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ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO:

1 Ética e moral.
ÉTICA
Trata da definição e ESTUDO do COMPORTAMENTO, sendo um conjunto de valores morais e
princípios que norteiam a CONDUTA.
O objeto de estudo da ética é a moralidade: a ética é um campo do conhecimento, assim como a
biologia, economia, etc (por isso ela é PERMANENTE).
Ela TEORIZA as condutas e conjunto de valores. Dessa forma, a ÉTICA é UNIVERSAL.
A Ética não se confunde com as leis. Ela está relacionada com o sentimento de JUSTIÇA SOCIAL.

MORAL
São os COSTUMES, CONDUTAS, MODOS DE AGIR, conjunto de REGRAS, tabus e convenções
estabelecidas por CADA SOCIEDADE, em determinado período (portanto sendo TEMPORÁRIA).
A MORAL é CULTURAL, apresentando-se na AÇÃO (não na reflexão teórica). A moral nem sempre se
materializa na forma de Leis e Constituições.

2 Ética, princípios e valores.


VALORES (o que é de melhor / positivo)
Valor é uma qualidade que utilizamos para escolher uma coisa em detrimento de outra. São os atributos
(referências) utilizados para escolher uma conduta de ação, o que é preferível na organização.
AXIOLOGIA: estuda os VALORES em uma dada sociedade, buscando definir o que é certo ou errado.

PRINCÍPIOS
Como os valores são escolhidos? Princípio é a fonte, o substrato em se se funda a ação. São norteadores
que ORIENTAM.

Princípios
Princípio é onde alguma coisa ou conhecimento se origina. Também pode ser definido como conjunto de
regras ou código de (boa) conduta pelos quais alguém governa a sua vida e as suas ações.
Fazendo uma análise minuciosa desses conceitos, percebe-se que os princípios que regem a nossa conduta
em sociedade são aqueles conceitos ou regras que aprendemos por meio do convívio, passados geração após
geração.
Esses conhecimentos se originaram, em algum momento, no grupo social em que estão inseridos,
convencionando-se que sua aplicação é boa, sendo aceita pelo grupo.
Quando uma pessoa afirma que determinada ação fere seus princípios, ela está se referindo a um conceito,
ou regra, que foi originado em algum momento em sua vida ou na vida do grupo social em que está inserida
e que foi aceito como ação moralmente boa.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS
Art. 3º Os atos, comportamentos e atitudes dos servidores incluirão sempre uma avaliação de natureza ética,
de modo a harmonizar as práticas pessoais com os valores institucionais, valorizando a ética como forma de
aprimorar comportamentos, atitudes e ações, fundamentando suas relações nos seguintes princípios:
I – legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência;
II - integridade, honestidade, lealdade e decoro;
III – interesse público, preservação e defesa do patrimônio público;
IV – imparcialidade e responsabilidade;
V – governança, cooperação e compromisso;
VI – neutralidade político-partidária, religiosa e ideológica, no exercício de suas funções;
VII – urbanidade e dignidade da pessoa humana;
VIII – dedicação e desenvolvimento profissional;
IX – boa-fé e compromisso com a verdade; e
X – responsabilidade socioambiental.

3 Ética e democracia: exercício da cidadania.


Ética e Democracia: Exercício da Cidadania
Democracia -> à é um regime político e um modo de sociabilidade, tendo como pressupostos a justiça, a
igualdade e a equidade, regulando relações sociais e permitindo a expressão das diferenças. Com a
democracia, a sociedade deve levar em conta a liberdade, a tolerância e a sabedoria de conviver com as
diferenças.
O cultivo da conduta ética no tecido do Estado efetiva, concretiza e realiza a democracia. Assim sendo, a
democracia deixa de ser um mero plano de intenções e passa a ser o valor máximo real do Estado de Direito.
A ética deve respeitar as leis, portanto, a coletividade.

Caracteriza-se pelo respeito à divergência (à heterogeneidade), pela publicidade do exercício do poder e pela
certeza de que ninguém ou grupo nenhum tem lugar cativo no poder, que, portanto, deve ser acessível a
todos e exercido precária e transitoriamente.
A democracia moderna (governo do povo) se baseia no conceito de representação. Ao invés de suporem que
todo cidadão vai participar diretamente das decisões do Estado, os regimes democráticos modernos dão aos
cidadãos o direito de eleger representantes e de controlar o modo como estes exercem o poder em seu nome.
É necessário haver, então, mecanismos de eleição que espelhem a vontade popular, de informação do modo
como a representação é exercida e de acompanhamento das atividades e posicionamentos do representante.
Cidadania –> à conjunto de direitos e deveres que permite aos cidadãos participar da vida política e da vida
pública. Ex.: votar e ser votado, participar ativamente da elaboração das leis e exercer funções públicas.

O Estado Democrático de Direito, quando permeado de valores éticos afirmativos, gera qualidade nos
serviços públicos, menos corrupção, mais efetividade, mais celeridade, mais produtividade e, com isso, mais
cidadania, mais dignidade da pessoa humana. O Estado melhora seus atendimentos, faz efetiva distribuição
de renda, combate a pobreza, a marginalização, as desigualdades sociais. O Estado ético consegue realizar
seus objetivos.
Quem não desfruta da cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões,
ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social.
Se, por um lado, a cidadania concede aos seres humanos o direito formal de se organizarem e de
expressarem livremente suas opiniões e interesses, por outro lado, ela lhes remete à obrigação de cumprirem
seus deveres. Por isso, o exercício da cidadania implica constante reflexão a respeito das noções e princípios
que fundamentam a vida moral dos seres humanos, mesmo que, em algumas situações, a pessoa se limite ao
uso do senso comum, somente.
Portanto, a cidadania se expressa por meio das relações entre os indivíduos e a cidade em que exercem seus
direitos e deveres. Ela está relacionada à solidariedade do indivíduo com a gestão pública do local onde
reside, trabalha ou por onde passa. Está relacionada ao zelo pelo que é público, de sua manutenção por meio
da contribuição realizada pelo pagamento de impostos e pelo usufruto do direito de utilizar os serviços
públicos, gratuitos e de qualidade.
São elementos básicos da cidadania: a igualdade de todos perante a lei e o acesso de todos à Justiça.
SÓCRATES, considerado o pai da Filosofia, dizia que a obediência à lei era o divisor entre a civilização e a
barbárie. Segundo ele, as ideias de ordem e coesão garantem a promoção da ordem política.

