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Trabalho Individual (T1) – Contabilidade Internacional: aspectos

introdutórios e organismos internacionais e nacionais.

a) Quais as definições de Contabilidade e de Contabilidade Internacional?

Contabilidade é a ciência que tem por objetivo o estudo das variações


quantitativas e qualitativas ocorridas no patrimônio (conjunto de bens, direitos e
obrigações) das entidades (qualquer pessoa física ou jurídica que possui um
patrimônio).

A linguagem da informação contábil não é homogênea e varia conforme


o país. Fato disso é a classificação da contabilidade como sendo uma ciência
social aplicada. Isso significa dizer que ela recebe grande influência do meio
em que está inserida. A contabilidade internacional surge para construir um
ponto comum entre os relatórios financeiros e laborados por contextos de
outros países e definir métodos de adaptação aos padrões internacionais a
partir da contabilidade local. Tornou-se importante no Brasil a partir da criação
da Bolsa de Valores e da vinda de capital estrangeiro ao mercado nacional.
Ela está estruturada a partir do estudo das normas contábeis vigentes em cada
país e tem como objetivo a transformação de relatórios a diferentes regras
normativas, conforme os interesses comerciais relacionados a operações de
exportação/importação ou entre empresa matriz e filial situada no exterior, por
exemplo.

b) Que fatores justificam a necessidade do estudo da Contabilidade


Internacional e da adoção dos seus ensinamentos, por parte dos
profissionais da contabilidade?

A grande quantidade de mudanças resultantes da adoção de padrões


contábeis internacionais exige alto grau de conhecimento e busca por
atualização por parte desses profissionais, pois a qualidade da educação
profissional contábil tem significativo impacto em suas demonstrações e no tipo
de informação que presta. Essas que ao final servirão para tomadas de
decisões para seus usuários internos e externos. Com a adoção das normas
internacionais, o contador terá que levar em conta fatores mais abrangentes.

c) O que você entende por globalização e por mercado de capitais?


Existem relações entre estes e a Contabilidade Internacional?

Globalização é o processo de aproximação entre as diversas sociedades


e nações existentes por todo o mundo, seja no âmbito econômico, social,
cultural ou político. Porém, o principal destaque dado pela globalização está na
integração de mercado existente entre os países. Já o mercado de capitais é
um mecanismo de distribuição de valores mobiliários, que tem o objetivo de
gerar liquidez aos títulos emitidos pelas empresas e viabilizar o seu processo
de capitalização. Isso quer dizer que o objetivo é direcionar os recursos
financeiros da sociedade (poupança) para o comércio, a indústria e outras
atividades econômicas, assim remunerando melhor o investidor e contribuindo
para o desenvolvimento econômico do país. Logicamente há uma enorme
relação entre eles já que o processo de globalização aproximou as trocas entre
países, ou seja, a sua integração de mercado como é o caso do mercado de
capitais que através da bolsa de valores as instituições de qualquer país
podem negociar suas ações. E a contabilidade internacional serve justamente
para aproximar ainda mais essas relações como o processo de harmonização
das normas internacionais ficou mais fácil e coerente entre países às trocas de
relações.

d) O que significa convergência e harmonização e quais os principais


tipos de dificuldades encontradas pelos países para a concretização
dessas aspirações, no contexto da Contabilidade Internacional?

Convergência é o processo que busca um acordo entre os padrões


contábeis internacionais, mediante um conjunto comum de princípios,
preservadas as particularidades de cada país. A convergência visa eliminar as
diferenças entre as normas emitidas pelos diversos órgãos contábeis.
Harmonizar é conciliar, tornar harmônico. A harmonização contábil pode
ser entendida como o processo pela qual diversos países, a partir de um
consenso, buscam a compatibilidade das normas contábeis, preservando as
particularidades e características de cada país. Está associada à adequação
das normas a nível internacional, permitindo comparação. A harmonização
refere-se ao alinhamento, consistência e coerência das normas e práticas
contábeis.
Existem algumas dificuldades de suas implementações dentre eles
estão: o nacionalismo, o ordenamento jurídico, estrutura de financiamentos e a
normatização contábil.

e) O que tem sido feito para que a convergência contábil seja algo
concreto e não apenas uma mera abstração?

