Você está na página 1de 17

Índice

Objectivo________________________________________________________2
Introdução________________________________________________________3
Normalização contabilística___________________________________________4
Características da informação financeira_________________________________6
Princípios contabilísticos_____________________________________________7
Análise do Plano geral de contabilidade (PGC)___________________________9
A composição do plano geral de contabilidade (PGC)_____________________10
As peças contabilísticas fundamentais e a sua análise______________________11
Conclusão_______________________________________________________16
Bibliografia______________________________________________________17
Objectivo
 Objectivos Gerais:
 Conhecer os antecedentes da normalização contabilística.
 Conhecer as vantagens da normalização contabilística.
 Interpretar os princípios contabilísticos fundamentais.
 Conhecer os requisitos básicos da informação contabilística.

 Objectivos específicos:
 A melhoria da qualidade do relato financeiro;
 Uma maior comparabilidade da informação em contexto internacional;
 A redução de diferenças do relato financeiro estatuário vs. Relato financeiro
interno em subsidiárias de grupos internacionais.

2
Introdução
O presente trabalho refere-se ao tema da normalização contabilística, tem por
objectivo primordial abordar algumas considerações sobre a evolução da
contabilidade e dos normativos contabilísticos. O processo de normalização
contabilística afigura-se como crítico para a credibilização do relato financeiro
das empresas que operam em Angola.

Com o evoluir da actividade económica e com a globalização da economia, o


comércio internacional desenvolveu-se rapidamente, tornando as trocas
comerciais entre os países uma actividade diária. As empresas sentiram a
necessidade de poder comparar as contabilidades não só de empresas dentro do
mesmo país, mas também das empresas de países diferentes e ainda entre
contabilidades de empresas que tinham filiais em vários países. Vários estudos
foram feitos por associações de contabilistas e por Governos de vários estados no
sentido de harmonização a contabilidade internacional. Depois de muitos estudos
a comunidade Europeia publicou em 25/07/1978 uma diretiva chamada CEE-IV
Diretiva dos Conselhos das Comunidades Europeias.

3
Normalização contabilística
O fenômeno da normatização ou do movimento com regulatório que propõe
uma linguagem universal dos negócios tem sido discutido a partir de diversas
abordagens. Tem sido caracterizado não só no que diz respeito às suas partes —
por consequência à sua formação e influência nas empresas —, ora aceito, ora
criticado, mas também como resultado de um processo normativo no âmbito
nacional e internacional.

Os conteúdos normativos na atualidade, podemos assim dizer, são colocados


como conteúdos prontos e, nos muitos ângulos, oferecem disparates diversos; por
sua vez, não são produzidos trabalhos de crítica ou análise a esse respeito, muito
menos sobre a sua história.

Na verdade, os Estados Unidos foi o país que mais atentou para uma
regulação. A história do seu progresso, dentro da contabilidade, merece uma
consideração, no entanto são poucos os trabalhos com essa visão, por exemplo os
de: Sá (1994a, 1994b, 1997, 2008, 2009, 2010) e de Nepomuceno (2002, 2003,
2004) no Brasil; de Casella (2010) na Argentina; de Ferreira (1981, 1983, 2009a,
2009b, 2010), Cravo (2010) e Cravo, Jesus e Antão (2010) em Portugal.

Portanto, o objetivo deste artigo é tratar sobre a história do movimento de


normatização norte-americana em apontamentos gerais e, assim, promover
conclusões pela averiguação da sua influência no movimento mundial.

O problema a ser investigado é se a finalidade ética e científica da


normatização atende ao seu intento considerando a abordagem histórica. Em
outras palavras, se a cronologia e os fatos temporais da normatização produziram
algum efeito no movimento mundial e se estiveram ligados a uma evolução do
uso da informação contábil em obediência aos princípios. São os
questionamentos fundamentais que levaram à realização deste trabalho.

Trata-se de uma pesquisa exploratória, na qual interage com o


aprofundamento da investigação histórica, embasada em referencial bibliográfico,
para sustentar os argumentos produzidos.

