e
danos a administração dos recursos da entidade, desde a aquisição até
a sua disponibilização. Outros meios, tais como a informação,
fontes de documentação e registros contábeis, são a chave para a
obtenção da transparência das operações governamentais e
devem ser preservados. No entanto, eles também estão em risco
de serem roubados, mal utilizados ou destruídos.” (conceito
extraído das Diretrizes para as normas de controle interno para o
setor público da Intosai, traduzida pelo Tribunal de Contas da
Bahia).

Já o sistema de controle interno, como vimos anteriormente, pode ser


definido como o conjunto de órgãos articulados a partir de um órgão central para
o desempenho das atribuições de controle interno o qual define as Diretrizes,
métodos, procedimentos e normas que deverão ser observadas, com o objetivo
de verificar se o resultado obtido está em conformidade com a legislação e com
o interesse público.
A Carta Magna trata do sistema de controle interno no artigo 74 que
dispõe sobre a finalidade desse sistema:

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão,


de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade
de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
plurianual, a execução dos programas de governo e dos
orçamentos da União;

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II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à


eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal,
bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e
garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão
institucional.
§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela
darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.
§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato
é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades
ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. (BRASIL,
1988, grifo nosso).

O art. 74 no seu § 2º traz um importante instrumento de


participação popular na fiscalização dos recursos públicos
ao garantir que “qualquer cidadão é parte legítima para, na
forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades
perante o Tribunal de Contas da União”, assim como
perante o Sistema de Controle Interno e ao Ministério
Público, órgãos encarregados do controle sobre a
administração pública.

A importância do Sistema de Controle Interno é, portanto, assegurar a


veracidade dos componentes patrimoniais, proporcionar a obtenção de
informação oportuna e adequada e prevenir práticas como fraudes e desvios.

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IV PUBLICIDADE E TRANSPARÊNCIA DAS INFORMAÇÕES E DADOS


DISPONIBILIZADOS EM MEIOS ELETRÔNICOS PELA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA

A publicidade é um princípio constitucional que se caracteriza pelo dever


da Administração Pública viabilizar o amplo acesso à informação dos atos
administrativos, permitindo ao cidadão conhecer, controlar e avaliar os atos
praticados pelos agentes públicos.
O princípio exige que seja conferida transparência a todos os atos da
Administração Pública, com exceção apenas dos que são de caráter sigiloso,
que são imprescindíveis à segurança nacional e a intimidade das pessoas. Já a
transparência dos atos e atividades da Administração Pública está associada à
divulgação de dados e informações que possibilitem que as ações dos gestores
sejam controladas e que, no caso de eventual irregularidade na gestão dos
recursos públicos, possam ser responsabilizados pelos seus atos.

Fonte: Disponível em: https://blogdotarso.com/tag/transparencia/


Acesso em: 05/03/2018

Segundo o art. 48 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), são


considerados instrumentos de transparência da gestão fiscal “os planos (PPA);
orçamentos (LOA) e a Lei de diretrizes orçamentárias (LDO); as prestações de
contas e o respectivo parecer prévio; os relatórios de gestão fiscal e os relatórios
resumidos da execução orçamentária e suas versões simplificadas.”
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Com relação a esses planos, orçamentos e lei de diretrizes orçamentárias


a Constituição Federal dispõe no seu art. 165 que o Plano Plurianual, Lei de
Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual são peças de planejamento
orçamentário.
No que se refere ao Relatório Resumido da Execução Orçamentária, os
arts. 52 e 53 da LRF dispõem que ele deve ser composto por diversos
demonstrativos, e ter elaboração e publicação bimestral. Tem por finalidade
evidenciar a situação fiscal do ente, de forma especial a execução orçamentária
da receita e despesa, propiciando à sociedade, órgãos de controle e ao usuário
da informação pública em geral, conhecer, acompanhar e analisar o
desempenho das ações governamentais estabelecidas na LDO e LOA.
Além disso, a LRF determina a divulgação ampla em meios eletrônicos de
acesso público, em tempo real, denominados portais da transparência, das
informações pormenorizadas a respeito da execução orçamentária e financeira.

Fonte: Disponível em: http://prefeituradesenadorcanedo.sigepnet.com.br/?portal=1


Acesso em:06/03/2018

Em 2011, com a promulgação da Lei n. 12.527/11, Lei de Acesso a


Informação, com o objetivo do tutelar e assegurar o direito fundamental de
acesso à informação, previsto nos artigos 5º, inciso XXXIII; 37, § 3º, inciso II; e
216, § 2º da Constituição Federal, a transparência governamental ganhou mais
instrumentos de eficácia.
O art. 3º do supracitado diploma legal estabelece que os procedimentos
previstos nesta lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à
informação e devem ser executados em conformidade com os princípios da
Administração Pública e a observância da publicidade como preceito geral e do
sigilo como exceção; a divulgação de informações de interesse público, inde-
pendentemente de solicitações; a utilização de meios de comunicação
viabilizados pela tecnologia da informação; o fomento ao desenvolvimento da
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cultura de transparência na Administração Pública; e ao desenvolvimento do


controle social.
Nota-se, portanto, que o direito de acesso à informação pública e os
instrumentos de transparência introduzidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal
e Lei de Acesso à Informação possibilitam o desenvolvimento das instituições
públicas e fortalecem a participação cidadã.

No entanto, para garantir a transparência, não basta que a


informação esteja divulgada no Portal da Transparência,
pois é fundamental que ela também esteja completa, seja
objetiva, confiável, tempestiva, relevante e de qualidade,
para que o cidadão possa ter o acesso aos dados
necessários e atuais que lhe possibilitarão o efetivo
exercício do controle social.