A principal inovação trazida por esse processo é que a prática contábil


brasileira passa a estar muito mais baseada na interpretação dos
pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) do que na
mera aplicação de regras nacionais, como no passado recente. Isso traz
implicações relevantes para a qualidade da informação contábil para o
profissional da contabilidade, para outros profissionais que utilizam essa
informação (como os economistas), para investidores e analistas do mercado
financeiro e para outros interessados. Além da criação de órgãos, conselhos e
etc.

f) O que são os IRFS, qual é a instituição internacional encarregada de


cuidar desse assunto e onde está sediada?

IFRS são um conjunto de normas internacionais de contabilidade,


emitidas e revisadas pelo IASB - International Accounting Standards Board
(Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade), que visam uniformizar
os procedimentos contábeis e as políticas existentes entre os países,
melhorando a estrutura conceitual e proporcionando a mesma interpretação
das demonstrações financeiras. Está sediado em Londres, no Reino Unido.
g) Qual a situação dos Estados Unidos da América (EUA), maior
economia mundial, em relação à adoção das normas internacionais de
contabilidade?

Os EUA dificultam a sua adoção das normas internacionais de


contabilidade, já que utilizam de sua própria contabilidade e é considerado um
país extremamente nacionalista, apesar de alguns avanços.
Eles ainda não adotaram de forma obrigatória os padrões do IASB para
suas empresas, sejam elas de capital aberto ou não. E parece que a adoção
efetiva está muito longe de chegar ao fim. Os mais otimistas ainda estimam
cinco anos para a adoção das IFRS nos EUA. Um importante organismo na
disseminação da harmonização das normas internacionais de contabilidade é o
International Organization for Governmental Securities Commissions – IOSCO,
nascido de nove países, o órgão enfrentou dificuldades na sua adoção porque
os Estados Unidos, principal mercado de capitais do mundo, não se dispôs a
adotar as normas do IASC, devido a divergência de práticas entre as normas
do IASC (hoje IASB) e os USGAAP – princípios de contabilidade geralmente
aceitos norte-americanos. Diante dessa situação o CFC (2006, apud COSIFE)
preconiza que “essas diferenças se dão devido ao fato de que, nos Estados
Unidos, as práticas contábeis estarem fortemente ligadas a um sistema legal
que lhe é próprio”. Alguns autores como Niyama (2006) e Hendriksen (1999)
colocam a contabilidade dos Estados Unidos entre as dos países do bloco
Anglo - Saxônico, no qual a classe contábil é forte e sofre pouca influência do
governo, visto que se percebe claramente o enfoque da escola americana nos
usuários externos (acionistas, credores, fornecedores e outros) e não no
governo.

h) No Brasil, quais as entidades que se pronunciam sobre as Normas e


Procedimentos Contábeis (fale resumidamente sobre cada uma e seus
respectivos papéis, incluindo as agências reguladoras)?

 Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)


Foi idealizado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos das
seguintes entidades: ABRASCA; APIMEC NACIONAL; BOVESPA;
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE; FIPECAFI; IBRACON. Criado
pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo "o estudo, o
preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de
Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a
emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização
e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a
convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais".

 Conselho Federal de Contabilidade (CFC)


O Conselho Federal de Contabilidade foi instituído pelo Decreto - Lei
9.295/46 com o objetivo de orientar, normatizar e fiscalizar o exercício da
profissão contábil, através dos Conselhos Regionais de Contabilidade. Cabe
também ao CFC decidir, em última instância, os recursos de penalidade
imposta pelos Conselhos Regionais; regular acerca dos princípios contábeis,
do cadastro de qualificação técnica e dos programas de educação continuada;
editar Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e profissional.
i) O que existe de mais atual em termos de legislação (de forma resumida,
explique a evolução da lei societária e as recentes alterações nela
introduzidas, principalmente no que diz respeito à contabilidade)?

