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EPIDEMIOLOGIA

DO

HIV / AIDS
Flávio Lima, Jéssica Mirelly, Larissa
Esteves, Maria Luiza e Miria Anjo.
HIV / AIDS NO MUNDO
◆ Novas infecções por HIV diminuíram cerca de
➔ 1981 - AIDS → HIV 23%, 2010 → 2,1 milhões para 2019 → 1,7
➔ Epidemia milhão
➔ Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ◆ Entre as pessoas diagnosticadas com HIV, 82%
◆ Assembléia das nações unidas tinham acesso ao tratamento, e entre eles, 88%
➔ Doença emergente tinham carga viral suprimida ou indetectável
➔ UNAIDS - estatísticas:
◆ Um dos mais graves problemas de saúde pública
◆ 2020 - 38 milhões de infectados
◆ 81% conhecem seu estado sorológico positivo para HIV
◆ 2019 - 690.000 mortes
HIV / AIDS NA ÁFRICA
◆ 2007 -> 67% dos infectados de TODO O MUNDO
◆ Tratamento antiviral em 2012 7x maior que 2005

Prevalência de HIV/AIDS por país da África (% da população entre 15 e 49 anos), em 2011


(Banco Mundial)
HIV / AIDS NO BRASIL

Boletim epidemiológico HIV/Aids 2020 - Secretaria de Vigilância em Saúde:

➔ Primeiro caso em 1982


➔ De 1980 a junho de 2020, foram notificados 1.011.617 casos de aids no Brasil
◆ 65,7% homens
◆ 34,3% mulheres
◆ Prevalência no Sul e Sudeste
➔ Média anual de 39 mil novos casos
➔ 25 e 39 anos
➔ 349.784 óbitos tendo o HIV/aids como causa básica
◆ 4,1 cada 100 mil
➔ A Aids é a doença infecto-contagiosa que mais matou brasileiros de 1996 a 2019, sendo
ultrapassada atualmente pela pandemia Sars-Cov2 (Covid-19 aprox. 370 mil óbitos em ~ 1 ano).
HIV / AIDS NO BRASIL
HIV / AIDS NO BRASIL
CONTROLE DA EPIDEMIA NO
BRASIL
★Declínio das vias injetáveis:
○ Mudanças comportamentais no tráfico e no consumo de drogas, opção
por não-injetáveis, principalmente na pop. ♂
○ Campanhas e programas de prevenção = resultou num declínio nas taxas
de infecção parenteral (por compartilhamento de agulhas)

★Ação institucional:
○ 1986 - Min. Sáude + Secretarias estaduais e municipais iniciam
ações de combate à epidemia da AIDS;
○ Compatibilidade das ações necessárias na gestão da epidemia aos
princípios fundamentais do SUS (integralidade, equidade,
resp. pública e financiamento) + parceria da sociedade civil =
resposta efetiva
CONTROLE DA EPIDEMIA NO
BRASIL
➔ “Sucesso do modelo”: campanhas e ações
CONTROLE DA EPIDEMIA NO
BRASIL
VIGILÂNCIA DO HIV NO
BRASIL
★Principais medidas e estratégias:

○ Portaria MS nº 542/1986 - Inclusão da AIDS na relação de agravos de notificação;


○ Portaria MS nº 993/2000 - notificação compulsória de gestantes soropositivos e crianças expostas ao HIV;
○ Portaria MS nº 1.271/2014 - Inclusão da infecção por HIV na Lista de Notificação Compulsória.
○ Adesão ao Documento “Vigilância del HIV de 2ª Geracion” do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/AIDS (UNAIDS, 2000) que propõe:

■ Combinação adequada das diferentes fontes de dados;


■ Sistema de Base de dados Nacionais + Dados complementares.

(GUIMARÃES et al., 2017)


Sistema de Base de dados Nacionais:
IMPACTOS DAS MEDIDAS DE
CONTROLE E VIGILÂNCIA
★“Heterossexualização” da epidemia → crescente
registro de casos entre os heterossexuais (agora ★“Interiorização” da epidemia → propagação da
subcategoria mais relevante dos infectados por epidemia para cidades de médio e pequeno porte mais
exposição sexual); afastadas do litoral;

★“Feminização” da epidemia → considerável aumento ★Fenômenos como indicadores do comportamento da


nas taxas de infecção entre mulheres; epidemia;

★“Pauperização” da epidemia → elevação do impacto ★Diminuição das subnotificações ao longo dos anos
do HIV/AIDS sobre as camadas com menor (impacto positivo).
escolarização e piores condições de vida;

★Indicação → Documentário Carta para Além dos Muros.


