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&
BIOESTATÍSTICA
Prof: Dr. Weslei Leonardo Lopes
Biomédico
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À EPIDEMIOLOGIA - ASPECTOS
CONCEITUAIS E HISTÓRICOS
EPIDEMIOLOGIA
& UNIDADE 2
BIOESTATÍSTICA DEMOGRAFIA, SAÚDE E GOVERNABILIDADE
O QUE VEREMOS?
UNIDADE 3
EPIDEMIOLOGIA APLICADA
Abordaremos essas habilidades
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A IMPORTÂNCIA DOS ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
Para atuar em qualquer área ligada à saúde, uma das primeiras informações
necessárias será o perfil epidemiológico da população atendida por aquele
serviço. Montar um serviço de atendimento à saúde sem ter estes dados em
mão seria tão absurdo como montar um centro de atendimento às doenças
tropicais num país gelado como o Alaska ou o Canadá. É necessário conhecer
do que as pessoas adoecem e morrem, quais os grupos mais vulneráveis, qual
a idade da população que adoece e quais as doenças mais importantes e por
que estas são consideradas assim.
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TÓPICO 1 – MATEMÁTICA...
Segunda Habilidade Terceira Habilidade Conclusão 10
UM POUCO DE HISTÓRIA...
Londres, capital da Inglaterra e capital da Revolução Industrial, enfrentou duas
epidemias terríveis de cólera em 1849 e 1854. Foram os estudos de John
Snow (1813-1858) acerca destas epidemias que lançaram as bases da
moderna epidemiologia. Ele observou e anotou cuidadosamente a
distribuição dos casos e em que direção se propagavam, até que chegou perto
da fonte de contaminação: a água.
Para comprovar o que estava dizendo, Snow desenvolveu um método
epidemiológico sistematizado descrevendo o comportamento da doença por
meio de dados de mortalidade, frequência e distribuição dos óbitos,
cronologia dos fatos, locais de ocorrência, e levantamento de outros fatos
referentes aos casos, a fim de estabelecer hipóteses causais.
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TÓPICO 1 – MATEMÁTICA...
Segunda Habilidade Terceira Habilidade Conclusão 11
UM POUCO DE HISTÓRIA...
À medida que estas doenças foram sendo controladas por antibióticos,
vacinas e medidas profiláticas, e sua incidência foi recrudescendo, os
pesquisadores puderam se dedicar a outros tipos de doenças e eventos e
descrevê-las utilizando métodos epidemiológicos.
Nos dias de hoje, saber o que causa risco cardíaco é tão óbvio que parece que
sempre se soube disto. No entanto, estas “obviedades” foram desenvolvidas
com exaustiva pesquisa e método. Imagine você uma amostra de mais de
cinco mil pessoas acompanhadas ao longo de sua vida!
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TÓPICO 1 – MATEMÁTICA...
Segunda Habilidade Terceira Habilidade Conclusão 12
UM POUCO DE HISTÓRIA...
A primeira pesquisa que levou a epidemiologia para além do campo dos
micróbios e doenças transmissíveis foi a de Josef Goldberger, pesquisador de
saúde pública dos Estados Unidos. Suas observações e estudos utilizando o
método epidemiológico possibilitaram a descoberta da etiologia (ou causa) da
pelagra. A pelagra era, na época, uma doença que atormentava marinheiros,
tropas militares e populações inteiras pela falta da vitamina B3, chamada
também de Niacina. Este problema ocorreu principalmente pela substituição
do arroz integral, base quase universal da alimentação humana, pelo arroz
branco ou polido, que retirou deste alimento a vitamina B3.
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TÓPICO 1 – MATEMÁTICA...
Segunda Habilidade Terceira Habilidade Conclusão 13
UM POUCO DE HISTÓRIA...
Depois da Segunda Guerra Mundial, com o desenvolvimento da estatística e dos
computadores, a epidemiologia se desenvolveu intensamente e passou a cobrir um
espectro de doenças cada vez maior, inclusive no campo das doenças psicológicas
ou ditas psicossomáticas.
