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Segundo Villoria (2000)1 citado por Serrano(2010:20) A ética pública ou ética dos servidores
públicos é uma ética colectiva, processo no qual os indivíduos vão gerando pautas de conduta
para um melhor desenvolvimento da convivência e uma maior expansão da autonomia e da
liberdade do ser humano. Nesse caminho estão implicados os cidadãos, as organizações e
instituições do Estado: entidades económicas, empresariais, organizações, associações,
actividades profissionais e a opinião pública. Qualquer discurso sobre a ética pública nos
exorta a reconhecer que seres humanos são seres sociais e que a sociedade se expressa como
um sistema equitativo de cooperação social e de representantes racionais dos cidadãos que
exigem os termos da cooperação sujeitos a condições razoáveis, surgindo assim o sistema de
direitos fundamentais e as liberdades básicas. Esta realidade nos obriga a viver em sociedade
e a tentar superar o conflito que toda a convivência engrenada. Dai a procura por regras de
condutas que permitiriam a convivência. Tudo isso, justifica a necessidade de aceitar normas
que podem ser contrarias a nossos desejos e, incluso, a nossa concepção de bem-estar.
1
Villoria, M.M. (2000), Etica publica y corrupcion : Curso de Etica Administratriva. Madrid tecnos.
Caracterizar e definir as hipóteses, as variáveis e os indicadores possíveis que incidem
no mundo da AP;
Sugerir conclusões para a possível resolução da actual problemática (problema) que
derivam da falta de moralidade na AP. (Ibid:22).
Para Di Prietro (2005:709)2 citado por Serrano ( 2010:69), quando se exige a probidade ou
moralidade administrativa, quer dizer que não basta a legalidade formal e restrita, da actuação
administrativa, como a observância da lei; é preciso também a observância de princípios
éticos, de lealdade, de boa-fé, de regras que assegurem a boa AP.
2
Di Prietro,M.S.Z. (2005), Direito administrativo.18.atlas editora: São Paulo.
3
Dcreto
O princípio da moralidade administrativa é fundamento da ética administrativa que norteia o
exercício da actividade administrativa e constitui ferramenta essencial da aplicabilidade dos
demais princípios constitucionais e da realização da cidadania. (Ibid:100).
Para VIlloria ( 2000:124)4 citado por Serrano (2010) os valores convertem-se em cultura
permitindo adaptar a organização ao meio, quando, de forma inconsciente, fazem parte
influente do pensamento e do sentimento do ser humano.
Contudo, para Serrano (2010: 110), é preciso ter consciência da possibilidade de um conflito
entre valores e princípios; conflitos que participam da experiencia diária de Qualquer
empregado público. Isto é possível pois existe uma pluralidade (multiplicidade) de valores e
princípios implícitos em toda e qualquer opção política. Por essa razão, as pessoas, agentes
públicos priorizam os valores de diversas maneiras e interpretam as situações e experiências
conforme interesses, sejam individuais, sejam colectivos.
No tocante aos valores, os que são plasmados em Moçambique encontram-se nos termos do
n.º 2 do artigo 30 da Lei n.º 16/2012 de 14 de Agosto.
Os conflitos de valores e princípios são de vários tipos, porque, durante o agir diário do
funcionário público, conflituem valores e princípios de muitas naturezas, pois existem valores
e princípios, sociais, económicos, profissionais, jurídico-constitucionais e organizacionais,
cada um com sua própria variedade de normas e regras especificas que viabilizam a sua
realização. Essa é uma situação para qual nem sempre existem respostas claras ou definitivas,
temos como exemplo os seguintes casos:
Da resolução de conflitos
Observar e respeitar os valores sociais primários, assim como todos aqueles que
configurem as bases do regime constitucional democrático;
Observar e respeitar os princípios constitucionais;
Observar e respeitar as regras e normas instrumentais de sua organização, sempre que
tais regras (e normas) sejam coerentes com a missão e com os objectivos da
instituição. Com base na vida, orienta-se definir o que é, de qualquer maneira, imoral,
isto é, inadequado ou inoportuno para a colectividade ou para a convivência humana
(Serrano,2010).
Segundo os diplomas legais, precisamente o número 3 do artigo 6 do EGFAE e o artigo 35 da
Lei n.°16/2012 de 14 de Agosto, estes estabelecem que o servidor público em caso de
conflitos de interesses devem abster-se de tomar decisões , de praticar qualquer acto ou
celebrar contratos que configurem conflito de interesse.