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CURSO TÉCNICO EM CONTABILIDADE

Ana Ketlyn Gomes de Oliveira


Anna Beatriz Santos Gramacho
Antonia Rosiane de Almeida Alves
Joice Martins Bottaro

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: A Importância da Escolha do


Regime Tributário Para Startups

SÃO PAULO – SP
2022
Ana Ketlyn Gomes de Oliveira
Anna Beatriz Santos Gramacho
Antonia Rosiane de Almeida Alves
Joice Martins Bottaro

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: A Importância da Escolha do


Regime Tributário Para Startups

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Etec Jd


Ângela, do Centro Estadual de Educação Tecnológica
Paula Souza, como requisito parcial para a obtenção da
habilitação profissional de Técnico de Nível Médio em
Contabilidade sob a orientação do Profº. Magdo Martins
Silvério.

SÃO PAULO - SP
2022
Ana Ketlyn Gomes de Oliveira
Anna Beatriz Santos Gramacho
Antonia Rosiane de Almeida Alves
Joice Martins Bottaro

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: A Importância da Escolha do Regime


Tributário Para Startups

Aprovada em: ______ / _______ / _________

Conceito: ______________________________

Banca de Validação:

___________________________________

Professor...............................................................
Etec Jd Ângela
Orientador
___________________________________

Professor ............................................................
Etec Jd Ângela
____________________________________

Professor ............................................................
Etec Jd Ângela

SÃO PAULO – SP
2022
DEDICATÓRIA

Dedicamos esse trabalho aos nossos


avós, aos nossos pais que tanto nos
apoiaram e ao Professor Magdo Martins
Silvério por todo ensinamento e paciência.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradecemos a Deus, pois na sua infinita bondade e


sabedoria, nos permitiu mais essa conquista, nos deu forças para continuarmos a
caminhar, ainda que as adversidades nos tenham visitado em vários momentos
durante o percurso, quase nos fazendo desistir algumas vezes. Aos nossos pais,
avós e maridos, por todo apoio e incentivo.
EPÍGRAFE

A maioria das pessoas não planeja fracassar,


fracassa por não planejar.
(John L. Beckley).
RESUMO

O planejamento tributário é um ato preventivo, que tem como finalidade evitar


a incidência tributária, prevenir a ocorrência do fato gerador do tributo, reduzindo a
alíquota e a base de cálculo. Com propósito de reduzir de forma legal a carga
tributária, seja em empresas de grande, médio e pequeno porte, até as
microempresas e nas Startups.
O planejamento tributário será realizado por profissionais da área de
contabilidade, que analisará o seguimento da empresa e o produto que ela fornece,
para assim escolher o regime tributário que melhor se encaixa.
O objetivo do trabalho é apresentar a importância do planejamento tributário
para as startups, os regimes tributários existentes no Brasil, quais são os benefícios
fiscais e consequências de um planejamento mal elaborado.

Palavras-chave: Planejamento Tributário, Regimes Tributários, Alíquotas, Elisão e


Evasão, Incidência tributária
ABSTRACT

The tax planning is a preventive act, its purpose is to avoid the tax incidence,
prevent the occurrence of the fact that generates the tax, reducing the aliquot and the
calculation basis. With the purpose of legally reducing the tax burden, whether in
large, medium and small companies, to microenterprises and startups.
Professionals in the accounting area, who will analyze company’s follow-up
and the product it provides, in order to choose the tax regime that best fits, will carry
out the tax planning.
The objective of the work is to present the importance of tax planning for
startups, the tax regimes that exist in Brazil, what are the tax benefits and
consequences of poorly designed planning.

Keywords: Tax Planning, Tax Regimes, Aliquot, Avoidance and Evasion, Tax

Incidence.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Diferenças: Empresa Tradicional X Startups 19


Tabela 2- Simples Nacional: Anexo 1 – Comércio 37
Tabela 3 - Simples Nacional: Anexo 2 - Indústria 38
Tabela 4 - Simples Nacional - Anexo 3: Prestadores de Serviço 38
Tabela 5- Simples Nacional- Anexo 4: Prestadores de Serviços 39
Tabela 6 - Simples Nacional - Anexo5: Prestadores de Serviços 39
Tabela 7 - Lucro Presumido Prestadores de serviço 42
Tabela 8 – Lucro Presumido Comércio 42
Tabela 9 – Lucro Presumido: Presunções do IRPJ e do CSLL 42
Tabela 10 - Alíquotas sobre Lucro Real 46
Tabela 11 - Alíquotas sobre Lucro Real 46
LISTA DE ABREVIATURAS / SIGLAS

BP - Balanço Patrimonial
CLT – Consolidação das Leia Trabalhistas
CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
DAS – Documento de Arrecadação do Simples
DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
DRE - Demonstração de Resultado do Exercício
EPP – Empresas de Pequeno Porte
FNC – Fundo Nacional de Cultura
II – Impostos por Importação
IPI – Impostos sobre Produtos Industrializados
IRPJ – Imposto de Renda para Pessoa Jurídica
ISS – Impostos sobre Serviços
LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real
ME – Microempresa
MEI – Microempreendedor Individual
PAT – Programa de Alimentação ao Trabalhador
PIS – Programa de Integração Social
RAIS – Relação Anual de Informações Sociais
REPENEC - Regime Especial De Incentivos para o Desenvolvimento de
Infraestrutura da Indústria Petrolífera
RIR - Regulamento do Imposto de Renda
S/A - Sociedade Anônima
VSM – Value Stream Mapping (Mapeamento do Fluxo de Valor)
Sumário
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 12
1.1. Problemática ......................................................................................................................... 13
1.2. Objetivos Gerais .................................................................................................................... 13
1.3. Objetivos Específicos ............................................................................................................. 13
1.4. Hipótese ................................................................................................................................ 13
1.5. Justificativa ............................................................................................................................ 14
1.6. Pertinência ............................................................................................................................ 14
1.7. Relevância ............................................................................................................................. 14
1.8. Viabilidade ............................................................................................................................. 15
2. METODOLOGIA.............................................................................................................................. 15
REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................................................... 16
3. STARTUP O QUE É?........................................................................................................................ 16
3.1. Conceito de Startups ............................................................................................................. 16
3.1.1. Características de uma Startup: .................................................................................... 18
3.2. Diferença entre Empresa Tradicional X Startups .................................................................. 19
3.3. Para que serve uma Startup? ................................................................................................ 19
3.4. Tipos de Startups ................................................................................................................... 20
3.4.1. Principais Tipos de Modelo de Negócios Startup .......................................................... 22
3.4.2. Exemplos de Startups de Sucesso: ................................................................................ 23
3.4.3. Tipos de Investidores para Startups: ............................................................................. 24
4 CONCEITO DE CONTABILIDADE ................................................................................................. 26
4.1 Origem da Contabilidade................................................................................................... 27
5 CONCEITO DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ................................................................................ 28
5.1 Incentivos Fiscais ........................................................................................................... 29
5.2 Como fazer o Planejamento Tributário ......................................................................... 30
5.3 Finalidade do Planejamento Tributário......................................................................... 31
5.4 Quem deve realizar o Planejamento Tributário ............................................................ 32
5.5 Diferença entre Elisão e Evasão Fiscal........................................................................... 33
6 REGIMES TRIBUTÁRIOS ............................................................................................................. 35
6.1 Simples Nacional ............................................................................................................... 35
6.2 Lucro Presumido................................................................................................................ 39
6.2.1 Alíquotas do Lucro Presumido .................................................................................. 40
6.3 Lucro Real .......................................................................................................................... 43
6.3.1 Alíquotas IRPJ e CSLL ................................................................................................. 45
6.3.2 Alíquotas PIS e COFINS .............................................................................................. 45
6.4 Lucro Arbitrado ................................................................................................................. 47
6.4.1 Quando o Lucro Arbitrado Pode Ser Adotado .......................................................... 47
7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...................................................................................................... 49
ENTREVISTA COM CONTADORA MONICA ............................................................................................. 50
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 59
9 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 61
12

1. INTRODUÇÃO

A carga tributária no Brasil é muito alta, de acordo com o SEBRAE (2014),


cerca de 34% do faturamento das empresas é destinado ao pagamento de tributos,
somente o ônus do IR – Imposto de Renda e o CSLL – Contribuição Social Sobre
Lucro Líquido podem chegar a 51,51% do lucro líquido apurado por esse motivo,
faz-se necessário realizar um bom Planejamento Tributário.

Muitas empresas são abertas e não tem uma vida longa no mercado, porque
a maioria dos empresários desconhecem ou até mesmo ignoram a importância de
se fazer um Planejamento Tributário, existem empresas que nem contador possuem
e por esse motivo permanecem enquadradas num Regime Tributário errado
acarretando para a empresa o pagamento de altas taxas tributárias.

De acordo com o artigo 153 da Lei 6.404/76, que dispõe sobre a sociedade
por ações, “o administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas
funções, o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na
administração dos seus próprios negócios”, ou seja, o artigo prevê uma
interpretação que, por parte dos administradores, é fundamental um planejamento
tributário para um bom gestor.

Segundo Fabretti (2003), planejamento tributário é o estudo feito antes da


constituição da empresa, analisando os fatos econômicos para encontrar
alternativas legais menos onerosas para pagar tributos.

Planejar está constantemente presente na vida da sociedade, além de ser


essencial que esse cenário seja reproduzido na área empresarial, principalmente
quando ele está relacionado aos gastos tributários.

Existem duas formas de se reduzir as obrigações tributárias, a primeira é a


forma legal, que se faz valer do planejamento tributário, que pode também ser
chamado de elisão fiscal, ou ainda economia legal. Já a segunda seria a evasão,
demonstrada através de sonegação fiscal.
13

1.1. Problemática
A carga tributária que incide sobre as empresas é demasiada alta, chegando
a 34% de seu faturamento e a complexa legislação tributária brasileira, são algumas
das causas de empresas fecharem suas portas.
Para as startups se manterem no mercado competitivo é imprescindível um
planejamento tributário eficaz, faz-se necessário estudos e análises das informações
contábeis da empresa a fim de encontrar alternativas para redução dos tributos de
forma legal e assim maximizar os lucros.
A falta de conhecimento dos empresários e até mesmo de profissionais da
área contábil sobre a legislação de tributos, acarreta pagamentos de incidências
onerosas de impostos nas empresas.
O presente trabalho busca resposta para as seguintes perguntas:
Diante da realidade dentro das startups, qual o regime de tributação
representa a menor carga tributária?
Como é realizado o Planejamento Tributário, para se obter redução nos
impostos?

1.2. Objetivos Gerais

Abordar os benefícios que um bom planejamento tributário pode gerar para


Startups.

1.3. Objetivos Específicos

1. Apresentar o que é Startup;


2. Apresentar o conceito de Contabilidade
3. Demonstrar o que é planejamento tributário, como é feito e qual profissional
capacitado para realizá-lo;
4. Identificar quais regimes tributários existem no país;

1.4. Hipótese
14

De acordo com Zanluca (2019) no Brasil, em média 33% do faturamento das


empresas é destinado ao pagamento de Tributos. Somente o ônus do IR – Imposto
de Renda e o CSLL – Contribuição Social Sobre Lucro Líquido podem chegar a
51,51% do lucro líquido apurado. Entende-se que o Planejamento Tributário é de
suma importância para enxugar essas despesas e manter a saúde financeira, mas
além do Planejamento Tributário é necessário saber qual melhor Regime a empresa
deve ser enquadrada, quiçá no início o melhor Regime Tributário para as empresas
é o Lucro Real.

1.5. Justificativa

Esse tema foi escolhido para apresentar a importância de se fazer um


planejamento tributário em startups, haja vista as altas taxas tributárias que as
empresas pagam devido a complexa legislação tributária e a falta de conhecimento
de empresários e contadores sobre o assunto impedindo o crescimento, a
competitividade e até mesmo comprometendo a saúde financeira das startups,
levando-as em muitos casos a fecharem as portas.

1.6. Pertinência

O planejamento tributário é uma forma de fazer com que as empresas


paguem menos impostos. A escolha do regime tributário é de extrema importância
para que as Startups se mantenham no mercado de trabalho, pois auxilia nas
tomadas de decisões, permitindo a redução de impostos, taxas e contribuições. Com
os recursos que seriam gastos com pagamentos indevidos, desnecessários, ou por
opções mais onerosas, podemos investir no crescimento e desenvolvimento, para
que se tenha cada vez mais lucro em suas atividades.