BIOMEDICINA E HIV /
AIDS
★Levantamento e análise de dados epidemiológicos
★Desenvolvimento de medicamentos e vacina
★Realização de testes diagnósticos
○ Janela imunológica
■ PrEP
■ PEP
★Terapia antiretroviral
BIOMÉDICO NO DIAGNÓSTICO

TRIAGEM SOROLÓGICA
Teste rápido

CONFIRMAÇÃO SOROLÓGICA
ELISA

CONFIRMAÇÃO SOROLÓGICA
Western Blot
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO
MÉTODOS DE TRATAMENTO

Terapia antiretrovial - TARV Vacina


HIV / AIDS COMO MODELO DE DOENÇA
EMERGENTE
Breve histórico da evolução do modelo:
➔Apesar da circulação do vírus desde a déc. 1950 (África Subsaariana);
➔Como epidemia >> início déc. 1980 (morte de adultos jovens nas metrópoles norte-americanas e europeias;
➔Tropeços e equívocos clínicos e epidemiológicos (uso de antibióticos e antifúngicos) ineficazes elevaram as
mortes;
➔Atribuição da síndrome a comunidade gay masculina♂
HIV / AIDS COMO MODELO DE DOENÇA
EMERGENTE
➔Só então, estudos retrospectivos com kits anti-HIV (desenv. Anos 1980):
◆ Testes em amostras de sangue estocadas (desde dec. 1970) p/ outras finalidades
permitiram detectar o “novo agente infeccioso”, o HIV;
◆ Ajudou a evidenciar a existência de um longo período de latência (~10 anos)
entre a infecção e o surgimento da síndrome clínica (AIDS).

➔A partir desse ponto → esboça-se um modelo de Vigilância Epidemiológica (VE) para o HIV/AIDS:
◆ Modelo Inicial (Antigo) → a VE monitorava a epidemia p/ meio de contagens de casos (apenas contabilizava
infecções ocorridas há uma década);
◆ Problema: Pouca utilidade a níveis de planejamento e ações de saúde pública
HIV / AIDS COMO MODELO DE DOENÇA
EMERGENTE
➔Novas estratégias (vertentes):
◆ Pilares de VE em HIV/AIDS úteis até os dias de hoje;
◆ Novo paradigma da Epidemiologia contemporânea.

Segunda inovação (Novas Terceira inovação (Reformulação


Primeira inovação metodológica (Ron Epidemiológica):
Brookmeyer - estatístico EUA):
ferramentas):
★Relacionar as novas ferramentas aos
★“Back-calculation” = retrocálculo da ★Laboratorialmente, graças a novos testes microdados (comunidades) e macrodados
prevalência de casos (incidência de novos c/ diferentes marcadores biológicos (países e regiões) socioeconômicos;
casos x duração da afecção ou latência); ★Distinção de casos prevalentes X casos ★Associando a vulnerabilidade biológica
★Como o tempo de incubação do HIV incidentes (novos); (das infecções emergentes) à
relativamente estável, foi possível estimar a ★Heterogeneidade da população portadora vulnerabilidade social e desigualdades;
densidade de novas infecções ocorridas há do vírus; ★Passa a observar e estudar as doenças
uma década antes (cálculo reverso). ★Estimativa c/ razoável precisão da emergentes como um todo (num contexto
incidência para novos casos. mais amplo)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
★ Muitos avanços nas últimas décadas (técnico-científico e de estratégias para controle e redução
de riscos);

★ Apesar disso, muitas populações continuam vulneráveis e susceptíveis ao HIV e adoecimento


por AIDS;

★ Heterogeneidade tanto na distribuição dos casos quanto nas ações institucionais no combate a
epidemias emergentes;

★ Necessidade de novas estratégias frente a “fadiga da prevenção”: em 40 anos de epidemia


basicamente ainda estamos com estratégias praticamente inalteradas (recomendações sistêmicas
de uso de preservativos);

★ O aprendizado com a epidemia do HIV/AIDS abriu caminho para uma “reformulação da


Epidemiologia” como um todo servindo de referência para as demais doenças emergentes
desde então.
OBRIGADO(A)!

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