4 Ética e função pública.


Função pública é a competência, atribuição ou encargo para o exercício de determinada função. Ressalta-se
que essa função não é livre, devendo, portanto, estar o seu exercício sujeito ao interesse público, da
coletividade ou da Administração. Segundo Maria Sylvia Z. Di Pietro, função "é o conjunto de atribuições
às quais não corresponde um cargo ou emprego". No exercício das mais diversas funções públicas, os
servidores, além das normatizações vigentes nos órgão e entidades públicas que regulamentam e determinam
a forma de agir dos agentes públicos, devem respeitar os valores éticos e morais que a sociedade impõe para
o convívio em grupo. A não observação desses valores acarreta uma série de erros e problemas no
atendimento ao público e aos usuários do serviço, o que contribui de forma significativa para uma imagem
negativa do órgão e do serviço. Um dos fundamentos que precisa ser compreendido é o de que o padrão
ético dos servidores públicos no exercício de sua função pública advém de sua natureza, ou seja, do caráter
público e de sua relação com o público. O servidor deve estar atento a esse padrão não apenas no exercício
de suas funções, mas 24 horas por dia durante toda a sua vida. O caráter público do seu serviço deve se
incorporar à sua vida privada, a fim de que os valores morais e a boa-fé, amparados constitucionalmente
como princípios básicos e essenciais a uma vida equilibrada, se insiram e sejam uma constante em seu
relacionamento com os colegas e com os usuários do serviço. Os princípios constitucionais devem ser
observados para que a função pública se integre de forma indissociável ao direito.
Esses princípios são:
- Legalidade – todo ato administrativo deve seguir fielmente os meandros da lei.
- Impessoalidade – aqui é aplicado como sinônimo de igualdade: todos devem ser tratados de forma
igualitária e respeitando o que a lei prevê.
- Moralidade – respeito ao padrão moral para não comprometer os bons costumes da sociedade.
- Publicidade – refere-se à transparência de todo ato público, salvo os casos previstos em lei.
- Eficiência – ser o mais eficiente possível na utilização dos meios que são postos a sua disposição para a
execução do seu mister.

5 Ética no setor público.


• Conseguimos perceber, com isso, que a ética é universal, enquanto a moral é cultural.
• No âmbito da ética no serviço público, merece destaque a Súmula Vinculante n. 13, da lavra do STF, de
seguinte teor:
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de
função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola
a Constituição Federal.
• Sobre a Súmula, precisamos saber que o seu desrespeito apresenta infração direta ao princípio da
moralidade. De igual forma, que esta não se aplica à nomeação de agentes políticos (como, por exemplo, os
Secretários e Ministros), que podem ser nomeados livremente pelos Chefes do Executivo.
• O diploma mais importante, sobre ética, no âmbito do serviço público federal, é o Decreto n. 1.171/1994,
também conhecido como Código de Ética do Servidor Público Federal do Poder Executivo.
• Nem só o servidor público legalmente aprovado em concurso público e regido pelo estatuto federal está
obrigado a obedecer ao Código de Ética, mas também aqueles que, temporariamente ou em caráter
excepcional, prestem serviço para o Estado.
• Nem só os servidores que recebem remuneração pelos serviços prestados estão obrigados a obedecer ao
Código de Ética. A questão ética vai muito além da remuneração, devendo ser observada por todas as
pessoas que mantenham vínculo com o Estado.
• Diversas são as regras deontológicas previstas no Código de Ética, sendo que, para efeitos de prova, temos
que procurar relacionar estas aos fatos do dia a dia, uma vez que a prova exigirá a literalidade da norma.
• Duas características devem ser memorizadas por nós no tocante aos deveres e às proibições ao servidor
público:
• Diversos são os deveres e as proibições ao servidor público, sendo que algumas merecem destaque, por
serem as mais exigidas em provas de concurso:
Exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente
resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na
prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;
Ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento
indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
Resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter
quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e
denunciá-las;
Zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança
coletiva;
• Atualmente, a decisão do STF é no sentido de que os servidores públicos podem, tal como os trabalhadores
em geral da iniciativa privada, utilizar-se do instituto da greve. Como ainda não temos uma lei que regule os
procedimentos a serem observados pelos servidores públicos, o STF entende que é aplicável a todos os
servidores a Lei Geral da Greve, que estipula os procedimentos seguidos pela iniciativa privada.
• Da mesma forma, as vedações são constantemente exigidas em provas. Vejamos as mais solicitadas:
Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento
do seu mister;
Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio,
comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o
cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;
Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de
parentes, de amigos ou de terceiros;
Apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;
Dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa
humana;
Exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
• De acordo com o Código, estão obrigados a constituir Comissões toda a Administração direta, bem como
as Autarquias e Fundações (que, ainda que integrem a Administração indireta, são pessoas jurídicas de
direito público) e os demais órgãos e as entidades que exerçam atribuições delegadas pelo Poder Público.
• A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará
do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.