1.7. Relevância
15

Todos sabemos que os impostos são uma parte importante, senão a maior,
dos custos de uma empresa. Com a globalização da economia, a gestão adequada
da carga tributária tornou-se uma questão existencial. Para limitar o impacto da alta
carga tributária do Brasil, muitas empresas buscam o planejamento tributário para
reduzir os impostos. Planejar tributos é tão essencial como planejar o fluxo de caixa
ou fazer investimentos.

1.8. Viabilidade

O projeto de planejamento tributário visa simplificar o processo de tributação,


buscando o menor ônus fiscal sobre as operações e produtos. Inovando as formas
de economia do tributo dentro dos hábitos legais. São ações básicas mais
extremamente necessárias.
Sem planejamento tributário, pagamos tributos mais caros e corremos o risco
de contingências fiscais, como multas. O que o torna vantajoso e ideal para o
momento em que vivemos de alta nos preços e tributos.
Além disso, escolher o enquadramento certo pode garantir maior
competitividade no mercado e evitar perdas financeiras desnecessárias. Entretanto,
uma vez que um sistema tributário é escolhido, ele não pode ser alterado até o
próximo ano-calendário.
Portanto, a escolha do planejamento tributário tem de visar o melhor
enquadramento para a empresa, dessa forma limitando o impacto da alta taxa de
tributos.

2. METODOLOGIA

Este estudo iniciou-se com uma pesquisa bibliográfica, onde obtemos


informações para o desenvolvimento do referencial teórico, que foram extraídas de
sites, artigos, livros entre outros.

A pesquisa ocorreu de forma exploratória e descritiva, com abordagem


qualitativa. Os dados foram coletados através de uma entrevista que teve como
base 7 perguntas formuladas pelos integrantes, com objetivo de compreender o
16

planejamento tributário e qual a importância de realizá-lo de forma correta, podendo


obter benefícios para as Startups.

A entrevista foi realizada através da plataforma de vídeo conferência (Zoom),


ela ocorreu no dia 13 de outubro de 2022, com a contadora Mônica, que possui uma
vasta experiência na área contábil e fiscal. Após a coleta dos dados, transcrevemos
todas as respostas e utilizamos “M” para nomear Monica e “G” para o grupo, a fim de
realizar a análise.

REFERENCIAL TEÓRICO

3. STARTUP O QUE É?

Startup é uma empresa jovem com um modelo de negócios repetível e


escalável, em um cenário de incertezas e soluções a serem desenvolvidas. Embora
não se limite apenas a negócios digitais, uma startup necessita de inovação para
não ser considerada uma empresa de modelo tradicional. (BICUDO, 2022)
Foram muitas definições encontradas na Internet, porém a que mais se
aproxima da maioria dos autores que falam a esse respeito é a matéria extraída do
SEBRAE (2014), a saber:
“Uma empresa que nasce em torno de uma ideia diferente, escalável e em
condições de extrema incerteza.”
Outra afirmação que agradou a muitos especialistas e investidores é: “Startup
é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócio repetível e escalável,
trabalhando em condições de extrema incerteza.” (GITAHY, 2016)

3.1. Conceito de Startups

Para ser considerada uma Startup a empresa deve trazer algo novo, que não
tenha no mercado em um cenário de muita incerteza, deve ser repetitiva na oferta de
produtos ou serviços e ainda ser escalável de acordo com a matéria abaixo, extraída
do site do SEBRAE (2014):
17

 Cenário de extrema incerteza: significa que aquela ideia e projeto de


empresa irão realmente dar certo ou se provarem sustentáveis;

 Ser repetível: significa ser capaz de entregar o mesmo produto em


escala potencialmente ilimitada, sem muitas customizações e ou
adaptações para cada cliente, uma analogia simples para isso seria:
não é possível vender a mesma unidade de DVD várias vezes, por
outro lado é possível ser repetível com o pay-per-view, o mesmo filme
é distribuído a qualquer um que queira pagar por ele, sem impactar na
disponibilidade do produto ou no aumento significativo do custo por
cópia vendida;

 Ser escalável: significa crescer cada vez mais, sem que isso influencie
no modelo de negócios. Crescer em receita, mas com custo crescendo
de forma lenta. Isso fará com que a margem seja cada vez maior,
acumulando lucros e gerando cada vez mais riquezas.

Graham (2012), cofundador da aceleradora americana Y Combinator, afirma


que Startup é uma empesa de crescimento rápido.

Ser recém-fundada não caracteriza em si mesmo construir uma empresa


startup. Nem é necessário para uma startup que se trabalhe com tecnologia,
ou que se tome financiamentos de alto risco (...). A única coisa essencial é o
crescimento. Todo o resto que nós associamos com startups decorre do
crescimento. (GRAHAM, 2012, p.18)

Benvenutti (2016), diz que uma startup é construída sobre uma ideia
inovadora, o negócio criado deve ser diferente e único para ter apelo. Se a startup
não inovar em algum aspecto irá fracassar.

Outra definição sobre Startup, segundo a matéria extraída do site


CANALTECH (2021):
O senso comum diz que startup é uma empresa iniciante de tecnologia, ou
que aplica conceitos inovadores. Na verdade, é um pouco das duas coisas.
18

De acordo com Steve Blank, empreendedor e um dos "papas" do movimento


"Lean Startup" ("Startup Enxuta"), uma startup é um grupo de pessoas ou empresa
em busca de um modelo de negócios escalável, isto é, que possa aumentar seu
faturamento sem necessariamente desembolsar verba para despesas na mesma
proporção.
Também é bastante comum que startups captem investimento externo
conforme a empresa cresce e comprove a rentabilidade de seu modelo de negócios.
Essa injeção de dinheiro pode ser devolvida em forma de participação acionária,
pagamento de dividendos ou após uma aquisição por parte de uma companhia
maior.

3.1.1. Características de uma Startup:

De acordo com PADRÃO (2021), para ser considerada uma Startup, o negócio deve
possuir as seguintes características:

 Inovadora: não segue uma fórmula tradicional de negócio, já testada e aprovada no


mercado. Em vez disso, busca novas ideias, produtos e soluções para problemas
ainda em aberto;

 Escalável: como dito acima, o modelo de uma startup permite ampliar a produção e
a entrega sem aumentar os custos. Por isso, oferece retorno rápido do investimento
inicial;

 Repetível: o trabalho pode ser repetido em escala para diferentes clientes;

 Incerta: por entrarem em mercados pouco explorados ou ainda inéditos, é um


negócio que oferece mais riscos;

 Flexibilidade: capacidade de alterar seu modelo de negócio caso o original não se


prove rentável, após testar sua hipótese (a ideia que deu origem ao negócio) e
perceber outras necessidades de seus clientes. Essa capacidade de mudar
rapidamente de estratégia é chamada de "pivotar".
19

3.2. Diferença entre Empresa Tradicional X Startups

As Startups são bem diferentes das empresas tradicionais, para melhor


compreensão extraímos a matéria do site CanalTech (2021) e montamos a tabela

Tabela 1 - Diferenças: Empresa Tradicional X Startups

DIFERENÇAS ENTRE EMPRESA TRADICIONAL x STARTUPS


EMPRESA TRADICIONAL STARTUP
Focadas na Receita para obtenção de
Focada na rentabilidade e na estabilidade em
Objetivo financiamento e o crescimento a curto e médio
longo prazo
prazo
Foca mais em oportunidades, para atender
rapidamente uma demanda do mercado, aposta
Se concentra na sobrevivência do negócio, na ideia central como um diferencial inovador
fluxo de operação e planejamento a longo para o contexto, operam com equipes menores
Estrutura
prazo e cada colaborador tem suas funções no início, cinco a dez pessoas, incluindo os
bem definidas. fundadores, nesse ambiente, há incentivos para
todos participem do crescimento, ocorrendo até
acúmulo de funções.
Nasce de uma ideia inovadora, seus funcionários
Nasce em mercados já conhecidos, atuam em atuam em múltiplas áreas de conhecimento,
Gerenciamento sua zona de conforto, isto é, dentro dos costumam ser mais proativos para liderar e
saberes e práticas que ela domina aprender com problemas que exigem soluções
rápidas.

Sócios e fundadores buscam investimentos, que


pode ser tanto na forma de verba ou tempo de
Controle da Na maioria das vezes os sócios detêm o
colaboração ao longo dos primeiros anos de
Empresa controle absoluto do negócio.
atuação e normalmente oferece em troca alguma
participação no próprio empreendimento.
Como dito acima, as startups estão
Já as empresas tradicionais buscam operar
constantemente buscando investimentos para
sem a necessidade de grande investimento
ganhar tração e escalar. Por isso, passam por
além do inicial; seu crescimento vem mais do
várias rodadas de aportes ao longo do seu
Investimento capital de giro, parte do caixa que garante a
crescimento, até se tornarem empresas maiores
continuidade das atividades. A ideia é que as
ou atingirem o êxito, estágio em que são
receitas cubram os custos e gerem algum lucro
compradas ou vendem suas ações em uma
para os sócios
Bolsa de Valores
Fonte: CanalTech (2022).

3.3. Para que serve uma Startup?


20

Segundo AVALIAÇÕES (2020), a ideia principal de uma startup é estar


voltada à tecnologia e inovação, com o objetivo de desenvolver e aprimorar um tipo
de negócio, seja ele já existente ou totalmente novo.
Essas empresas são plenamente capazes de desenvolver um produto ou
serviço que venha para inovar e trazer mudanças na percepção e na experiência
dos clientes.
Para que uma startup tenha um crescimento exponencial, é indispensável
elaborar ações seguindo um bom planejamento, gestão e execução do negócio.
A resposta de mercado determina o sucesso ou fracasso da startup, assim, o
principal foco é buscar por soluções de problemas ou dores do cliente e, com isso,
criar uma solução inovadora para eles de uma forma que ainda não foi solucionado
pelo mercado.

3.4. Tipos de Startups

De acordo com AVALIAÇÕES (2020), existem vários tipos de Startups, a


saber:

Small-Business Startups
Este tipo é caracterizado por pequenos negócios, que são gerenciados pelos
próprios empreendedores.
O mais comum, é que o capital investido seja proveniente das próprias
economias ou empréstimos adquiridos pelos investidores. Ele é um dos tipos de
startup mais comuns no Brasil.
Normalmente esse tipo de negócio não é pensado para crescer muito e se
tornar altamente rentável, mas sim para que o empreendedor possa se sustentar e
continuar mantendo suas despesas.
Apesar de não ser altamente rentável e escalável, este tipo de Startup é muito
importante para a geração de empregos locais. Alguns exemplos delas são:
mercearias, cabeleireiros e manicures.

Scalable startups
21

Esse é um dos tipos de Startups que os empreendedores mais almejam


desenvolver, pois diferentemente dos pequenos negócios, esses são criados para
crescer e futuramente ser adquiridos por um investidor ou até mesmo ter suas ações
na bolsa de valores.
Para tornar isso possível, os empreendedores contratam colaboradores
considerados” brilhantes”, que contribuem para que o negócio continue se
expandindo mais. O foco está em Lifetime Value, e o Facebook é um excelente
exemplo desse modelo de negócio.

Lifestyle startups
Esses são modelos de negócio criados por empreendedores que amam o que
fazem e não estão somente em busca do dinheiro. As chamadas Lifestyle Startups
permitem que seus donos vivam o seu sonho e estejam sempre motivados a
trabalhar mais.
Um bom exemplo desse tipo de Startup é um criador de conteúdos que cria
artigos em blogs como este, ou grava vídeos para um canal no YouTube, por
exemplo.
Um ponto extremamente positivo desse tipo de negócio, é que você não
precisa necessariamente de conhecimentos específicos. Simplesmente tendo amor
pelo que faz já é possível transformar a sua paixão em negócio.

Buyable startups
Este tipo de Startup normalmente é iniciado com a ideia de pôr em prática um
projeto ambicioso, que requer investimentos externos para se tornar viável e fazer o
negócio crescer.
O termo “Buyable” faz referência ao investimento recebido, que na maior
parte das vezes, é de alto risco e permite que a ideia seja posta em prática. Os
desenvolvedores de aplicativos são um exemplo clássico deste tipo de negócio.

