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CASO CLÍNICO

PACIÊNTE CONTAMINADO PELO VIRUS DO HIV/AIDS

Ana Luiza Souza Vieira


Gabriela Kelen Mendes Pessoa
Michelle Santos Rodrigues
Miguel Evangelista Neto
Roberta Leomara Grifo Taveira
Taynine Angelica de Freitas Mota

Orientadora: Laís Quintão

Belo Horizonte Outubro, 2022


INTRODUÇÃO

Estamos apresentando um caso clinico de um paciente com uma vida ativa e no auge
da sua vida se contamina com o virus do HIV.

Hoje existem mais de 35 milhões de pessoas portadoras de HIV/AIDS no mundo, o que


requer a ajuda de profissionais capacitados para o apoio e assistência no tratamento
antirretroviral, a fim de obter efetividade na terapia por meio do uso racional dos
medicamentos (OLIVEIRA et al., 2015).

A importância e complexidade do tratamento medicamentoso do portador de HIV/AIDS,


assim como o dinamismo com que são incorporados novos fármacos durante o
tratamento, dão ao farmacêutico um papel de destaque no apoio à qualidade da
prescrição (ROMANELLI, 2006).
PERFIL DO PACIENTE

Rafael Faria , 32 anos, sexo masculino, solteiro, pardo, ensino superior completo,
analista de sistemas,refere hábitos alimentares e nega vícios. Reside sozinho , tem
acesso ao serviço de saúde assistencial. O paciente apresenta peso de 62 kg, altura
de 1,75cm, um índice de massa corpórea (IMC) de 22.

RELATO DO PACIENTE

Paciente refere febre de 38,5ºC a 7 dias, acompanhada de feridas e aftas na boca


também relata sentir dores musculares. Nas últimas 48 horas apresentou dispneia em
repouso e erupção cutânea .

O paciente também relata fraqueza progressiva, perda de peso de aproximadamente 7


kg, que atribuiu ao excesso de trabalho no último ano, ingestão mais baixa devido à
falta de apetite.

Refere maus hábitos alimentares e sedentarismo, não fumante e não etilista.

Hábitos sexuais: heterossexual. Sem parceiro estável. Refere-se a contatos sexuais


com parceiros diversos semanalmente, sem utilização esporádica de métodos de
barreira.
EXAMES SOLICITADOS

Diante ao relato clínico do paciente o médico irá solicitar um hemograma completo para
aferição de Hemácias, Leucócitos e Plaquetas devido apresentar febre, tosse e
fraqueza.

Foi solicitado também teste de HIV, Sífilis e Hepatite B e C pois seu sistema imunológico
está sendo comprometido e pelo o paciente apresentar múltiplos parceiros.

DIAGNÓSTICO

Hemograma completo:

32
Masculino
Resultado dos testes rápidos:

Teste HIV positivo

Teste Sífilis negativo

Teste hepatite B negativo

Teste hepatite C negativo

Para poder fechar o diagnóstico do jovem diante dos exames, obteve os seguintes
resultados dos testes rápidos positivos para HIV e negativos para sífilis e hepatite,
aumento de linfócitos e monócitos, alteração nas plaquetas, sendo assim o mesmo
solicitou teste sorológico para conclusão, o mesmo veio como positivo para IgM
positivo e IgG negativo: o paciente está com infecção em estágio inicial.

Os exames sorológicos fazem parte de uma importante área de análise clínica


laboratorial sorologico, por meio dela, é possível separar o plasma do sangue, após a
coagulação e, desse modo, identificar as moléculas IgM e IgG.

A molécula de IgM tem uma vida curta e não sobrevive muito tempo no corpo.
Posteriormente, é formada a IgG, que impede a reinfecção pelo agente.

• IgM e IgG positivos: o paciente está com infecção em estágio avançado;


• IgM positivo e IgG negativo: o paciente está com infecção em estágio inicial;
• IgM negativo e IgG positivo: o paciente tem uma infecção antiga, que já passou meses
ou anos

Resultado do exame sorologico:

Resultado veio como positivo para IgM positivo e IgG negativo significando que o
paciente está com infecção em estágio inicial.
O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV)

O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um retrovírus com genoma de RNA.


Pertence ao grupo dos retrovírus citopáticos e não-oncogênicos e para multiplicar
precisam de uma enzima chamada transcriptase reversa. Essa enzima é responsável
pela transcrição do RNA viral para uma cópia de DNA que pode, então, integrar-se ao
genoma do hospedeiro (BRASIL, 2010). O HIV, causador da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS), foi identificado no ano de 1981 e se tornou um marco
na história da humanidade (ROMANELLI, 2006).

