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Para Nobes e Alexander (1994) a harmonização é definida como o processo que visa incrementar
a compatibilidade das práticas contabilísticas, mediante o estabelecimento de limites ao seu grau
de variação.
Para Nobes e Parker citado por Celso Cunha (2021) harmonização contabilística é o processo
que visa o aumento da comparabilidade das práticas contabilísticas através da fixação de limites
ao seu grau de variação.
Nobes (1996a) refere que, nos seus primeiros anos de vida, o IASC era visto como uma
arma inofensiva pelos principais países anglo-saxónicos, embora muitos países da Europa
Continental o encarassem como um “Cavalo de Tróia”, que escondia o inimigo contabilístico
anglo-saxónico dentro de uma fachada internacional respeitável. Contudo, toda esta situação
começou a mudar à medida que o IASC atingia a sua maturidade, tendo assumido especial
relevância a ocorrência de importantes desenvolvimentos no seu 21º ano de vida (1993).
A sua crescente influência nos sistemas contabilísticos mundiais, bem como o aumento
de importância do IASC, levou a que no ano de 2001 se procedesse a significativas alterações na
sua estrutura e no seu funcionamento, passando a denominar-se por IASCF (International
Accounting Standards Committee Foundation), alterando a sua composição e organização
interna.
Assim, Epstein e Mirza (1998) referem o conjunto de medidas utilizadas pelo IASC, por
forma a dar continuidade aos seus objectivos:
Persuadir os seus membros a convidar o IASC sempre que dois ou mais países, que não
partilhem da mesma legislação, se proponham a discutir sobre princípios contabilísticos;
Encorajar os países que não tenham normas contabilísticas próprias a adoptar as do IASC
como normas nacionais do país;
Convidar outros países que, apesar de terem normas próprias, carecem de regulamentação
em certos assuntos particulares, a adoptar as soluções do IASC como a base para a
emissão de normas nacionais nessa matéria em concreto;
Sugerir aos países que já têm normas de contabilidade a necessidade de as comparar com
as normas internacionais com vista a eliminar qualquer diferença significativa;
Esforçar-se por demonstrar àqueles países, que têm a estrutura das suas práticas
contabilísticas definidas na lei, os benefícios de uma harmonização com as normas
internacionais de contabilidade.
Na tentativa de acomodar abordagens tão diversas, o IASC optou, inicialmente, por lidar
com princípios gerais, evitando detalhes excessivos.
nas normas do IASC uma importante economia de custos de investigação (embora à custa de
perder parte da sua soberania nacional ao adoptar um conjunto de normas “estranhas” para
regular os interesses económicos nacionais) e uma forma de captar investidores estrangeiros ao
facilitar-lhes um conjunto de regras mais transparentes.
Fruto desta reformulação, as normas emitidas até 2001 são designadas por IAS
(Internacional Accounting Standards) e as suas interpretações emitidas pelo SIC (Standing
Interpretations Committee) – tendo estas normas (IAS) sido emitidas pela entidade enquanto se
designava por IASC. A partir de 2001, as normas emitidas no âmbito do IASC Foundation, mais
concretamente pelo IASB, passam a designar-se por IFRS (Internacional Financial Reporting
Standards) e as respectivas interpretações pelo IFRIC (International Financial Interpretations
Committee). Estas modificações tiveram origem numa mudança de paradigma, agora com maior
enfoque no relato financeiro.
Por outro lado para as empresas multinacionais uma nítida vantagem proporcionada pela
harmonização contabilística internacional é a redução de custos para gerenciar sistemas
contabilísticos diferenciados em diferentes países.