Social startup
Enquanto nas startups escaláveis o objetivo é fazer o negócio crescer e se
tornarem empresas milionárias, o objetivo por trás da criação de uma social startup é
criar um negócio que impacte positivamente a sociedade, fazendo dela um lugar
melhor para se viver.
22

Essas startups podem ser sem fins lucrativos, com fins lucrativos ou um misto
dos dois modelos.

Large-company startups
Este tipo se refere às grandes empresas, que possuem ciclos de vida mais
curtos. Reduzir os custos, aumentar a eficiência e aprimorar processos existentes e
validados já não é mais o suficiente para a sua sobrevivência no mercado.
É necessário que essas empresas inovem, criem modelos de negócio e novas
estruturas para que possam se manter vivas.
Como você pode ver, existem diversas Startups que possuem objetivos nada
parecidos umas com as outras.
Conhecer e entender o seu negócio e saber em qual dos tipos ele se
enquadra, é algo essencial para traçar as melhores estratégias e saber como guiá-lo
da forma mais adequada possível, maximizando então os seus resultados.

3.4.1. Principais Tipos de Modelo de Negócios Startup

De acordo com o site AVALIAÇÕES (2020), as Startups podem ser divididas


de várias formas, sendo entre tipos de modelo de negócio ou nichos onde atuam.
Em relação aos tipos de modelo de negócio, destacam-se os três tipos abaixo:

B2B (Business to Business)


Traduzido para o português, Business to Business significa “negócios para
negócios”. Esse tipo de startup tem como objetivo o atendimento a outras empresas
ao invés de atender o consumidor final diretamente.
Um exemplo desse modelo de negócio é o modelo de revenda, onde uma
empresa vende em atacado para outra empresa revender no varejo (ou em atacado
também).

B2C (Business to Consumer)


Quando fazemos a tradução para o português, Business to Consumer
significa “negócios para consumidores”. Esse tipo de startup presta um serviço ou
vende um produto para o consumidor final.
23

Um exemplo é o Uber, serviço de transporte voltado para o consumidor, não


para outra empresa.

B2B2C (Business to Business to Consumer)


Fazendo a tradução de Busines to Business to Consumer para o português,
temos como significado “negócios para empresas para consumidores”. Esse modelo
é usado quando uma empresa fecha negócios com outra, visando uma venda para o
cliente final.
O iFood é um excelente exemplo de uma startup que faz parceria com outras
empresas (restaurantes) para ajudar na venda de seus produtos e serviços para o
cliente final.
Os nichos onde atuam também precisam estar de acordo com a área de
atuação da empresa. Você provavelmente já deve ter se deparado com os termos
“FinTech”, “EdTech” e “LawTech”, por exemplo.
Esses são os nomes dados respectivamente para as startups no ramo de
mercado financeiro, educação e direito.

3.4.2. Exemplos de Startups de Sucesso:

Ainda por AVALIAÇÕES (2020), alguns exemplos bem conhecidos de


algumas das mais bem-sucedidas startups da atualidade:

 Netflix
Plataforma digital de filmes e séries.

 Google
Maior rede de buscas e pesquisas do mundo.

 Paypal
Carteira digital para cartões de crédito.

 Uber
Aplicativo de transporte.
24

3.4.3. Tipos de Investidores para Startups:

Outrossim, por AVALIAÇÕES (2020), são diversos os tipos de Investidores


para uma Startup, a saber:

 Bootstrapping startup
Este é um termo um pouco difícil de ser traduzido para o português, porém é
bem fácil de entender e muito importante para empreendedores de startups.
Bootstrap startup significa “criar sua startup usando somente seus recursos
próprios”, sem precisar recorrer a investidores externos.

 Investimento-Anjo
O investimento anjo normalmente é feito por um pequeno grupo de 2 a 5
investidores. Isso é benéfico tanto para a distribuição dos riscos entre os
investidores como para o compartilhamento da dedicação no projeto e dos lucros
futuros.

 Capital semente
Capital semente é um tipo de financiamento voltado para projetos
empresariais em fase inicial ou estágio zero, onde um ou mais interessados
investem o dinheiro necessário para dar início ao negócio, para que ele possua
fundos suficientes para se manter até atingir um estágio onde possa se manter
sozinho ou receba novos investimentos.

 Incubadoras
As incubadoras são programas ligados a instituições de ensino ou a
organizações sem fins lucrativos, comumente geridas por entidades públicas ou
privadas, que buscam ajudar as novas empresas startups a atingirem o sucesso.
Elas ajudam as empresas iniciantes proporcionando um espaço físico
colaborativo para trabalhar, frequentemente colocando-as em contato com outras
startups.
25

As incubadoras ainda oferecem um financiamento inicial, treinamentos para


capacitar os novos empreendedores e seus funcionários, mentoias e conexões com
possíveis parceiros.
É normal que elas escolham projetos de startups voltados a soluções de
problemas regionais ou governamentais.

 Aceleradoras
As aceleradoras são bem semelhantes às incubadoras, porém existem
algumas diferenças pontuais: elas procuram fazer alianças curtas com startups que
já estão quase atingindo o famoso “break even”, ou seja, quando estão começando
a ficar lucrativas.
Também estão aptas a aceleração as startups que já tiveram ou estão prestes
a receber novos aportes financeiros por parte de investidores. Elas funcionam como
um “trampolim”, ou um “empurrãozinho” a mais para empresas que já estão fazendo
acontecer e tem potencial de chegar ainda mais longe.
Geralmente as aceleradoras envolvem mentorias com investidores e
empreendedores mais experientes e a elaboração de pitch, além de alguns
investimentos financeiros e networking com parceiros que têm maior credibilidade no
mercado.

 Venture Capital
Uma venture capital, ou capital de risco, é uma modalidade de investimento
com foco em empresas de pequeno e médio porte que apresentam um grande
potencial de crescimento, mas ainda são muito novas e têm baixo faturamento.
O objetivo não é apenas investir dinheiro na empresa para ajudá-la a crescer,
mas também estar diretamente ligado ao andamento e na gestão do negócio. Isso
ajuda na criação de valor para a venda futura de participação acionária na empresa.
Nos dias atuais, esse tipo de investimento é mais comum em startups com
modelo de negócio escalável. São feitas rodadas de investimentos — as chamadas
Seed, Series A, Series B, Series C, e assim por diante — conforme a maturidade da
empresa, em valor crescente.
Esta modalidade se diferencia dos investidores anjo, que investem na fase
inicial do negócio e de investimentos de private equity, que buscam empresas
maiores e com um faturamento mais elevado.
26

 Venture Building
Venture Builders são organizações que operam sistematicamente no
desenvolvimento de outras empresas de base inovadora e tecnológica (startups)
investindo os seus próprios recursos.
Este é um modelo de desenvolvimento de startups que implementa a cultura
de Open Innovation, sendo assim, ao invés de criar startups próprias, as
organizações de Venture Building procuram soluções no mercado para desenvolvê-
las e aprimorá-las.
Resumidamente, o objetivo de uma Venture Builder é elevar as startups e
direcioná-las de forma estratégica no mercado. No entanto, as VBs recebem a
participação acionária da startup, que vai até o momento de “saída da startup”, onde
toda a participação é vendida.

4 CONCEITO DE CONTABILIDADE

A Contabilidade é uma Ciência Social que estuda os Patrimônios e suas


variações. Ainda que trabalhe com números, a Contabilidade não é uma Ciência
exata e sim Social, pois, “está associada a relações comerciais como: negociar,
promover, averiguar, comprar, vender e trocar.”
São muitas as definições acerca do que é a Contabilidade, como a afirmação
de Padoveze (2012), “O intuito da Contabilidade é controlar os bens de indivíduos ou
entidades, por meio de coleta, reserva e elaboração de informações provenientes
dos acontecimentos que transformam a composição patrimonial.”
Ou ainda de acordo com Sá (2010), “a Contabilidade é a ciência que tem por
finalidade estudar os fatos patrimoniais.”

A finalidade da contabilidade é listada de várias maneiras, mas as mais


relevantes são pelo planejamento, controle e auxílio no processo decisório.
O Planejamento sendo um método que busca determinar o trajeto mais
apropriado para o futuro. Controle é o modo utilizado para administrar e de
confirmar se está em conformidade as ações feitas pela empresa, como o
que foi planejado e traçado pela política da organização e pelos
27

proprietários dela. Já no processo decisório é o conjunto de procedimentos


que faz com que consiga realizar os objetivos pretendidos, estipulados no
planejamento. (IUDÍCIBUS et al., 2010).

Esse trabalho aborda o Planejamento Tributário e através do Planejamento,


como escolher o Regime Tributário ideal para novas Startups, porém, não é possível
dissertar sobre esse tema, sem antes apresentar uma breve introdução sobre a
Contabilidade, pois é umas das áreas responsáveis por realizar de forma eficiente e
eficaz o Planejamento das empresas em todas as esferas. Sem o profissional da
área contábil, fica muito difícil realizar tais controles e planejamentos.

4.1 Origem da Contabilidade

A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do


comércio. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A
prática do comércio não era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades
da Antiguidade. (JUNIOR, 2017).
A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o
acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada.
As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre
o fato. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia já se faziam com escritas,
embora rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo
governo de seu país no ano 2000 a.C.
À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores,
preocupava lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de
aumentar as suas posses; tais informações não eram de fácil memorização quando
já em maior volume, requerendo registros.
Foi o pensamento do “futuro” que levou o homem aos primeiros registros a fim
de que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de
produção etc.
Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a
necessidade de controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de
que se pudesse prestar conta da coisa administrada.
28

É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as


compras, vendas e trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de
árvore assinalados como prova de dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro
(papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito antigo facilitou extraordinariamente
o registro de informações sobre negócios.
A medida em que as operações econômicas se tornam complexas, o seu
controle se refina. As escritas governamentais da República Romana (200 a.C.) já
traziam receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, e as despesas
compreendidas nos itens salários, perdas e diversões. (JUNIOR, 2017)

O surgimento da contabilidade deu-se devido a precisão do homem em


calcular suas riquezas e de declarar suas conquistas. Para que se
compreenda a Contabilidade, pois, como ramo importante do saber humano
que é, necessário se faz remontar a suas profundas origens (SÁ, 2010, p.
21).

De acordo com Oliveira e Nagatsuka (2000)

A apreensão em medir e de controlar os bens já existia há muito tempo, e


que o começo das práticas associadas ao controle de contas é datado há
10.000 anos a.C. Para obter essa contabilização dos patrimônios na época,
reis, faraós, agricultores e comerciantes, usavam técnicas de registros,
sendo conhecida como o começo da contabilidade como é denominada
hoje.

5 CONCEITO DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

O planejamento tributário é um ato preventivo e é um dever legal determinado


pelo artigo 153 da lei nº6.404/76, que diz: “o administrador da companhia deve
empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem
ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios.”
Sua finalidade é evitar a incidência tributária, prevenir a ocorrência do fato
gerador do tributo, reduzindo a alíquota e a base de cálculo. Além de reduzir de
29

forma legal a carga tributária o planejamento tributário possui incentivos fiscais dos
quais a empresa pode se beneficiar.

5.1 Incentivos Fiscais

Os incentivos fiscais são partes importantes dentro do planejamento, e são


desconhecidos pela empresa, como descritas abaixo:

 Redução do imposto de renda, a medida provisória nº2.199, de 14 de agosto


de 2001 reduz 75% nos primeiros dez anos e 37,5% nos anos seguintes.

