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01) Direito é um Fenômeno Histórico e também Universal?

02) Qual a relação entre a forma Jurídica e a Forma mercantil?


03) Como qualidade e quantidade se manifestam no direito?
04) Caracterize a estrutura social e o papel da forma jurídica.
05) Qual a relação entre direito e capitalismo?
06) Explique o direito como uma forma específica da regulação social na
sociedade capitalista.
07) O direito é uma técnica para qual finalidade na sociedade capitalista?
08) Qual a relação entre a forma jurídica e a ideologia?
09) Qual o fundamento de cientificidade do Direito?
10) Qual a função da Crítica diante de fenômeno Jurídico?
11) O que é a teoria geral das Técnicas Jurídicas?
12) Como a técnica “explicita/omite” as relações entre forma, poder e
controle?
13) Como a técnica jurídica busca o estatuto de cientificidade?
14) Quais os métodos da técnica jurídica contemporânea?
15) Como a Teoria Geral da Técnicas se apresenta didaticamente?
16) Explique o Pensamento Jurídico Juspositivista?
17) Explique o Pensamento Jurídico Não Juspositivista?
18) Explique o Pensamento Jurídico Crítico?
19) O que é norma?
20) Quais as limitações do direito como norma?
21) Qual a relação entre norma jurídica e as formas sociais?
22) Explique a relação entre Norma Jurídica e Poder?
23) Explique a relação entre Norma Jurídica e Autoridade?
24) Como a Norma, texto, sentido e poder se constituem em um complexo de
relações que explicitam a norma jurídica?
25) Diferencie Norma de Proposição normativa.
26) Diferencie Cometimento de relato.
27) Qual a caracterização da normas da natureza e das normas sociais?
28) Explique os caracteres das normas sociais?
29) Explique a distinção entre ontologia e deontologia.
30) Explique os caracteres das normas jurídicas?
31) O que é a Facti Species?
32) Explique o Nexo Deôntico (functores) entre fato e consequência.
33) Por que a norma jurídica é mais ampla que a Lei?
34) Sanção é elemento essencial da norma jurídica?
35) Quais as formas de Sanção?
36) Quais as distinções entre Direito, religião e moral?
37) Explique a Sanção como Cálculo Técnico.
38) Qual o papel da Sanção para o entendimento de norma primária e norma
secundária?
39) Qual a distinção entre norma de conduta e norma de competência?
40) Qual a distinção para o direito entre mal em si e mal proibido?
41) Caracterize as Normas Autônomas e as Normas Dependentes.
42) Caracterize as Normas em relação ao Sujeito.
43) Caracterize as Normas em relação ao Tempo.
44) Caracterize as Normas em relação ao Espaço.
45) Caracterize as Normas em relação à impositividade.
46) Problematize a divisão entre Direito Público e Direito Privado.