6 Lei nº 8.429/1992 e suas alterações.


6.1 Disposições gerais.
6.2 Atos de improbidade administrativa.

LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992

]
CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probidade na
organização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio
público e social, nos termos desta Lei.     (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. (Revogado).       (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10
e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais.      (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts.
9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente.       (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato
doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa.        (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei os princípios constitucionais do
direito administrativo sancionador.       (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organização do Estado e no exercício de suas
funções e a integridade do patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem
como da administração direta e indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal.        (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de
entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou
governamentais, previstos no § 5º deste artigo.        (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 7º Independentemente de integrar a administração indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei os
atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou custeio o erário
haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse
caso, à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.        (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2021)
§ 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da lei,
baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente
prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário.        (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021)     (Vide ADI 7236)
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público e
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades referidas no art. 1º desta Lei.        (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta
Lei o particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, contrato de
repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo
equivalente.        (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade.        (Redação dada pela Lei
nº 14.230, de 2021)
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado não
respondem pelo ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente,
houver participação e benefícios diretos, caso em que responderão nos limites da sua
participação.          (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade administrativa
seja também sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de
agosto de 2013.           (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que conhecer dos fatos representará ao
Ministério Público competente, para as providências necessárias.       (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
2021)
Parágrafo único. (Revogado).        (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente
estão sujeitos apenas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do patrimônio
transferido.      (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º desta Lei aplica-se também na hipótese
de alteração contratual, de transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária.      (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a responsabilidade da sucessora será
restrita à obrigação de reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe
sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data
da fusão ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente intuito de fraude, devidamente
comprovados.      (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
CAPÍTULO II
Dos Atos de Improbidade Administrativa
Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito
Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito auferir,
mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de
cargo, de mandato, de função, de emprego ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e
notadamente:         (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha
interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de
bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao
valor de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de
bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel, de propriedade ou à disposição de
qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empregados ou
de terceiros contratados por essas entidades;        (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou
a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra
atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa
sobre qualquer dado técnico que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre quantidade,
peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
referidas no art. 1º desta Lei;        (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, de cargo, de emprego ou de função
pública, e em razão deles, bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput deste artigo,
cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público, assegurada a
demonstração pelo agente da licitude da origem dessa evolução;         (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
2021)
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa
física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente
das atribuições do agente público, durante a atividade;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de
qualquer natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de
ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e
notadamente:         (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida incorporação ao patrimônio particular,
de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo patrimonial
das entidades referidas no art. 1º desta Lei;        (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos
ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art.
1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer
das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior
ao de mercado;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de
mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar
garantia insuficiente ou inidônea;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias
com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimonial
efetiva;      (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio público;        (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer
forma para a sua aplicação irregular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art.
1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas
entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por
meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;       (Incluído pela Lei nº 11.107, de
2005)
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou
sem observar as formalidades previstas na lei.        (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública
a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;           (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)     (Vigência)
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de
parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;           (Incluído
pela Lei nº 13.019, de 2014)     (Vigência)
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;            (Incluído pela Lei nº 13.019, de
2014)     (Vigência)
XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na análise das prestações de
contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;       (Redação dada pela Lei
nº 14.230, de 2021)
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a
estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular.
(Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)    
XXI - (revogado);         (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem
o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.         (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
§ 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais ou regulamentares não implicar perda
patrimonial efetiva, não ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento sem causa das
entidades referidas no art. 1º desta Lei.        (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econômica não acarretará improbidade
administrativa, salvo se comprovado ato doloso praticado com essa finalidade.       (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)

Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração
Pública
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade,
caracterizada por uma das seguintes condutas:         (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer
em segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco a segurança da
sociedade e do Estado;        (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a segurança
da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei;         (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
2021)
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de chamamento
ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, ou de
terceiros;       (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições para
isso, com vistas a ocultar irregularidades;        (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação
oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias
firmadas pela administração pública com entidades privadas.    (Vide Medida Provisória nº 2.088-35, de
2000)       (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014)       (Vigência)
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas;          (Incluído  pela Lei nº 14.230, de 2021)
XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recursos do erário, ato de publicidade que
contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco
enaltecimento do agente público e personalização de atos, de programas, de obras, de serviços ou de
campanhas dos órgãos públicos.        (Incluído  pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº
5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplicação deste artigo,
quando for comprovado na conduta funcional do agente público o fim de obter proveito ou benefício
indevido para si ou para outra pessoa ou entidade.         (Incluído  pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos de improbidade administrativa
tipificados nesta Lei e em leis especiais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade administrativa
instituídos por lei.     (Incluído  pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de que trata este artigo pressupõe a
demonstração objetiva da prática de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação das normas
constitucionais, legais ou infralegais violadas.         (Incluído  pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem lesividade relevante ao bem jurídico
tutelado para serem passíveis de sancionamento e independem do reconhecimento da produção de danos ao
erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.          (Incluído  pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indicação política por parte dos detentores
de mandatos eletivos, sendo necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do
agente.       (Incluído  pela Lei nº 14.230, de 2021)
CAPÍTULO III
Das Penas
Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções
penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o
responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:        (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de multa civil
equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou de receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos;        (Redação dada pela
Lei nº 14.230, de 2021)
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12 (doze) anos,
pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com o poder público ou de
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos;        (Redação dada
pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor
da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos;        (Redação dada pela Lei nº 14.230,
de 2021)
§ 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo, atinge
apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com o poder
público na época do cometimento da infração, podendo o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste
artigo, e em caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e a
gravidade da infração.         (Incluído  pela Lei nº 14.230, de 2021)    (Vide ADI 7236)
§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação
econômica do réu, o valor calculado na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para
reprovação e prevenção do ato de improbidade.        (Incluído  pela Lei nº 14.230, de 2021)

___________________________________________________________________________________

Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito auferir, mediante


a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, de
mandato, de função, de emprego ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física
ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público, durante a atividade;
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão
dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei.
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade.