Como saber o que aconteceu é fundamental para se compreender o presente,


podemos afirmar que esta pesquisa histórica se justifica por serem pouquíssimas
as inquirições que promoveram igual tratamento. Ainda, como o movimento é
relevante, torna-se válida a abordagem, considerando a sua atual influência na
linguagem dos negócios, a patamares globalizados ou mundiais.

O artigo se divide em três partes, as quais são fundamentais para


compreendermos didaticamente a pesquisa e o desenvolvimento do tema:
4
1. Contexto das normas no âmbito filosófico;

2. Divisão das fases da normatização americana;

3. Influência do movimento na regularização mundial, observações e


conclusões.

Com o evoluir da actividade económica e com a globalização da economia, o


comércio internacional desenvolveu-se rapidamente, tornando as trocas
comerciais entre os países uma actividade diária. As empresas sentiram a
necessidade de poder comparar as contabilidades não só de empresas dentro do
mesmo país, mas também das empresas de países diferentes e ainda entre
contabilidades de empresas que tinham filiais em vários países. Vários estudos
foram feitos por associações de contabilistas e por Governos de vários estados no
sentido de harmonização a contabilidade internacional. Depois de muitos estudos
a comunidade Europeia publicou em 25/07/1978 uma diretiva chamada CEE-IV
Diretiva dos Conselhos das Comunidades Europeias.

Uma Directiva é um conjunto de normas que as empresas e os países são


convidados a adoptar no sentido de uniformizar a contabilidade dos vários países.

A International Federation of Accontaints (IFAC), que tem como objectivo


primordial a harmonização contabilística a nível mundial, tem vindo a
desenvolver esforços para a consecução do seu objectivo, através do
Internacional Accouting Standards Commite (IASC). Órgão dependente do
IFAC, mediante a emissão de normas de contabilidade internacionais.

Faz se às normas internacionais o actual plano de contas empresarial encontra


se desajustado face a informação que deveria ser produzida com base nas normas
internacionais e, por conseguinte, torna-se necessário a sua revisão com vista a
uma crescente aproximação às práticas internacionais.

À medida que a implementação destas alterações se torna efetivar com vista a


flexibilizar a sua atualização em função das alterações que vieram a ser
introduzidas nas normas internacionais haverá, conveniência em substituir o
caráter legal actual por práticas geralmente aceites o que se prevê venha a
acontecer de forma progressiva.

5
Entretanto enquanto nada não acontecer o Plano Geral de Contabilidade
estabelece os critérios para preparação e apresentação das demonstrações
financeiras para os utentes tendo como propósitos fundamentais:

 O relato financeiro.
 A determinação dos custos dos produtos e dos serviços.
 Os sistemas de informação de gestão.
 A determinação dos impostos a pagar.
 O planeamento fiscal.
 A consultoria de gestão.
 A avaliação dos sistemas de gestão ambiental e de qualidade.
 A auditoria.
 As contas públicas nacionais.
 A preparação de orçamentos, quer das empresas quer dos países.

Características da informação financeira


Ainda referente aos modelos contabilísticos e para ser útil aos utentes, a
informação financeira deve apresentar três características que são:

 Relevância: tem a ver com a qualidade da informação que influencia na


tomada de decisões e ajuda os utentes avaliar os acontecimentos do
passado, do presente e do futuro. Só assim o analista da empresa consegue
confirmar ou corrigir as suas decisões.
 Fiabilidade: informação que não contém erros materiais nem juízos de
valor.
 Comparabilidade: característica que permite comparar os dados de uma
empresa, de um exercício para outro e os dados entre empresas.

6
Princípios contabilísticos
Já referimos que os modelos contabilísticos são formas simplificadas de
apresentar a realidade complexa da área em questão. É fundamental conhecer que
estes se guiam por princípios semelhantes em todos os países e que são
imutáveis. Enunciaremos, em seguida, os mais importantes:

