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Introdução

É no grego que reside a origem etimológica do termo profilaxia.

Em termos mais concretos, podemos dizer que deriva de “prophylaxis”, que se pode
traduzir por “prevenção” e que é composta por três partes distintas:

-O prefixo “pro-”, que significa “antes”.

-A palavra “phylax”, que é equivalente a “guardião”.

-O sufixo “-sis”, que é usado para indicar “ação”.

O que é profilaxia?
Sendo assim, podemos simplificar o conceito de profilaxia, como a área da saúde que
trabalha com ações para a prevenção de doenças no nível populacional, com o foco
em sua proteção e no seu desenvolvimento.

Dessa forma, existem tomadas de ações e medidas para que não aconteça o contato de
um agente infeccioso com o organismo, com a finalidade de conter a inserção de
doenças e, quando isso não é possível, organizar o controlo para que as doenças não
espalhem.

Objectivos

Gerais: compreender a profilaxia como forma de prevenção de doenças antes e após


exposição.

Específicos: fazer entender a importância da profilaxia no cotidiano do técnico de


saúde e não só.

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Breve histórico sobre a profilaxia
Muito antes da sociedade entender os mecanismos, a observação mostrou uma série
de medidas profiláticas eficientes.

Os primeiros livros da Bíblia contem uma série de recomendações codificadas por


Moisés aos Hebreus. Doenças como a Teníase e a Cisticercose deixam de ocorrer
quando as pessoas deixam de utilizar carne suína.

A Circuncisão diminui a ocorrência de Câncer de pênis, possivelmente por melhorar


as condições de higiene intima.

A observação da fidelidade conjugal, recomendada-nos Dez mandamentos


mosaicos, previne doenças sexualmente transmissíveis.

No princípio da infectologia, diminui-se muito o número de infecções puerperais,


infecções no pós parto imediato, por uma medida muito simples. Os médicos
passaram a lavar as mãos ao vir das salas de necropsia, antes de realizarem os partos.
Mesmo desconhecendo a existência de bactérias, estas primeiras medidas preveniram
um grande número de mortes.

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2. Fundamentação teórica

2.1. Profilaxia e Higiene


De forma geral, a higiene pode ser definida como sinônimo de asseio e limpeza.
Entretanto, no meio clínico e hospitalar, a higiene pode ser definida como o conjunto
de conhecimentos, processos e técnicas cuja utilização colabora para a conservação da
vida e da saúde, proporcionando o bem-estar físico e mental, sendo uma prática de
grande importância para a sobrevivência do ser humano.

Sendo assim, é possível associar os hábitos de higiene com a profilaxia, visto que os
cuidados adotados nas práticas de higienização são importantes para evitar doenças,
combater o contágio e evitar sua disseminação, seja ela direta ou indireta.

Portanto, temos abaixo alguns hábitos de higiene e profilaxia que impactam


diretamente na transmissão de doenças e no cuidado com a saúde do ser humano:

 Lavar bem as mãos sempre após utilizar o banheiro;


 Evitar levar as mãos à boca;
 Não coçar os olhos, mesmo depois de lavar as mãos;
 Sempre lavar e higienizar as mãos após espirrar ou tossir;
 Ao tossir ou espirrar, proteger com o antebraço
 Higienizar bem as frutas, legumes e verduras antes de consumi-los.

Por meio destes e de outros hábitos simples de higiene, que têm o papel de profilaxia
no dia-a-dia, é possível evitar uma grande quantidade de doenças que, em caso
contrário, podem causar graves problemas à saúde.

Existe certa relação da higiene com a profilaxia, já que os hábitos de higiene pessoal
condizem com os processos de profilaxia existentes a higienização, contribuindo para
a eliminação de microrganismos nocivos aos seres humanos, sendo uma das formas
de controlo de doenças mais adotada pela humanidade como um todo.

Além da adesão aos hábitos sanitários e de higiene com papel profilático, as vacinas
podem ser consideradas técnicas de profilaxia, sendo que, elas também são um
método eficaz e comprovado de combate à disseminação de doenças contagiosas e
não contagiosas.

2.1.1. Doenças específicas sujeitas a profilaxia


 Infecções hospitalares.
 Endocardite infecciosa.
 SIDA - Síndrome da Imunodeficência Adquirida (AIDS).
 Sarampo
 Tuberculose
 Aterosclerose
 Fatores de risco para infarto e derrame
 Trombose
 Covid-19
 Depressão
 Epatite

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2.1.2. Papel do técnico de saúde na profilaxia
O papel do técnico de saúde é fundamental nas ações de profilaxia, visando a
informação e a conscientização da população sobre os hábitos saudáveis, medidas de
higiene e ações de saúde pública que protegem a vida. Entre essas ações estão as
campanhas de educação sobre doenças e até mesmo os mutirões de vacinação, nos
quais o técnico em enfermagem tem papel fundamental tanto na orientação da
população quanto na aplicação das doses.

Além disso, este profissional possui a capacidade de atuar junto às equipes médicas
no tratamento das enfermidades ou mesmo com medidas profiláticas que visam os
cuidados com pacientes mais vulneráveis devido às suas condições de saúde.

