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DIREITO ADMINISTRATIVO

Controle Interno e Externo


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CONTROLE INTERNO E EXTERNO

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Administração Pública pratica várias atividades, trabalha o tempo todo, e dessas ativi-
dades pode surgir alguma ilegalidade. Assim, existe um controle feito pelo próprio órgão, mas
também o controle do Poder Legislativo ou do Poder Judiciário.

É interessante que a própria Administração Pública pode se autocontrolar, o que é cha-


mado de autotutela. Mas um particular também pode entrar na Justiça e acionar o Poder
Judiciário, que determinará que um ato seja anulado (controle externo).

Exemplo: um servidor foi demitido de maneira ilegal. Não foram atendidos o contraditó-
rio e a ampla defesa. Pode ser que o próprio servidor questione de maneira administrativa,
recorrendo da decisão, e a Administração, percebendo o erro, pode anular a demissão e o
servidor ser reintegrado. Mas considere que a Administração não anule o ato. Assim, o servi-
dor pode entrar na Justiça e o juiz determinar a anulação daquele ato administrativo.

Para Carvalho Filho, controle administrativo é “o conjunto de mecanismos jurídicos e


administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e de revisão da ativi-
dade administrativa em qualquer das esferas de Poderes”.

No Poder Legislativo e no Poder Judiciário, existe a função administrativa. No Direito


Administrativo não se estuda o controle realizado nesses Poderes (STF, por exemplo).

CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS DE CONTROLE

Quanto à origem do controle


a. Controle interno: realizado por um Poder sobre seus próprios órgãos e agentes. É
exercido dentro de um mesmo Poder.
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É exercido de forma integrada entre os Poderes.
ANOTAÇÕES

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Existe a responsabilidade solidária dos responsáveis pelo controle interno, quando


deixam de dar ciência ao TCU de qualquer irregularidade ou ilegalidade. No caso de omissão
do agente público, ele responderá de maneira solidária. Exemplo: controle ministerial (Celso
Antônio Bandeira de Mello – controle interno exterior), as corregedorias, o controle de chefia
sobre um subordinado etc.

Outros exemplos: o Ministério da Fazenda vai controlar um ato praticado pela Receita
Federal; Ministério da Saúde/convênio realizado pelo SUS.

Art. 74, CF. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema
de controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orça-
mentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

Exemplo: um Ministério faz um convênio com uma ONG. Haverá transferência de recur-
sos públicos. Com isso, o Ministério fica responsável pelo controle.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade


ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade
solidária.

b. Controle externo: é exercido por um Poder sobre os atos praticados por outro Poder.
10m
Exemplo: o Poder Judiciário anula um ato praticado pelo Poder Executivo, ou o chefe
do Executivo edita um decreto que exorbita do poder regulamentar; o controle exercido pelo
TCU sobre o Executivo ou Judiciário; a sustação, pelo Congresso Nacional, de atos normati-
vos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (CF, art. 49, V) etc.

Controle finalístico: para a maior parte da doutrina, quando um Ministério controla a maior
parte de uma entidade, isso representa exemplo de controle interno.
Para a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, o controle por vinculação configura-se
como controle externo.
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De toda forma, a única tutela admitida entre a Administração direta e indireta é o que se
chama de supervisão ministerial ou controle finalístico. Em caso de possível ilegalidade,
o ministério supervisor pode controlar.
15m
• Para Celso Antônio Bandeira de Mello é um controle interno exterior.
• O controle por subordinação é exemplo de controle interno.
• No controle por vinculação, não há subordinação administrativa.

Para a maioria das bancas, o controle por vinculação é um controle interno. Às vezes, o
CESPE considera como controle externo (Di Pietro) e, às vezes, interno.

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/TCE-PE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2017) O controle interno é
exercido pela Administração Pública sobre seus próprios atos e sobre as atividades de
seus órgãos e das entidades descentralizadas a ela vinculadas.
20m

2. (CESPE/TCE-PA/ANALISTA/2016) O controle interno situa-se no âmbito do controle


administrativo e é exercido, em cada Poder, sobre seus próprios órgãos e entidades.
Qualquer irregularidade que seja detectada e não comunicada ao respectivo tribunal de
contas acarreta pena de responsabilidade solidária.