1) Princípio da continuidade: uma vez que é iniciada a sua atividade a


empresa ópera de forma continuada, isto é, a empresa tem uma duração
limitada. A sua gestão possui limite de tempo, a não ser que haja intenção
de liquidar a empresa. Apesar, da empresa apresentar contas, exercício a
exercício estas paragens são artificiais. Pelo que está mantém o seu
funcionamento e apenas avalia o trabalho executado durante o exercício
econômico.
2) Princípio da consistência: a empresa não pode alterar as suas políticas
contabilísticas, ou seja, a sua maneira de proceder de um exercício para o
seguinte, a não ser por razões fortemente justificadas e devem ser
explicadas no Anexo.
3) Princípio da especialização ou do acréscimo: de acordo com este
pressuposto os custos e os proveitos devem ser tratados
contabilisticamente no período em que ocorrem, independentemente do
fato do seu recebimento ou pagamento, isto é, para efeitos de registo
contabilístico deve atender-se a data de realização da operação e não a
data da sua cobrança ou pagamento.
4) Princípio do custo histórico: os registos contabilísticos devem ser feitos
a custos de aquisição ou de produção dos bens e não aos custos pelo qual
se prevê a próxima aquisição dos bens, ou seja, o custo de reposição.

O plano prefere, apesar de alguns inconvenientes utilizar o princípio do


custo histórico, por que está baseado em realidades objetivas que são os
documentos.

5) Princípio da Prudência: a Contabilidade deve ser prudente, sempre que


se deslumbrem incertezas no futuro que possam afectar o seu patrimônio
deve estimá-las e registrá-las. Não deve, no entanto, criar reservas ocultas
nem fazer provisões excessivas que lhe possam reduzir o seu ativo ou
aumentar o seu passivo de modo a apresentar resultados menores.
6) Princípio da substância sobre a forma: as operações devem ser
contabilizadas atendendo à sua substância e à realidade financeira e não à
sua forma legal. É o que acontece quando a empresa adquire uma viatura a
prestações, deve contabilizar a viatura no momento em que entra no seu
serviço apesar de juridicamente a empresa ainda não ser titular da mesma.

7
7) Princípio da materialidade: enquanto que a relevância tem a ver com a
qualidade da informação, materialidade tem a ver com a quantidade da
informação. A relevância diz que a informação é útil quando pode fazer
mudar a tomada de decisão. A materialidade diz que o para as peças
contabilísticas darem uma imagem verdadeira e fiel do patrimônio da
empresa não pode falhar nenhum elemento.

8) Princípio da não compensação de saldos: não devem ser efetuadas


compensações de saldos entre ativos e passivos. A apresentação de
rubricas no Balanço pelo seu valor líquido de amortizações e provisões
não é considerada uma compensação de saldos.

CONCEITOS E VANTAGENS DA NORMALIZAÇÃO


CONTABILÍSTICA

O conceito de normalização contabilista pode ser entendido como um


processo dinâmico que visa à adequação da realidade contabilística face às
mutações do meio envolvente, econômico-financeiro, que rodeia as unidades
económicas.

Esta produção normativa é imbuída de um carácter de imperatividade,


sedimentado no seu carácter legal.

Daqui resulta, por sua vez, uma organização e desenvolvimento da


contabilidade segundo um modelo geral e uniforme.

A normalização contabilista encerra duas vertentes fundamentais:

 Criação de normas
 Aplicação das normas covista à harmonização da informação contabilística
produzida.

Assim, a normalização contabilista, consubstancia - se num plano de


contabilidade, que compreende:

a) Elaboração de um quadro de contas que deve ser seguido pelas unidades


económicas.

b) Definição de conteúdo, regras de movimentação e articulação das contas


definidas no quadro de contas.

c) Concepção de mapas – modelos relativos a determinadas peças finais a


apresentar pelas unidades económicas (balanço, demonstração dos resultados,
anexos ao balanço e demonstração dos resultados, demonstração dos resultados
por funções, mapas de origem e aplicação de fundos).

8
d) Definição de princípios contabilísticos e dos critérios valorimétricos, a
utilizar na contabilidade.

A normalização contabilística apresenta assim vantagens, em diversos


domínios, tais como:

 O da empresa: que poderá mais facilmente comparar os dados obtidos


com os de outras empresas do sector.
 O do técnico de contas: que terá a sua disposição um instrumento
orientado dos procedimentos a adaptar.
 O do interessado na situação económica financeira da empresa: que
facilmente poderão retirar ilações relativas à situação da empresa.
 O da economia nacional: que poderá dispor de dados mais exatos que
certamente determinarão uma análise mais correta do sector
empresarial em estudo.
 O da fiscalidade: que disporá de elementos para possibilitar uma
maior justiça na tributação das empresas.