Nos dias de hoje, graças aos estudos epidemiológicos, podemos prevenir a maior
parte das doenças transmissíveis, interromper a sua cadeia de transmissão, prever e
prevenir os principais agravos que ocorrem a pessoas idosas e de meia idade
portadoras de hipertensão, diabetes, obesidade, dislipidemias. Podemos investir em
pré-natal de qualidade, sabendo quais os exames mais importantes e necessários,
evitar a mortalidade infantil, decidir em quais vacinas investir e em quais programas
educativos focalizar esforços para diminuir mortes, adoecimento, agravamento das
condições de saúde.
Naturalmente que a ciência da epidemiologia por si não vai realizar estas ações, mas
indicar, como uma bússola, qual a direção melhor a ser tomada para que os
investimentos em saúde tragam retornos garantidos.
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TÓPICO 1 – MATEMÁTICA...
Segunda Habilidade Terceira Habilidade Conclusão 14
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
Há muitos tipos de estudos epidemiológicos que se podem fazer. Em geral,
estes se dividem entre observacionais e experimentais, sendo que estes, por
sua vez, se subdividem em outras categorias.
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TÓPICO 1 – MATEMÁTICA...
Segunda Habilidade Terceira Habilidade Conclusão 16
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
LINHAS DE APLICAÇÃO DO MÉTODO EPIDEMIOLÓGICO
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TÓPICO 1 – MATEMÁTICA...
Segunda Habilidade Terceira Habilidade Conclusão 17
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
LINHAS DE APLICAÇÃO DO MÉTODO EPIDEMIOLÓGICO
• Epidemiologia descritiva: Trata-se de levantar a maior quantidade
possível de dados em relação a uma situação de risco à vida ou a saúde
relativa ao objeto de uma determinada pesquisa. Nesta fase necessitarão ser
reunidas as informações acerca de: Quem são as pessoas acometidas;
Quando a situação ocorre; Onde ocorre.
Os estudos de epidemiologia descritiva podem ainda ser subdivididos em:
Estudos ecológicos ou de correlação; Relato de casos ou de série de casos;
Estudos seccionais ou de corte transversal.
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TÓPICO 1 – MATEMÁTICA...
Segunda Habilidade Terceira Habilidade Conclusão 18
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
LINHAS DE APLICAÇÃO DO MÉTODO EPIDEMIOLÓGICO
• Epidemiologia analítica: Nos estudos analíticos, já se realiza a testagem da
hipótese, e podemos dividi-los entre estudos de coortes e estudos de caso-
controle.
- Estudos de coorte é uma amostragem grande de pessoas, acompanhadas em geral
por longo tempo. Os estudos de coorte podem ser complexos e de longa duração.
Mas eles também são o melhor método para investigar surtos epidêmicos em
populações pequenas e bem delimitadas.
- Estudos tipo caso-controle são aqueles que comparam dois grupos. Em geral, os
que têm a doença e os que não a têm. Neste tipo de estudo, como em qualquer
outro, é importante que os grupos de amostra sejam o mais rigorosamente iguais
possível, com a exceção, é claro, de um grupo portar a doença ou patologia ou
variável estudada e outro não.
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TÓPICO 1 – MATEMÁTICA...
Segunda Habilidade Terceira Habilidade Conclusão 19
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
LINHAS DE APLICAÇÃO DO MÉTODO EPIDEMIOLÓGICO
• Epidemiologia experimental: Os estudos experimentais têm por
objetivo tentar mudar uma variável em um ou mais grupos de pessoas.
Isso pode significar a eliminação de um fator alimentar relacionado a
uma causa alérgica ou o teste de um novo tratamento para um grupo
selecionado de pacientes. Os efeitos de uma intervenção são medidos
através da comparação do desfecho nos grupos experimental e controle.
Uma vez que são determinados estritamente pelo protocolo de estudo,
considerações éticas são de extrema importância nesse tipo de estudo.
Por exemplo, a nenhum paciente deveria ser negado o tratamento
apropriado em função de sua participação em um experimento, e o
tratamento a ser testado deve ser aceitável à luz dos conhecimentos
atuais. Nesse tipo de estudo, o consentimento informado por parte dos
participantes é sempre necessário.
