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Níveis de Prevenção

Com a constante evolução da sociedade e consequente modificação


nos determinantes e condicionantes que formam o processo saúde-
doença dos indivíduos, também foi necessário cunhar novos níveis de
prevenção, sendo que atualmente já temos mais dois novos níveis –
quaternário e quinquenário.

Prevenção Quaternária
De acordo com Norman (2009), a prevenção quaternária foi definida de forma
direta e simples como a detecção de indivíduos em risco de tratamento
excessivo para protegê-los de novas intervenções médicas inapropriadas e
sugerir-lhes alternativas eticamente aceitáveis. Posto que um dos fundamentos
centrais da medicina é o primum non nocere, a prevenção quaternária deveria
primar sobre qualquer outra opção preventiva ou curativa.
Níveis de Prevenção
Prevenção Quaternária

A sua amplitude e as exigências éticas,


filosóficas e técnicas da sua incorporação à
prática médica desdobram-se em vários
aspectos e exigem o domínio de uma série
de técnicas médico-epidemiológicas, no
geral pouco conhecidas e manejadas pelos
próprios médicos, além do desenvolvimento
extraordinário da "arte de curar", calcada na
relação médico-paciente, em sabedoria
prática e em contextualização existencial,
que o aperfeiçoamento da prática do
cuidado permite desenvolver.
Níveis de Prevenção

Também são exemplos as medicalizações desnecessárias de eventos vitais ou


adoecimentos benignos autolimitados (contusões, partos, resfriados, lutos etc.),
que redefinem um número crescente de problemas da vida como problemas
médicos; pedidos de exames e ou tratamentos devido ao medo dos pacientes e
ou pressão de pacientes muito medicalizados; intervenções em razão do medo
dos médicos - a chamada medicina defensiva, pouco debatida e conhecida
Níveis de Prevenção

Prevenir o dano para o paciente, atuando no


médico constitui uma prevenção denominada
quinquenária – que pretende atuar na
prevenção do Burnout.
Níveis de Prevenção

As estratégias no âmbito da prevenção quinquenária


desenrolam-se em quatro esferas:

1. Médico: estratégias que têm, como objetivo final

• Criar alterações ou manutenções favoráveis


• Dos aspectos intrínsecos biopsicossociais do médico, enquanto
pessoa (existe uma componente afetiva no raciocínio médico);
2. Paciente/Comunidade: estratégias que visam

• Gerar mudanças na comunidade onde o médico pratica o exercício


profissional
• De maneira a criar uma maior fluidez da relação médico-paciente;

3. Local de trabalho: estratégias que pretendem


• Criar modificações a nível do local de trabalho que favoreçam a
maximização do potencial profissional (recursos humanos,
equipamento necessário no gabinete, adequabilidade dos sistemas
informáticos de suporte à prática clínica, proximidade de outras
especialidades médicas para referenciação e/ou discussão quanto
à decisão clínica, protocolos de atuação clínica);
4. Administração/Governo: estratégias que

• Vão ao encontro da satisfação do médico enquanto empregado de


uma entidade que o contrata (nomeadamente, o fornecimento de
redes de suporte às suas atividades).
VAMOS TREINAR!
01. (2009/FUNCAB/SESAU-RO) O autoexame das mamas, de acordo com os níveis de
prevenção desenvolvidos a partir da história natural das doenças, pode ser classificado como:
A) prevenção primária;
B) promoção da saúde;
C) proteção específica;
D) prevenção secundária;
E) prevenção terciária.

Gabarito: D
02. (2010 /CESPE / CEBRASPE/EMBASA)
O técnico de enfermagem do trabalho atua nos diversos níveis de prevenção das doenças
profissionais. Segundo a concepção teórica da história natural da doença, julgue o item que se
segue.

Ações de reabilitação do trabalhador são consideradas como prevenção terciária.


Certo
Errado
Gabarito: Certo
03. (2012/FEMPERJ/TCE-RJ) Na história natural das doenças existe um período chamado “pré-
patogênico”, em que a Prevenção Primária pode evitar o aparecimento da doença. Nesse
contexto, sabe-se que:
A) a prevenção é sempre primária;
B) o diagnóstico precoce constitui uma forma de Promoção a Saúde;
C) a Prevenção Primária está fora do alcance de países em desenvolvimento;
D) as Secretarias de Obras Municipais não têm qualquer relação com a Prevenção Primária;
E) a Prevenção Primária tem uma dimensão de Promoção a Saúde e outra de Proteção Específica.

Gabarito: E
04. (2019/VUNESP/Prefeitura de Dois Córregos – SP) Em determinados modelos de história
natural das doenças, é explicitada uma fase em que a doença está em franca progressão e na
qual se colocam em prática as medidas diagnósticas e terapêuticas adequadas. Nesses modelos,
essa fase recebe o nome de
A) proteção específica.
B) promoção primária.
C) prevenção secundária.
D) prevenção terciária.
E) prevenção quaternária.