Objeto da Normalização contabilística


Designa-se como objeto da normalização contabilística o PGC- Plano Geral da

Contabilidade.

Análise do Plano geral de contabilidade (PGC)


O Plano Geral de Contabilidade apresenta classes de contas e peças
contabilísticas. Assim a considerar balanços:

Balanço analítico- descriminação das contas e subcontas utilizadas pela


empresa, bem como das massas patrimoniais, totais e parciais.

Balanço sintético- Balanço resumido, aparecem as contas principais e as


massas gerais e parciais.

O Plano Geral de Contabilidade apresenta:

 Dois tipos de Demonstração de resultados, um por natureza e outro por


funções;
 O Anexo como sabemos explica dados constantes do Balanço e da
demonstração de resultados.

O quadro de contas tem 10 classes. Destas classes, as 5 primeiras contêm


contas que pertencem ao Balanço. Também pertence ao Balanço a conta 88
Resultado Líquido do Exercício. As classes 6,7 e 8 contêm contas que permitem
apurar o Resultado líquido do exercício.

9
A classe 9 é recomendada para as empresas industriais e permite saber qual
o custo dos produtos que a empresa fabricou a partir da transformação das
matérias. Como as empresas industriais são muito variadas era impossível
arranjar um plano de contas que servisse a todas ao mesmo tempo, daí a razão da
classe 9 estar vaga, cada empresa Industrial vai elaborar um plano próprio para
actividade que exerce.

A classe 0 é constituída pelas chamadas contas de ordem. Esta classe é de


uso facultativo onde estão registrados bens que não pertencem ao patrimônio
da empresa, mas que estão à sua guarda sendo ela responsável pela
manutenção. É o que acontece quando a empresa guarda bens de valor que não
pertencem a empresa, mas sim a terceiros.

Exemplo: A mulher do sócio, compra uma joia valiosa que guarda no cofre da
empresa. O valor da joia deve ser registrado nesta conta. Não pertence ao
patrimônio da empresa, mas está à responsabilidade da empresa.

A composição do plano geral de contabilidade (PGC)


O Plano Geral de Contabilidade apresenta fundamentalmente as seguintes
partes.

• Quadro de contas: que as empresas devem seguir, permitindo a


definição dos conteúdos das várias contas, as regras de
movimentação e a articulação entre as contas.
• Conjunto de mapas modelo: a elaborar pelas empresas,
nomeadamente:
• Balanço.
• Demonstração de resultados por naturezas.
• Demonstração de resultados por funções.
• Demonstração de origem e aplicação dos fundos.
• Demonstração de fundos circulantes.
• Notas às contas: que é um Anexo que procura explicar os
conteúdos de várias contas e os valores constantes das peças
contabilísticas fundamentais. Analisemos, em seguida, as peças ou
modelos contabilísticos fundamentais.
Um conjunto de Normas como os princípios contabilísticos, os critérios de
valorimetria, as tradições e as características da informação financeira permitem
que a contabilidade sirva não só à empresa, mas também a outras empresas para
se poderem comparar os respectivos valores.

10
As peças contabilísticas fundamentais e sua análise
As peças contabilísticas fundamentais são:

• Balanço
• Demonstração de Resultados
Balanço: trata-se de um relatório financeiro que tem por objetivo apresentar
a situação contábil e econômica de uma empresa em determinado período.
Incorpora informações do ativo, do passivo e do patrimônio líquido da
organização, assim como bens, direitos e obrigações. Para fazer a análise de
balanços, o investidor precisar se atentar aos demonstrativos de resultado, fluxo
de caixa e ao balanço patrimonial.

Demonstração de Resultados: a apresentação de resultados é uma


demonstração contabilística destinada a evidenciar a composição do resultado
formado num determinado período de operações de uma entidade.