Incentivo à cultura, empresas que declaram o imposto de renda com base


no lucro real poderão destinar 4% do imposto para atividades culturais ou
artísticas como doações para projetos devidamente aprovados pelo fundo
nacional de cultura (FNC). Benefícios a dedução direta do imposto a pagar,
dedução da base de cálculo. (CHAVES, 2010, p.120)

 Programa de alimentação ao trabalhador (PAT)

Empresas devidamente inscritas no PAT poderão deduzir 15% das


despesas pagas com o programa no IRPJ devido, limitado a 4% do imposto
devido em cada exercício. O crédito excedente poderá ser compensado nos
dois exercícios subsequentes. (CHAVES, 2010, p.122)

 Regime especial de incentivos para o desenvolvimento de infraestrutura da


indústria petrolífera no Norte, nordeste e centro-oeste (REPENEC)

As vendas no mercado interno ou importação de máquinas, aparelhos,


instrumentos e equipamentos novos, e de materiais de construção, de
acordo com o artigo 3º da lei nº12.249/09, para os projetos para
implantação de obras de infraestrutura nas regiões norte, nordeste e centro-
oeste, aprovado pelo ministério das minas e energias têm suspensos os
seguintes tributos: Programa de Integração Social (PIS); Contribuição para
o Financiamento da Seguridade Social (CONFINS); Imposto sobre produtos
industrializados (IPI); Impostos por importação (II) (CHAVES, 2010, p.122)
30

Segundo Crepaldi (2019, p.39), uma boa gestão fiscal pode minimizar os
custos, e o conhecimento a legislação é assegurar o correto cumprimento das
obrigações fiscais, evitando perdas com multas e contingências fiscais, são
imprescindíveis para sobrevivência das empresas. O planejamento tributário aplica-
se a pessoas físicas e jurídicas, para isso é necessário conhecer a situação do
contribuinte, para iniciar o planejamento de forma personalizada para empresa. A
constante mudança na legislação exige maior atenção dos profissionais, para que
não haja punições ao descumprimento da legislação.
O planejamento deve ser utilizado como ferramenta principal para a tomada
de decisões, tornando-se capaz de identificar todos os pontos de elisão fiscal da
atividade exercida pela empresa, evitando assim a evasão.

5.2 Como fazer o Planejamento Tributário

Segundo Chaves (2010), inicia-se com uma revisão fiscal:

 Levantamento histórico da empresa, identificando a origem de todas as


transações efetuadas para escolher as ações menos onerosas para os fatos
futuros.
 Verificar a ocorrência de todos os fatos geradores dos tributos pagos, para
analisar se houve cobrança indevida ou recolhimento maior;
 Verificar se houve ação fiscal sobre fatos geradores decaídos, pois os
créditos constituídos após cinco anos são indevidos ou se existem créditos
fiscais não aproveitados pela empresa;
 Analisar, anualmente, qual a melhor forma de tributação do imposto de renda
e da contribuição sobre o lucro, calculando de que forma a empresa pagará
menos tributo. (Escolha do regime tributário);

Segundo Crepaldi (2019), o primeiro passo é ter um planejamento operacional


bem definido e verdadeiro. Os seguintes pontos são obrigatórios na hora de fazer
esse plano:

• Expectativa de faturamento: para quem e para onde se pretende faturar;


31

• Quais produtos ou serviços serão oferecidos;


• Previsão de despesas operacionais;
• O que se pretende comprar e quais serão seus insumos;
• Localização dos fornecedores;
• Margem de lucro;
• Valor da despesa com empregados.

A partir dessas informações começa uma análise comparativa para definir o


melhor regime tributário, a lei garante a liberdade de auto-organização e gestão
empresarial, o que abre um leque de opções para empresários buscar formas de
economia dentro da legislação. Com informações e planejamento é possível reduzir
a carga tributária.

5.3 Finalidade do Planejamento Tributário

Para Crepaldi (2019) a finalidade do planejamento tributário é reduzir a


onerosidade dos tributos de maneira lícita, tem como objetivo a economia
(diminuição) legal da quantidade de dinheiro a ser entregue ao governo. Os
impostos, taxas e contribuições representam importante parcela dos custos das
empresas, se não a maior. Com a globalização da economia, tornou-se questão de
sobrevivência empresarial a correta administração do ônus tributário.

Conforme CREPALDI (2019), é possível destacar grandes áreas de gestão e


planejamento de tributos:

 Planejamento Tributário Estratégico: Relaciona-se com a mudança de


algumas características estratégias da empresa, tais como estrutura de
capital, localização geográfica, contratação de mão de obra e
terceirização de determinadas operações, entre outras.

 Planejamento Tributário Operacional: Refere-se aos procedimentos


prescritos pela legislação tributária.
32

 Planejamento Tributário Preventivo: desenvolvido continuamente por


meio de orientações e manuais de procedimentos. Especialmente nas
atividades de cumprimento das obrigações principais e acessórias.

 Planejamento Tributário Corretivo: ocorre quando é detectada alguma


anormalidade e, então, realiza-se o estudo de alternativas para as
correções das inconsistências identificadas.

 Planejamento Tributário Especial: ocorre em função de determinados


fatos que impactam diretamente a operação da empresa, tais como
aberturas de filiais, lançamento de novos produtos, aquisição e ou
alternação da empresa e processos societários de reestruturação
(cisão, fusão, incorporação), entre outros.

5.4 Quem deve realizar o Planejamento Tributário

A Lei nº 6.404/1976(Lei das Sociedades por Ações) define obrigatoriedade do


planejamento tributário, por parte dos administradores de qualquer companhia, pela
interpretação do art. 153: “O administrador da companhia deve empregar, no
exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo
costuma empregar na administração dos seus próprios negócios”.

De acordo com Crepaldi (2019, p. 144) “[...] a inabilidade nessa área poderá
provocar ação de perdas e danos por parte dos acionistas prejudicados pela
omissão do administrador em persegui o menor ônus tributário.” O planejamento
tributário exige um conjunto de boas práticas, como cumprimento da legislação,
estudo de alternativas legais para redução fiscal e principalmente os registros e
análises das operações.

Crepaldi (2019) destaca a importância da organização contábil da empresa,


da correta escrituração dos tributos devidos, dos reflexos contábeis e fiscais das
33

transações comerciais que são elementos relevantes no trato da rotina fiscal.


Tornando a contabilidade um elemento essencial no planejamento tributário.

Sem a contabilidade, o planejamento tributário ficará dependente de


informações avulsas, irregulares, sujeito a estimativas, erros e avaliações
equivocadas. Para que a contabilidade se preste ao planejamento, ela
deverá refletir a situação real do patrimônio e das receitas e despesas.
Contas com saldos distorcidos, falta de atendimento do regime de
competência, atrasos na escrituração, conciliações incorretas etc., são
fatores que diminuem a qualidade da informação contábil. Por conseguinte,
diminuirão a qualidade do planejamento pretendido. (CREPALDI, 2019, p.
154).

5.5 Diferença entre Elisão e Evasão Fiscal

Apesar de serem palavras parecidas, e com mesmo objetivo, possuem


conceitos totalmente diferentes, enquanto a Elisão busca uma redução de carga
tributária de forma legal, a Evasão Fiscal faz justamente o contrário.
A Elisão é um planejamento lícito, é a forma no qual é possível reduzir os
tributos
A Evasão está prevista na Lei dos Crimes contra a Ordem Tributária nº
8137/90, que diz que:
Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou
contribuição social e qualquer acessório.
“Como contribuintes, temos duas formas de diminuir encargos tributários. A
maneira legal chama-se elisão fiscal (mais conhecida como planejamento tributário),
e a forma ilegal denomina-se sonegação fiscal” (CREPALDI, 2019, p.113).
Dois termos diferentes, mas com o mesmo propósito, porém, a Elisão é a
maneira lícita de diminuir ou até mesmo eliminar a obrigação fiscal, enquanto a
Evasão é a forma ilícita para se atingir o mesmo objetivo.

A Elisão Fiscal é classificada da seguinte forma por Moreira:


34

Elisão induzida pela lei: o próprio ordenamento jurídico contém disposições


no sentido de reduzir a tributação de empresas que atendam a certos
requisitos, sendo estes, geralmente, exigidos em prol do interesse nacional
ou regional. São os casos de isenções concedidas a empresas instaladas
em regiões pouco desenvolvidas. Elisão por lacuna na lei: esta é a típica
elisão fiscal, que encontra forte resistência do Fisco e de certas correntes
doutrinárias. Como a Carta Magna prevê que ninguém é obrigado a fazer ou
deixar de fazer algo senão em virtude de lei, a existência de lacuna nesta
última possibilita ao contribuinte utilizar-se de eventuais "falhas legislativas"
para obter economia de tributos. Em regra, o faz mediante a prática dos
denominados negócios jurídicos indiretos, assim chamados por terem
finalidade atípica (redução do ônus tributário). (MOREIRA, 2003, p. 6)

Tanto na Elisão quanto na Evasão ocorre a ação intencional do contribuinte,


cuja finalidade é a redução ou até mesmo não pagar tributos. O que difere um do
outro é o meio empregado, no primeiro caso, ou seja, a elisão que é a forma lícita,
utiliza-se do ordenamento jurídico para conseguir o objetivo e a evasão utiliza-se de
meios ilícitos para tal finalidade, ou seja, documentos fraudulentos.

De acordo com Moreira (2003), a evasão caracteriza-se pelas seguintes


práticas:

Sonegação: ocultação (de rendimentos na declaração de imposto de renda,


verbi gratia) que leva ao pagamento de tributo a menor.
Fraude: do latim fraudis (má-fé, engano), corresponde a atos tais como
adulteração ou falsificação de documentos, através dos quais o contribuinte
furta-se ao pagamento de tributo devido por lei.
Simulação: pode ser absoluta (finge-se o que não existe) ou relativa
(dissimulação: sob o ato ou negócio praticado jaz outro negócio, oculto, que
corresponde à real vontade das partes).

São exemplos de evasão: “falta de emissão de nota fiscal, nota fiscal calçada
(primeira via com um valor diferente do das vias arquivadas na contabilidade),
lançamentos contábeis de despesas inexistentes etc.”
Ainda sobre evasão a afirmação de Crepaldi (2019), corrobora com a
definição acima descrita por Moreira (2003), “A evasão ao contrário da elisão,
consiste na lesão ilícita do Fisco, não se pagando tributo devido ou pagando-se
35

menos que o devido, de forma deliberada ou por negligência. A evasão proposital


poderia ocorrer por sonegação ou por fraude.”
Duas formas de conseguir um mesmo objetivo, porém uma é lícita, de acordo
com a legislação, utilizando-se do ordenamento jurídico, enquanto a outra utiliza-se
ilegalmente de documentos falsos, como por exemplo: elaborar notas e
comprovantes de pagamentos com valores maiores do que realmente foram gastos
com intuito de superfaturar, não emitem nota fiscal e ou emitem com valores
diferentes, essas são as diferenças entre elisão e evasão.

6 REGIMES TRIBUTÁRIOS

O regime de tributação é um sistema que estabelece a cobrança de impostos


de cada CNPJ, de acordo com o montante da arrecadação. Além disso, ele também
vai depender de vários outros fatores inerentes ao negócio, como o porte, o tipo de
atividade exercida, o faturamento etc.
No Brasil são três os tipos de regime tributário mais adotados: Lucro Real,
Lucro Presumido e Simples Nacional. No decorrer do artigo vamos falar melhor
sobre cada um deles. (TORRES, 2022)

6.1 Simples Nacional

O Simples Nacional foi instituído visando auxiliar pequenas empresas, a


Constituição Federal de 1988 definiu em seu art. 179 que:

À União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às


microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei,
tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação
de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias,
ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.

Por sua vez, o assunto foi regulamentado na Lei no 9.841/99, que instituiu o estatuto
da microempresa e da empresa de pequeno porte, que assegurava a elas
36

tratamento jurídico diferenciado e simplificado nos campos administrativo, tributário,


previdenciário, trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresarial.

O Simples Nacional (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e


Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), constitui-
se em uma forma simplificada e unificada de recolhimento de tributos, por
meio da aplicação de percentuais favorecidos e progressivos, incidentes
sobre uma única base de cálculo, a receita bruta. (FILHO, 2010, p.600).

Diferente dos demais Regimes Tributários, onde os impostos são cobrados


em guias separadas, o Simples Nacional unifica em uma única guia os impostos:
federais, municipais e estaduais, a guia DAS (Documento de Arrecadação do
Simples).
O Simples Nacional é um regime especial unificado de arrecadação de
tributos, aplicadas nas micro e pequenas empresas, definidos nos termos da Lei
Complementar 123/2006 (RIBEIRO e PINTO, 2014).