RESPOSTAS
1) Sim, o Direito é um fenômeno histórico, pois evoluiu e se desenvolveu ao
longo do tempo, sendo moldado pelas características sociais, culturais, políticas
e econômicas de cada período. Também é considerado universal, pois existe em
todas as sociedades como um sistema de normas e regras que regulam as
relações entre as pessoas.
2) A forma jurídica está relacionada à estrutura e organização do sistema legal
de uma sociedade, enquanto a forma mercantil se refere às relações e
transações comerciais. A relação entre elas está na influência mútua, já que a
forma jurídica deve abarcar e regular as relações mercantis, enquanto a forma
mercantil pode influenciar a criação de normas e leis específicas para o
comércio.
3) Qualidade no direito refere-se às características intrínsecas e essenciais de
uma norma jurídica, como sua validade, coerência e justiça. Quantidade se
manifesta no direito em termos de extensão e abrangência das normas, sua
aplicabilidade e alcance territorial.
4) A estrutura social é a organização hierárquica e relações entre os indivíduos
em uma sociedade. A forma jurídica desempenha um papel importante na
estrutura social ao estabelecer as regras e normas que regulam as interações
entre os membros da sociedade, definindo direitos, deveres e responsabilidades.
5) A relação entre direito e capitalismo é complexa. O capitalismo é um sistema
econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção e na busca
pelo lucro. O direito, nesse contexto, desempenha um papel fundamental na
proteção e regulamentação das relações comerciais, contratos, propriedade e
direitos individuais dentro do sistema capitalista. O direito molda e é influenciado
pelas estruturas e dinâmicas do capitalismo.
6) O direito, na sociedade capitalista, é uma forma específica de regulação social
que visa estabelecer regras e normas que governam as relações econômicas,
políticas e sociais dentro desse sistema. Ele busca proteger a propriedade
privada, garantir contratos e transações comerciais, regular o trabalho e lidar
com questões relacionadas aos direitos individuais e coletivos.
7)O direito, na sociedade capitalista, é uma técnica utilizada para garantir a
ordem social, regular as relações entre os indivíduos e assegurar a estabilidade
e o funcionamento do sistema econômico. Ele busca equilibrar os interesses das
partes envolvidas, proteger os direitos e garantir a segurança jurídica necessária
para o desenvolvimento das atividades econômicas.
8)A forma jurídica está intrinsecamente ligada à ideologia, pois reflete os valores,
crenças e visões de mundo presentes em determinada sociedade. As normas
jurídicas são influenciadas pelas ideias e concepções políticas, econômicas e
sociais vigentes, podendo tanto reproduzir e legitimar uma determinada ideologia
dominante, como também ser objeto de disputas e transformações pela ação de
grupos e movimentos sociais.
9) O fundamento de cientificidade do Direito está na busca por uma
compreensão sistemática e racional do fenômeno jurídico. A ciência jurídica
busca analisar e interpretar o Direito por meio de métodos e técnicas próprias,
buscando coerência, consistência e objetividade em sua abordagem. Isso
envolve o estudo das normas jurídicas, sua origem, fundamentação, aplicação e
efeitos na sociedade.
10) A função da crítica diante do fenômeno jurídico é questionar, analisar e
avaliar as normas e instituições jurídicas, suas bases teóricas e práticas, em
busca de compreender suas limitações, contradições e possibilidades de
transformação. A crítica permite uma reflexão aprofundada sobre o direito, suas
implicações sociais, políticas e econômicas, contribuindo para o aprimoramento
e desenvolvimento do sistema jurídico em consonância com os princípios de
justiça e igualdade.
11) A Teoria Geral das Técnicas Jurídicas é uma disciplina que estuda os
métodos, técnicas e instrumentos utilizados no campo do Direito. Ela aborda
questões relacionadas à interpretação das normas jurídicas, aplicação do
Direito, argumentação jurídica, elaboração de contratos, processos judiciais e
outros aspectos práticos do sistema jurídico.
12)A técnica jurídica pode tanto explicitar quanto omitir as relações entre forma,
poder e controle. Ela pode ser utilizada para estabelecer regras e procedimentos
que consolidem o poder e o controle de determinados grupos sociais ou
instituições. Ao mesmo tempo, a técnica jurídica pode ser empregada para
garantir a transparência, a justiça e a igualdade na aplicação do Direito,
explicitando e limitando o exercício do poder.
13)A técnica jurídica busca o estatuto de cientificidade por meio da adoção de
métodos rigorosos de pesquisa e análise. Ela procura seguir critérios de
objetividade, sistematização e coerência em seu estudo e interpretação do
Direito. Além disso, a técnica jurídica busca embasar-se em fundamentos
teóricos sólidos, utilizar linguagem técnica específica e estabelecer padrões de
argumentação jurídica consistentes.
14)Os métodos da técnica jurídica contemporânea variam de acordo com a
abordagem teórica e a finalidade da análise. Alguns métodos comumente
utilizados incluem a interpretação jurídica, a pesquisa doutrinária, o estudo de
casos, a análise comparativa de sistemas jurídicos, a pesquisa empírica, a
análise econômica do Direito, entre outros. Cada método tem suas
particularidades e contribui para a compreensão e aplicação do Direito em
diferentes contextos.
15)A Teoria Geral das Técnicas pode se apresentar didaticamente por meio da
exposição dos conceitos fundamentais, dos métodos e das abordagens
utilizadas no estudo das técnicas jurídicas. Ela pode incluir análises de casos
práticos, discussões sobre os princípios e critérios de interpretação do Direito,
estudo de doutrinas e teorias relevantes, bem como reflexões críticas sobre os
desafios e as tendências atuais no campo jurídico. A apresentação pode ser
realizada em forma de aulas, livros, artigos, seminários ou outras formas de
educação jurídica.
16) O pensamento jurídico juspositivista é uma abordagem que enfatiza a
separação entre o Direito e a moral, focando na validade das normas jurídicas a
partir de critérios formais e positivos. De acordo com o juspositivismo, as normas
jurídicas são criadas e validadas por autoridades competentes,
independentemente de sua justiça ou conteúdo moral. O estudo e a interpretação
do Direito são baseados nas normas positivas existentes, desprezando
considerações éticas ou ideológicas.