A Demonstração de resultados é constituída pelas seguintes classes:

 Proveitos e ganhos- aumento dos benefícios econômicos, durante o


período, na forma de influxos, melhorias de activos ou diminuições de
passivos que resultem em aumento dos capitais próprios, que não
sejam os relacionados com as contribuições dos participantes no
Capital próprio.
 Custos e perdas- diminuição nos benefícios econômicos, durante o
período, na forma de influxos ou perdas de valor de activos ou no
aumento de passivos que resultem em diminuição dos capitais
próprios, que não sejam relacionados com as diminuições dos
participantes no Capital próprio.

11
O processo de normalização contabilística afigura-se como crítico para
a credibilização do relato financeiro das empresas que operam em
Angola.

Com cerca de 20 anos desde a entrada em vigor, o actual Plano Geral de


Contabilidade Angolano (PGCA) apresenta-se desactualizado, nomeadamente
quando comparado com as Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato
Financeiro. O processo de Normalização Contabilística, iniciado em 2019 com a
criação do Conselho Nacional de Normalização Contabilística de Angola
(CNNA), surge como um passo essencial para a harmonização das práticas locais
com as práticas internacionais, promovendo a credibilização do tecido
empresarial angolano e de todo o ecossistema económico e financeiro. De forma
geral, a existência de um normativo contabilístico alinhado com as Normas
Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro (de aplicação obrigatória
ou facultativa) promove:

1. A melhoria da qualidade do relato financeiro;


2. Uma maior comparabilidade da informação financeira em contexto
internacional;
3. A redução de diferenças do relato financeiro estatutário vs. relato financeiro
interno em subsidiárias de grupos internacionais.

À data, não obstante a criação da CNNA, não existe ainda clarificação sobre a
abrangência, a forma e tempestividade da implementação do processo de
normalização contabilística, nomeadamente se a mesma comportará apenas a
actualização do PCGA em aspectos mais ou menos circunscritos, ou se será
introduzido um novo normativo criado de raiz, e por outro lado se o âmbito de
aplicação abrangerá ou não a totalidade do universo empresarial de Angola, na
medida em que as empresas apresentam, ao nível do relato financeiro, diferentes
níveis de complexidade e maturidade.

A par de outras reformas recentemente efectuadas, nomeadamente no


âmbito fiscal (introdução do IVA, SAF-T, digitalização do aparelho tributário,
assinatura de acordos de dupla-tributação), um processo de normalização
contabilística trará novos desafios e exigirá respostas adequadas por parte dos
diversos agentes económicos e instituições, nomeadamente na capacitação de
recursos técnicos e humanos face às maiores exigências que uma revolução das
normas contabilísticas trará.

Assim, é inevitável, para o processo de modernização e diversificação da


economia angolana, que os diversos intervenientes entendam que o processo de
normalização contabilística se afigura como crítico para a credibilização do relato

12
financeiro das empresas que operam em Angola, razão pela qual a tomada de
acção urgente sobre esta matéria deve ser considerada como prioritária.
A harmonização contabilística a nível mundial
O crescimento e a globalização da actividade das empresas e dos mercados,
provocaram um aumento de aquisições de sociedades estrangeiras, bem como o
aumento das necessidades financeiras, que estiveram na origem do desnecessárias
dos mercados de capitais. Este constante crescimento internacional, originou que
a contabilidade, elemento essencial da comunicação financeira, diferisse pelo seu
conteúdo e pelos seus modos de aplicação, de país para país.

Entretanto, essa harmonização tem defensores e detractores. Os primeiros,


alegam a vantagem das demonstrações financeiras obedeceram à mesma estrutura
conceptual, facilitando a sua compreensão, o que vai ajudar a melhor tomada de
decisões por parte dos investidores que pretendam investir em países diferentes.
Os segundos, alegam que muitos conceitos contabilísticos estão a ser perdidos
com a harmonização encetada pelo IASB, dando como por exemplo as
designações como “Proveito “e “Custo” desaparecem para dar lugar a
“Rendimento” e “Gasto” e, acrescentam ainda, que o problema da contabilidade a
nível internacional, com esta tentativa de modificação, vai criar um efeito nefasto
sobre a qualidade de mensagem transmitida.