Esse regime é muito atrativo para a maioria dos empresários, devido a


facilidade de realizar o recolhimento dos impostos, porém, existem diversas
restrições legais para essa opção, além da Receita Bruta que não pode ultrapassar
R$ 4,8 milhões ao ano.

Quem pode optar pelo Simples Nacional: (GULARTE, 2022)


 Empresas de pequeno porte (EPP) com faturamento de R$ 360 mil reais a 4,8
milhões ao ano;
 Microempresas (ME) com faturamento até 360 mil reais ao ano;
 Microempreendedor Individual (MEI);
 Não possuir outra empresa no quadro societário, somente pessoas físicas
podem ser sócios;
 Não ser sócio (a) de outra empresa, o CNPJ não pode participar do Capital
Social de outra pessoa jurídica;
 Caso os sócios possuam outras empresas, a soma de todas elas não pode
ultrapassar o limite de R$ 4,8 milhões de faturamento;
 Não ser uma sociedade por ações (S/A);
37

 Não possuir sócios que morem no exterior;


 Não possuir débitos com a Receita Federal, Estadual, Municipal e
Previdência;
 Empresas com atividades permitidas nos anexos constantes nas Tabelas do
Simples Nacional

“Pela complexidade do sistema tributário brasileiro, foram criados diversos


enquadramentos e alíquotas para diferentes tipos de serviços ou comércio, o
Simples Nacional é composto por 5 anexos (tabelas), cada anexo possuí faixas de
alíquotas diferentes.” Conheça as alíquotas de cada anexo a seguir: (GULARTE,
2022)

A tabela 2, traz a porcentagem das alíquotas a serem descontadas no


momento de recolhimento dos impostos no anexo 1 do Simples Nacional, destinado
ao Comércio.

Tabela 2- Simples Nacional: Anexo 1 – Comércio


Quanto Descontar do
Receita Bruta Total em 12 meses Alíquota
valor recolhido
Até R$ 180.000,00 4% 0
De R$ 180.000,01 a R$
7,30% R$5.940,00
360.000,00
De R$ 360.000,01 a R$
9,50% R$13.860,00
720.000,00
De R$ 720.000,01 a R$
10,70% R$22.500,00
1.800.000,00
De R$ 1.800.000,01 a R$
14,30% R$87.300,00
3.600.000,00
De R$ 3.600.000,01 a R$
19% R$378.000,00
4.800.000,00
Fonte: contabilizei. Blog (2022)

Na Tabela 3 traz o Anexo II – Participantes: fábricas/Indústrias e empresas


industriais
38

Tabela 3 - Simples Nacional: Anexo 2 – Indústria


Quanto Descontar do
Receita Bruta Total em 12 meses Alíquota
valor recolhido
Até R$ 180.000,00 4,50% 0
De R$ 180.000,01 a R$
7,80% R$5.940,00
360.000,00
De R$ 360.000,01 a R$
10% R$13.860,00
720.000,00
De R$ 720.000,01 a R$
11,20% R$22.500,00
1.800.000,00
De R$ 1.800.000,01 a R$
14,70% R$85.500,00
3.600.000,00
De R$ 3.600.000,01 a R$
30% R$720.000,00
4.800.000,00
Fonte: contabilizei. Blog (2022)

Na Tabela 4 engloba o Anexo III – Participantes: empresas que oferecem


serviços de instalação, de reparos e de manutenção.

Tabela 4 - Simples Nacional - Anexo 3: Prestadores de Serviço


Quanto Descontar do
Receita Bruta Total em 12 meses Alíquota
valor recolhido
Até R$ 180.000,00 6% 0
De R$ 180.000,01 a R$
11,20% R$9.360,00
360.000,00
De R$ 360.000,01 a R$
13,50% R$17.640,00
720.000,00
De R$ 720.000,01 a R$
16% R$35.640,00
1.800.000,00
De R$ 1.800.000,01 a R$
21% R$125.640,00
3.600.000,00
De R$ 3.600.000,01 a R$
33% R$648.000,00
4.800.000,00
Fonte: contabilizei. Blog (2022)

Na Tabela 5 traz o Anexo IV – Participantes: empresas que fornecem serviços


de limpeza, vigilância, obras, construção de imóveis, serviços advocatícios
39

Tabela 5- Simples Nacional- Anexo 4: Prestadores de Serviços


Quanto Descontar do
Receita Bruta Total em 12 meses Alíquota
valor recolhido
Até R$ 180.000,00 4,50% 0
De R$ 180.000,01 a R$
9% R$8.100,00
360.000,00
De R$ 360.000,01 a R$
10,20% R$12.420,00
720.000,00
De R$ 720.000,01 a R$
14% R$39.780,00
1.800.000,00
De R$ 1.800.000,01 a R$
22% R$183.780,00
3.600.000,00
De R$ 3.600.000,01 a R$
33% R$828.000,00
4.800.000,00
Fonte: contabilizei. Blog (2022)

A Tabela 6, traz o Anexo X – Participantes: empresas que fornecem serviço


de auditoria, jornalismo, tecnologia, publicidade, engenharia, entre outros

Tabela 6 - Simples Nacional - Anexo5: Prestadores de Serviços


Quanto Descontar do
Receita Bruta Total em 12 meses Alíquota
valor recolhido
Até R$ 180.000,00 15,50% 0
De R$ 180.000,01 a R$
18% R$4.500,00
360.000,00
De R$ 360.000,01 a R$
19,50% R$9.900,00
720.000,00
De R$ 720.000,01 a R$
20,50% R$17.100,00
1.800.000,00
De R$ 1.800.000,01 a R$
23% R$62.100,00
3.600.000,00
De R$ 3.600.000,01 a R$
30,50% R$540.000,00
4.800.000,00
Fonte: contabilizei. Blog (2022)

6.2 Lucro Presumido


O lucro presumido é um modo de tributação simplificada que leva em
consideração a predição de quanto será o lucro adquirido, a partir dessa predição
calcula-se o valor dos impostos que a empresa deverá pagar.
40

Segundo o Art. 13 da Lei Nº 9.718/1998:

A pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário anterior tenha


sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou
a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo
número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a
12 (doze) meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro
presumido. (Redação dada pela Lei nº 12.814, de 2013) (Vigência)

O regime do lucro presumido não realiza cálculo exato das despesas, de


acordo com novais (2018), no lucro presumido será realizada uma “presunção” de
lucro por meio da aplicação de percentual fixo sobre as receitas lançadas. Não
haverá cálculo preciso das despesas dedutíveis, pois apenas analisará o quanto
ganhou e dele se retira um presumido percentual que seria o lucro.

O lucro presumido é um método prático de determinação da base de cálculo


do IRPJ e CSLL para pessoas jurídicas que não necessitam apurar o lucro real,
conforme IN n. 1515/2014, art. 121 a 129. O IRPJ e a CSLL são apurados
trimestralmente através do lucro presumido.
De acordo com a IN, Instrução Normativa, a alíquota de cada imposto (15%
ou 25% para o IRPJ e 9% para a CSLL) incide sobre receitas com base em
percentual presuntivo variável entre 1,6% e 32% do faturamento, dependendo da
atividade.
Alguns tipos de rendimentos são incluídos diretamente no resultado tributável,
como os ganhos de capital. No entanto, nem todas as empresas têm a opção de
assumir lucros presumido, pois existem limitações relativas ao objetivo social e ao
faturamento. Essa modalidade de tributação pode ser benéfica para empresas com
margens de lucro maiores do que as pressupostas.
Outra análise é que as empresas tributadas pelo lucro presumido não podem
usufruir dos créditos de PIS e COFINS no regime não cumulativo, apesar de
pagarem PIS e COFINS à menor alíquota. (CREPALDI, 2019, p.171)

6.2.1 Alíquotas do Lucro Presumido


41

Segundo MIOZZO (2019), a alíquota é utilizada para calcular o valor final que
uma pessoa ou empresa pagará de imposto. Ela é um percentual ou um valor fixo
aplicado sobre uma quantia na hora de calcular diversos tipos de impostos. Para
cada tipo de negócio e o valor do faturamento, utiliza-se o percentual adequado das
alíquotas para a base de cálculo dos impostos.

Segundo GULARTE (2022) No Lucro Presumido, existem duas formas de


recolhimento (Mensal e Trimestral), o IRPJ e o CSLL são recolhidos trimestralmente,
no entanto, o restante dos tributos são recolhidos mensalmente.

Apuração Mensal

Os tributos cujo cálculo é feito mensalmente, têm uma alíquota aplicada sobre
o faturamento da empresa, são eles:

 ISS (Imposto Sobre Serviços) ou ICMS (Imposto sobre Circulação de


Mercadorias e Serviços): de 2,5% a 5%, conforme a cidade e o serviço prestado;
 PIS (Programa de Integração Social): 0,65%;
 COFINS (Contribuição para o financiamento as Seguridade Social):
3%.

Apuração Trimestral

Dois impostos incidem trimestralmente sobre os percentuais de presunção de


lucro, conforme a atividade da empresa são eles:

 IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica): 15%;


 CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido): 9%.
Conforme a presunção do lucro, as alíquotas podem variar entre 1,6% a
32%. Conforme exposto na tabela 7, as alíquotas para empresas Prestadoras de
Serviços.
42

Tabela 7 - Lucro Presumido Prestadores de serviço


Lucro Presumido – Serviços
Tributos
Tributos Federais Alíquotas Alíquota
Municipais
IRPJ 4,80% ISS 2 a 5%
CSLL 2,88%
COFINS 3%
PIS 0,65%
Total: 11,33% 2 a 5%
Resultado: Tributos de 13,33% a 16,33%
Fonte: jornalcontabil.com (2019)

Já na Tabela 8, constam as alíquotas de Empresas voltadas ao Comércio.

Tabela 8 – Lucro Presumido Comércio


Lucro Presumido – Serviços
Tributos
Tributos Federais Alíquotas Alíquota
Estaduais
Varia de acordo com o
IRPJ 1,20% ICMS
Estado
CSLL 1,08%
COFINS 3%
PIS 0,65%
Total: 5,93% –
Fonte: jornalcontabil.com (2019)

Tabela 9 – Lucro Presumido: Presunções do IRPJ e do CSLL


Percentual de faturamento
Atividade exercida
tributado
Revenda de combustíveis e gás natural 1,60%
Transporte de cargas 8,00%
Atividades imobiliárias 8,00%
Industrialização para terceiros com
8,00%
recebimento do material
Demais atividades não especificadas que
8,00%
não sejam prestação de serviço
Transporte que não seja de cargas e
16,00%
serviços em geral
43

Serviços profissionais que exijam formação


técnica ou acadêmica – como advocacia e 32,00%
engenharia
Intermediação de negócios 32,00%
Administração de bens móveis ou imóveis,
32,00%
locação ou cessão desses mesmos bens
Construção civil e serviços em geral 32,00%
Fonte: contabilizei. Blog (2022)

6.3 Lucro Real

De acordo com decreto 3000/99 no art. 247(RIR, 1999), lucro real é o lucro
líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações
prescritas ou autorizadas por este Decreto (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º).
Chaves (2017, p.20) diz que

O lucro real é o resultado contábil (receitas menos os custos e despesas),


ajustado pelas adições e exclusões. Quando analisado somente o Imposto
de Renda e a Contribuição Social sobre o lucro, na maioria dos casos é a
melhor opção, porque a empresa somente paga os referidos tributos
quando obtém lucro.

No lucro real existe a precisão dos valores referentes ao lucro. Novais (2018),
diz que “O lucro real consiste em realizar correto cálculo de retirada das despesas
do montante de receita alcançado. Existe precisão no encontro do lucro, abatendo
as despesas dedutíveis legalmente daquilo que a pessoa recebeu.”