17) O pensamento jurídico não juspositivista contesta a visão do juspositivismo


e defende a ideia de que o Direito não pode ser separado completamente da
moral, da ética ou de outras considerações não legais. Essas correntes, como o
jusnaturalismo e o sociologismo jurídico, argumentam que o Direito deve ser
analisado levando em conta valores éticos e sociais, e que a validade das
normas jurídicas está intrinsecamente ligada à sua conformidade com princípios
morais ou a suas raízes nas estruturas sociais.

18) O pensamento jurídico crítico é uma abordagem que busca examinar e


questionar as estruturas e as relações de poder presentes no Direito e no
sistema jurídico. Ele se baseia em perspectivas sociopolíticas e critica as
desigualdades e as injustiças que podem ser perpetuadas pelo Direito. O
pensamento jurídico crítico busca uma transformação social e jurídica, visando
a construção de um sistema jurídico mais justo e igualitário.

19) Norma é uma regra ou princípio estabelecido de forma formalizada e geral,


que regula o comportamento dos indivíduos em uma determinada sociedade ou
grupo. Ela pode ser imposta por uma autoridade ou decorrer de práticas e
costumes reconhecidos.

20) O Direito como norma possui algumas limitações. Por um lado, as normas
jurídicas podem ser incompletas ou ambíguas, o que pode levar a diferentes
interpretações e lacunas na sua aplicação. Além disso, o Direito nem sempre
consegue abarcar todas as situações e necessidades sociais, podendo ser
insuficiente para lidar com questões complexas ou emergentes. Outra limitação
é que o Direito depende da sua aplicação e execução adequadas, o que nem
sempre ocorre devido a falhas no sistema judicial, corrupção ou falta de recursos.
Ademais, as normas jurídicas também podem refletir interesses e visões
particulares de certos grupos, podendo ser utilizadas para perpetuar
desigualdades e injustiças.

21) A norma jurídica está relacionada com as formas sociais, pois ela reflete e
regula as relações e interações dos indivíduos dentro de uma determinada
sociedade. Ela é moldada e influenciada pelas características e valores
presentes nessa sociedade, refletindo as suas normas, costumes e práticas.

22)A relação entre norma jurídica e poder é intrínseca. A norma jurídica é uma
expressão de poder, pois é estabelecida e imposta por autoridades ou
instituições que detêm autoridade para criar e aplicar as normas. O poder é
exercido por meio da norma jurídica, que estabelece regras e impõe
consequências para garantir a obediência e a ordem na sociedade.
23)A relação entre norma jurídica e autoridade está ligada à legitimidade do
poder exercido. A norma jurídica é criada por uma autoridade reconhecida e
investida de poder para estabelecer as regras. A autoridade é responsável por
definir os limites, os direitos e as obrigações dos indivíduos, conferindo validade
e legitimidade à norma jurídica.