De qualquer forma, tem-se vindo a verificar uma maior apresentação entre


países, no sentido de existir uma harmonização contabilística. E porquê? Porque
a natureza e o crescimento das empresas multinacionais, são os principais
factores para que se verifique um desenvolvimento da contabilidade neste novo
século. As empresas internacionais, têm preferência por um sistema contabilístico
uniforme em toda a sua organização, pois assim torna-se mais acessível o
controlo interno, tomando-o mais eficaz.

Normalização Contabilística o início de uma nova realidade

13
Num alinhamento com o processo de transformação no sistema fiscal e nas
plataformas da AGT, foi aprovado o Conselho Nacional de Normalização
Contabilística de Angola (CNNCA).

O CNNA terá, entre outras responsabilidades, de identificar, propor e


acompanhar medidas e acções de normalização contabilística para os sectores
empresarial e não -lucrativo, com o objectivo de conduzir a uma harmonização
entre as práticas contabilísticas nacionais com as melhores práticas
internacionais.

O arranque do processo de normalização contabilística em Angola, com a


criação do CNNA, encontra-se em consonância com os esforços que têm vindo a
ser desenvolvidos noutros países africanos com o objectivo de serem criadas
regras e procedimentos técnico-profissionais a serem observados na
contabilização, apresentação e divulgação da informação financeira seguindo
uma estrutura para que a informação seja o mais transparente e comparável
possível. É uma evolução e uma importante valorização.

A convergência para as normas internacionais de Contabilidade é um


factor crítico de sucesso e crucial na contribuição para o desenvolvimento do
ambiente de negócios. Após 18 anos sem actualizações ou correcções de fundo,
desde a aprovação em 2001, o Plano Geral de Contabilidade não responde às
necessidades e questões da actualidade.

A criação do CNNCA surge num momento em que se vivem tempos de


mudança com a iminente adopção do IVA, a certificação de programas
informáticos de facturação, culminando com reporte mensal de operações via
Standard Audit File for Tax Purposes (SAF-T (AO)).

A introdução das medidas fiscais constitui uma disrupção na relação entre


contribuinte e AGT e que obriga as empresas a capacitar os quadros internos,
14
como também conduz a uma imediata evolução e adaptação por parte dos
contribuintes da organização e conceptualização do sistema contabilístico
interno. Os contribuintes têm de redobrar esforços de modo a adequar a
contabilidade e garantir a correcta contabilização do IVA e operações conexas, a
correcta integração dos ficheiros dos sistemas de facturação e a qualidade e
robustez do ficheiro SAFT-T a partilhar com a AGT.

A modernização do normativo contabilístico em Angola e o alinhamento


com as IFRS deixam de ser um sonho distante e poderão ser uma realidade,
suprindo assim uma necessidade premente de regras que permitam (i) um
adequado reflexo contabilístico da realidade econômico-financeira das
organizações e a comparabilidade num ambiente de negócios tendencialmente e
desejavelmente mais internacionalizado, bem como (ii) o acompanhamento da
evolução galopante das ferramentas e mecanismos do sistema fiscal.

Este exercício de definição deve ser inclusivo, recolhendo a experiência de


todos os que activamente contribuem e estão sensibilizados para a tradução
contabilística do ambiente de negócios que agentes privados e públicos operam
diariamente.

15
Conclusão
Neste trabalho constatamos que o processo de normalização contabilística
surge como um passo essencial para a harmonização das práticas locais com as
práticas internacionais, promovendo a credibilização do tecido empresarial
angolano e de todo o ecossistema econômico, financeiro, e potenciando a
capacidade de atração de investimentos estrangeiros e o desenvolvimento ainda
incipiente mercado de capitais
Portanto a normalização contabilística é importante na vida de uma
empresa tornando-se um elemento fundamental para a sua gestão visto que as
informações por ela prestada são a base de qualquer análise interna ou externa
para que a interpretação, análise e comparabilidade das informações
contabilísticas prestadas pelas diferentes unidades econômicas fosse possível,
houve necessidade de estabelecer regras, normas abrangentes e princípios que
conduzissem a normalização dos modelos contábeis.

16
Bibliografia
Link:http://portal.amelica.org/ameli/journal/292/2921225003/html/
Manual de Contabilidade Angolano / José Luís Magro
EDIÇÃO: 2ª ed

17

Você também pode gostar