Diferente do Lucro Presumido e do Simples Nacional, o Lucro Real exige uma


escrituração muito mais detalhada e completa. As empresas optantes por esse
regime deverão manter de acordo com o Manual do IRPJ e da CSLL: - Escrituração
com observância das leis comerciais e fiscais; sendo obrigadas à constituição de
provisões necessárias, completa escrituração fiscal e contábil, preparação das
demonstrações contábeis (Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado do
44

Exercício – DRE, Balancetes) e livros (Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR,


Entrada e Saída e Livro Registro de Inventário).
“O que mais diferencia o sistema de tributação pelo Lucro Real é a necessidade de
manter a escrituração completa para apuração do IRPJ a pagar” (Guia MS de
contabilidade, 2007)
LALUR “É um livro de preenchimento obrigatório para as pessoas jurídicas
que apurarem o IRPJ e a CSLL com base no lucro real trimestral, anual e sempre
que suspender ou reduzir o valor devido do imposto” (RODRIGUES, 2007, p.25)

Conforme matéria extraída do site da Receita Federal: Segundo as Instruções


Normativas Da Receita Federal do Brasil no Art. 59. 1700/2017, estão obrigadas à
apuração pelo Lucro Real as pessoas jurídicas:

I - Cuja receita total no ano-calendário anterior tenha excedido o limite de


R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou de R$ 6.500.000,00
(seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de
atividade no período, quando inferior a 12 (doze) meses;
II - Cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos,
bancos de desenvolvimento, agências de fomento, caixas econômicas,
sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito
imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio,
distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento
mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de
capitalização e entidades de previdência privada aberta;
III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do
exterior;
IV - Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruem de benefícios
fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;
V - Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento
mensal pelo regime de estimativa, na forma prevista nos arts. 33 e 34;
VI - Que exploram as atividades de prestação cumulativa e contínua de
serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção
e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos
creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de
serviços (factoring);
VII - que exploram as atividades de securitização de créditos imobiliários,
financeiros e do agronegócio.
45

As empresas que não se enquadrarem nas situações acima, não estão


obrigadas a seguir está tributação, podendo optar pelos outros regimes.

6.3.1 Alíquotas IRPJ e CSLL


Conforme Ribeiro (2018), na apuração do Lucro Real os tributos, Imposto de
Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL),
são aplicados sobre o Lucro líquido retirado da Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE) antes da tributação, somada das adições e subtraído as exclusões
e compensações, e não sobre o faturamento. É possível realizá-la trimestralmente
ou anualmente.
“As empresas que optam pelo Lucro Real recolhem seus impostos com base
no lucro líquido auferido no período – que pode ser encontrado pela subtração entre
a receita e as despesas dedutíveis” (RIBEIRO, 2018)
Em cima desta base, calcula-se a alíquota de 15% do IRPJ. Devendo der
pago um valor adicional (alíquota de 10%) se o lucro ultrapassar o valor de R$
20.000,00 mensais. Nesta mesma base a alíquota de 9% do CSLL.

Fórmulas:
IR = Lucro Real x 15%
IR Adicional = (Lucro Real Mensal – 20.000) x 10%
CSLL = Lucro Real Mensal x 9%

6.3.2 Alíquotas PIS e COFINS


A cobrança do Programa de Interação Social (PIS) e Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (COFINS) no lucro real não são cumulativas,
pois o contribuinte pode tomar crédito sobre as operações permitidas em lei.
Segundo CREPALDI (2019)

[...] as Leis n. 10.637/2002 e n. 10.833/2003 preveem o direito de os


contribuintes apropriarem como crédito, para abatimento do PIS e da
COFINS apurados pela sistemática não cumulativa, o valor dos encargos de
depreciação relativos às máquinas, equipamentos e outros bens
incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a
terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na
46

prestação de serviços. A locação de bens, como se verifica, não foi


contemplada pela MP n. 428.

Tendo como base para cálculo, o faturamento subtraído dos custos dedutíveis
que se encontram instituídos na Lei nº 10.637/02 e Lei nº 10.833/03. Em cima desta
base calcula-se a alíquota de 1,65% do PIS e a alíquota de 7,6% do CONFIS.
Podendo somar as alíquotas para facilitar o cálculo.

Fórmula:
PIS e COFINS = (Faturamento – Custos dedutíveis) x 9,25%

Exemplos
Faturamento trimestral: R$ 200.000,00 (100%)
Lucro Real Apurado: R$ 40.000,00 (20%)
Considerando deduções do PIS e COFINS não cumulativos de 50%.

Tabela 10 - Alíquotas sobre Lucro Real

TRIBUTO VALOR % S/ FAT

COFINS (7,6% X R$ 100.000,00) 7.600,00 3,8% (1)

PIS (1,65% X R$ 100.000,00) 1.650,00 0,82% (1)

IRPJ (15% X R$ 40.000,00) 6.000,00 3%

CSLL (9% X R$ 40.000,00) 3.600,00 1,80%

Totais 18.850,00 9,42


Fonte: contabilizei. Blog (2022)

Faturamento trimestral: R$ 300.000,00 (100%)


Lucro Real Apurado: R$ 75.000,00 (25%)
Considerando deduções do PIS e COFINS não cumulativos de 50%.

Tabela 11 - Alíquotas sobre Lucro Real


47

TRIBUTO VALOR % S/ FAT

COFINS (7,6% X R$ 150.000,00) 11.400,00 3,8% (1)

PIS (1,65% X R$ 150.000,00) 2.475,00 0,82% (1)

IRPJ (15% X R$ 60.000,00) 9.000,00 3,00%

IRPJ (25% X R$ 15.000,00) 3.750,00 1,25%

CSLL (9% X R$ 75.000,00 6.750,00 2,25%

Totais 11,12%
Fonte: contabilizei. Blog (2022)

6.4 Lucro Arbitrado


De acordo com TOM (2021) Diferente dos demais regimes, em que as
empresas de maneira voluntária optam o Lucro Arbitrado por outro lado é adotado
por iniciativa do Fisco. “Mas também pode ser utilizado a partir de movimento da
própria empresa enquanto contribuinte.”

Então, o Simples Nacional não vem gerando a economia que gostaria, o


Lucro Real é para os grandes e o Lucro Presumido não anima: será que finalmente
encontrou uma boa alternativa?
Melhor ir com calma, afinal, não se trata de um regime tributário tradicional,
como os demais citados, cuja opção se dá ao iniciar a empresa ou na janela de
janeiro, quando é permitido realizar a troca.

6.4.1 Quando o Lucro Arbitrado Pode Ser Adotado

Ainda segundo o autor, o Lucro Arbitrado é utilizado quando não é possível


determinar o desempenho financeiro da empresa, por razões diversas, que vão de
fatalidades a fraudes.
Nos casos em que há prejuízo à apuração do Imposto de Renda devido, cabe
à autoridade tributária, na maioria das situações, ou ao próprio contribuinte se valer
do arbitramento.
48

Para as empresas, o Lucro Arbitrado só pode ser aplicado em alguma das


hipóteses previstas na legislação federal, as quais são:

 Lei nº 8.981/1995, art. 47 e seguintes


 Lei nº 9.064/1995, art. 2º, 3º e 5º
 Lei nº 9.065/1995, art. 1º
 Lei nº 9.249/1995, art. 2º, 3º, 16 e 24
 Lei nº 9.430/1996, art. 1º, 4º, 27, 48 e 51 a 54
 Lei nº 9.779/1999, art. 22
 RIR/1999, art. 529 a 539.

Trata-se de casos bastante específicos, desde que conhecida a sua receita


bruta, além de ocasiões excepcionais. Havendo o extravio, perda ou impossibilidade
de uso e livros fiscais e outros documentos contáveis para a apuração do Imposto
de Renda, há uma brecha legal para que as empresas adotem o Lucro Arbitrado
para cálculo do tributo.
Por outro lado, por iniciativa da autoridade tributária, isso acontece quando a
empresa deixa de cumprir as obrigações acessórias existentes para a determinação
do Lucro Real ou Lucro Presumido.
49

7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Com intuito de obter respostas em relação a nossa pesquisa, realizamos uma


entrevista com a Contadora Monica de Oliveira Sobral, Empresária, Contadora, Pós-
graduada em Direito Tributário, instrutora e palestrante na área tributária: tributos
diretos e indiretos, voltadas para o público-alvo das áreas contábeis, fiscais,
tributárias e correlatas, autora do Livro 134 respostas sobre Simples Nacional pela
Editora Madamu. Suas respostas corroboraram com nosso referencial teórico que
também, foi baseado em estudos realizados por profissionais da área contábil e
fiscal, que dedicaram muitos anos de suas vidas para escrever apostilas sobre o
assunto Planejamento Tributário. Nosso objetivo geral era abordar os benefícios que
um bom planejamento tributário pode gerar para Startups, porém, após muitas
pesquisas e também com a entrevista realizada, podemos perceber que o
Planejamento Tributário serve para todos os tipos de empresas e não só para
Startups. A afirmação de Huk (1997), reforça o nosso entendimento acerca do
Planejamento Tributário ser bom para qualquer empresa:

No mercado competitivo das modernas relações empresariais, o


processo de planejamento como um todo passou a ser uma necessidade
básica. O planejamento tributário insere-se nesse procedimento amplo e
geral que deve preceder a qualquer novo negócio ou alteração de rumo
existente.

A colocação do autor, deixa bem claro que, o Planejamento Tributário não é


só bom para as empresas, passou a ser uma necessidade básica, para que se
mantenham no Mercado que é tão competitivo e para que tenham saúde financeira e
consequentemente para que tenham sucesso.
50

ENTREVISTA COM CONTADORA MONICA

Arquivo: – Tempo de gravação: 1 h Realizada em 13 de outubro de 2022

G: Como faz o Planejamento Tributário em startups?

M: Vamos lá, hoje eu não tenho nenhuma, mas o planejamento tributário não
difere o estilo da empresa que você vai constituir, nós sabemos que hoje tem uma
modalidade nova de simplificação para esse tipo de empresa que na realidade ainda
não foi nem aceita pelo comitê gestor do Simples Nacional para que essa empresa
seja optante pelo simples. Então de antemão por mais que venham a possibilidade
de simplificação na abertura desse tipo de empresa ainda não tem a
regulamentação dizendo que ela pode ser optante pelo Simples Nacional. Eu estava
até dando uma lida nessa parte, o comitê gestor agora em dois mil e vinte e dois não
liberou nada referente a opção pelo Simples Nacional porque no planejamento
tributário hoje nós temos três regimes diferenciado: nós temos o lucro real, lucro
presumido e o simples nacional. Mas se ainda não foi liberado a possibilidade desse
tipo de empresa estar no simples nacional então só nos resta o lucro presumido e o
lucro real. Eu vou compartilhar com vocês para depois vocês darem uma olhadinha
no que tem sobre o Inova Simples, que é justamente o que fala dessa modalidade
de empresas, que está foi criada aí em dois mil e dezenove, porém agora que vem a
possibilidade de uma estratégia diferente. Uma simplificação na hora da abertura
dessas empresas, porque quando você lê a lei complementar inicial, dá entender
que ela pode ser do simples. Mas quando você entra no âmbito do Simples Nacional
lá está dizendo que o comitê do gestor ainda não liberou o enquadramento do
simples pra esse tipo de empresa. Porque hoje nós temos até a natureza jurídica
com inova simples. Ainda vou compartilhar aqui que aí depois vocês dão uma lida,
né? Verifiquem direitinho. Certo esse assunto para de repente não vir, né? Uma
informação equivocada, porque realmente eu não tenho nenhuma que eu faça no
momento. Porém o planejamento tributário é igual para todas as modalidades, né?
Dentro do GOV ponto BR tá? Eu vou passar o link para vocês aí também no chat.
Também para vocês darem uma olhadinha.
51

Análise: De acordo com a resposta da entrevistada, podemos concluir que, o


planejamento tributário pode ser feito para empresas de diferentes seguimentos,
levando em consideração o produto ofertado, bem como o objetivo do empresário no
que tange o faturamento, a fim de, enquadrá-la no regime tributário que melhor se
encaixa.

No dia que realizamos a entrevista a Contadora Mônica falou sobre o comitê gestor
do Simples Nacional estar analisando a possibilidade do enquadramento das
Startups nesse tipo de regime e no dia 28 de outubro de 2022 foi aprovada a
Resolução CGSN nº 171/20 que traz alterações à Resolução CGSN nº 140/2018,
tais alterações tratam da possibilidade de opção pelo Simples Nacional RIBEIRO
(2022).

G: Qual é a importância do Planejamento Tributário para Startups?