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TÓPICO 1 – MATEMÁTICA...
Segunda Habilidade Terceira Habilidade Conclusão 20
NÍVEIS DE CONFIABILIDADE (MATEMÁTICOS) NAS ESTATÍSTICAS – DESVIO
PADRÃO, QUI QUADRADO E OUTROS
Normalmente as equipes de pesquisa contam com o apoio de um
profissional da área da matemática ou estatística, e que muitas
vezes é um profissional de saúde que se especializou nestas
questões. A matemática é um dos pilares da epidemiologia, que, por
sua vez, é a nossa bússola para o planejamento das ações em saúde.
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TÓPICO 1 – MATEMÁTICA...
Segunda Habilidade Terceira Habilidade Conclusão 21
EPIDEMIOLOGIA CRÍTICA
Quando utilizamos uma visão crítica da epidemiologia, enxergando
para além dos micróbios e seus respectivos remédios e vacinas,
estamos adentrando as portas de uma ciência política, social e
revolucionária! Não é à toa que o nascimento da Medicina Social
incomodou muita gente, dentro e fora das universidades!
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TÓPICO 1 – MATEMÁTICA...
Segunda Habilidade Terceira Habilidade Conclusão 22
EPIDEMIOLOGIA E GOVERNABILIDADE
Cabe ao Estado (União/Estados/DF/Municípios) fiscalizar para que
de fato estes pressupostos estejam contemplados e sejam
cumpridos na vida cotidiana, garantindo a governabilidade ou bom
andamento do governo. Facilitando e mantendo a vida e a
segurança da população.
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TÓPICO 1 – MATEMÁTICA...
Segunda Habilidade Terceira Habilidade Conclusão 23
NÍVEIS DE CONFIABILIDADE (ÉTICOS) NAS ESQUISAS E ESTATÍSTICAS
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TÓPICO 2 – POR QUE AS ...
TÓPICO 1 – MATEMÁTICA... Terceira Habilidade Conclusão 28
A IMPORTÂNCIA DOS REGISTROS DE ÓBITOS E O SIM –
SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE
Os registros de morte são muito importantes, as declarações de óbito devem ser
preenchidas cuidadosamente por médicos, explicitando a causa da morte mediante
regras claras, pois é pela notificação do óbito que se faz o levantamento mais
importante para a epidemiologia, o registro de mortalidade por causas. A partir da
declaração de óbito é que o cartório fornecerá para a família a certidão de óbito.
O diagnóstico da causa mortis é fundamental para que os registos de mortalidade
por causas, que nós podemos acessar on-line, sejam o mais reais possível. Eles
compõem a Base Nacional dos Dados de Mortalidade. Antigamente era muito
comum mascarar os dados para “proteger” a integridade moral do falecido e assim
omitir causas de morte por suicídio, excesso de álcool e drogas e doenças
sexualmente transmissíveis. Esta possibilidade ainda não está excluída, mas constitui
crime e se torna menos frequente com o passar do tempo.
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TÓPICO 2 – POR QUE AS ...
TÓPICO 1 – MATEMÁTICA... Terceira Habilidade Conclusão 29
MORBIDADE E MORTALIDADE
Outra situação a ser medida, e de tanta importância como registrar o óbito,
são os registros de morbidade, isto é, situações que afastam as pessoas do
trabalho e provocam atendimentos nas unidades de saúde e hospitais.
Algumas destas morbidades, você verá mais adiante, são as doenças de
notificação compulsória como HIV, sífilis e hepatite. Observe que não somente
as doenças transmissíveis são de notificação compulsória. Alguns tipos de
câncer também o são. De vez em quando você vai encontrar a palavra
morbimortalidade: isto quer dizer que estamos falando de todas as etapas
deste processo em uma doença que pode ser mortal.
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TÓPICO 2 – POR QUE AS ...
TÓPICO 1 – MATEMÁTICA... Terceira Habilidade Conclusão 30
SUBNOTIFICAÇÃO, O QUE É?