O HIV, causador da AIDS, foi identificado no ano de 1981 e se tornou um marco na


história da humanidade (VENTURA,2004). Os primeiros casos de AIDS surgiram nos
Estados Unidos, e foram notificados pela imprensa como um novo mal que estaria se
alastrando no âmbito da comunidade de homossexuais do país. Em 1982, com a
verificação do mal também em cidadãos do Haiti e em pessoas hemofílicas, concluiu-
se que o agente infeccioso estava ligado ao sangue e propôs se a sigla AIDS, para
designar a doença. Em 1983, na França, ocorreu a identificação do vírus HIV como o
agente causal e, no ano seguinte, houve a confirmação nos Estados Unidos (FERRAZ;
CAMPOS, 2010).

FORMAS DE INFECÇÃO PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA

Segundo o Ministério da Saúde da República Federativa do Brasil, existem diferentes


formas de infecção pelo vírus. A literatura trás como as diferentes formas de
transmissão, a sexual, sanguínea e a vertical. Além das principais formas de infecção
existe também a ocupacional que acomete geralmente profissionais da saúde que
sofrem acidentes com objetos perfuro-cortantes contaminados com sangue de
pacientes infectados.

Sexual

A principal forma de exposição em todo o mundo é a sexual, sendo que a transmissão


heterossexual, nas relações sem o uso de preservativo é considerada pela OMS como
a mais freqüente. Na África sub-Sahariana, é a principal forma de transmissão. Nos
países desenvolvidos, a exposição ao HIV por relações homossexuais ainda é a
responsável pelo maior número de casos, embora as relações heterossexuais estejam
aumentando proporcionalmente como uma tendência na dinâmica da epidemia. Os
fatores que aumentam o risco de transmissão do HIV em uma relação heterossexual
são: alta viremia, imunodeficiência avançada, relação anal receptiva, relação sexual
durante a menstruação e presença de outra IST, principalmente as ulcerativas. Sabe-
se hoje que as úlceras resultantes de infecções sexualmente transmissíveis como
cancro mole, sífilis e herpes genital, aumentam muito o risco de transmissão do HIV
(MS,1999).
Sanguínea

A transmissão sanguínea associada ao uso de drogas injetáveis é um meio muito eficaz


de transmissão do HIV, devido ao uso compartilhado de seringas e agulhas. Essa via
de transmissão adquire importância crescente em várias partes do mundo, como na
Ásia, América Latina e no Caribe.

A transmissão mediante transfusão de sangue e derivados é cada vez menos relevante


nos países industrializados e naqueles que adotaram medidas de controle

Vertical

A transmissão intrauterina é possível em qualquer fase da gravidez; porem é menos


freqüente no primeiro trimestre. As infecções ocorridas nesse período não tem sido
associada a malformações fetais. O risco de transmissão do HIV da mãe para o filho
pode ser reduzido durante a gravidez e no momento do parto, quando a mãe esta em
uso da TARV. A transmissão pelo leite materno é evitada com o uso de leite artificial ou
de leite humano processado em bancos de leite, que fazem aconselhamento e triagem
das doadoras (BRASIL,1999).

Ocupacional

A transmissão ocupacional ocorre quando profissionais da área da saúde sofrem


ferimentos com instrumentos pérfuro-cortantes contaminados com sangue de pacientes
portadores do HIV. Estima-se que o risco médio de contrair o HIV após uma exposição
percutânea a sangue contaminado seja de aproximadamente 0,3%. Nos casos de
exposição de mucosas, esse risco é de aproximadamente 0,1%(BRASIL,1999).

PATOLOGIA CAUSADA PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA

A síndrome da imunodeficiência humana (AIDS) foi elucidada e descrita primeiramente


nos Estados Unidos em 1981(ANDERSON; KAKUDA; FLETCHER, 2008). A infecção
pelo vírus HIV e a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), designada como
HIV/AIDS, constituem uma doença infectocontagiosa de grande desafio para a saúde
pública mundial (OJEWOLE et al., 2008).

No início da epidemia, com a alta letalidade, que se expandiu de maneira dramática em


todo mundo, a AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) foi considerada uma
doença grave e sinônimo de morte programada. A assistência medicamentosa
disponível no momento para o tratamento era precária e ineficiente. Entretanto, após a
descoberta das novas drogas de alta potência para o tratamento da doença, no final do
século passado, houve profunda mudança na história natural da infecção pelo HIV
(BRASIL, 2000).