M: A importância digamos que para ter um negócio lucrativo e ter aí uma


tributação adequada e sem sonegação, é de extrema necessidade se fazer um
planejamento. Então se você me perguntar hoje qual é a opção que você dá para
um empresário na hora que ele entra no seu escritório de contabilidade? São antes
de pensar em constituir uma empresa fazer o planejamento tributário. Então é de
extrema necessidade você ter conhecimento no que você pretende fazer para definir
qual o seu regime de tributação e de repente não ter que entrar numa sonegação de
imposto, porque você entrou no enquadramento que não era adequado para a sua
empresa. Então a necessidade é de cem por cento de fazer um planejamento antes
de qualquer coisa dentro de uma empresa. Seja ela uma pequena, uma média ou
uma grande empresa. Tá? Porque geralmente se começa por uma microempresa.
Muitas vezes se começa pelo microempreendedor individual que hoje é o que se
tem mais no mercado, de antemão, mesmo começando como microempreendedor
individual é interessante fazer também o planejamento tributário para essa empresa.
O quanto que ela pretende faturar no ano. Porque é a vida saudável da empresa,
digamos que para nossa ser saudável precisamos passar ao médico, certo? Mas
antes de passar ao médico você já vai ter que procurar um convênio adequado, você
vai ter que estudar, qual seria o melhor convênio. Então, imagine uma empresa a
52

mesma coisa, né? Para ter uma vida saudável, pagar menos tributos e de forma
correta só fazendo o planejamento tributário.

Análise: Podemos concluir sobre a resposta da Contadora, que é


extremamente importante realizar o Planejamento Tributário antes mesmo da
empresa ser constituída, para que não haja sonegação de impostos, por ter
enquadrado a empresa em um regime inadequado para seu ramo e para que a
empresa tenha lucro e saúde financeira.

A Elisão Fiscal é uma estratégia dentro do Planeamento Tributário que tem


por objetivo o estudo para redução das cargas tributarias e sobre qual melhor
Regime enquadrar a empresa com a finalidade de impedir a sonegação de impostos.

Planejamento tributário não se confunde com sonegação fiscal. Planejar é


escolher, entre duas ou mais opções lícitas, a que resulte no menor imposto
a pagar. Sonegar, por sua vez, é utilizar meios ilegais, como fraude,
simulação, dissimulação etc., para deixar de recolher o tributo devido.
Entende-se ainda por sonegação toda a ação ou omissão dolosa tendente a
impedir ou a retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da
autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação principal.
OLIVEIRA (2003, p. 37)

O autor nos fala sobre a sonegação de impostos o que é o contrário da Elisão


Fiscal que é o meio lícito de se obter redução nos impostos.

G: Quais os benefícios que esse planejamento traz para as empresas?

M: Menos impostos, redução na carga tributária. Só com o planejamento


tributário você vai conseguir reduzir carga tributária de forma correta. Nós temos aí
empresas que conseguem reduzir uma carga tributária, porém nem sempre da forma
correta. É por isso que na contabilidade nós temos a evasão e a elisão. Então ele
traz justamente essa diferença. Uma é aquela que você faz um planejamento de
forma adequada para que a empresa pague menos tributos e a outra é aquela que
você sonega. Geralmente as empresas hoje vão para essa parte, né? Eu prefiro
sonegar o imposto, eu não quero fazer um planejamento tributário. Foi o que eu
disse para você dá bicicleta. Então você dizendo para mim qual é o fundamento da
sua empresa, o porquê está sendo constituído e qual é a sua visão durante pelo
menos os dois próximos anos nós conseguimos estudar e dar uma forma de
tributação, um enquadramento tributário que cabe melhor para o tipo da sua
53

empresa, agora existem umas empresas que são constituídas de qualquer forma, já
se faz o enquadramento em qualquer regime de tributação e começa aí fazer as
sonegações, né? Deixa de emitir nota fiscal, deixa de destacar imposto ou de
repente faz informação divergente para o fisco, então aí esse não é um
planejamento tributário adequado. Por mais que eu algumas contabilidades vendem
isso como um planejamento tributário. Eu conheço alguns escritórios de
contabilidade que em vez de fazer o planejamento ele diz o seguinte o que você
conseguir fazer sem nota você faz porque aí você não paga imposto. Né? Então
veja, eu não posso orientar o meu cliente a deixar de emitir documento fiscal. Eu
tenho que fazer o contrário. Emito a nota fiscal de tudo que faça a sua empresa seja
na operação de comercialização, de prestação de serviço, e nós iremos estudar um
regime de tributação que melhora e enquadra. Né? E não fazer essa parte da
sonegação.

Análise: segundo a entrevistada, os benefícios que o Planejamento tributário


traz para as empresas são: redução da carga tributária e correto enquadramento da
empresa no Regime Tributário, ou seja, quando a empresa realiza o Planejamento,
automaticamente o Contador já consegue enquadrá-la no regime certo e por
conseguinte ela obtém reduções nas cargas tributárias o que a faz ter uma margem
de lucro maior.

G: E quais as consequências de um planejamento mal elaborado?

M: Um planejamento tributário mal elaborado traz, digamos a suspensão da


empresa durante algum período, porque a receita vai lá e suspende o CNPJ. Hoje
em dia a gente não está demorando muito tempo não. Ela já coloca como inativa a
empresa. Deixa lá parada. Tá? Porque não conseguiu arcar com os tributos ou
porque deixou de entregar declarações. Mas aí existe a possibilidade de se constituir
outra empresa. Mas é bem provável que essa outra empresa também não vai ser
levada a frente por causa desse mal planejamento. Então a tendência é se realizar
um mal planejamento a empresa não vai conseguir arcar com todos os tributos que
se pede nos órgãos públicos. Seja ele estadual, municipal ou federal.

Análise: De acordo com a resposta da entrevistada Monica, podemos


concluir que, se um planejamento tributário for mal elaborado, ele pode trazer
malefícios para a empresa, tal como, acarretar a suspensão da empresa durante um
54

período, onde o CNPJ dela fica suspenso. Isso acontece no caso de a entidade não
conseguir assumir os pagamentos dos tributos ou por deixar de entregar alguma
declaração. Logo, se a empresa não conseguir elaborar um bom planejamento
tributário, ela não conseguirá incumbir-se do pagamento de todos os tributos
necessários. Para reforçar nosso entendimento trouxemos um trecho da matéria
extraída do site REDE CRED AUTO, (2019) que diz:

[...] um simples erro na escolha do regime pode fazer a empresa


desembolsar mais do que deve. Também, existem os problemas com a
Receita Federal que podem afetar até o direito de exercer suas atividades.

G: O Planejamento Tributário é realizado em conjunto entre Contador e


Advogado?

M: Olha necessariamente não precisa de um advogado porque nós


conhecemos advogados tributaristas que ele pode sim opinar em algumas situações.
Então ele pode te ajudar, mas não que você como um contador ou uma contadora
não consiga fazer o planejamento tributário. Até porque a rotina de tributação quem
cuida é a contabilidade. Então veja, o jurídico ele vai te dar um embasamento muitas
vezes da parte de legislação, alguns contadores ou algumas pessoas que fazem
planejamento tributário tem dificuldade de entender a lei, então por este motivo as
vezes se leva para o jurídico para que ele venha ler a lei para saber se aquela lei se
enquadra especificamente para a empresa. Mas aí já é essa questão, mas, não que
para se fazer um planejamento eu tenho a obrigatoriedade ou eu só consigo fazer se
tiver um advogado por trás. Não, eu estou na área digamos aí de contabilidade há
quinze anos né? E planejamento tributário que eu faço especificamente para as
empresas eu vendo eu ofereço esse serviço já tem dez anos está? E eu não tenho
jurídico para isso. Então assim você tem que ter a praticidade do dia a dia. Você tem
que ter aí conhecimento na legislação. E você tem que procurar a informação. Mas
eu não preciso exatamente de um advogado para elaborar um planejamento
tributário. Eu acho que seria interessante a união dos dois. É por isso que tem
alguns contadores que passam a fazer direito. Para ele que o embasamento das
duas informações, né? Tanto da prática da contabilidade quanto do direito
especificamente que se de repente ele tiver que atender alguma situação de
sonegação pelo fisco né? De um mau planejamento ele consiga estar ali atendendo
55

porque aí para fazer esse trâmite precisa-se de um advogado. Para ter esse
advogado você só precisa da assinatura. Eu conheço vários escritórios que ele
levanta o planejamento, ele levanta a tese que ele precisa, coloca no papel e paga
somente para o advogado assinar. E olha que tem advogado que muitas vezes nem
faz a leitura do processo. Não tem obrigatoriedade não. A gente consegue fazer sim.
Então, um trabalho conjunto é interessante, né? As informações cruzadas aí, é bom
para o nosso cliente ou para o nosso futuro cliente. Mas não lhe passa a ser um uma
situação obrigatória. Não. Né? Então se você tiver o jurídico na empresa e ele possa
estar analisando para você, legal. Mas você consegue como uma contabilidade
sobreviver e fazer um planejamento adequado para o seu cliente sem a necessidade
aí do jurídico, sem um advogado.

Análise: De acordo com a entrevistada, o Contador que entende e conhece


bem as leis é o suficiente para realizar o Planejamento Tributário, entretanto, devido
a complexa legislação brasileira as vezes é necessário sim o trabalho em conjunto
entre Contadores e Advogados tributaristas para realizar de forma eficaz o
Planejamento, para reforçar nosso entendimento, trouxemos uma matéria extraída
do site LOURENTIZ, a saber:

O planejamento tributário pode ser feito por qualquer um que tenha


conhecimento suficiente sobre as leis e as questões do negócio. Ou seja,
que entenda sobre as finanças e todos os pormenores da empresa.

O responsável pelo planejamento tributário deve ter acesso a algumas


informações, como:

 Receita bruta ou a projeção de faturamento;


 Previsão de despesas operacionais;
 Projeção de margem de lucro;
 Valor da folha de pagamento dos empregados.

É comum que esse processo seja feito por uma equipe, constituída,
principalmente, por pelo menos um contador e um advogado.

Enquanto o contador contribui com o conhecimento técnico de como realizar


um planejamento tributário, o advogado ajuda a identificar janelas de
oportunidade para a redução de impostos. Além disso, o profissional do
direito tributário também age na minimização de riscos do planejamento
tributário, evitando problemas com a sonegação fiscal, devido ao seu
conhecimento das leis vigentes. LAURENTIZ (2022)
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G: Como escolher o melhor Regime Tributário para Startups?