6.3 Lei nº 14.230/2021.

LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992


Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade administrativa, de que trata
o § 4º do art. 37 da Constituição Federal; e dá outras providências.    (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
2021)
CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probidade na
organização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio
público e social, nos termos desta Lei.     (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10
e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais.      (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts.
9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente.       (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato
doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa.        (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de
entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou
governamentais, previstos no § 5º deste artigo.        (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da lei,
baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente
prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário.        (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021)     (Vide ADI 7236)
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade administrativa
seja também sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de
agosto de 2013 (lei anticorrupção).           (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público,
induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade.        
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado não
respondem pelo ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente,
houver participação e benefícios diretos, caso em que responderão nos limites da sua participação. 

Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que conhecer dos fatos representará ao
Ministério Público competente, para as providências necessárias.       (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
2021)
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º desta Lei aplica-se também na hipótese
de alteração contratual, de transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária.      (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a responsabilidade da sucessora será
restrita à obrigação de reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe
sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data
da fusão ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente intuito de fraude, devidamente
comprovados.      (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

CAPÍTULO II
Dos Atos de Improbidade Administrativa
Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito
Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito auferir,
mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de
cargo, de mandato, de função, de emprego ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e
notadamente:         (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha
interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de
bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao
valor de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel, de propriedade ou à disposição de
qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empregados ou
de terceiros contratados por essas entidades;        (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)

Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e
notadamente:         (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida incorporação ao patrimônio particular,
de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo patrimonial
das entidades referidas no art. 1º desta Lei;        (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de
qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por
preço inferior ao de mercado;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de
mercado;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular , veículos, máquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art.
1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas
entidades.
§ 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais ou regulamentares não implicar perda
patrimonial efetiva, não ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento sem causa das
entidades referidas no art. 1º desta Lei.        (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração
Pública
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade ,
caracterizada por uma das seguintes condutas:         (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer
em segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco a segurança da
sociedade e do Estado;        (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a segurança
da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei;         (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
2021)
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de chamamento
ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, ou de
terceiros;       (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições para
isso, com vistas a ocultar irregularidades;        (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº
5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplicação deste artigo,
quando for comprovado na conduta funcional do agente público o fim de obter proveito ou benefício
indevido para si ou para outra pessoa ou entidade.         (Incluído  pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem lesividade relevante ao bem jurídico
tutelado para serem passíveis de sancionamento e independem do reconhecimento da produção de danos ao
erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.          (Incluído  pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indicação política por parte dos detentores
de mandatos eletivos, sendo necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do
agente.       (Incluído  pela Lei nº 14.230, de 2021)
CAPÍTULO III
Das Penas
Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções
penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o
responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:        (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 14 anos, pagamento de multa civil equivalente
ao valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 anos;        (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12 anos,
pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com o poder público ou de
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 anos;        (Redação dada pela
Lei nº 14.230, de 2021)
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 vezes o valor da remuneração
percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo não superior a 4 anos;        (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo, atinge
apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com o poder
público na época do cometimento da infração, podendo o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste
artigo, e em caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e a
gravidade da infração.         (Incluído  pela Lei nº 14.230, de 2021)    (Vide ADI 7236)
§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação
econômica do réu, o valor calculado na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para
reprovação e prevenção do ato de improbidade.        (Incluído  pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser executadas após o trânsito em julgado da
sentença condenatória.      (Incluído  pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, computar-se-á
retroativamente o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença
condenatória.      (Incluído  pela Lei nº 14.230, de 2021)    (Vide ADI 7236)

CAPÍTULO IV
Da Declaração de Bens
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente
público que se recusar a prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do prazo
determinado ou que prestar declaração falsa.         (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)

CAPÍTULO V
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do
representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não
contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao
Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho
de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo apenas será deferido
mediante a demonstração no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado útil do
processo, desde que o juiz se convença da probabilidade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial
com fundamento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu em 5 dias.        (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento
do dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou
sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita.       (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis,
bens móveis em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias,
pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a
garantir a subsistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao longo do
processo.       (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 salários mínimos depositados
em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente.         (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
§ 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado que
o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei.        (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil), bem como quando não preenchidos os requisitos a que se referem os incisos I e
II do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifestamente inexistente o ato de improbidade
imputado.         (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá decisão na qual indicará com precisão a
tipificação do ato de improbidade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar o fato
principal e a capitulação legal apresentada pelo autor.          (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)    (Vide
ADI 7042)     (Vide ADI 7043)
§ 10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá necessariamente ser indicado apenas um
tipo dentre aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei.        (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre os fatos de que trata a ação, e a sua
recusa ou o seu silêncio não implicarão confissão.         (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 19. Não se aplicam na ação de improbidade administrativa:         (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2021)
I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em caso de revelia;        (Incluído pela Lei
nº 14.230, de 2021)
II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16
de março de 2015 (Código de Processo Civil);       (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade administrativa pelo mesmo fato, competindo
ao Conselho Nacional do Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros de Ministérios
Públicos distintos;      (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou de extinção sem resolução de
mérito.          (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 17-B. O Ministério Público poderá, conforme as circunstâncias do caso concreto, celebrar acordo
de não persecução civil, desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados:       (Incluído pela Lei
nº 14.230, de 2021)    (Vide ADI 7042)   (Vide ADI 7043)
I - o integral ressarcimento do dano;        (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes
privados.         (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo dependerá,
cumulativamente:         (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior ou posterior à propositura da
ação;         (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo órgão do Ministério Público competente
para apreciar as promoções de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da
ação;        (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - de homologação judicial, independentemente de o acordo ocorrer antes ou depois do ajuizamento
da ação de improbidade administrativa.        (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo considerará a
personalidade do agente, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de
improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público, da rápida solução do caso.          (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser celebrado no curso da investigação de
apuração do ilícito, no curso da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença
condenatória.      (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º As negociações para a celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo ocorrerão entre o
Ministério Público, de um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor.       (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021)   (Vide ADI 7042)    (Vide ADI 7043)
§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o caput deste artigo, o investigado ou o
demandado ficará impedido de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 anos, contado do conhecimento pelo
Ministério Público do efetivo descumprimento.       (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)   (Vide ADI
7042)    (Vide ADI 7043)
§ 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não configura ato de
improbidade.       (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é repressiva, de caráter sancionatório, destinada à
aplicação de sanções de caráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado seu
ajuizamento para o controle de legalidade de políticas públicas e para a proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.       (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providências a que se refere o § 1º deste artigo no
prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da ação, caberá ao
Ministério Público proceder à respectiva liquidação do dano e ao cumprimento da sentença referente ao
ressarcimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem prejuízo de eventual
responsabilização pela omissão verificada.         (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 parcelas mensais corrigidas monetariamente,
do débito resultante de condenação pela prática de improbidade administrativa se o réu demonstrar
incapacidade financeira de saldá-lo de imediato.        (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase de cumprimento da sentença, o juiz unificará eventuais
sanções aplicadas com outras já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual continuidade de
ilícito ou a prática de diversas ilicitudes, observado o seguinte:        (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior sanção aplicada, aumentada de 1/3
(um terço), ou a soma das penas, o que for mais benéfico ao réu;        (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, o juiz somará as
sanções.         (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos e de proibição de contratar ou de
receber incentivos fiscais ou creditícios do poder público observarão o limite máximo de 20
anos.       (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