Muitas doenças e mesmo as mortes podem estar subnotificadas. Existem falsos
atestados de óbito, isto é, atestam causas diferentes da morte. Para proteger o
morto de um diagnóstico pouco honroso ou por incompetência no diagnóstico,
ainda existem causas de morte erradas nos atestados. No Brasil, até o ano passado,
ainda existiam muitos municípios sem um médico sequer.
Também existem muitas doenças que ainda passam longe dos serviços de saúde por
vergonha, dificuldade de acesso, o desconhecimento da população de sua
gravidade. Assim existem muitas mulheres que desconhecem ser portadoras de DSTs
como HIV/AIDS e sífilis. A incidência destas doenças em gestantes, mulheres jovens
e em idade reprodutiva e produtiva é alarmante. Mas por que as estatísticas
aumentaram? Não é que a doença aumentou. Melhorou a eficiência dos testes
rápidos, que são feitos no bairro na própria unidade de saúde e não deixam a
gestante “escapar” sem fazer o exame. Então ratificando esta ideia: há muitas
doenças de existência desconhecida nas estatísticas por subnotificação. Como
gestor em saúde, gostaríamos que você fixasse e valorizasse este conceito: a
importância da notificação!
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TÓPICO 2 – POR QUE AS ...
TÓPICO 1 – MATEMÁTICA... Terceira Habilidade Conclusão 31
QUANDO A QUALIDADE NOS REGISTROS “PIORA” O
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO
A qualidade dos registros pode piorar o perfil epidemiológico? A resposta é
sim. À medida que se aumenta a qualidade dos registros, que se passa a
notificar com mais eficiência, e se melhora o conhecimento das doenças, os
registros aumentam em número. Logo, para um leitor desavisado das
estatísticas, aquela doença aumentou a sua incidência. E geralmente este fato
não é verdade: o que aumentou não foi a estatística, mas, na realidade, a
eficiência do diagnóstico e da notificação.
Há muitas doenças de notificação compulsória ou obrigatória, e pouco a
pouco melhoram os conhecimentos acerca destas, a capacidade de
diagnóstico e a consciência de que é importante notificá-las aos órgãos
competentes de Vigilância Epidemiológica, para que se observe o
comportamento das mesmas e se tomem as devidas precauções para
proteger a população.
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TÓPICO 2 – POR QUE AS ...
TÓPICO 1 – MATEMÁTICA... Terceira Habilidade Conclusão 32
INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS
Ao longo de toda a disciplina, e durante a sua vida profissional, você
encontrará importantes conceitos de epidemiologia que necessitará dominar
para entender o que está escrito nas revistas, artigos e pesquisas. Muitos
desses conceitos já foram apresentados até aqui. Tomamos o cuidado de
colocá-los em negrito para indicar-lhe que esta palavra será encontrada
muitas vezes e dominar e entender o seu significado é importante para a sua
vida e para a disciplina. E lembre-se: o conhecimento é um processo contínuo
e nunca está pronto. Estamos o tempo todo nos educando, aprendendo uns
com os outros e educando os demais. O trabalho em saúde é um trabalho
educativo por excelência.
AVISOS
possibilidades profissionais no mercado de trabalho, contribuindo
com o entendimento das características, espaços de atuação e
perspectivas futuras de sua trajetória. No final desta disciplina, os
acadêmicos precisam entregar um Mapa Conceitual. O Mapa
Conceitual é uma estratégia didática que permite organizar ideias
por meio de palavras-chave, agrupando por cores e imagens,
apresentando uma estrutura ramificada que se irradia a partir de
um conceito central, para que possamos desde já sanar dúvidas,
segue um link de um vídeo instrutivo
LINK: https://youtu.be/F54SWctP7-E
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Conclusão
TÓPICO
Primeira
1 – MATEMÁTICA...
habilidade TÓPICO
Segunda
2 – POR
Habilidade
QUE AS ... TÓPICO 3 – CONCEITOS DE... 47
UMA
SEMANA DE
BENÇÃO A
TODOS!
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