Essa patologia é multifacetada e fatores de diferentes ordens produzem situações


específicas no nosso país. Isto implica em constantes mudanças, que exigem rápida
adaptação do Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis/Síndrome
da Imunodeficiência Adquirida - PNDST/AIDS (FUNDAÇÃO OSVALDO CRUZ -
FIOCRUZ, 2011). As manifestações clínicas podem demorar em torno de oito anos para
se apresentarem e incluem doenças específicas e doenças sugestivas da
imunodeficiência, dentre elas o sarcoma de Kaposi e a candidíase oral (BRITO; SOUZA;
LUNA, 2006).

O TRATAMENTO DA PATOLOGIA

Com a implementação do Sistema Logístico de Medicamentos da AIDS, que visa


garantir a distribuição continuada dos antirretrovirais, o protocolo de assistência
farmacêutica em DST/ HIV/ AIDS do Ministério da Saúde expõe e exemplifica detalhes
sobre a dispensação, aquisição dos medicamentos, recomendação de tratamento de
infecções oportunistas, dentre outros assuntos referentes ao tratamento e
acompanhamento do paciente. (BRASIL, 2010 a).

Na terapia combinada é usado o tratamento antirretroviral com associação de duas ou


mais drogas da mesma classe farmacológica, por exemplo, dois análogos nucleotídeos,
ou de classes diferentes, dois análogos nucleotídeos e um inibidor de protease
(CARNEIRO, 2006).

Estudos multicêntricos demonstraram aumento na atividade antirretroviral (elevação de


linfócitos T-CD4+ e redução nos títulos plasmáticos de RNA-HIV) quando da associação
de drogas, particularmente redução da replicação viral por potencializar efeito
terapêutico ou por sinergismo de ação em sítios diferentes do ciclo de replicação viral.
Outros estudos evidenciaram redução na emergência de cepas multirresistentes
quando da utilização da terapêutica combinada (BRASIL, 2010 b).
REFERÊNCIAS

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa


Nacional de DST e Aids. Diretrizes para o fortalecimento das ações de adesão ao
tratamento para pessoas que vivem com HIV/Aids. Brasília, 2010 b;. Acesso em: 15
Set. 2022.

BRASÍLIA. Adele Benzaken. Governo Federal. História da AIDS. 2016. Disponível


em: <http://www.aids.gov.br/pagina/2010/257>. Acesso em: 15 Set. 2022.

MED PRIME; Exame Clínico: Anamnese e Exame físico; disponivel em


https://www.docsity.com/pt/exame-clinico-anamnese-e-exame-fisico/7994916/ Brasília,
2018. Acesso dia 01/10/2022

NAVES, J. O. S.; HAMANN, E. M.; SILVER, L. D. Orientação farmacêutica para DST:


uma proposta de sistematização.Ciência e Saúde Coletiva, v. 10, n.4, p.1005-
1014,Rio de Janeiro, Oct./Dec. 2005. Acesso em: 15 Set. 2022.

NUNES, Altacílio Aparecido et al. Análise do Perfil de Pacientes com HIV/Aids


Hospitalizados Após Introdução da Terapia Antirretroviral (HAART ). Ciência &
Saúde Coletiva, [s.l], v. 20, n. 10, p.3191-3198, ago. 2015. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/csc/v20n10/1413-8123-csc-20-10-3191.pdf>. Acesso em: 19
set.2022.

OJEWOLE, E; et al. Exploring the use of novel drug delivery systems for
antiretroviral drugs. European Journal of Pharmaceutics and Biopharmaceutics.vol
70, p 697-710. 2008. Acesso em: 03 Out. 2022.

PRIMO, L. P. Gestão do cuidado em HIV/AIDS: impacto da atuação do


farmacêutico clínico na adesão à Terapia Antirretroviral 21p. (TARV). Dissertação
(Mestrado) apresentada à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP. Orientador:
Bollela, Valdes Roberto. 2015. 21p. Acesso em: 5 Out. 2022.

MS. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente


Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em adultos. 412 p. Brasília, 2018.
Acesso em: 5 Out. 2022.

FIOCRUZ – FUNDAÇÃO OSVALDO CRUZ. Programa Nacional de Doenças


Sexualmente Transmissíveis/Síndrome da imunodeficiência adquirida. Disponível
em: http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/judicializacao/pdfs/515.pdf. Acesso em 22
de maio de 2019. Acesso em: 03 Out. 2022.

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