CAPÍTULO VI
Das Disposições Penais
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de 6 a 10 meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos
danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento e às condutas
previstas no art. 10 desta Lei; 
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
Contas.

CAPÍTULO VII
Da Prescrição
Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 anos, contados a
partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a
permanência.      (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para apuração dos ilícitos referidos
nesta Lei suspende o curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 dias corridos, recomeçando a correr
após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão.           (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído no prazo de 365 dias
corridos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fundamentado submetido à revisão da
instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.          (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação deverá ser proposta no prazo de 30 dias,
se não for caso de arquivamento do inquérito civil.       (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo interrompe-se:         (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;         (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2021)
II - pela publicação da sentença condenatória;         (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal que
confirma sentença condenatória ou que reforma sentença de improcedência;       (Incluído pela Lei nº 14.230,
de 2021)
IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão
condenatório ou que reforma acórdão de improcedência;       (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão
condenatório ou que reforma acórdão de improcedência.       (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do prazo
previsto no caput deste artigo.       (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efeitos relativamente a todos os que
concorreram para a prática do ato de improbidade.       (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do mesmo processo, a suspensão e a
interrupção relativas a qualquer deles estendem-se aos demais.       (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, deverá, de ofício ou a requerimento
da parte interessada, reconhecer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decretá-la de
imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste
artigo.       (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacitação aos agentes públicos e políticos
que atuem com prevenção ou repressão de atos de improbidade administrativa.        (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não haverá adiantamento de custas, de
preparo, de emolumentos, de honorários periciais e de quaisquer outras despesas.      (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
§ 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais despesas processuais serão pagas ao
final.        (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em caso de improcedência da ação de
improbidade se comprovada má-fé.        (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação de recursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão
responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995.       (Incluído pela Lei nº 14.230,
de 2021)    (Vide ADI 7236)

7 Lei nº 12.846/2013 e suas alterações.

A Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, chamada de Lei anticorrupção,  trata da responsabilização


administrativa e civil de pessoas jurídicas (empresas) pela prática de atos de corrupção contra a
administração pública, nacional ou estrangeira, e atende ao pacto internacional firmado pelo Brasil.

LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013.

Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a
administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas pela
prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades simples,
personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado, bem
como a quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham
sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que
temporariamente.
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos
atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não.
Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes ou
administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da responsabilização individual das pessoas
naturais referidas no caput .
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos na medida da sua
culpabilidade.
Art. 4º Subsiste (dura/mantem-se) a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contratual,
transformação, incorporação, fusão ou cisão societária.
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de
pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe
sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da
fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente intuito de fraude, devidamente
comprovados.
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as
consorciadas serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei, restringindo-se tal
responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado.

CAPÍTULO II
DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIONAL OU ESTRANGEIRA
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos
aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º , que atentem contra o
patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administração pública ou contra os
compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a terceira
pessoa a ele relacionada;
II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a prática dos atos
ilícitos previstos nesta Lei;
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus
reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;
IV - no tocante a licitações e contratos:
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo de
procedimento licitatório público;
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório público;
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública ou celebrar
contrato administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorrogações de
contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação
pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a administração
pública;
V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir
em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do sistema
financeiro nacional.
§ 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos e entidades estatais ou representações
diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as pessoas jurídicas
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro.
§ 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração pública estrangeira as organizações públicas
internacionais.
§ 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta Lei, quem, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades estatais ou em
representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como em pessoas jurídicas controladas, direta ou
indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais.