24)A norma jurídica, o texto legal, o sentido atribuído a esse texto e o poder que
o respalda constituem um complexo de relações que explicitam a norma jurídica.
A norma jurídica é expressa em um texto legal, que é interpretado e
compreendido através de um sentido atribuído por autoridades e intérpretes do
Direito. Além disso, a norma jurídica é respaldada pelo poder estatal, que confere
força coercitiva e autoridade para que a norma seja aplicada e cumprida.

25)A norma é a regra ou princípio que estabelece um padrão de comportamento


a ser seguido pelos indivíduos em uma sociedade. Ela tem caráter geral e
abstrato, sendo aplicável a uma categoria de situações. Já a proposição
normativa é a expressão linguística que representa a norma jurídica de forma
específica, com a utilização de termos e enunciados concretos que descrevem
as obrigações, direitos e proibições contidos na norma. Em resumo, a norma é
o conteúdo normativo em si, enquanto a proposição normativa é a expressão
linguística que a comunica de maneira específica.
26)O cometimento refere-se à ação ou conduta realizada por um agente,
enquanto o relato diz respeito à descrição ou narração dessa ação. O
cometimento é o ato em si, a prática efetiva de determinada ação, enquanto o
relato é a forma como essa ação é comunicada ou narrada.

27)As normas da natureza referem-se a padrões e regularidades observáveis na


natureza, como as leis físicas ou biológicas, que descrevem como os fenômenos
naturais ocorrem e interagem. Já as normas sociais são normas estabelecidas
por uma sociedade ou grupo social, que regulam o comportamento dos
indivíduos dentro dessa sociedade. Elas podem abranger aspectos como
costumes, tradições, regras de convivência, direitos e obrigações.

28)Os caracteres das normas sociais podem variar, mas geralmente incluem os
seguintes elementos: a) Generalidade: as normas sociais são aplicáveis a um
grupo amplo de pessoas dentro de uma determinada sociedade; b)
Exterioridade: as normas são estabelecidas e impostas por uma autoridade
externa aos indivíduos; c) Coercibilidade: as normas podem ser aplicadas
coercitivamente por meio de sanções sociais ou outras formas de controle social;
d) Espontaneidade: as normas sociais muitas vezes surgem de forma
espontânea a partir das práticas e costumes de uma sociedade; e) Historicidade:
as normas sociais podem evoluir e mudar ao longo do tempo de acordo com as
transformações sociais.

29) A ontologia refere-se ao estudo da natureza do ser, da existência e da


realidade. Está preocupada com as questões sobre o que é real e como as
coisas são. Por outro lado, a deontologia é um ramo da ética que se preocupa
com o estudo dos deveres, das obrigações e das normas morais que regem o
comportamento humano. Ela busca estabelecer princípios éticos e regras de
conduta que devem ser seguidos pelos indivíduos em suas ações.

30) Os caracteres das normas jurídicas geralmente incluem: a) Generalidade: as


normas jurídicas são aplicáveis a uma categoria geral de situações e pessoas;
b) Coercibilidade: as normas jurídicas são respaldadas por um sistema coercitivo
que pode impor sanções em caso de violação; c) Heteronomia: as normas
jurídicas são estabelecidas por uma autoridade externa aos indivíduos e são
impostas a eles; d) Bilateralidade: as normas jurídicas conferem direitos e
impõem obrigações aos sujeitos de direito; e) Imperatividade: as normas
jurídicas possuem caráter imperativo, ou seja, estabelecem comandos e
proibições que devem ser cumpridos.

31) Facti Species é um termo utilizado na teoria jurídica para se referir à


descrição ou narrativa dos fatos relevantes em um caso concreto. Trata-se de
uma representação fática que é apresentada como base para a aplicação e
interpretação do Direito. A Facti Species é uma forma de apresentar os
elementos fáticos e circunstanciais que serão analisados para determinar a
aplicação da norma jurídica ao caso em questão.