A lei societária - Lei nº 6.404, de 1976 - a partir de 2008 sofreu


profundas alterações, inicialmente pela Lei nº 11.638, de 2007 (1) e pela
Medida Provisória nº 449/08, convertida na Lei nº 11.941, de 2009, quando
foram introduzidos novos conceitos, métodos e critérios contábeis e fiscais,
com o fim de harmonizar as regras contábeis adotadas no Brasil aos padrões
internacionais de contabilidade (padrão International Financial Report Standart
- IFRS), recepcionando assim a transparência internacional de regras e
informações contábeis a ser em observadas por todas as companhias abertas
e pelas empresas de grande porte (2), quando da elaboração de suas
demonstrações financeiras.

A começar pela relação de demonstrações financeiras, foi extinta a


demonstração das origens e aplicações de recursos e criadas a demonstração
dos fluxos de caixa e a demonstração do valor adicionado (3). A classificação
contábil dos grupos e subgrupos de contas do balanço patrimonial das
sociedades também foi significativamente alterada. O Ativo e o Passivo foram
divididos em dois grandes grupos de contas: Circulante e Não Circulante.
Foram extintos os seguintes grupos, subgrupos e contas: Ativo Permanente,
Ativo Diferido, Passivo Realizável a Longo Prazo, Resultado de Exercício
Futuro, Reserva de Reavaliação, Lucros e Prejuízos Acumulados. Foram
criados os subgrupos e contas: "Intangível" no Ativo e "Prejuízos Acumulados"
e "Ajustes de Avaliação Patrimonial" no Patrimônio Líquido (4). Na
Demonstração de Resultado foi suprimido o grupo Resultados Não
Operacionais, adotando-se a nomenclatura de "Outras Receitas" e "Outras
Despesas". As contas representativas de Prêmios na Emissão de Debêntures e
Doações Subvenções para Investimentos, antes de comporem as Reservas de
Lucros, agora devem transitar pelo resultado do exercício.

Cabe mencionar ainda que as Leis nº 11.638, de 2007 e 11.941, de 2009


trouxeram importante alteração no sentido de dar sustentação legal às normas
contábeis expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM e demais
órgãos reguladores (19). Isso obrigou os órgãos responsáveis pelas normas
contábeis a falarem a mesma língua, ou seja, atualmente, a CVM, o Banco
Central, agências reguladoras (ANATEL, ANEL, ANS, SUSEP, etc.), devem
observar as regras internacionais de contabilidade introduzidas pelas referidas
leis e referendadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis.

j) O que é o CPC, quais as suas atribuições?

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis é uma entidade autônoma


criada pela Resolução CFC nº 1.055/05. Tem como objetivo estudar, preparar e
emitir Pronunciamentos Técnicos sobre Procedimentos de Contabilidade e
divulgar informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela
entidade reguladora brasileira visando à centralização e uniformização do seu
processo de produção, levando sempre em conta a convergência da
Contabilidade Brasileira às normas internacionais de contabilidade.

k) Quais os tipos de documentos emitidos pelo CPC, discorrendo sobre


cada um deles e informando quantos de cada tipo já foram emitidos?

Tipos de documentos emitidos:


 Pronunciamentos Técnicos; (51 pronunciamentos);
 Orientações; (8 orientações) e
 Interpretações (21 interpretações).
O s Pronunciamentos Técnicos serão obrigatoriamente submetidos a
audiências públicas.
As Orientações e Interpretações poderão, também, sofrer esse
processo.

l) A aplicação adequada das Normas Internacionais de Contabilidade está


prevista no Código de Ética Profissional do Contador – cite o(s) item(ns)
que trata(m) do tema?

A aplicação das normas internacionais é um dos objetivos do código de


ética do contador; ou seja; a conduta ética do contador deve seguir tantos os
princípios éticos e legislações vigentes do Brasil quanto também estar alinhado
às normas internacionais de contabilidade. Como é demostrado abaixo:
NBC PG 01 – CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO CONTADOR
 Objetivo:
3. Esta norma se encontra convergente aos padrões internacionais da ética no
exercício da profissão contábil.

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