CAPÍTULO III
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos
lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
I - multa, no valor de 0,1% a 20% do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do
processo administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for
possível sua estimação; e
II - publicação extraordinária da decisão condenatória.
§ 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada ou cumulativamente, de acordo com as
peculiaridades do caso concreto e com a gravidade e natureza das infrações.
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será precedida da manifestação jurídica elaborada pela
Advocacia Pública ou pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público.
§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui, em qualquer hipótese, a obrigação da
reparação integral do dano causado.
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput, caso não seja possível utilizar o critério do valor do faturamento bruto
da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).
§ 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocorrerá na forma de extrato de sentença, a
expensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande circulação na área da prática da infração e
de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional, bem como por meio de
afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio estabelecimento ou no local de
exercício da atividade, de modo visível ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores.
Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:
I - a gravidade da infração;
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
III - a consumação ou não da infração;
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;
V - o efeito negativo produzido pela infração;
VI - a situação econômica do infrator;
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações;
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia
de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica;
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pública lesados; e
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e procedimentos previstos no inciso VIII
do caput serão estabelecidos em regulamento do Poder Executivo federal.

CAPÍTULO IV
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrativo para apuração da responsabilidade de
pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provocação, observados o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de
responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria-Geral da União - CGU terá competência
concorrente para instaurar processos administrativos de responsabilização de pessoas jurídicas ou para
avocar os processos instaurados com fundamento nesta Lei, para exame de sua regularidade ou para corrigir-
lhes o andamento.
Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apuração, o processo e o julgamento dos atos
ilícitos previstos nesta Lei, praticados contra a administração pública estrangeira, observado o disposto no
Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em
Transações Comerciais Internacionais, promulgada pelo Decreto nº 3.678, de 30 de novembro de 2000.
Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será conduzido por
comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais servidores estáveis.
§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação judicial, ou equivalente, a pedido da comissão a
que se refere o caput , poderá requerer as medidas judiciais necessárias para a investigação e o
processamento das infrações, inclusive de busca e apreensão.
§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade instauradora que suspenda os efeitos do ato ou
processo objeto da investigação.
§ 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da data da
publicação do ato que a instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apurados e eventual
responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma motivada as sanções a serem aplicadas.
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante ato fundamentado da autoridade instauradora.
Art. 11. No processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido à pessoa jurídica
prazo de 30 (trinta) dias para defesa, contados a partir da intimação.
Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade instauradora, na
forma do art. 10, para julgamento.
Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano não prejudica a
aplicação imediata das sanções estabelecidas nesta Lei.
Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo pagamento, o crédito apurado será inscrito em dívida
ativa da fazenda pública.
Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do direito para
facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar confusão
patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus
administradores e sócios com poderes de administração, observados o contraditório e a ampla defesa.
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, após a conclusão do
procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existência, para apuração de
eventuais delitos.
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, após a instauração do
processo administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existência, para apuração de
eventuais delitos. (Redação dada pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, após a conclusão do
procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existência, para apuração de
eventuais delitos.

CAPÍTULO V
DO ACORDO DE LENIÊNCIA (Brandura)
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência com as
pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem efetivamente com as
investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.
Art. 16. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão, no âmbito de suas competências,
por meio de seus órgãos de controle interno, de forma isolada ou em conjunto com o Ministério Público ou
com a Advocacia Pública, celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática
dos atos e pelos fatos investigados e previstos nesta Lei que colaborem efetivamente com as investigações e
com o processo administrativo, de forma que dessa colaboração resulte: 
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; 
II - a obtenção de informações e documentos que comprovem a infração noticiada ou sob investigação; 
III - a cooperação da pessoa jurídica com as investigações, em face de sua responsabilidade objetiva; e 
IV - o comprometimento da pessoa jurídica na implementação ou na melhoria de mecanismos internos de
integridade. 
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência com as
pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem efetivamente com as
investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.
§ 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulativamente, os
seguintes requisitos:
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato
ilícito; 
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de
propositura do acordo;
III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos
os atos processuais, até seu encerramento.
III - a pessoa jurídica, em face de sua responsabilidade objetiva, coopere com as investigações e com o
processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos
processuais, até seu encerramento; e 
IV - a pessoa jurídica se comprometa a implementar ou a melhorar os mecanismos internos de integridade,
auditoria, incentivo às denúncias de irregularidades e à aplicação efetiva de código de ética e de conduta. 
§ 2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas no inciso II do art.
6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
§ 2º O acordo de leniência celebrado pela autoridade administrativa: 
I - isentará a pessoa jurídica das sanções previstas no inciso II do caput do art. 6º e das sanções restritivas ao
direito de licitar e contratar previstas na Lei n º 8.666, de 21 de junho de 1993 , e em outras normas que
tratam de licitações e contratos; 
II - poderá reduzir a multa prevista no inciso I do  caput do art. 6º em até dois terços, não sendo aplicável à
pessoa jurídica qualquer outra sanção de natureza pecuniária decorrente das infrações especificadas no
acordo; e 
III - no caso de a pessoa jurídica ser a primeira a firmar o acordo de leniência sobre os atos e fatos
investigados, a redução poderá chegar até a sua completa remissão, não sendo aplicável à pessoa jurídica
qualquer outra sanção de natureza pecuniária decorrente das infrações especificadas no acordo. 
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado.
§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias para assegurar a efetividade da colaboração e
o resultado útil do processo.
§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias para assegurar a efetividade da colaboração e
o resultado útil do processo administrativo e quando estipular a obrigatoriedade de reparação do dano poderá
conter cláusulas sobre a forma de amortização, que considerem a capacidade econômica da pessoa jurídica. 
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo
econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as condições nele
estabelecidas.
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do respectivo acordo,
salvo no interesse das investigações e do processo administrativo.
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo de
leniência rejeitada.
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo
acordo pelo prazo de 3 anos contados do conhecimento pela administração pública do referido
descumprimento.
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos nesta
Lei.
§ 9º A formalização da proposta de acordo de leniência suspende o prazo prescricional em relação aos atos e
fatos objetos de apuração previstos nesta Lei e sua celebração o interrompe. 
§ 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão competente para celebrar os acordos de leniência no
âmbito do Poder Executivo federal, bem como no caso de atos lesivos praticados contra a administração
pública estrangeira.
§ 11. O acordo de leniência celebrado com a participação das respectivas Advocacias Públicas impede que
os entes celebrantes ajuizem ou prossigam com as ações de que tratam o art. 19 desta Lei e o art. 17 da Lei
nº 8.429, de 2 de junho de 1992, ou de ações de natureza civil. 
§ 12. O acordo de leniência celebrado com a participação da Advocacia Pública e em conjunto com o
Ministério Público impede o ajuizamento ou o prosseguimento da ação já ajuizada por qualquer dos
legitimados às ações mencionadas no § 11. 
§ 13. Na ausência de órgão de controle interno no Estado, no Distrito Federal ou no Município, o acordo de
leniência previsto no caput somente será celebrado pelo chefe do respectivo Poder em conjunto com o
Ministério Público. 
§ 14. O acordo de leniência depois de assinado será encaminhado ao respectivo Tribunal de Contas, que
poderá, nos termos do inciso II do art. 71 da Constituição Federal,  instaurar procedimento administrativo
contra a pessoa jurídica celebrante, para apurar prejuízo ao erário, quando entender que o valor constante do
acordo não atende o disposto no § 3º . 
Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo de leniência com a pessoa jurídica
responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,  com vistas à isenção
ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus arts. 86 a 88.
Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo de leniência com a pessoa jurídica
responsável por atos e fatos investigados previstos em normas de licitações e contratos administrativos com
vistas à isenção ou à atenuação das sanções restritivas ou impeditivas ao direito de licitar e contratar. 
Art. 17-A. Os processos administrativos referentes a licitações e contratos em curso em outros órgãos ou
entidades que versem sobre o mesmo objeto do acordo de leniência deverão, com a celebração deste, ser
sobrestados e, posteriormente, arquivados, em caso de cumprimento integral do acordo pela pessoa jurídica. 
Art. 17-B. Os documentos porventura juntados durante o processo para elaboração do acordo de leniência
deverão ser devolvidos à pessoa jurídica quando não ocorrer a celebração do acordo, não permanecendo
cópias em poder dos órgãos celebrantes. 