2.1.3. Tipos de profilaxia

2.2.1. Dentária
A profilaxia dentária é o processo de limpeza profissional, realizado por especialista
(dentista ou ortodontista), que deve ser realizada ao menos uma vez por ano, sendo
que especialistas indicam que sua realização seja feita semestralmente, tendo assim
como objetivo garantir a saúde bucal e evitar doenças. Através da profilaxia dentária,
é possível evitar problemas como:

 inflamações gengivais e dentárias;


 formação de tártaro e de placas bacterianas;
 sangramentos bucais;
 amolecimento dos dentes.
 mau hálito;

2.2.2. PEP ou Pós-Exposição


A profilaxia pós-exposição é uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo
vírus da imunodeficiência humana (HIV), hepatites virais e outras infecções
sexualmente transmissíveis. Essa medida consiste no uso de medicamentos
específicos, com o objetivo de reduzir o risco de contração dessas infecções. Essas
providências devem ser adotadas após qualquer situação que exista risco de contágio,
como:

 Relação sexual realizada de forma desprotegida (sem uso de preservativo ou


Com rompimento do preservativo);
 Acidente ocupacional (em caso de contato direto com material biológico ou
wcom instrumentos perfurocortantes).
 Violência sexual;

Esse tipo de profilaxia deve ser iniciado o mais rápido possível, de preferência nas
primeiras duas horas após a ocorrência, e, no máximo, em até 72 horas após a
exposição, devendo sempre ser acompanhada por uma equipe de saúde especializada.

2.2.3. Profilaxia antibiótica


Já que o princípio da profilaxia é de prevenir possíveis doenças, a profilaxia
antibiótica visa proteger o corpo de possíveis doenças bactericidas, como a
endocardite.

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Quando é feita a prevenção antibiótica em pacientes que poderiam vir a ser
submetidos a procedimentos odontológicos, estudos para poder criar algo são testados
em modelos animais. Esse estudo busca evitar que bactéria gerada por procedimentos
invasivos não ataque os órgãos importantes do corpo humano, como o endocárdio.

2.3.1. Profilaxia obstétrica


Focada na preparação para o parto, incluindo técnicas de relaxamento, exercícios
específicos, informações sobre o processo de nascimento e estratégias para lidar com
a dor.

2.3.2. Profilaxia cirúrgica


Voltada para preparar indivíduos para cirurgias, envolvendo a redução da ansiedade
pré-operatório, técnicas de relaxamento e a compressão do procedimento cirúrgico.

Quando se trata dos procedimentos cirúrgicos, a antecipação do evento causa no


sujeito sentimentos potencialmente negativos que são pautados na avaliação cognitiva
singular de cada indivíduo. A cirurgia seria uma situação de crise que envolve a
angustia da perda e aguça situações psíquicas na qual se insere, o indivíduo ao ser
hospitalizado sofre um corte com a sua vida normal e tem que se readaptar a esse
ambiente. Ao ser notificado a uma cirurgia, o paciente é atingido por medo, falta de
informações e ansiedade de como será feito o procedimento (TRINCA, 2003).

Este impacto psicológico do ato cirúrgico também causa alterações a níveis biológicos
e são factores preditores de um pós operatório mais complicado. Relatos de casos
apontam que a conjugação de factores ansiogênicos somados a uma patologia de base
gera maior número de intercorrências como: picos hipertensivos, hemorragias mais
intensas no intraoperatório, redução da resistência imunológica e transtornos
psicossomáticos.

Quando os aspectos psicológicos são deixados de lado em uma situação de tratamento


cirúrgico, pode se haver um aumento na predisposição para certas complicações
emocionais que prejudicam a convalescença como depressão, ansiedade e sensação de
catástrofe, podendo intensificar, em certas situações, o grau da morbidade mortalidade.
(Ruschel, 2000).

2.3.3- Profilaxia em situações de stress


Aplicada em eventos stressantes da vida, como mudanças significativas, perdas ou
situações de emergência. Visa fortalecer a resiliência emocional e as habilidades de
enfrentamento.

2.4.1. Profilaxia em doenças crônicas


Direcionada a pacientes com doenças crônicas, visando auxiliar na adaptação
emocional, no enfrentamento das limitações e na promoção da qualidade de vida.

2.4.2.Profilaxia em situações de trauma


Aplicada em contexto onde a exposição a trauma é possível, como desastres naturais
ou acidentes, ajudando na preparação psicológica e na minimização do impacto
emocional.

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2.4.3. Profilaxia no contexto desportivo
Utilizada para preparar atletas mentalmente, melhorando o desempenho desportivo,
gerenciando a pressão competitivo e promovendo a resiliência diante de desafios.

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3. Conclusão
Após um processo de pesquisa em torno do tema a que dissertamos o grupo concluí
que a psicologia profilática trate de prevenir doenças, preparar o indivíduo para
futuros eventos ou momentos difíceis que estará vivenciando, pelo que entendemos
também que toda e qualquer actividade exercida para se prevenir qualquer doença,
situação do dia-a-dia como stress, trauma, medo, ansiedade ou uma outra patologia
estaríamos perante a psico-profilaxia.

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