3. (CESPE/TCE-PE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2017) A fiscalização hierár-


quica poderá ser realizada a qualquer tempo, desde que haja provocação da Adminis-
tração ou de órgão a ela vinculado.

COMENTÁRIO
O controle pode ser de ofício ou a pedido. Atenção ao tempo da fiscalização.

4. (CESPE/TCE-PE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2017) O controle exercido


pela Administração sobre seus próprios atos pode ser realizado de ofício quando a
autoridade competente constatar ilegalidade.
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c. Controle popular
O cidadão pode propor uma ação popular com o objetivo de preservar a moralidade admi-
nistrativa.
Art. 5, LXXXIII, CF: qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade adminis-
trativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

A Lei de Acesso à Informação também representa uma forma de controle popular (prin-
cípio da publicidade).
Art. 74, § 2º, CF: Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para,
na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
25m Art. 31, § 3º, CF: As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposi-
ção de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimi-
dade, nos termos da lei.

 Obs.: novamente, princípio da publicidade.

DIRETO DO CONCURSO
5. (CESPE/MPC-PA/CONTROLE EXTERNO/2019) Acerca dos controles interno e externo
da administração pública, assinale a opção correta.
a. Cabe ao controle interno auxiliar o Poder Legislativo no julgamento das contas pres-
tadas anualmente pelo presidente da República.
b. No controle interno, ao verificar se a Administração tem respeitado disposições
imperativas no exercício de suas atribuições, dispensa-se a realização do controle
de mérito.
c. Os atos administrativos do Poder Executivo, do Legislativo e do Judiciário bem como
os atos de gestão de bens e valores públicos são objetos do controle externo.
d. O controle externo é efetivado por órgão pertencente à mesma estrutura do órgão ou
do poder responsável pela atividade controlada.
e. Hierarquicamente superior ao controle externo, o controle interno é único e atua sobre
toda a Administração Pública.
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COMENTÁRIO
Controle de mérito gera a revogação do ato praticado. Autotutela representa a anulação ou
a revogação do ato. Não existe hierarquia entre o controle interno e externo.

6. (CESPE/TCE-PE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2017) Conforme a Constitui-


ção Federal de 1988, o sistema de controle interno de cada Poder deve apoiar o con-
trole externo no exercício de sua função, razão por que o controle interno é subordinado
ao controle externo.
30m

Quanto ao momento do controle


a. Controle prévio (a priori): é exercido antes da conclusão do ato administrativo, “é
um controle preventivo, porque visa impedir que seja praticado ato ilegal ou contrário ao inte-
resse público” (Di Pietro).
Exemplo: existe a necessidade de aprovação prévia do Senado Federal, da indicação
efetuada pelo Presidente da República para ocupar o cargo de Presidente do Banco Central
(art. 52, III, d, da CF); a exigência de autorização do Senado Federal para que União, esta-
dos, Distrito Federal e municípios possam realizar operações externas de natureza financeira
como, por exemplo, a realização de um empréstimo (Inciso V do art. 52, da CF).
Outro exemplo é o mandado de segurança preventivo.

b. Controle concomitante: é exercido durante a prática do ato, ou seja, é realizado no


momento em que a atividade administrativa está sendo praticada.
Exemplo: a fiscalização do órgão contratante em concurso público; a fiscalização de um
contrato administrativo durante a sua execução; a fiscalização na execução orçamentária pelo
sistema de auditorias; a fiscalização em hospitais públicos para verificar o atendimento etc.

c. Controle posterior ou corretivo: é subsequente, ou seja, é realizado após a conclu-


são do ato.
35m
Exemplo: servidor que foi demitido e recorre da decisão, homologação, anulação, revo-
gação, convalidação, mandado de segurança, ação popular etc.
ANOTAÇÕES

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DIRETO DO CONCURSO
7. (CESPE/TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) Conforme a classifi-
cação das formas de controle administrativo, ao realizar auditoria de despesas efetu-
adas pelo Poder Executivo durante a execução do orçamento, o Tribunal de Contas
exerce controle
a. Externo e posterior.
b. Interno e prévio.
c. Interno e concomitante.
d. Interno e posterior.
e. Externo e concomitante.

GABARITO
1. C
2. C
3. E
4. C
5. c
6. E
7. e

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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