CAPÍTULO VI
DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a possibilidade de sua
responsabilização na esfera judicial, exceto quando expressamente previsto na celebração de acordo de
leniência, observado o disposto no § 11, no § 12 e no § 13 do art. 16. 
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação judicial, ou
equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às
pessoas jurídicas infratoras:
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou indiretamente
obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades
públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 e
máximo de 5 anos.
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando comprovado:
I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a prática de atos
ilícitos; ou
II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos
atos praticados.
§ 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa.
§ 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de representação judicial, ou equivalente, do
ente público poderá requerer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários à garantia do
pagamento da multa ou da reparação integral do dano causado, conforme previsto no art. 7º , ressalvado o
direito do terceiro de boa-fé.
Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão ser aplicadas as sanções previstas no art. 6º ,
sem prejuízo daquelas previstas neste Capítulo, desde que constatada a omissão das autoridades competentes
para promover a responsabilização administrativa.
Parágrafo único. A proposta do acordo de leniência poderá ser feita mesmo após eventual ajuizamento das
ações cabíveis. 
Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho
de 1985.
Parágrafo único. A condenação torna certa a obrigação de reparar, integralmente, o dano causado pelo
ilícito, cujo valor será apurado em posterior liquidação, se não constar expressamente da sentença.

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Cadastro Nacional de Empresas Punidas -
CNEP, que reunirá e dará publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo com base nesta Lei.
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar e manter atualizados, no Cnep, os dados
relativos às sanções por eles aplicadas.
§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das sanções aplicadas:
I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou entidade no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica - CNPJ;
II - tipo de sanção; e
III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador ou impeditivo da sanção, quando for o
caso.
§ 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos de leniência previstos nesta Lei, também deverão
prestar e manter atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as informações acerca do
acordo de leniência celebrado, salvo se esse procedimento vier a causar prejuízo às investigações e ao
processo administrativo.
§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo de leniência, além das informações previstas no
§ 3º , deverá ser incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento.
§ 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão excluídos depois de decorrido o prazo
previamente estabelecido no ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de leniência e da
reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do órgão ou entidade sancionadora.
Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de
governo deverão informar e manter atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional de Empresas
Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, instituído no âmbito do Poder Executivo federal, os dados
relativos às sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos  arts. 87 e 88 da Lei no 8.666, de 21 de
junho de 1993.
Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores aplicados com fundamento nesta Lei serão
destinados preferencialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.
Art. 25. Prescrevem em 5 anos as infrações previstas nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou,
no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a prescrição será interrompida com a instauração de
processo que tenha por objeto a apuração da infração.
§ 1º Na esfera administrativa ou judicial, a prescrição será interrompida com a instauração de processo que
tenha por objeto a apuração da infração. 
§ 2º Aplica-se o disposto no caput e no § 1º aos ilícitos previstos em normas de licitações e contratos
administrativos. 
Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a prescrição será interrompida com a instauração de
processo que tenha por objeto a apuração da infração.
Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo administrativo na forma do seu estatuto ou contrato
social.
§ 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão representadas pela pessoa a quem couber a
administração de seus bens.
§ 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo gerente, representante ou administrador de sua
filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil.
Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento das infrações previstas nesta Lei, não adotar
providências para a apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrativamente nos termos
da legislação específica aplicável.
Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra a administração
pública estrangeira, ainda que cometidos no exterior.
Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do Conselho Administrativo de Defesa Econômica,
do Ministério da Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato que constitua infração à
ordem econômica.
§ 1º Os acordos de leniência celebrados pelos órgãos de controle interno da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios contarão com a colaboração dos órgãos a que se refere o caput quando os atos e
fatos apurados acarretarem simultaneamente a infração ali prevista. 
§ 2º Se não houver concurso material entre a infração prevista no caput e os ilícitos contemplados nesta Lei,
a competência e o procedimento para celebração de acordos de leniência observarão o previsto na Lei
nº 12.529, de 30 de novembro de 2011, e a referida celebração contará com a participação do Ministério
Público. 
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os processos de responsabilização e aplicação
de penalidades decorrentes de:
I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 ; e
II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,  ou outras normas de licitações e
contratos da administração pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contratações Públicas -
RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011.
Art. 30. Ressalvada a hipótese de acordo de leniência que expressamente as inclua, a aplicação das sanções
previstas nesta Lei não afeta os processos de responsabilização e aplicação de penalidades decorrentes de: 
I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº 8.429, de 199 2; 
II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 1993 , ou por outras normas de licitações e contratos da
administração pública, inclusive no que se refere ao Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC,
instituído pela Lei nº 12.462, de 2011 ; e 
III - infrações contra a ordem econômica nos termos da Lei n º 12.529, de 2011 . 
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os processos de responsabilização e aplicação
de penalidades decorrentes de:
I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 ; e
II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,  ou outras normas de licitações e
contratos da administração pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contratações Públicas -
RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011.
VEDAÇÃO AO BIS IN IDEM NA LIA
Conduta de PJ tipificada na lei de improbidade: sofrerá a sanção prevista na lei de improbidade
Conduta de PJ tipificada na lei de improbidade e na lei anticorrupção: sofrerá as sanções da lei anticorrupção