M: A primeira coisa a se analisar no regime é justamente a atividade. Porque


tem atividades que não podem ser do simples. Tem atividade que já não pode ser do
lucro presumido. Tem atividades que tem a obrigatoriedade de ser lucro real. Né?
Então a primeira coisa é saber qual é o seu nicho de negócio. Qual é a atividade,
qual é o segmento que vai se enquadrar sua empresa. Porque mediante a atividade
você já consegue saber se você pode ser simples, lucro presumido ou lucro real.
Então imagine que hoje a sua empresa possa ser tanto simples como lucro
presumido como lucro real, porque você já pegou pela atividade. Certo? Então a
atividade ela é permitida para os três regimes de tributação. A segunda análise. Né?
Ah faturamento. Simples nacional só pode faturar até quatro milhões e oitocentos.
Lucro presumido só pode só poder faturar até setenta e oito bilhões. Lucro real não
tem limite. Então digamos se eu não tenho limite para nada vou optar pelo lucro real
né? Que é mais fácil. Não. Espera aí. Lucro Real já é uma carga tributária mais
elevada que nós temos no mercado. Tá? Então atividade. Atividade que é o
segmento que você pretende estar, faturamento e natureza jurídica. Porque a
natureza jurídica também algumas naturezas jurídicas não podem ser do Simples
Nacional. Igual Associação, igreja, não pode ser do Simples Nacional. OK? Então
Atividade já vai te trazer a natureza jurídica então elas andam juntas e
posteriormente faturamento OK? Você tendo isso e já sabendo que entre essas três
situações a sua empresa pode estar em qualquer uma delas aí você já vai vir
justamente para o planejamento porque hoje você já sabe que você pode optar pelo
simples você pode ser lucro presumido e você pode ser lucro real então agora eu
vou fazer o planejamento para verificar qual melhor opção para a minha empresa.
Certo. Agora já nessa questão de opção do regime aí já existem outras análises a
ser feitas. Né? Depende da atividade novamente porque eu tenho que saber se ela é
uma atividade do ramo de indústria, se ela é comércio, se ela é serviço. Né? Eu
preciso saber qual são os destinatários, quem é o cliente final desta empresa, se o
cliente desta empresa vai ser uma pessoa física, vai ser uma pessoa jurídica, qual é
a finalidade desse produto para aquela empresa. Porque tudo isso interfere na hora
de se tributar o imposto da sua empresa. Então alguns tributos ele vem com a
modalidade de venda destinada a consumidor final ou prestação de serviço ao
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consumidor final. Outros tributos ele já vem com a parte da questão mercadoria para
a revenda. Mercadoria para industrialização. Entendeu? No planejamento não se
pega à risca cem por cento isso. Então ele pega digamos ele faz uma presunção
né? E diz o seguinte qual vai ser o seu nicho? Então digamos que você vai ser uma
indústria então eu já sei que é uma indústria. Logo indústria a finalidade dela é
sempre vender para o comércio. Para poder ser feito uma comercialização posterior.
Então por aí eu já consigo ver que você vai ter a finalidade de venda de produto para
uma saída subsequente. Então eu já vou saber mais ou menos qual é o quais são os
tributos que você vai pagar. né? Aí a Ana já diz assim não você só prestadora de
serviço nesta só vou ser prestadora de serviço, geralmente os escritórios na hora de
fazer o planejamento ele pergunta, mas qual é o tipo de serviço que a sua empresa
vai prestar? É um conserto de bicicleta, então a tributação já é menor. Não, eu vou
ser uma advogada, a tributação já é um pouquinho maior. Eu vou ser uma
consultora, a tributação é maior ainda. Entendeu? Então está vendo que depende da
atividade que ela vai exercer? Né? Tudo de antemão começa com atividade da
empresa. Desde a abertura pra definir qual é o regime que ela possa ter até quais
são os tributos que ela vai ter que pagar a partir do momento que ela constitui a
empresa. E de antemão qual é o melhor regime de tributação para ela.

Analise: Podemos concluir que a escolha do melhor regime tributário,


depende de algumas situações, desde a constituição da empresa são realizadas
diversas análises, como: atividade, faturamento, natureza jurídica, os tipos de
impostos que a empresa deverá pagar, entre outros, para que se possa pensar em
escolher o regime com o qual a empresa pode se enquadrar, pois cada regime
tributário tem as suas especificações e exigências, para que só então possa
identificar o melhor regime para aquela empresa. A escolha do regime é de extrema
importância para que a empresa possa tributar de forma correta, porém não existe
um regime que seja o “melhor” para as startups, tudo depende de que forma, em
que ramo a empresa seguirá. Silva (2019) nos reforça dizendo:

Não existe um regime tributário adequado, é preciso fazer um estudo


criterioso da sua empresa, traçando um paralelo entre custos, despesas,
lucros, Planejamento tributário é o estudo das alternativas lícitas de
formalização jurídica de determinada operação, antes de ocorrer o fato
gerador, com o intuito do contribuinte escolher a opção que gere um menor
ônus tributário possível.
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G: E o melhor momento para se fazer o planejamento é no início.


Quando a pessoa pensa em abrir o negócio.?

M: Sim. É o ideal sempre quando vai se constituir uma empresa é se fazer um


planejamento. Mas hoje nós pedimos para os clientes sempre a cada dois anos
fazer um novo planejamento. Porque o nicho dele pode ser mudado. Pode ser
alterado. Ó nós tivemos uma prova viva aí que agora foi a pandemia. Então
negócios tiveram prejuízo. Então assim de repente eu tinha uma empresa que era
lucro presumido por causa de faturamento. Né? Aí de repente ali o faturamento dela
de caiu. Vamos fazer um planejamento para ver se não é melhor ela hora optar pelo
simples nacional. Então é interessante que a cada dois anos pelo menos no máximo
a cada dois anos uma empresa faça um novo planejamento. Né? Com um ano já de
abertura você já consegue ter uma noção. Com dois anos você já consegue ter uma
certeza. Aí o seu regime ou contínua o mesmo ou se adapta a um novo tanto. Para a
maior quanto pra menor. Eu tinha uma empresa que ela era lucro real porque
sempre compensava ela ser lucro real, de antemão mudou o negócio dela e
compensou optar pelo simples nacional. Então assim com o planejamento viu que
era melhor ela ser do simples. Como eu também já tive empresas que era do
simples e se fazendo planejamento nós optamos pelo lucro presumido que é mais
ou menos o exemplo que eu te dei da bicicleta. Porque ela estava pagando mais
imposto no simples do que se ela fosse lucro presumido. Então vamos mudar aí a
tributação dela. Tira do simples e opta pelo lucro presumido. Então inicialmente
constitui numa empresa para não ter problema né? E ter aí benefícios com o seu
com o seu negócio ter uma lucratividade maior a primeira coisa o planejamento. E
depois de dois anos um novo planejamento.

Análise: De acordo com a resposta da entrevistada, concluímos que é ideal


realizar o planejamento tributário ao constituir uma empresa, para que ela não tenha
problema com tributação errônea e possa ter uma lucratividade maior. Entretanto, é
indicado realizar um novo planejamento a cada dois anos, pois a carga tributária
pode gerar grande impacto sobre a economia da empresa, e ao longo do tempo
pode haver mudanças significativas na mesma, que poderia se enquadrar melhor
em um regime tributário diferente. Reforçando nosso entendimento:
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Para as novas empresas, é bom que o planejamento tributário seja feito


bem no início das atividades, baseando-se na expectativa ou projeção de
faturamento. Já para as empresas em atividade, não existe um melhor
momento indicado. O planejamento tributário pode ser feito a qualquer
tempo, principalmente quando constatado o percentual de impostos pagos
em relação ao faturamento. LAURENTIZ (2022).

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A complexa legislação brasileira e as altas cargas tributárias, prejudicam o


crescimento das empresas, devido a esses fatores faz-se necessário a realização do
Planejamento Tributário que, por sua vez é pouco difundido no Brasil, tornando a
vida útil das empresas cada vez mais curta.
Quando se iniciou o trabalho de pesquisa constatou-se a importância do
planejamento tributário para startups que são criados em condições de extrema
incertezas, através de nossas pesquisas foi descoberto um universo novo, que nos
trouce uma nova visão sobre o assunto, onde foi possível aprofundar nossos
conhecimentos sobre o tema assim como assimilar com vivencias do dia a dia ao
nosso redor. As pesquisas foram realizadas através de referências bibliográficas e
entrevistas com profissionais da área.
O objetivo geral do trabalho é abordar os benefícios que um bom
planejamento tributário pode gerar para as startups, no qual foi atendido, pois foi
possível demostrar os benéficos e as vantagens, assim como a segurança que um
bom planejamento tributário pode assegurar as empresas. Todos os incentivos
fiscais existentes visam o crescimento econômico como um todo, o que traz
vantagens competitivas para empresas que investem na busca de informações para
economia e desenvolvimento da empresa.
O primeiro objetivo específico é apresentar o conceito de startup, no qual foi
demostrado o conceito deste novo tipo de empresa, assim como suas caraterísticas
desta categoria, que possui como foco potencial de crescimento a curto e médio
prazo, com um modelo de negócio repetível e escalável.
O segundo objetivo específico expõe o que é o planejamento tributário, como
é feito e qual profissional capacitado para realizá-lo. Assim determina as análises e
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registros da empresa, como produto, faturamento, nicho de mercado que deseja


atender, para a partir disso tomar decisões sobre o regime de tributação, foi
analisado o melhor profissional para fazer este levantamento de dados e
planejamento, constatou- seu que o melhor profissional para este trabalho é
contador, que possui amplo conhecimento sobre os registros da empresa, mas é
possível que um advogado possa auxiliar no entendimento da legislação.
O terceiro objetivo específico, identifica quais regimes tributários existem no
país, no Brasil são três os tipos de regimes mais adotados, Lucro real, Lucro
Presumido e Simples nacional, no trabalho é demostrado é apresentado de uma
forma ampla o conceito de cada regime, assim como seus critérios, vantagens e
desvantagens.
A pesquisa partiu da hipótese de que o planejamento tributário é a melhor
forma de redução de impostos e manter a saúde financeira da empresa, e escolher o
melhor regime tributário para empresa, que acreditávamos ser o Lucro Real, Durante
as pesquisas foi realizado o teste da hipótese, tanto as bibliografias como as
entrevistas realizadas, constataram que a escolha do regime depende de uma série
de informações sobre a empresa, para escolher o regime que melhor se enquadra
na empresa.
As limitações encontradas no trabalho foram poucos autores abordando sobre
este assunto em suas literaturas. Durante a metodologia proposta percebe-se que
poderia ter mais pesquisas sobre o tema, assim como perspectivas diferentes sobre
tema, até mesmo para melhorar as análises e simplificar este processo de
planejamento para empresas e contadores.
Como recomendação para as próximas pesquisas sugere-se um estudo
aprofundado sobre a subjetividade da legislação, para evitar evasão e elisão fiscal,
assim como multas e desentendimento jurídico entre as partes.
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9 REFERÊNCIAS

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<https://www.jusbrasil.com.br/busca? Acesso em: 14 ago. 2022.

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Disponível em: <https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/lucro-real/?
Acesso em: 8 ago. 2022.

FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. 8. ed. São Paulo: Atlas,


2003, 314 p. 32
GULARTE, C. O que é Lucro Presumido? Veja quais são os Prós e Contras e
Tabela completa. Disponível em: <https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-
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GULARTE, C. Simples Nacional: O Que é? Guia completo, faturamento, DAS e
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JUNIOR, R. Conheça a origem e a história da contabilidade. Disponível em:
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LAURENTIZ, Advogados Assossiados. Planejamento tributário: descubra o melhor
momento para fazer o seu. Disponível em: https://laurentiz.com.br/planejamento-
tributario-
2/#:~:text=Idealmente%2C%20o%20planejamento%20tribut%C3%A1rio%20deve,o
%20que%20a%20legisla%C3%A7%C3%A3o%20imp%C3%B5e. Acesso em: 05.
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62

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RIBEIRO, Vinícius Matheus. CGSN: Regras do Inova Simples, nota fiscal MEI e
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<https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/o-que-e-preciso-saber-sobre-
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LIVROS

CHAVES, Francisco Coutinho Planejamento Tributário Na Prática: gestão tributária


aplicada – 4. ed. – São Paulo: Atlas, 2017.
63

CREPALDI, Silvio. Planejamento Tributário Teoria E Prática –– editora Saraiva uni –


3ª edição, 2019.

MACHADO, H. de B. Curso De Direito Tributário. 37. ed. São Paulo: Malheiros,


2016.
MOREIRA, André Mendes. Elisão e Evasão fiscal – Limites ao planejamento
Tributário. Associação Brasileira de Direito Tributário. Vol. 21, 2003.

NOVAIS, Rafael. Direito Tributário Facilitado -- editora método – 3ª edição, 2018.

PEGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária - Atlas - 9• Edição,


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RIBEIRO, Osni, PINTO, Mauro. Introdução à Contabilidade Tributária. 2. São Paulo:


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RODRIGUES, Aldenir Ortiz et al. IRPJ/CSLL 2007 – Manual do Imposto de Renda


Pessoa Jurídica e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido. 1 ed. São Paulo, IOB –
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YOUNG, L. H. B. Planejamento Tributário. 3. ed. Curitiba: Juruá, 2008


SILVA, E. (07/02/2003 de Fevereiro de 2015). Fonte: Sua Pesquisa:
https://suapesquisa.com
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APÊNDICE

Questionário utilizado na entrevista, para coleta de dados:

1) Como faz o Planejamento Tributário em startups?


2) Qual é a importância do Planejamento Tributário para Startups?
3) Quais os benefícios que esse planejamento traz para as empresas?
4) E quais as consequências de um planejamento mal elaborado?
5) O Planejamento Tributário é realizado em conjunto entre Contador e
Advogado?
6) Como escolher o melhor Regime Tributário para Startups?
7) E o melhor momento para se fazer o planejamento é no início. Quando a
pessoa pensa em abrir o negócio?

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