32) O Nexo Deôntico refere-se à relação entre o fato e a consequência no âmbito


do Direito. Ele estabelece uma ligação normativa entre o fato descrito na norma
jurídica e a consequência que deve ocorrer quando esse fato se concretiza. Os
functores são os conectores utilizados para expressar essa relação
deontológica, como "dever", "poder", "permitir", entre outros.

33) A norma jurídica é mais ampla do que a lei porque engloba não apenas as
leis escritas, mas também os costumes, os princípios gerais do direito, os
tratados internacionais e outras fontes do direito. Enquanto a lei é uma forma
específica de norma jurídica emanada pelo poder legislativo, a norma jurídica
abrange um conjunto mais amplo de regras e princípios que regulam a conduta
e os direitos dos indivíduos em uma sociedade.

34) A sanção não é necessariamente um elemento essencial da norma jurídica,


mas é um componente comum em muitas normas jurídicas. A sanção representa
as consequências ou penalidades impostas quando ocorre a violação da norma.
Embora a sanção seja frequentemente associada ao direito, nem todas as
normas jurídicas precisam necessariamente incluir uma sanção para serem
consideradas como tal.

35) Existem diferentes formas de sanção no âmbito do direito. Elas podem variar
desde sanções pecuniárias (multas), até sanções restritivas de direitos (prisão,
suspensão de licença), sanções reparatórias (indenizações), entre outras. O tipo
de sanção aplicada dependerá da natureza da infração, do sistema jurídico e das
leis específicas em vigor.
36) Direito, religião e moral são sistemas normativos distintos, embora possam
ter áreas de sobreposição. O direito é um conjunto de normas criadas e impostas
por uma autoridade política, visando regular as relações sociais e garantir a
ordem e a justiça na sociedade. A religião é um sistema de crenças e práticas
baseado em princípios espirituais e na adoração de entidades divinas, buscando
orientar as condutas humanas em relação ao sagrado. A moral refere-se a um
conjunto de valores e princípios éticos internalizados pelos indivíduos e pela
sociedade, orientando o comportamento humano com base no que é
considerado certo ou errado, independentemente de uma autoridade política ou
religiosa. Embora existam interseções entre esses sistemas normativos, eles
têm bases, objetivos e mecanismos distintos.

37) A sanção como cálculo técnico refere-se à análise e avaliação das


consequências de uma possível transgressão à norma jurídica. Nesse sentido,
a sanção é considerada como uma medida preventiva que visa dissuadir os
indivíduos de violarem as normas, ao estabelecer uma punição proporcional à
gravidade da infração. O cálculo técnico envolve a consideração dos efeitos
esperados da sanção, como a redução da conduta ilícita, a manutenção da
ordem social e a prevenção de novas transgressões.

38) A sanção desempenha um papel importante no entendimento das normas


primárias e secundárias. As normas primárias estabelecem obrigações e
proibições diretamente relacionadas a certos comportamentos, enquanto as
normas secundárias tratam das regras de reconhecimento, mudança e aplicação
das normas primárias. A sanção, nesse contexto, está relacionada
principalmente às normas primárias, pois estabelece as consequências
negativas que podem ser impostas quando ocorre uma violação dessas normas.

39) A distinção entre norma de conduta e norma de competência está


relacionada ao seu conteúdo e efeitos. Uma norma de conduta estabelece
obrigações ou proibições específicas em relação a certos comportamentos. Ela
determina o que as pessoas devem ou não devem fazer em determinadas
situações. Por outro lado, uma norma de competência atribui poderes,
autoridade ou capacidade para que uma pessoa ou instituição realize
determinadas ações ou tome certas decisões. Ela estabelece quem tem a
autoridade para agir ou decidir em determinadas esferas.