A ação de improbidade administrativa deve ser processada e julgada nas instâncias ordinárias, ainda que
proposta contra agente político que tenha foro privilegiado. (STJ, Tese nº 3, Ed. 40).
inexiste o foro por prerrogativa de função na ação de improbidade administrativa. SALVO, para o presidente
da república. Este responderá por crime de responsabilidade.

Enriquecimento ilícito:
 Suspensão dos direitos políticos por até 14 anos;
 Pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial;
 Proibição de contratar por 14 anos.
Prejuízo ao erário:
 Suspensão dos direitos políticos por até 12 anos;
 Pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano;
 Proibição de contratar por 12 anos.
Atos que atentem contra os princípios:
 Multa de até 24x o valor da remuneração percebida;
 Proibição contratar por 4 anos.
 SANÇÕES DE ACORDO COM A NOVA LEI DE IMPROBIDADE
Enriquecimento ilícito:
1. Perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
2. Perda da função pública
3. Suspensão dos direitos políticos até 14 anos
4. Pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial
5. Proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos: por prazo não
superior a 14 anos.
Enriquecimento ilícito: você conta as letras e n r i q u e c i m e n t o ( 14 anos )
Lesão ao erário:
1. Perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio
2. Perda da função pública
3. Suspensão dos direitos políticos até 12 anos
4. Pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano
5. Proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos: por prazo não
superior a 12 anos.
Dano ao erário: d a n o a o e r á r i o ( 12 anos )
AtentaR contra os princípios da Administração:
1. Pagamento de multa civil de até 24X o valor da remuneração percebida pelo agente.
2. Proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos: por prazo não
superior a 4 anos.
 
Atenção:
 Revelar segredo = Atentar contra os princípios da ADM
Exceção: O mero vazamento de informações não configura a conduta ímproba: é necessário comprovar que,
ao vazar informações privilegiadas, o agente gerou benefício a alguém ou colocou em risco a segurança do
Estado.

- Art. 9º (enriquecimento ilícito) exemplificativo, em razão do "notadamente"


- Art. 10º (lesão ao erário) exemplificativo, em razão do "notadamente"
- Art. 11º (atenta contra os princípios da administração pública) taxativo, em razão do "caracterizada por
uma das seguintes condutas".

Tema 1190 STF: 1) É necessária a comprovação de responsabilidade subjetiva para a tipificação dos atos de
improbidade administrativa, exigindo-se - nos artigos 9º, 10 e 11 da LIA - a presença do elemento subjetivo
- DOLO; 2) A norma benéfica da Lei 14.230/2021 - revogação da modalidade culposa do ato de
improbidade administrativa -, é IRRETROATIVA, em virtude do artigo 5º, inciso XXXVI, da
Constituição Federal, não tendo incidência em relação à eficácia da coisa julgada; nem tampouco
durante o processo de execução das penas e seus incidentes; 3) A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos
de improbidade administrativa culposos praticados na vigência do texto anterior da lei, porém sem
condenação transitada em julgado, em virtude da revogação expressa do texto anterior; devendo o juízo
competente analisar eventual dolo por parte do agente; 4) O novo regime prescricional previsto na Lei
14.230/2021 é IRRETROATIVO, aplicando-se os novos marcos temporais a partir da publicação da lei.

I - CORRETO, Nos termos da decisão do Supremo Tribunal Federal em sede de repercussão geral (Tema
897): “São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado
na Lei de Improbidade Administrativa.”
II - CORRETO:A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que a presunção de veracidade dos fatos
alegados pelo autor em razão da revelia do réu é relativa. Para o pedido ser julgado procedente, o juiz deve
analisar as alegações do autor e as provas produzidas.

Litisconsórcio é o fenômeno processual que ocorre quando há uma pluralidade de partes na mesma lide. Ou
seja, quando duas ou mais pessoas, na parte ativa ou passiva, dividem o mesmo lado, ou lados opostos, no
processo.
III - ERRADO: Nas ações de improbidade administrativa, não há litisconsórcio passivo necessário entre o
agente público e os terceiros beneficiados com o ato ímprobo. É o que decidiu no STJ no AREsp 922.872.

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