Gabarito: C
05. (2019/VUNESP/IPREMM - SP) Em relação aos níveis de prevenção, é correto afirmar:

(A) a melhor relação custo/efetividade, com o objetivo de reduzir a morbimortalidade da


população, é vista na prevenção quaternária.
(B) a prevenção primária inclui imunização, promoção de alimentação saudável, prática do sexo
seguro, recreação e descanso adequados.
(C) a prevenção secundária caracteriza-se por agir em agravos à saúde mais frequentes, mas sem
demandar pessoal especializado e tecnologias de alto custo.
(D) a prevenção quaternária visa dar resolutividade a cerca de 95% dos eventos a ela
demandados.
(E) o principal obstáculo à implementação de medidas custo eficazes na atenção primária é a
falta de investimento em equipamentos modernos e de alta tecnologia.

Gabarito: B
06. (2019/IADES/SEAD-PA) A prevenção é a ação antecipada, fundamentada no conhecimento
da história natural da doença, com o objetivo de tornar improvável seu progresso posterior. A
esse respeito, é correto afirmar que prevenção primária consiste em
(A) promover a reinserção do doente na sociedade, por meio de programas de reabilitação.
(B) incentivar a detecção precoce da doença e o tratamento, quando ela ainda é assintomática.
(C) instituir o tratamento precoce, evitando a progressão da doença.
(D) educar para a adoção de hábitos de vida saudáveis.
(E) reduzir as complicações da doença.

Gabarito: D
07. (2016/IBFC/COMLURB) Os níveis de aplicação de medidas preventivas são prevenção
primária, secundária e terciária. O nível de prevenção secundária abrange:
(A) A promoção da saúde.
(B) A proteção específica.
(C) O Diagnóstico precoce.
(D) A reabilitação.

Gabarito: C
08.(Resid. Mult. Prof. Saúde – /UFG - /2010) São consideradas medidas preventivas aquelas
utilizadas para evitar as doenças ou suas consequências. Dentre elas, rastreamento, exames
periódicos de saúde, autoexame e diagnóstico precoce são classificados como medidas de:
(A) Prevenção primária.
(B) Prevenção secundária.
(C) Prevenção terciária.
(D) Proteção específica.

Gabarito: B
09. (2020/Residência SES-GO) As diferentes fases no desenvolvimento de uma doença
correspondem aos níveis de prevenção. Cada nível aponta fatores ou condições que têm um
conhecido papel na causalidade das doenças. O teste de rastreamento para doenças
corresponde ao nível

(A) primário.
(B) secundário.
(C) terciário.
(D) quaternário.

GABARITO: B
10. (2020/IBADE /Prefeitura de Ministro Andreazza – RO) O modelo da História Natural das
Doenças (HND) proposto por Leavell e Clark na década de 1950, descreve as ações de prevenção
e controle para cada momento do processo de adoecimento. Segundo este modelo, é uma ação
de prevenção primária:

A) a reabilitação.
B) o tratamento precoce.
C) os exames periódicos individuais.
D) a imunização.
E) o diagnóstico precoce.

Gabarito: D
Referências
1. BATISTELLA, Carlos. Saúde, doença e cuidado: complexidade teórica e necessidade histórica. In: FONSECA,
Angélica Ferreira; CORBO, Ana Maria D’Andrea (Org.). O território e o processo saúde-doença. Rio de
Janeiro: EPSJV/FIOCRUZ, 2007. (Coleção Educação Profissional e Docência em saúde: a formação e o
trabalho do agente comunitário de saúde, 1). p. 25-49.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Rastreamento / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 1.
ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/rastreamento_caderno_atencao_primaria_n29.pdf
3. NORMAN, Armando Henrique and TESSER, Charles Dalcanale. Prevenção quaternária na atenção primária
à saúde: uma necessidade do Sistema Único de Saúde. Cad. Saúde Pública [online]. 2009, vol.25, n.9,
pp.2012-2020. ISSN 0102-311X. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2009000900015
4. ROUQUAYROL, Maria Zélia; FILHO, Naomar de Almeida. Epidemiologia & Saúde. 7 ed. Rio de Janeiro:
MEDSI, 2013.
Referências
1. Santos JA. Prevenção quinquenária: prevenir o dano para o paciente, actuando no
médico. Rev Port Med Geral Fam 2014;30:152-4.
http://www.scielo.mec.pt/pdf/rpmgf/v30n3/v30n3a03.pdf
2. Santos JA. Resgate das relações abusivas em que nos encontramos: uma questão de
prevenção quinquenária. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2019;14(41):1847.
https://doi.org/10.5712/rbmfc14(41)1847
3. VIANA, Lucila Amaral. Processo Saúde-Doença. Especialização em Saúde da Família.
UNIFESP. Visualizado em: 14/08/17. Disponível em:
http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_politico_gestor/Unidade
_6.pdf
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