40)A distinção entre mal em si e mal proibido está relacionada ao caráter moral
e jurídico das ações. O mal em si se refere a ações intrinsecamente erradas,
independentemente de qualquer proibição legal. Essas ações são consideradas
moralmente condenáveis ou prejudiciais à sociedade, como o homicídio ou o
roubo. Já o mal proibido diz respeito a ações que são consideradas erradas
porque são proibidas por leis ou normas jurídicas específicas, mesmo que não
sejam moralmente condenáveis em si mesmas. Um exemplo seria a infração de
velocidade em uma estrada, que é uma ação proibida pelo código de trânsito,
mas não é moralmente condenada em todos os contextos.
41)As normas autônomas são aquelas que têm validade e eficácia
independentemente de qualquer outra norma. Elas são autoaplicáveis e não
requerem a existência de uma norma superior para justificar sua aplicação. Por
outro lado, as normas dependentes são aquelas que têm validade e eficácia
condicionadas à existência de uma norma superior que as autorize ou
estabeleça. Elas dependem da existência de uma norma hierarquicamente
superior para fundamentar sua aplicação.

42) As normas podem ser classificadas em relação ao sujeito de duas formas


principais: normas subjetivas e normas objetivas. Normas subjetivas são aquelas
que conferem direitos e poderes aos sujeitos de direito, permitindo-lhes realizar
certas ações ou exigir determinados comportamentos de outros. Por exemplo, a
norma que estabelece o direito de propriedade confere ao sujeito o direito de
usar e dispor de um bem. Já as normas objetivas são aquelas que estabelecem
deveres e obrigações para os sujeitos de direito, determinando como eles devem
se comportar ou agir em determinadas situações. Por exemplo, a norma que
proíbe o furto impõe o dever de não tomar posse do bem alheio sem autorização.

43) As normas também podem ser caracterizadas em relação ao tempo de sua


aplicação. Existem normas de vigência imediata, que entram em vigor assim que
são promulgadas ou publicadas, e normas de vigência diferida, que possuem um
prazo ou condição específica para sua entrada em vigor. Além disso, existem
normas retroativas, que retroagem no tempo e têm efeitos sobre situações
passadas, e normas prospectivas, que se aplicam apenas a eventos futuros.

44) Em relação ao espaço, as normas podem ter diferentes alcances territoriais.


Algumas normas são aplicáveis em um âmbito nacional, ou seja, em todo o
território de um país. Outras normas têm aplicação regional, sendo válidas
apenas em uma determinada região ou estado. Além disso, existem normas de
alcance internacional, que são acordadas entre diferentes países e possuem
aplicação em âmbito global.

45) As normas podem ser caracterizadas em relação à sua impositividade, ou


seja, sua capacidade de impor obrigações e conferir direitos de forma coercitiva.
Normas imperativas são aquelas que impõem obrigações e direitos obrigatórios
para os sujeitos de direito, não permitindo qualquer tipo de renúncia ou
modificação por acordo entre as partes. Já as normas dispositivas são aquelas
que estabelecem regras padrão, mas permitem que as partes envolvidas
realizem acordos diferentes, desde que não violem normas imperativas ou de
ordem pública.

46) A divisão entre Direito Público e Direito Privado é uma questão complexa e
objeto de debate. Tradicionalmente, o Direito Público refere-se às normas que
regulam as relações entre o Estado e os cidadãos, bem como as relações entre
entidades públicas. Ele abrange áreas como o Direito Constitucional,
Administrativo e Penal. Já o Direito Privado diz respeito às normas que regulam
as relações entre particulares, como contratos, propriedade, responsabilidade
civil, entre outros.

No entanto, essa divisão não é estática e pode variar de acordo com o sistema
jurídico e as transformações sociais. Além disso, existem áreas de sobreposição
entre o Direito Público e o Direito Privado, como o Direito do Trabalho e o Direito
Comercial, que abrangem relações entre particulares, mas também possuem
uma dimensão pública de proteção dos interesses coletivos.

A problematização da divisão entre Direito Público e Direito Privado envolve


questionar a rigidez dessa separação, considerando que há interações e
interdependências entre ambos. Por exemplo, o Estado pode interferir nas
relações privadas por meio de regulações e intervenções, enquanto os
interesses públicos também podem ser afetados por questões privadas. Essa
problematização questiona a validade e a relevância da distinção entre essas
esferas e busca uma compreensão mais integrada do sistema jurídico.

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