Uma informação completa é aquela que dispõe de todos os dados necessários


para a compreensão dos fatos e atos administrativos.

A informação é considerada objetiva quando são disponibilizados de forma direta


somente os dados relevantes para que a sociedade avalie a boa e regular
aplicação dos recursos públicos.

A confiabilidade é a garantia de que a informação retrata a realidade do órgão,


proporcionando segurança ao cidadão de que a informação é fidedigna.

A informação tempestiva é aquela que é útil ao cidadão, uma vez que foi
disponibilizada em tempo real.

Além disso, para que haja transparência, não podem ser colocadas entraves ao
acesso à obtenção dos dados e informações relativos às licitações, convênios,

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relatórios da execução fiscal e execução financeira e orçamentária dos recursos


públicos. É importante frisar que o excesso de etapas a serem observadas e a
solicitação de senhas para acesso a determinado relatório representam pontos
negativos a serem superados no que se refere ao acesso à informação.

V O PAPEL DO CONTROLE INTERNO NA TRANSPARÊNCIA DOS GASTOS


PÚBLICOS

O desenvolvimento e aprimoramento de novas tecnologias da informação,


tem estimulado cada vez mais a participação ativa do cidadão no controle dos
atos e atividades realizados pela Administração Pública. Contudo, para que haja,
de fato, um verdadeiro fortalecimento da democracia participativa, faz-se
necessário que o cidadão brasileiro tenha acesso aos dados e informações
públicas de qualidade que lhe possibilitem a fiscalização da aplicação dos
recursos públicos e a participação nos processos decisórios sobre a utilização
desses recursos.
Nesse cenário, destaca-se que o papel de um Sistema de Controle Interno
eficiente, eficaz e efetivo é garantir a observância dos princípios da legalidade,
moralidade, publicidade e transparência, verificando se a Administração Pública
está disponibilizando as informações relevantes sobre a gestão dos recursos
públicos de forma clara, integral, objetiva, confiável, tempestiva e ética.
Outros papéis relevantes do Controle Interno são:

1) Verificar se está sendo garantida a transparência pública e


o direito de acesso à informação por meio do fornecimento de
informações tempestivas e qualificadas que possibilitam o
exercício da cidadania, de modo que o cidadão possa exigir a
efetiva satisfação dos interesses da coletividade.

2) Avaliar o cumprimento de metas do PPA, a execução dos


programas de governo e da Lei Orçamentária Anual;

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3) Verificar a legalidade e avaliar os resultados da gestão


orçamentária, financeira, operacional e patrimonial da
administração direta e indireta, bem como dos repasses e
termos firmados com entidades privadas, sob os prismas da
eficiência, eficácia, efetividade e economicidade.

4) Controlar as operações de créditos, avais e garantias e


haveres do estado.

5) Apoiar o controle externo no exercício de sua missão


constitucional.

Diante do acima exposto, conclui-se que o papel do controle interno é


orientar e fiscalizar as ações do administrador público, visando assegurar a
eficiente arrecadação das receitas e o adequado emprego dos recursos públicos
e funciona como uma ferramenta eficaz na minimização dos erros e combate à
fraude.

VI IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO NA TRANSPARÊNCIA DA


GESTÃO DOS RECURSOS PÚBLICOS

O Controle Interno funciona como um eficiente e importante instrumento


de aprimoramento da gestão pública, uma vez que comunica ao gestor, por meio
de relatórios, os erros e impropriedades que devem ser corrigidos e o auxilia na
tomada de decisões para modificar os rumos das suas ações em prol do alcance
dos objetivos e da missão da instituição e do interesse público.
É o Controle Interno estruturado, capacitado, autônomo e independente
que irá fiscalizar os atos de gestão do administrador público, garantindo a
implementação das políticas públicas e a satisfação do interesse público de
forma mais econômica e eficiente.

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Além disso, o controle interno avalia, corrige, direciona e monitora os atos


e atividades desenvolvidos pela Administração Pública, bem como informa se as
recomendações determinadas em seus relatórios, para aprimoramento da
transparência nos Portais de Transparência dos Municípios, foram efetivamente
implementadas pelo gestor por meio do cumprimento do plano de ação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CASTRO, Rodrigo P. A.; CARVALHO, E. F. Guia Prático de Controle Interno na


Administração Pública. 2016. Disponível em: http://www.ampcon.org.br/pdf/guia-
pratico-de-controle-interno-na-adm-pub.pdf. Acesso em 26/02/2018.

MEDEIROS, A. A; MACHADO, C. S. A importância do sistema de controle


interno para a garantia da transparência e da qualidade das informações.
In:Unoesc International Legal Seminar, Chapecó, v. 2, n. 1, 2013. Disponível em:
https://editora.unoesc.edu.br/index.php/uils/article/viewFile/4006/2152. Acesso
em 26/02/2018.

BRASIL. Tribunal de Contas do Estado da Bahia. INTOSAI. Diretrizes para as


Normas de Controle Interno do Setor Público. Série Tradução, nº 13. Disponível
em: https://www.tce.ba.gov.br/images/intosai_diretrizes_p_controle_interno.pdf.
Acesso em 26/02/2018.

FIGUEIREDO, V. F; SANTOS, W. J. L. Transparência e controle social na


administração pública. Disponível em:
http://www.fclar.unesp.br/Home/Departamentos/AdministracaoPublica/RevistaT
emasdeAdministracaoPublica/vanuza-da-silva-figueiredo.pdf. Acesso em
26/02/2018.

Portal da Transparência do Governo Federal. Ministério da Transparência e


Controladoria Geral da União. Disponível em:
http://www.portaldatransparencia.gov.br/controleSocial/. Acesso em 26/02/2018.

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